O Jornal da Cidade

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Com a confirmação do primeiro caso de varíola do macaco na Bahia nesta quarta-feira (13), as secretarias de Saúde dos municípios baianos já começaram a pôr em prática orientações para evitar um surto do vírus no estado. Em 1º de julho, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) de Salvador recebeu um alerta do hospital São Rafael, responsável pelo atendimento de um caso suspeito. Um homem de 32 anos, residente em Salvador, apresentou febre alta súbita e lesões na pele em 22 de junho, após contato com suspeito de outro estado. A confirmação do diagnóstico veio na noite de terça-feira (12).

Desde o início do mês, o paciente se encontra em isolamento domiciliar e com quadro estável. O São Rafael informou que o homem recebeu todos os cuidados com os protocolos que o caso exige e teve alta médica. O procedimento de notificação faz parte do protocolo da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) para casos da varíola do macaco.

De modo similar, a instrução da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) é de que o paciente que apresentar sintomas busque uma unidade de emergência que, por sua vez, deve notificar o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) nacional e orientar o isolamento do paciente. A pasta estadual informou que emitiu alerta e as unidades estão sensíveis para notificar casos suspeitos.

“É preciso montar estratégia para fazer diagnóstico. Muitos municípios não têm estratégia montada, precisam ter treinamento dos profissionais para que possam fazer diagnóstico, encaminhar ao Lacen [Laboratório Central de Saúde Pública] e orientar a população ao isolamento durante 21 dias”, recomenda Antônio Carlos Bandeira, médico da vigilância epidemiológica da Sesab.

Segundo Bandeira, as cidades encaminham as informações para o estado, que intermedia o contato com a Fiocruz do Rio de Janeiro, responsável por proceder o exame específico e retornar o resultado à unidade federativa.

A orientação da instituição na capital é de que pessoas com sintomas busquem uma unidade de urgência e emergência e façam isolamento. Assim como é recomendado que o profissional de saúde notifique a ocorrência no site da SMS: www.cievs.saude.salvador.ba.gov.br.

A diretora de Vigilância à Saúde, Andréa Salvador, conta que a investigação do caso começa a partir da notificação da unidade de emergência. Coletas de amostras para confirmação da suspeita e monitoramento de contatos que o paciente teve nos últimos dias fazem parte do procedimento na capital. O uso da máscara e higienização das mãos também são estimulados como forma de prevenção geral, sobretudo, na fase de sintomas da doença.

Outros municípios

Embora o primeiro caso tenha ocorrido na capital, especialistas alertam que cidades do interior também precisam estar atentos à propagação do vírus. As secretarias de Feira de Santana, Vitória da Conquista e Lauro de Freitas disseram não ter recebido alertas da Sesab. No entanto, todas afirmaram que as equipes do setor estão em sobreaviso sobre o caso.

A Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista, terceira cidade mais populosa da Bahia, ainda afirma que a rede municipal de saúde está preparada “para proceder ao isolamento e seguir com as devidas intervenções e providências” para doenças como a varíola do macaco.

Já a Secretaria Municipal de Saúde de Lauro de Freitas (Sesa) diz que está elaborando um plano de enfrentamento à varíola dos macacos. A princípio, orienta para cuidados já conhecidos no combate à covid-19, a exemplo da higienização frequente das mãos, evitar locais aglomerados, uso de álcool em gel e máscara.

A reportagem entrou em contato com outros municípios que registram maior número de habitantes no estado, como Camaçari, Juazeiro e Itabuna, mas não recebeu retorno com orientações.

Vacinas

O Ministério da Saúde avalia comprar vacinas contra a varíola do macaco para evitar um surto no país. A vacinação contra a doença já acontece em outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e Canadá para grupos prioritários, ou seja, quem teve contato com pessoas infectadas ou são profissionais da saúde.

A imunização no Brasil, no entanto, ainda não tem data certa para ocorrer. Infectologista na SMS de Salvador, Adielma Nizarala explica que neste momento não há indicação de vacinação em massa, como se faz para a covid-19 por exemplo, tanto pela quantidade de casos, como porque o país não adquiriu ainda a vacina.

Apesar do estoque zerado no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que está trabalhando com a Organização Pan-Americana da Saúde para monitorar a situação. Já o Instituto Butantan criou comitê para avaliar a produção de vacina contra a doença.

Dados de uma pesquisa divulgada na quarta-feira (13) revelam um cenário preocupante sobre a forma com que os jovens da capital baiana estão se relacionando. Em cinco anos, a proporção de estudantes entre 13 e 17 anos que engravidaram mais do que dobrou em Salvador, passando de 6,2% para 17,3%. Enquanto isso, a quantidade de jovens que dizem usar camisinha e outros métodos contraceptivos vem diminuindo desde a última década.

Os números são resultado da Análise dos Indicadores Comparáveis da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa foi feita em quatro anos diferentes: 2009, 2012, 2015 e 2019. Com o aumento registrado entre meninas do 9º ano que engravidaram, entre 2015 e 2019, Salvador passou a ocupar o topo do ranking das capitais nesse indicador, empatada com Maceió (AL). Em 2015, a capital baiana estava em 18º lugar.

Para o ginecologista Alexandre Amaral, alguns fatores podem explicar o resultado dos indicadores. “Isso provavelmente aconteceu pela falta de acesso à informações precisas e pela falta de educação sexual nas escolas e nas famílias. Falar sobre sexo ainda é um tabu”, diz. O médico explica ainda que apesar de existir mal entendido sobre a educação sexual, ela é extremamente necessária, inclusive para evitar abusos.

“O papel da educação sexual não é vulgarizar o sexo, mas levar informações de qualidade para que os jovens entendam a importância de falar sobre assuntos que envolvem a sexualidade [...] É necessário que sejam feitas políticas públicas nesse sentido para quebrar tabus e os jovens passarem a se proteger mais”, acrescenta Alexandre Amaral.

A estudante Emilly Silva tem 17 anos, cursa o primeiro ano do ensino médio e está a poucos dias de dar à luz ao primeiro filho, que vai se chamar Davi. Ela conta que a vida mudou muito nos últimos meses e que agora precisa arcar com responsabilidades inimagináveis menos de um ano atrás. “Tive que abrir mão de muitas coisas que poderia fazer na minha idade por conta da gravidez não planejada. Foi um susto muito grande, mas graças a Deus tenho apoio da minha família e da família do meu namorado”, diz.

Acostumada a compartilhar seu dia a dia nas redes sociais, a futura mamãe, que vive em Salvador, resolveu mostrar para os seus seguidores como é o cotidiano de uma mulher que enfrenta uma gestação cedo.

“Sempre gravei stories e interagi com os seguidores. Quando engravidei, achei que perderia meu público, mas pelo contrário. Ele só vem aumentando, são muitas meninas passando pela mesma situação, outras pedindo conselhos, ajudas…Eu gosto muito disso tudo, me sinto feliz em poder ajudar”, afirma. Emilly conta que a ansiedade tem estado mais forte na reta final da gravidez e que o apoio do namorado, que passou a morar com ela, conta muito nessas horas.

Menos proteção
A pesquisa divulgada pelo IBGE indica ainda que entre 2009 e 2019, enquanto a proporção de estudantes do 9º ano que já haviam tido relação sexual aumentou de 35,8% para 38,8%, a quantidade de jovens que usaram métodos para não engravidar caiu. Os que dizem usar camisinha diminuíram de 69,6% para 54,9% em dez anos.

“Hoje em dia os adolescentes acabam sendo mais permissivos com relação à relação sexual evitando a prevenção, o que pode vir a gerar não só a gestação indesejada, mas também a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis”, afirma Alexandre Amaral.

A baiana Victória Emili Lopes, 21, engravidou da pequena Alice quando tinha 17 anos, ainda em 2018. Ela conta que a maior dificuldade que encontrou durante a gestação foi a aceitação de uma parte da família, que ficou descontente pela jovem ter engravidado cedo.

“Sofri muito julgamento das pessoas por ter engravidado na adolescência. Na época eu estava terminando os estudos e fiquei ainda estudando grávida”, relembra.

Apesar de todos os entraves, Victória foi adiante na gestação e contou com o pai da filha, que sempre esteve presente. “O pai dela sempre esteve muito presente na gestação e até hoje”, diz. Essa, infelizmente, não é a realidade para muitas jovens, que acabam tendo que criar os filhos como mães solo.

Para a psicopedagoga Fernanda Pedreira, é muito importante que as famílias estudem sobre educação sexual para que possam passar o conhecimento para os filhos. “Ao contrário do que muitos pensam, a educação sexual não vai ensinar as crianças e adolescentes a praticarem o ato e sim a terem consciência de como começa, as consequências e a descoberta do próprio corpo”, afirma.

A própria Fernanda engravidou aos 14 anos, em 1994, na cidade de Mairi, no centro-norte do estado. Ela lembra que passou por muitos entraves emocionais enquanto gerava a filha e depois de dar à luz. “Enfrentei preconceito, afastamento de amigas e amamentar não foi fácil. Como minha filha nasceu prematura, as dificuldades foram maiores pois eram poucos recursos para saber lidar com prematuros”, relembra.

A filha de Fernanda nasceu com apenas 2,2 quilos, sendo que o ideal é que bebês saudáveis venham ao mundo pesando entre 3 e 3,5 quilos. Como a recém-nascida não conseguia sugar, a mãe com então 14 anos precisava tirar o leite com auxílio de uma bomba e alimentar a pequena com um copo. Cinco anos após a primeira gravidez, Fernanda ficou grávida de novo, do seu filho mais velho.

“No início [da primeira gravidez] foi aquele susto para todos, mas tive todo apoio dos meus pais e familiares. Meu esposo se fez e é presente até hoje, temos 26 anos de casados e mais um filho”, conta. Hoje Fernanda é mãe de uma advogada e um empreendedor e tem orgulho da família que construiu.

Maria (nome fictício), que engravidou aos 16 anos em 2014, também relata que a notícia da gestação não planejada pegou todos ao seu redor de surpresa. O fato de ter que continuar frequentando a escola enquanto a barriga crescia também foi marcante para ela. “Eu estava no segundo ano do ensino médio e iria para o terceiro. Meu filho nasceu em novembro, então foi praticamente todo o ano letivo indo para a escola grávida”, relembra.

A CCR Metrô Bahia está com seleção aberta para 40 vagas de Agente de Atendimento e Segurança, com oportunidades exclusivas para mulheres. As candidatas interessadas precisam ter Ensino Médio completo, e desejável possuir experiência no atendimento ao público, CNH categoria B e conhecimento em informática. As vagas também estão disponíveis para outros colaboradores que tenham interesse na função.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente no site www.ccrmetrobahia.com.br até o dia 15 de julho. O salário é compatível com o mercado e os colaboradores também terão direito a outros benefícios. Informações adicionais são disponibilizadas na plataforma. A Concessionária ressalta que todo o cadastro é feito apenas pelo site oficial, e não autoriza nenhum colaborador a solicitar dados pessoais de nenhum candidato.

Como efetuar o cadastro:
Acesse o site: www.ccrmetrobahia.com.br;
Clique na aba ‘Contato’;
Depois, na área ‘Trabalhe Conosco’;
Você será redirecionado para uma plataforma de seleção externa;
Faça o cadastro e se candidate à vaga escolhida.

O médico Giovanni Quintela Bezerra foi preso nesta segunda-feira (11), após estuprar uma mulher durante a cesariana, na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Mas o material que o profissional usou para limpar a boca da paciente após estuprá-la, colocando o pênis no rosto, foi recolhido pelo setor de perícia da Polícia Civil.

Nas imagens gravadas pela equipe do centro cirúrgico, é possível observar o anestesista descartando o material em uma lixeira da área de cirurgia, imaginando que ninguém iria desconfiar da atitude. Os enfermeiros, após o procedimento, recolheram as gazes do lixo e entregaram à polícia.

Além disso, as drogas que Giovanni usava para sedar as vítimas também foram apreendidas. No mesmo dia da prisão, outra mulher que foi atendida pelo profissional, foi ouvida pelos agentes. Os advogados que estavam cuidando do caso de Giovanni, pediram para sair.

Em conversa ao G1, uma das enfermeiras afirmou que não compreendia a quantidade de anestesia que o suspeito aplicava. “As pacientes [de Giovanni] ficavam completamente fora de si. Quando eram cuidadas por outro anestesista, jamais ficavam dessa maneira”, disse.

Giovanni foi transferido para o presídio de Benfica. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu um processo para expulsar o anestesista.

Vai ocorrer nesta terça-feira (12), o reajuste anual tarifário autorizado no início do ano a 14 distribuidoras de energia. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fará a reavaliação.

Conhecida como "revisão tarifária extraordinária de 2022", sua função é considerar no cálculo a restituição de tributos que foram pagos a mais pelos usuários de energia no passado. Esses reajustes serão reduzidos, principalmente para aqueles consumidores residenciais que, segundo o G1, em alguns casos, chegam a até 24%.

O projeto de lei foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Um saldo de R$ 48 bilhões em créditos tributários está para ser usado. Tudo isso com base nos impostos pagos a mais que os consumidores pagaram na tarifa de energia.

Entre fevereiro e maio deste ano, 14 distribuidoras de energia tiveram os reajustes aprovados. A Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Neoenergia Coelba), está na lista. Confira:

Companhia Energética de Pernambuco (Celp)
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Neoenergia Coelba)
Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Neoenergia Cosern)
Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista)
Companhia Jaguari de Energia (CPFL Santa Cruz)
Energisa Borborema
Energisa Mato Grosso do Sul
Energisa Mato Grosso
Enel Distribuição Ceará
Equatorial Alagoas
Light Serviços de Eletricidade
Companhia Sul Sergipana de Eletricidade (Sulgipe)
Energisa Sergipe
Enel Distribuição Rio

Os registros de violência política e eleitoral registrados no Brasil em 2022 cresceram 23% em relação ao mesmo período de 2020, quando ocorreram as eleições municipais. Naquele ano, 174 episódios foram contabilizados de janeiro a junho, contra 214 nos primeiros seis meses deste ano.

As ocorrências incluem ameaças, agressões e atentados contra políticos e seus familiares, assim como o que culminou na morte de guarda municipal petista, no domingo (10), em Foz do Iguaçu (PR).

Os números foram registrados pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral, formado pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (GIEL/UNIRIO), que monitora a dinâmica e o impacto da violência na democracia brasileira desde janeiro de 2019 com boletins trimestrais.

O relatório mais recente mostra que, de abril a junho deste ano, foram contabilizados 101 episódios, o que representa um aumento de 17,4% no número de casos em relação ao mesmo período em 2020.

Ao todo, foram registradas 24 mortes em 14 estados brasileiros. A maioria dos homicídios aconteceu justamente no Paraná, que registrou quatro casos desse tipo, índice considerado incomum para o estado até então. Se considerados todos os tipos de violência política e eleitoral, no entanto, é São Paulo que lidera com 17 ocorrências, seguido por Bahia e Rio de Janeiro, com 10 cada um, Minas Gerais (8) e Paraná (7). Não foram identificados casos no Acre, Alagoas, Amapá e Roraima.

As ameaças foram o tipo de violência mais frequente. Ao todo, 37 lideranças sofreram algum tipo de intimidação. Em seguida, aparecem as agressões, com 27 casos, os homicídios com 19 casos, nove atentados, cinco homicídios de familiares, dois sequestros, e também dois sequestros de familiares. E apesar de o Paraná ter registrado o maior número de assassinatos, a região que concentrou mais mortes desse tipo foi o Nordeste, com 10.

 

O advogado do União Brasil Ademir Ismerim, especialista em direito eleitoral, afirmou neste domingo (10) que não há hipótese da Câmara Municipal rejeitar as contas de 2017 de ACM Neto (União Brasil) e que ele fique inelegível à disputa para o governo do estado. Ele ressaltou que o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) deu parecer favorável à aprovação e que o questionamento não passa de uma manobra política.

“Pelo que conheço da matéria, não há nenhum dolo por parte do ex-prefeito, o que é condição para inelegibilidade junto à Justiça Eleitoral. O TCM já deu parecer pela aprovação, com ressalvas apenas para questões técnicas. Não tenho dúvidas de que isso é uma manobra política, apontada pela Câmara com o objetivo de perseguir o pré-candidato. Desde João Henrique, não há histórico em Salvador e nem na Bahia de contas reprovadas”, afirmou Ademir Ismerim.

Do ponto de vista político, para que a Câmara vote contra a aprovação do TCM, será preciso levar a análise ao plenário e que dois terços dos vereadores votem contra o parecer. Ismerim entende que o pleito não reunirá votos suficientes. “Ainda assim, a votação teria que ocorrer antes das convenções. Porque, segundo a lei eleitoral, depois que o candidato é escolhido, o que prevalece é o parecer do tribunal, que foi favorável às contas”, disse.

Ismerim destacou ainda a Lei Complementar Nº 64 de 1990, que aponta as condições de inelegibilidade dos candidatos. “Essa lei oferece ao candidato a oportunidade de que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) analise o dolo nas contas reprovadas, e não há hipótese de que isso prospere”, completou o especialista.

O vereador Claudio Tinoco, líder do União Brasil na Câmara de Salvador, classificou a manobra de Geraldo e Marta como uma mentira e de um ato de desespero do PT a tentativa de rever as contas de ACM Neto, todas aprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Ele ainda desafiou Geraldo Júnior e Marta Rodrigues.

“Não existe hipótese, a Câmara fará o mesmo que fez o TCM, vai aprovar todas as contas do prefeito ACM Neto. Porque Salvador é reconhecida por vários órgãos como primeiro lugar no país em gestão fiscal, no controle das verbas públicas. É assim que o Brasil reconhece aquele que foi o melhor prefeito do Brasil e que tem dado continuidade através de Bruno Reis (União Brasil), recebendo esta premiação e este reconhecimento”.

Tinoco afirmou que essa é mais uma manobra realizada por Geraldo Júnior, que tem a sua reeleição para a presidência da Casa sob julgamento no Supremo Tribunal Federal. Consultados pelo STF, a Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério Público Federal (MPF) já apontaram que a reeleição é inconstitucional.

“Não vamos deixar que o desespero do PT, associado ao atual presidente da Câmara, que se reelegeu numa manobra fraudulenta para poder compor essa chapa com o PT, confunda vocês. Não há hipótese, ACM Neto é pré-candidato, será o candidato a governador e eu tenho certeza, será eleito para mostrar como se pode governar a Bahia como fez em Salvador, gerindo bem os recursos públicos”, disse.

A análise das contas de 2017 da Prefeitura de Salvador foi questionada pela Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização da Câmara de Salvador, presidida pela vereadora Marta Rodrigues (PT), irmã do pré-candidato do PT ao governo do estado, Jerônimo Rodrigues. O União Brasil questiona na Justiça a formação das comissões permanentes da Casa, que segundo o partido não obedeceu às regras de proporcionalidade previstas no regimento.

Buscar alternativas profissionais longe de casa tem sido a saída encontrada por muitas pessoas que não conseguem se inserir no mercado de trabalho baiano, especialmente aqueles que buscam nos concursos públicos a estabilidade e a segurança profissional. Talvez esteja na hora de sair da Bahia para buscar a tão sonhada estabilidade em outros estados nordestinos. O CORREIO fez um levantamento e constatou que o Nordeste tem mais de 4 mil vagas disponíveis em concursos públicos, com salários de até R$ 11,5 mil.

Para quem opta pela saída, os desafios vão desde as saudades da família e amigos até os choques culturais. No entanto, os que conquistaram uma vaga garantem que o esforço é compensado e, dependendo da área, sempre há a esperança de garantir a transferência que possibilite o retorno. Outros terminam estabelecendo raízes nos seus destinos e passam a estabelecer outras relações com as regiões onde passaram a viver e trabalhar.

Responsável por um projeto chamado Caravana do Marcão, o professor Marcus Vinicius vem ajudando estudantes que desejam oportunidades fora da Bahia (Foto: Arquivo pessoal)
Em 2016, o professor de curso preparatório Marcus Vinicius Mendes, mais conhecido como Professor Marcão, junto com o sócio Léo Morais, criaram o projeto Caravana do Marcão(@caravanadomarcao ), que leva candidatos para realizarem as provas em outros estados. Na proposta, os estudantes contam com o preparo para as provas, além do transporte de ida e volta, hospedagem e segurança. “Estamos comemorando seis anos de existência e, ao longo desse período, conseguimos transformar sonhos em realidade”, comemora.

Oportunidade

Amanda Coelho,26, foi uma dessas estudantes que conseguiu uma vaga na Polícia Militar de Pernambuco graças à iniciativa. “Como muita gente, comecei estudando sozinha em casa, tentei PMSE , PMBA ,e bati na trave. Quando conheci o curso Impacto, tive três intensos meses de preparação, mas o esforço valeu a pena e me trouxe a aprovação. Foi no projeto que aprendi estudar focada, concentrada no que era importante e resolver incontáveis questões”, recorda.

Amanda Coelho realizou o sonho de atuar junto a Polícia Militar em Pernambuco e salienta o papel que o esforço tem para os êxitos nas provas (Foto: Acervo pessoal)
Amanda lembra do mantra que dizia: A repetição até a exaustão, leva a perfeição. “Todo aquele suporte me possibilitou encontrar calma na hora de fazer a prova, me fez lograr êxito e hoje ser soldado da Policia Militar de Pernambuco”, completou.

O soldado Tiago Carvalho, 33, hoje lotado na PCCães da 4° Cia do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará, também se beneficiou do projeto. Na verdade, ele colecionou aprovações na Escola de Especialista da Aeronáutica, na PM de Pernambuco e do Ceará e se emociona em lembrar do processo de preparação e como o zelo dos professores resultaram no sucesso dele e de alguns colegas. “Mais que garantir a logística, existe o suporte emocional que os professores oferecem, então fica mais fácil enfrentar e seguir com perseverança as horas difíceis”, pontuou.

Tiago Carvalho lembra que o suporte oferecido no curso preparatório facilita a superação das dificuldades no processo de prestar concurso fora (Foto: Acervo pessoal)
Rubens Feitosa,33, reconhece que o suporte preparatório otimiza as chances de quem está se preparando para um concurso público, especialmente fora do estado natal. “Comecei a me preparar sem estratégia nenhuma. Quando comecei no curso, percebi que havia uma melhora no rendimento e o fato de treinar com provas anteriores foi permitindo ganhar segurança. Morando em Pernambuco, ele também ressalta a importância das amizades feitas no percurso, especialmente dos instrutores que se tornaram amigos pessoais.

Natural de Feira de Santana, Ranielly Freire diz que o concurso público mudou a perspectiva da família e que a mudança de estado não é nada (Foto: Acervo pessoal)
Morando em Fortaleza há pouco mais de dois meses, Ranielly Freire,30, deixou Feira de Santana em busca de um sonho. Antes de se mudar para a capital cearense, ela tentou a Polícia Militar de Minas Gerais, mas foi reprovada no teste de aptidão física. “A vitória não se resume à aprovação em todas as etapas de um concurso, mas é, antes de tudo, uma vitória de vida para mim e para minha família”, conclui.

Se você também sonha com concursos fora do estado, veja as oportunidades no nordeste:

Onde: Prefeitura de Alto Santo, no Ceará
Banca: Instituto Consulpam – Consultoria Público-Privada
Vagas:259 vagas são efetivas (seis destas reservadas a pessoas com deficiência), e 272 vagas para cadastro de reserva
Salários: de R$ 1.212,00 a R$ 9.000,00
Inscrições: até 22 de julho de 2022
Contatos: Consulpam pelo telefone (85) 3224-9369 e WhatsApp (85) 9957-9369 (WhatsApp).

Onde: Prefeitura de Ocara, no Ceará
Banca: Instituto de Desenvolvimento Institucional Brasileiro (IDIB)
Vagas:230 vagas de níveis médio, técnico e superior, distribuídas entre as áreas da Saúde e da Assistência Social
Salários: entre R$ 1.212,00 e R$ 11.500,00.
Inscrições: até 18 de julho de 2022
Contatos: http://www.idib.org.br

Onde: Prefeitura de Prefeitura de São Luís, Maranhão
Banca: Instituto Selecon
Vagas:111 vagas imediatas e outras 333 para formação de cadastro reserva de aprovados
Salários: vencimento-base é de R$ 938,30, valor que contará com adicionais de compensação, periculosidade, risco de vida e gratificação, totalizando ganhos de R$ 3.272,40
Inscrições: entre os dias 6 de julho e 19 de agosto de 2022
Contatos:O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Onde: Secretaria de Educação e Esportes, Pernambuco
Banca: Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe)
Vagas:2.907 vagas e formar cadastro reserva para Professores da Educação Básica em diversas áreas
Salários: R$ 3.900,00 para jornada de 200 horas mensais e R$ 2.925,00 para jornada de 150 horas mensais.
Inscrições: até 18 de julho de 2022
Contatos:(61) 3448-0100 ou pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Onde: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI)
Banca: Comissão de Seleção de Pessoal (CSEP)
Vagas:129 vagas de níveis médio, técnico e superior (31 para servidores e 98 para Professores).
Salários: R$ 2.904,96 a R$ 9.616,18, com jornadas de 20 ou 40 horas semanais
Inscrições:25 de julho de 2022
Contatos: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Receber ligações ou mensagens com pedidos de ajuda financeira de conhecidos ou familiares; passar dias negociando a compra de algum item e só perceber, após o pagamento, que tudo não passava de golpe. O estelionato vem crescendo no Brasil. Somente na Bahia, nos últimos cinco anos, as ocorrências aumentaram 91%. Foram 16.589 crimes do tipo em 2018, contra 31.784 no ano passado, informa o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que utiliza as informações das secretarias estaduais para compilar os dados.

De acordo com o levantamento, a taxa de estelionato para cada 100 mil habitantes na Bahia é de 212. No ranking nacional, o estado apresenta a terceira menor taxa do Brasil. O Distrito Federal é o local onde mais ocorreram esses crimes, proporcionalmente: 1.309 casos para cada 100 mil pessoas.

Há alguns anos, as vítimas preferidas dos golpistas eram pessoas idosas como o avô de Caio Souza, 30 anos, que caiu em uma cilada por telefone e perdeu R$ 7 mil para um estelionatário. Mas, ultimamente, é pela internet que os criminosos mais vêm agindo. Os esquemas ficam mais elaborados graças à tecnologia, que engana mesmo quem entende do ramo, como o engenheiro de software Ivan Cezanne, 29. Ele achou que estava comprando a televisão de um amigo pelo Instagram, mas na realidade o perfil na rede social havia sido invadido.

O estelionato é previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro e acontece quando o criminoso engana a vítima para obter algum tipo de vantagem, explica o advogado criminalista Marcelo Duarte. “O crime de estelionato consiste em se obter vantagem para si ou para outro através de algum meio fraudulento por meio da indução ao erro. E aí existem muitos exemplos, golpe do pix e do boleto falso, venda de criptomoedas ou de prestação de serviços falsos”, afirma o especialista.

Entre 2018 e 2021, o registro de estelionato por meio eletrônico no Brasil aumentou quase sete vezes, atingindo a marca de 60,5 mil ocorrências, ainda de acordo com as informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Não há dados da Bahia sobre fraude eletrônica, mas o delegado Delmar Bittencourt, coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil, garante que o crime também cresceu por aqui.

“Ainda não temos como aferir com precisão os números de golpes, mas podemos assegurar que após a pandemia houve um aumento significativo em relação aos golpes virtuais”, afirma.

Vítimas
Os golpistas costumam se aproveitar da inocência e do fator surpresa para enganar as vítimas, que muitas vezes poderiam não cair no golpe com uma simples ligação de checagem para o suposto familiar em apuros.

“Alô, Vô! Sofri um acidente de moto e preciso de dinheiro agora”, disse o golpista que ligou para o avô de Caio Souza, citado no começo da reportagem. Preocupado com o neto, o idoso realizou uma transferência de R$ 7 mil para o bandido.

“Se meu avô tivesse me ligado na hora que fizeram a chamada para ele, eu provavelmente teria atendido e falaria para ele não depositar nenhum dinheiro. Mas na hora ele ficou tão preocupado que fez tudo sozinho, sem avisar ninguém”, relembra Caio sobre o golpe sofrido pelo avô em 2016.

Já Ivan Cezanne conta que ficou dois dias negociando com o golpista a TV que ele achava que era de seu amigo. O bandido que invadiu a conta do amigo de Ivan havia postado nos stories que o dono do perfil [o amigo do engenheiro] estava de mudança e por isso precisava vender alguns eletrodomésticos.

“Quando a gente já tinha acertado tudo, eu falei que iria mandar o comprovante do pix pelo WhatsApp [do amigo] e não responderam nada [no perfil do Instagram, onde a negociação ocorria]. Quando eu mandei, meu amigo me ligou perguntando o que era aquilo”, relembra Ivan. Foi quando o engenheiro percebeu que havia caído no golpe.

O valor depositado pela televisão foi metade do combinado, uma quantia de R$ 800. Ao perceber o que havia acontecido, Ivan registrou um boletim de ocorrência e conseguiu receber R$ 670 de volta do banco digital pelo qual realizou o pix. O caso aconteceu em setembro do ano passado. “Depois disso, nunca mais comprei nada pelo Instagram”, acrescenta.

Redes invadidas
O engenheiro de software não foi o único a cair no golpe nessa história. O colega que teve a conta do Instagram invadida também foi vítima de uma das artimanhas mais comuns nesse tipo de crime: a invasão do seu perfil pessoal nas redes sociais.

“A pessoa perde o controle da conta através de uma engenharia social na qual o atacante induz a vítima a clicar em um link ou fornecer um código recebido através de SMS para o telefone da vítima. Assim, o falsário assume o controle do perfil e passa a oferecer produtos com valor abaixo do mercado, informando que vai viajar e precisa se desfazer de eletrodomésticos”, explica o delegado Delmar Bittencourt.

Por isso, é importante que as pessoas fiquem atentas e não cliquem em qualquer link enviado. Configurar o aparelho celular para ter verificação em duas etapas também é uma alternativa que garante mais segurança ao usuário.

“Antes de transferir qualquer quantia, é muito importante ligar para a pessoa e confirmar se é realmente ela que está pedindo”, reforça o advogado Marcelo Duarte.
Em maio do ano passado, entrou em vigor a lei que aumentou a punição para quem cometer fraude eletrônica. Nesse crime, a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento. A pena de reclusão é de quatro a oito anos. Enquanto por estelionato tradicional, a sentença é de um a cinco anos de prisão.

Escalada de crimes
Um dos crimes mais comuns, cita o delegado Delmar Bittencourt, é o golpe do pix via WhatsApp. Nele, os falsários se utilizam da foto do perfil de um conhecido da vítima e em seguida começam a pedir uma transferência bancária com urgência. Foi assim que uma mulher perdeu cerca de R$ 40 mil este ano em Salvador. Quem conta a história é uma parente da vítima, uma professora que preferiu não se identificar.

“Ela recebeu mensagens de um celular que se passava por uma outra pessoa da família, dizendo que era um novo número. Ela ficou muito preocupada e conseguiu mobilizar R$ 40 mil, uma quantia que nem poderia gastar”, lembra a professora. A mulher que caiu no golpe realizou uma série de transferências via pix e um depósito que foi estornado.

Além dos crimes por Instagram e WhatsApp, o advogado criminalista Marcelo Duarte lembra que existem outros mais elaborados, como investimentos falsos, criptomoedas e sites e perfis fakes, que ganharam força durante a pandemia. “Muita gente quebrou na pandemia e os estelionatários surgem nesses momentos de fragilidade financeira, em que as pessoas estão precisando de dinheiro”, diz.

A enfermeira Carla Taiane de Souza, 30, foi outra baiana que caiu em golpes na internet. Ela procurou o perfil de um banco digital no Instagram quanto teve dificuldades para desbloquear um cartão de crédito, em julho de 2019. Carla acreditou que estava resolvendo o problema conversando com um atendente através das mensagens privadas e acabou dando todos os dados do cartão, inclusive o código de verificação de três dígitos.

"Na inocência, eu acabei passando os dados, mas logo depois me toquei que tinha caído numa enrascada. Quando eu entrei no aplicativo do banco vi que eles fizeram compras de mais de R$ 1 mil", relembra. A enfermeira não conseguiu recuperar o dinheiro roubado e precisou parcelar a compra para não adquirir dívidas.

Dicas para não cair em golpes na internet:
1. Configure aplicativos com verificação em duas etapas;
2. Desconfie de mensagens com erros ortográficos ou gramaticais;
3. Não clique em links desconhecidos;
4. Em caso de ligações suspeitas, não transfira nenhum valor antes de confirmar a informação recebida ligando para o amigo ou familiar que supostamente está pedindo dinheiro no app;
5. Não tenha pressa para transferir dinheiro, investigue primeiro a veracidade da informação;
6. Desconfie de promoções em resorts, hotéis, restaurantes, festas ou sites de compras com valores muito abaixo dos praticados no mercado

Os consumidores brasileiros têm enfrentado dificuldades para sanar suas necessidades de antibióticos e outros medicamentos. Os itens parecem ter “sumido” das prateleiras das farmácias. O apagão tem afetado também itens indispensáveis ao Sistema Único de Saúde (SUS) e listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) 2022, como o antibiótico amoxicilina, e dipirona, aliada de primeira hora no combate a dores e febre. Tanto o Ministério da Saúde quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já admitem risco de desabastecimento de medicamentos no mercado, segundo o jornal O Globo.

Entre os principais motivos para a escassez, estão: a alta do dólar e do barril de petróleo, cujos derivados são usados para produzir embalagens, e o aumento pela demanda por medicamentos como antibióticos durante o inverno. Além disso, a inflação também eleva o custo da cadeia de transportes.

Uma pesquisa da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), feita com 106 estabelecimentos como hospitais, clínicas especializadas e empresas que fornecem serviço de home care em 13 estados e no Distrito Federal, revela que o problema também atinge unidades de saúde, extrapolando as lojas farmacêuticas.

O levantamento constatou a falta de soro em 87,6% das instituições pesquisadas; dipirona injetável (para dor e febre), em 62,9%; neostigmina (combate doença autoimune que causa fraqueza nos músculos), em 50,5%; atropina (tratamento de arritmias cardíacas e úlcera péptica), em 49,5%; contrastes (usado em exames radiológicos), em 43,8%; metronidazol bolsa (para infecções bacterianas), em 41,9%; aminofilina (contra asma, bronquite e enfisema), em 41%; e amicacina injetável (contra infecções bacterianas graves), em 40%.

A ausência de mercadorias causa efeitos colaterais sensíveis: 40% das entidades que participaram do levantamento informaram que adquiriram o soro num preço duas vezes maior do que o praticado no mercado. Com a neostigmina (de combate à doença autoimune que causa fraqueza nos músculos), 53% apontaram que o estoque atual não chega a 25% do necessário.

Cerca de 95% dos insumos para produzir medicamentos , incluindo o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o chamado insumo fundamental, vêm da China e da Índia.

Municípios
Tanto o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) quanto o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) vêm alertando o Ministério da Saúde sobre o risco de desabastecimento no Brasil.

Noutro levantamento obtido pelo Globo, o Conasems identificou que a dipirona e os antibióticos amoxicilina, clavulanato de potássio e azitromicina são os mais “faltosos” entre as 284 cidades pesquisadas na última sexta-feira.

O ministério confirmou que articula junto à Anvisa medidas para combater o problema. A pasta informou que “trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelos SUS”.

Uma das ações foi liberar que a CMED, a quem cabe regular o mercado de medicamentos, reajustasse preços de determinados produtos ameaçados de desabastecimento. Outra foi diminuir o imposto de importação de insumos para dipirona, neostigmina e bolsas para soro, por exemplo. A Anvisa também confirma a atuação. Diz que "está monitorando os relatos de desabastecimento de medicamentos de forma a identificar situações que possam estar relacionadas a sua área de atuação".

Outro lado
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), contudo, nega o risco de desabastecimento. Segundo a entidade, que reúne empresas com mais de 95% do mercado nacional de remédios, é preciso modernizar a regulação de preços dos medicamentos — definidos pela CMED — para adequar os custos, que foram influenciados pela pandemia. A pandemia intensificou o cenário “quando os preços internacionais de IFAs e logística explodiram, precipitando o problema atual”.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) informou à reportagem que nenhuma rede associada notificou "escassez generalizada de medicamentos". Já a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) diz que não se pronuncia sobre o assunto.