Pessoas com síndrome de Down começam a ser vacinadas nesta quinta(22) em Salvador
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, anunciou, na noite desta quarta (21), que a vacinação contra o coronavírus para pessoas com síndrome de Down começa nesta quinta-feira (22). Psicólogos autônomos também começam a ser vacinados nesta quinta.
Além disso, a vacinação segue para agentes de segurança e salvamento (acima de 49 anos), doulas, idosos com 60 anos ou mais, pacientes com hemodiálise, trabalhadores da educação, trabalhadores da saúde e profissionais autônomos (médicos, fisioterapeutas, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, auxiliar e técnico de enfermagem, auxiliar e técnico de saúde bucal e nutricionistas).
A organização do cadastramento de pessoas com Síndrome de Down (SD), na faixa etária entre 18 e 59 anos, já foi definida por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), junto à Comissão de Intergestores Bipartite (CIB), que reúne representantes das secretarias municipais e estadual de saúde.
Assim como foi feito com os pacientes com comorbidades, a SMS disponibiliza o portal www.comorbidades.saude.salvador.ba.gov.br, onde deverá ser feito o cadastro clínico do paciente. O preenchimento dos dados será feito pelo médico que acompanha a pessoa com síndrome de Down, mas aqueles que não tiverem especialista particular poderão contar com o apoio das instituições que atuam na causa para o preenchimento do formulário na página eletrônica da SMS.
O profissional de saúde responsável deverá entrar no link com os mesmos login e senha usados no Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e fazer o cadastro. Estima-se que cerca de 3,8 mil pessoas com SD residam em Salvador.
Estratégias para atualização cadastral dos pacientes definidas por instituição:
1. Apae Salvador – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
Para realizar o cadastro basta acessar o site apaesalvador.org.br, clicar no banner da campanha e preencher o formulário disponibilizado na página eletrônica. No caso da impossibilidade de o médico atestar que o paciente possui a Síndrome de Down pelos documentos enviados virtualmente, os familiares serão contactados para o agendamento de uma avaliação presencial. Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (71) 99933-4126.
2. Serdown – Associação Bahiana de Síndrome de Down
A instituição disponibilizou o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., para onde devem ser encaminhados dos dados do paciente como: nome completo, data de nascimento, imagem nítida de documento oficial com foto, CPF, nome completo da mãe, endereço completo do paciente, foto do cartão SUS, uma foto de rosto e uma foto de corpo inteiro, além do anexo do exame cariótipo e um telefone de contato WhatsApp.
Em caso de não ser possível ao médico identificar que o paciente possui a Síndrome de Down pelos documentos enviados, a Serdown manterá contato por WhatsApp para os devidos encaminhamentos. Dúvidas e informações podem ser obtidas pelo telefone: (71) 3347-2424.
3. IBR/FJS – Instituto Bahiano de Reabilitação/Fundação José Silveira
O Instituto disponibilizará na próxima quinta-feira (22), das 8h às 17h, uma médica especialista para fazer avaliação de casos. O agendamento da consulta deverá ser feito previamente pelo telefone (71) 3504-5900.
4. ION – Instituto de Organização Neurológica
O Instituto fará atendimentos presenciais nos turnos matutino e vespertino da próxima quarta-feira (28). O agendamento também deverá ser feito previamente através dos telefones (71) 3336-2699 ou (71) 3336-2792. No ato da consulta deverão ser apresentados os seguintes documentos: identificação oficial com foto (RG), CPF, cartão SUS, comprovante de residência do paciente e relatório médico (caso tenha).
5. NACPC – Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia Cerebral
A instituição disponibilizou o e-mail fluxonacpc.vacinaçãO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. para o recebimento da documentação dos pacientes como: nome completo, data de nascimento, CPF, nome completo da mãe, telefone de contato e anexos do documento oficial com foto (RG), comprovante de endereço do paciente, cartão SUS, exame cariótipo ou fotos do rosto e corpo inteiro do paciente.
Em caso de não ser possível ao médico identificar que o paciente apresenta a Síndrome de Down pelos documentos enviados, será agendando avaliação presencial pelo número de contato fornecido. Dúvidas e informações podem ser obtidas pelos telefones: (71) 3235-3729 ou (71) 3611- 2902.
Confira abaixo os públicos e locais de vacinação para esta quinta (22) em Salvador
Bahia registra 85 mortes e 4.283 novos casos de covid em 24h
A Bahia registrou 85 mortes e 4.283novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,5 %) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta terça (20). No mesmo período, 4.014 pacientes foram considerados curados da doença (+0,5%).
O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 17.456. A taxa de letalidade da doença na Bahia é de 2,01%. Apesar das 85 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta terça. 84 delas ocorreram em 2021, sendo 81 no mês de abril.
De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Dos 868.047 casos confirmados desde o início da pandemia, 834.831 já são considerados recuperados, 15.760 encontram-se ativos. Na Bahia, 46.666 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Situação da regulação de covid-19
Às 12h desta terça-feira, 69 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 36 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra covid-19
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira (20) o uso emergencial de medicamentos contra a covid-19. O coquetel em questão tem uma combinação de casirivimabe e imdevimabe, dois remédios experimentais desenvolvidos pela farmacêutica Roche. Esta é a segunda opção de tratamento com remédios aprovada pela agência, depois do uso do remdesivir.
A aplicação do coquetel é intravenosa e a indição é para uso no início da doença. O uso é restrito para hospitais - a venda ao comércio está proibida neste momento. O uso emergencial foi pedido no último dia 1º.
A Anvisa indica o tratamento para adultos e pacientes pediátricos com mais de 12 anos e peso mínimo de 40kg. O paciente não deve estar fazendo uso de suplementação de oxigênio e ter risco de progressão para caso mais grave da doença. A infecção deve estar confirmada por laboratório antes do coquetel ser prescrito.
A indicação não é para pacientes graves. "Anticorpos monoclonais como casirivimabe e imdevimabe podem estar associados a piora nos desfechos clínicos quando administrados em pacientes hospitalizados com covid-19 que necessitam de suplementação de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica", diz a agência.
O coquetel já teve uso emergencial aprovado pela FDA, nos EUA. Ele foi usado para tratamento do ex-presidente do país, Donald Trump, no ano passado.
Também está sendo usado no Canadá e na Suíça, além de ter uso recomendado pela EMA, agência europeia de medicamentos.
Consórcio Nordeste vai à Rússia para garantir importação da vacina Sputnik
Representantes do Consórcio Nordeste estão na Rússia para tentar acelerar o processo de importação da vacina Sputnik V, quando o imunizante for liberado no Brasil. A informação é da colunista do jornal O Globo Bela Megale.
O secretário-executivo do Consórcio, Carlos Gabas, e o sub-secretário, Thiago Campos, terão reuniões com o Centro Gamaleya, estatal responsável pelo desenvolvimento da Sputnik V, e o Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), que financiou a pesquisa para desenvolver a vacina.
Presidente do Consórcio que representa os nove estados do Nordeste, o governador do Piauí, Wellington Dias, disse a missão da comitiva é garantir que após a liberação da vacina, os lotes previstos para o mês de abril sejam despachado.
"O objetivo dessas agendas é garantir condições para que, imediatamente após a liberação da Anvisa ou do Supremo Tribunal Federal (STF) para a importação da Sputnik V, tenhamos tudo desembaraçado para que as doses previstas para abril sejam despachadas", disse o governador do Piauí para a coluna da jornalista.
De acordo com a coluna, há uma preocupação dos governadores com a falta de posicionamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o acordo nacional referente à Sputnik V, feito por seu antecessor, Eduardo Pazuello. O Consórcio do Nordeste fechou com os russos a compra de 37 milhões de doses e colocou esses imunizantes à disposição da pasta da Saúde, para serem incluídos no Plano Nacional de Imunização (PNI). Dessa maneira, haveria uma distribuição proporcional da vacina a todos os estados do Brasil.
Pazuello garantiu que as doses do Consórcio integrarão o PNI. No entanto, com a troca de ministro na Saúde, o assunto não foi retomado. O governador Wellington Dias diz que tem buscado uma reunião com o ministro. Caso Ministério e Consórcio não entrem em acordo, as 37 milhões de vacinas serão destinadas diretamente aos estados do Consórcio do Nordeste.
Com medo da Covid-19, pacientes reduzem consultas preventivas e preocupam médicos
Desde o início da pandemia, um fenômeno tem preocupado médicos em todo o país. As pessoas estão deixando de lado o acompanhamento da saúde, dando espaço para um crescimento do número de casos de doenças cardiovasculares, diabetes e psicopatologias.
“O sinal de alerta em relação à diminuição do acompanhamento médico foi aceso desde o ano passado. Infelizmente, as pessoas têm deixado de ir às clínicas e hospitais por medo da Covid, sendo que o tratamento desse tipo de paciente é realizado em unidades específicas, justamente para evitar a disseminação do vírus”_ Everson Marcos Matt, médico clínico geral, cardiologista e professor da Faculdade AGES de Medicina
Segundo o médico, de março do ano passado para cá, os indicadores de complicações por doenças cardiovasculares e diabetes, por exemplo, dobraram, por isso é preciso alertar a população com menos acesso à informação sobre a importância de se prevenir. “Reforçar a diferenciação entre as unidades para o tratamento da Covid e aquelas destinadas para o cuidado de outras doenças é fundamental. As pessoas não podem deixar de ir à USF fazer os seus exames de rotina pois os cuidados com a saúde básica são importantes para evitar as complicações provocadas pelo novo coronavírus”, afirma.
Prevenção
Um dos principais quadros de saúde que vem assustando a comunidade médica, em função do crescimento nas ocorrências, é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), problema causado pela obstrução de vasos sanguíneos que resulta em um bombeamento insuficiente do sangue para cérebro. Segundo o chefe do departamento de neurologia do Hospital Santa Izabel e professor da UFBA, Pedro Antônio Pereira, a ausência das visitas preventivas ao médico e o retardo no atendimento de pacientes com quadro de AVC têm provocado um número cada vez maior de mortes.
O especialista afirma que mesmo sem a presença de sinais que indiquem anomalias na saúde, as pessoas devem manter as visitas regulares ao médico. “Quem tem acima de 45 anos deve visitar o cardiologista ao menos uma vez ao ano, mesmo que não esteja apresentando nenhum sintoma, pois essa é a única arma para identificar potenciais problemas e dar o tratamento adequado, evitando que o problema se manifeste”, aponta Pedro.
Um outro ponto importante para o chefe do departamento de Neurologia do Hospital Santa Izabel é a busca rápida por atendimento especializado ao sinal dos primeiros sintomas, já que o tratamento tardio pode aumentar a chances de sequelas e até mesmo a morte. “No caso o AVC, quanto mais tarde o paciente for atendido, maior será a perda de tecido cerebral, resultando em sequelas mais graves. Por isso, se a pessoa apresentar paralisia de parte do corpo, dificuldade para falar ou boca torta, deve ser procurada uma unidade de referência com urgência para tratar o problema”, diz. “Independentemente da pandemia, não se pode abandonar a prevenção”, completa.
Fonte: Correio24horas
Bahia registra 68 mortes e 1.430 novos casos de covid em 24h
A Bahia registrou 68 mortes e 1.430 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2 %) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda (19). No mesmo período, 2.211 pacientes foram considerados curados da doença (+0,3%).
O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 17.371. A taxa de letalidade da doença na Bahia é de 2,01%. Apesar das 68 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. 61 delas ocorreram em 2021, sendo 56 em abril.
De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Dos 863.764 casos confirmados desde o início da pandemia, 830.817 já são considerados recuperados, 15.576 encontram-se ativos. Na Bahia, 46.600 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta segunda-feira, 85 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 27 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Anvisa autoriza novo teste clínico de vacina para covid-19 da chinesa Sichuan
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na sexta-feira (16), o sexto teste clínico de vacina contra a covid-19 no Brasil. Trata-se do imunizante financiado pela empresa Sichuan Clover Biopharmaceuticals, sediada na China
Chamada de SCB-2019, a vacina é administrada em duas doses com intervalo de 22 dias. Segundo a Anvisa, o ensaio clínico aprovado é de fase 2/3 e será do tipo duplo-cego, ou seja, nem o paciente e nem o médico sabem se estão recebendo a vacina teste ou o placebo.
Na fase de testes, planeja-se incluir 12.100 voluntários com mais de 18 anos, distribuídos entre Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Além do teste no Brasil, o imunizante também será analisado em 22 mil voluntários distribuídos entre países da América Latina, além da África do Sul, Bélgica, China, Espanha, Polônia e Reino Unido.
Para a autorização, a agência explica que analisou os dados das etapas anteriores de desenvolvimento dos produtos, incluindo estudos não clínicos in vitro e em animais, bem como dados preliminares de estudos clínicos em andamento. "Os resultados obtidos até o momento demonstraram um perfil de segurança aceitável das vacinas candidatas", declara a Anvisa.
Covid-19 já dizimou o equivalente a quase cinco cidades baianas juntas
É como se Maetinga, Catolândia, Lafaiete Coutinho, Lajedinho e quase toda Lajedão deixassem de existir em um ano. Esse é o trágico efeito da covid-19, doença fatal para 17.303 baianos, segundo os dados do boletim epidemiológico de domingo (18) da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A quantidade de mortes é quase igual a população dessas cinco cidades baianas que, no total, possuem 17.789 habitantes, de acordo com a projeção mais atualizada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os cinco municípios citados estão espalhados em quatro regiões diferentes da Bahia: Maetinga e Lafaiete Coutinho ficam no centro-sul, enquanto Catolândia está no centro-oeste, Lajedinho no centro-norte e Lajedão no extremo sul. Ambas possuem como característica em comum o fato de serem cidades pequenas, que não chegam a 4 mil habitantes. Juntas elas possuem 1,3 mil casos de covid-19 registrados e 17 mortes.
“Essa comparação serve para chamar atenção ao tema. Uma grande proporção desses 17 mil óbitos no estado, assim como das quase 380 mil mortes do Brasil, teria sido evitada caso a forma de se lidar com a pandemia tivesse levado em consideração uma estratégia distinta da que tem sido feita atualmente”, critica o epidemiologista e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Naomar Almeida Filho.
Para o especialista, as ações adotadas atualmente não visam controlar a pandemia e sim reduzir danos. “As medidas são feitas para que consigamos atender os casos de graves. É daí que se pensa tanto na disponibilidade de leitos e insumos farmacêuticos, como se a pandemia não fosse um problema epidemiológico. Temos que ter uma estratégia eficaz que reduza a transmissão do vírus e estamos longe disso. Não é só um problema da Bahia é o Brasil todo que está nesse caminho”, diz.
O número de mortos por covid-19 na Bahia também é superior à população individual de 215 cidades do estado. Mesmo assim, a taxa estadual de letalidade da doença é de apenas 2,01%, uma das menores do país. “Letalidade é a proporção de óbitos em relação ao número de pessoas que têm a doença. É um dado importante, pois mede a capacidade do sistema em tratar corretamente a doença e evitar mortes”, explica o professor Naomar.
A Bahia é o sétimo estado com menor letalidade do país, que tem 2,7% no total. Na outra ponta da lista está o Rio de Janeiro, com 5,9%, índice muito acima do considerado normal. “A letalidade da covid no mundo é menor que 1. A Bahia ainda está acima do padrão mundial, mas comparando com os piores cenários dentro do nosso país, estamos realmente numa posição boa”, argumenta o cientista.
Social
Das 17.303 mortes na Bahia por covid, 55% eram homens e 45% mulheres. A imensa maioria das vítimas tinham cor parda (55%), seguidos pelos brancos (22%) e pretos (15%). Outros 0,13% dos óbitos foram de indígenas e no restante não havia informação de cor. O percentual de óbitos com comorbidade foi de 65,60%, sendo as doenças cardíacas e crônicas as mais presentes. Para o professor Naomar, esses números mostram que há uma questão social atrelada à letalidade da covid.
“Não é só a questão do cuidado e sim a condição em que as pessoas chegam no sistema de saúde e se o próprio sistema consegue aplicar todas as medidas para evitar o óbito. É algo complexo, pois nosso sistema tem diferenças entre si. Hospitais privados são diferentes dos públicos. Pessoas negras e pobres são as que mais morrem. Tem a condição socioeconômica ligada a isso”, argumenta.
Nesse cenário, a Bahia vive atualmente uma fase de registros diários de grande quantidade de óbitos. No dia 25 de fevereiro, por exemplo, o estado atingiu pela primeira vez a marca de 100 mortes por dia de covid-19. De lá para cá, 52 dias se passaram. Desses, em 36 vezes houve registros iguais ou superiores ao de 100 mortes diárias, inclusive na última sexta-feira (16), quando 134 óbitos foram registrados.
Essa quantidade de mortes tem reduzido a proporção de nascimentos e óbitos no estado. Segundo dados da Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen-BA), enquanto em março de 2019, para cada 100 nascimentos ocorreram 40 mortes, em 2021, a proporção para o mesmo período foi de 100 nascimentos para 60 óbitos, um recorde na série histórica, que começou a ser calculada em 2003. Em locais como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro já foram registradas mais mortes do que nascimentos, de acordo com reportagem do Estadão.
Médica infectologista, Adielma Nizarala chama atenção ao fato de que esses números são vidas humanas perdidas que poderiam ter sido evitadas. Para isso, a população também precisa colaborar. “A gente só consegue frear o avanço do vírus com medidas de controles. As pessoas precisam entender que não tem outra solução. Infelizmente, nós vamos continuar vivendo com a pandemia. Incertezas continuam, mas já temos certezas: vacinação, medidas de higiene e distanciamento social funcionam”, defende.
Ainda para a especialista, uma medida mais radical, como o lockdown, para frear o número de casos, teria que ser feito com a coordenação do governo federal.
“Não podemos nem fechar completamente, pois essa é uma posição que precisa ser tomada a niiel nacional. Ser uma coisa unificada e para todos. Então, vamos ter que conviver com as medidas. Se eu fico distanciada das pessoas, uso máscara e higienizo minhas mãos, consigo frear a multiplicação de vírus e casos graves. Quanto mais cuidados, mais haverá diminuição de transmissão”, diz.
Já o professor Naomar, crítico da forma como o país tem lidado com a pandemia, não acredita que os números vão melhorar nos próximos dias. “Na primeira onda, os números se estabilizam em níveis altos e caíram de forma devagar. O que me parece é que, nessa segunda onda, ao invés da gente reduzir rapidamente os números, como aconteceu em outros países, nós estamos atingindo um novo cenário de estabilidade, só que com só números lá em cima. Meu receio é que essa segunda onda seja semelhante a primeira, o que nos coloca no risco de vivermos uma terceira onda, pois se o vírus circula, ele varia. E aí tem a reinfecção”, lembra.
Para superar o problema, o especialista só vê duas alternativas: ou adoção de políticas que reduzam drasticamente os níveis de transmissão, casos e mortes ocasionados pela doença ou a vacinação massiva e acelerada da população. “Não essa que está sendo feita. Tem que aumentar o número de doses aplicadas em todos”, diz.
O CORREIO tentou repercutir o assunto com a Rede CoVida, mas não teve retorno.
Cidades
Embora o estado tenha taxa de letalidade considerada baixa para os padrões nacionais, com apenas 2,01%, algumas cidades baianas chamam a atenção pela quantidade de mortes. Nove delas chegam a ter letalidade acima de 5%, segundo os dados da Sesab. É o caso de Canavieiras, Igaporã, Santana, Malhada, Água Fria, Brejolândia, Rio do Pires, Chorrochó e Paramirim.
Nessa última, localizada no centro-sul baiano, 14 óbitos e 199 casos foram registrados, de acordo com o boletim estadual de sábado (17), o que dá uma taxa de letalidade de 7,04% na cidade de população de 21 mil habitantes. Para o professor, esses números são sinais da desigualdade ao acesso a saúde que existe dentro do estado.
“Em geral, cidades menores e distantes tem menos acesso ao sistema de saúde. Os casos que estão aparecendo lá não estão chegando aos hospitais ao ponto de conseguir manter as pessoas vidas. Quando isso ocorre, é preciso fazer um tratamento especial para esses locais, o que está distante do que temos oferecido no Brasil”, lamenta.
Mesmo com a alta taxa de letalidade, o professor explica que, caso o problema dessas cidades fosse resolvido, não haveria um impacto significativo nos dados do estado, por os municípios pequenos não terem grande expressão nos dados. “O padrão da Bahia é mais determinado pelos municípios de maior população, onde tem mais transmissão, casos e óbitos, mas também mais rede hospitalar”, explica.
Atualmente, a Bahia possui apenas uma cidade que não registrou mortes por covid-19. Trata-se de Cravolândia, localizada no centro-sul do estado, na região do Vale do Jiquiriça. Em 2021, segundo a Sesab, das 417 cidades baianas, apenas 11 não registraram mortes por covid. No entanto, os nomes desses municípios não foram divulgados.
Bahia registra 134 mortes e 3.413 novos casos de covid em 24h
A Bahia registrou 134 mortes e 3.413 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,4 %) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta sexta (16). No mesmo período, 3.791 pacientes foram considerados curados da doença (+0,5%).
O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 17.134. A taxa de letalidade da doença na Bahia é de 2,00%. Apesar das 134 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta sexta. 120 delas ocorreram em 2021, sendo 111 entre os dias 1º e 15 de abril.
De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Dos 855.871 casos confirmados desde o início da pandemia, 823.110 já são considerados recuperados, 15.627 encontram-se ativos. Na Bahia, 46.457 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta sexta-feira, 89 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 36 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Bahia recebe mais 396 mil doses de vacinas, entre Sinovac e Astrazeneca
Mais 396 mil doses de vacinas contra a Covid-19 chegaram à Bahia nesta sexta-feira (16). Do total, 239 mil foram produzidas pela Fiocruz/Astrazeneca/Oxford e 157 mil pelo Butantan/Sinovac. Com esta carga, que chegou ao aeroporto de Salvador por volta das 9h30, o estado totaliza 3.670.000 doses recebidas, entre Coronavac e Oxford, desde o dia 18 de janeiro, quando chegou a primeira remessa. Este é o décimo terceiro envio que chega à Bahia.
Segundo a coordenadora estadual de Imunização, Vânia Vanden Broucke, as vacinas serão imediatamente conferidas e separadas para todas as regionais de Saúde e também para todos os municípios da região metropolitana.
"Quando as vacinas chegam lá nas regionais de Saúde, elas também são distribuídas para todos os seus municípios de abrangência, completando assim a entrega para os 417 municípios do estado da Bahia", afirmou Vânia.