Apesar do avanço na vacinação, algumas cidades da Bahia enfrentam o pior momento da pandemia. Nessa segunda-feira (17), hospitais de 16 municípios do interior estavam com 100% de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), de acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Essa realidade está acompanhada por um momento de explosão de novos casos e também falta de medicamentos para o tratamento da covid.

Essa é a situação de Paulo Afonso, por exemplo, cidade localizada a quase 500 quilômetros de distância de Salvador. O município de 120 mil habitantes já é o quinto na Bahia com mais casos ativos de covid-19: 379, segundo os dados da Sesab, mas 455, segundo o último boletim epidemiológico do município. Por lá, o Hospital Municipal Aroldo Ferreira está com os 10 leitos de UTI ocupados e há falta de medicamentos.

“No momento, estamos passando por um caos em Paulo Afonso. Não tenho como colocar mais pacientes, estou correndo para abrir leitos e preciso do apoio de todo mundo. Quem tiver insumos, medicações que possam nos ajudar, vejam, nos ajudem, enviem. Estou com meus processos em andamentos, com meus fornecedores para entregar. Tenho fornecedores que dizem que os fabricantes não têm matéria prima para entregar o que a gente comprou. Então, para dar suporte a todos vocês, preciso que vocês me ajudem”, disse o secretário interino de Saúde de Paulo Afonso, Adonel Júnior.

Essa declaração foi dada em um áudio vazado dirigido para os colegas das cidades vizinhas. A veracidade da gravação foi confirmada pela prefeitura e pelo próprio secretário.

“Estamos vivenciando um verdadeiro caos, porque diariamente recebemos centenas de pessoas de toda uma região e, por mais que tenhamos insumos e profissionais, tem um momento que os medicamentos não atendem a alta demanda”, disse.

Mas não é só a região Norte da Bahia, onde Paulo Afonso está localizada, que sofre com a ocupação das UTIs. As 16 cidades com hospitais lotados estão espalhadas em oito das nove macrorregiões. Confira a lista completa das unidades de saúde ocupadas e seus respectivos municípios no final do texto.

Barreiras está no pior momento da pandemia
No Oeste do estado, a cidade-polo de Barreiras também enfrenta o pior momento da pandemia. Segundo os dados da Sesab, são 441 casos ativos, mas o boletim epidemiológico municipal revela muito mais: 1.162 pessoas estão com a covid-19 atualmente, o que a coloca no segundo lugar da lista de cidades com mais casos ativos da Bahia. Lá tem 50 leitos de UTIs divididos em dois hospitais (Central e do Oeste). 49 estão ocupados – apenas o Hospital do Oeste tinha um leito vago na tarde dessa segunda-feira.

Por causa desse cenário, na última sexta-feira (14), a prefeitura determinou o fechamento do comércio não essencial por 10 dias. Um dia depois, o governo do estado determinou que toda a região Oeste entrasse em lockdown parcial até 25 de maio. Por ser a maior cidade da região, os hospitais de Barreiras recebem pacientes das cidades vizinhas. O secretário de Saúde, Melchisedec Neves, aprovou a decisão.

“O atual momento da pandemia no nosso município nos levou a tomar medidas urgentes que visam o enfrentamento do quadro mais grave já deparado por nós desde março do ano passado. (..) Os números são alarmantes e não encontramos mais médicos para contratar. Os que estão atuando, já estão exaustos devido à sobrecarga dos trabalhos intensos. Por isso, precisamos da colaboração de todos”, disse.

No total, são 36 cidades do Oeste, incluindo Barreiras, que estão com lockdown parcial: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

No Nordeste da Bahia, municípios declaram “lockdown” por conta própria
Se as grandes cidades não têm vagas nos leitos de UTis, as pequenas, que não têm essa infraestrutura hospitalar mais complexa, ficam reféns da fila da regulação. Esse é o caso de Monte Santo e Ribeira do Pombal, municípios localizados no Nordeste da Bahia, que entraram em lockdown para frear a contaminação e evitar o aumento de casos e mortes na cidade.

Em Monte Santo, a decisão veio depois que, em menos de uma semana, dois óbitos por covid-19 foram confirmados na cidade. Atualmente, o município de 50 mil habitantes tem 150 casos ativos e outros 51 suspeitos. No total, são 33 mortes desde o início da pandemia. Lá, o lockdown já começa nessa terça-feira, 18 de maio, e vai até o próximo domingo (23).

“Diante de um cenário onde do dia 1º de maio até hoje tivemos confirmados vários casos, acendeu o sinal vermelho. Eu convidei os vereadores e representantes da sociedade civil de Monte Santo. Ficou decidido pela maioria a necessidade de fazermos um lockdown. Serão seis dias em que eu peço para os cidadãos refletirem e fazerem sua parte, para assim vencermos a pandemia”, disse a prefeita da cidade, Silvania Matos.

Já Ribeira do Pombal, com seus pouco mais de 50 mil habitantes, encontra-se com quase o dobro de casos ativos do que Monte Santo. São 290, no total, o que coloca a cidade na oitava colocação da lista dos que mais tem casos ativos na Bahia, segundo a Sesab. O lockdown por lá começou na sexta-feira (14) e vai até às 5h dessa quinta-feira (20).

“Eu peço a cada um de vocês que nos ajude. [Essa] é a única forma de conter o crescimento do vírus na cidade”, disse o prefeito Eriksson Silva, em vídeo gravado para a população da cidade. No total, Ribeira do Pombal tem 46 mortes por covid-19. Em toda região Nordeste, onde as duas cidades estão localizadas, há apenas um hospital com leitos de UTI. É o Regional Dantas Bião, em Alagoinhas, que também está com 100% de ocupação.

Governador disse acompanhar a situação
Em uma rede social, o governador Rui Costa classificou a realidade do oeste do estado como “crítica” e a de Paulo Afonso como “preocupante”. Ele disse que o governo do estado está acompanhando e tomando medidas.

“A situação do Oeste da Bahia é muito crítica. A região de Paulo Afonso também nos preocupa, então, o Governo do Estado, juntamente com as prefeituras, já está tomando medidas para frear a transmissão do coronavírus nessas localidades”, disse.

A Sesab disse que também acompanha a situação. “A Sesab segue monitorando as cidades e, caso seja necessário, transferindo pacientes para outras unidades”, afirmaram, em nota. Também nessa segunda-feira, Rui criticou as festas com aglomerações, o que para ele tem sido um grande centro de reprodução da covid-19. Por isso, a governadoria já antecipou que vai suspender o transporte intermunicipal no período das festas juninas.

“Não permitiremos a realização de festas de São João em nenhuma cidade, nenhuma região da Bahia. Temos que ter responsabilidade neste momento. Fazer festa agora é desrespeitar a vida humana”, escreveu.

"Se não frear a contaminação, a tendência é piorar”, alerta cientista.
Coordenador do portal Geocovid, que analisa os dados da pandemia no Brasil, o professor Washington Franca-Rocha alerta da necessidade de se fazer medidas de isolamento que possam diminuir os números preocupantes. “Se não frear a contaminação, a tendência é piorar. A projeção dos dados é que esses locais continuem numa situação ruim nos próximos dias. É preciso medidas mais duras de isolamento”, diz. Na avaliação do professor, três regiões da Bahia encontram-se com a situação mais preocupante: Oeste, Norte e Sudeste.

“Quando a gente olha os números de mortes, tem municípios como Correntina, Baianópolis, Santa Maria da Vitória, Carinhanha, Xique-Xique, Sobradinho, Campo Formoso, Uauá e Jeremoabo com números assustadores. Em casos, a gente vê uma situação mais grave nos municípios próximos à fronteira de Minas Gerais”, alerta.

Outro fator de destaque para que haja redução nos números da pandemia é o aumento da vacinação. “Nas faixas etárias mais novas, o percentual de vacinados é baixíssimo. O problema é que as variantes que estão circulando são mais agressivas e atingem pessoas mais jovens. A vacinação precisa avançar também nos mais jovens para que a situação melhore”, defende.

Lista dos hospitais com 100% de ocupação da UTI na Bahia:

Na região Centro-leste:
Hospital De Feira De Santana
Hospital Da Chapada, em Itaberaba
Hospital Regional Da Chapada, em Seabra

Na região Extremo-sul:
Hospital De Tratamento Covid19, em Eunápolis

Na região Leste:
Hospital Santa Helena, em Camaçari
Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus

Na região Nordeste:
Hospital Regional Dantas Bião, em Alagoinhas

Na região Norte:
Hospital Municipal Aroldo Ferreira, em Paulo Afonso
Hospital Regional de Juazeiro

Na região Oeste:
Hospital Central de Barreiras

Na região Sudoeste:
Hospital Municipal de Caetité
Hospital Regional de Guanambi
Hospital São Vicente de Paulo, em Vitória da Conquista

Na região Sul:
Hospital Vida Memorial, em Ilhéus
Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna
Hospital São Vicente em Jequié

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A administradora Patrícia Orrico, 63 anos, deveria ter recebido a segunda dose da vacina Coronavac no dia 2 de maio, mas não foi isso que aconteceu. Ela só conseguiu se vacinar nesta terça (11) devido à falta de doses do imunizante, que atinge a maioria dos municípios baianos, inclusive a capital, e também outros estados do Brasil. O atraso e as incertezas têm preocupado quem espera pelas doses. “Foi muito frustrante. Esses dias não foram de espera, porque a gente não sabia quando ia poder tomar, foram dias de incerteza e angústia mesmo”, diz Patrícia.

A aposentada Nara Pizarro, 67 anos, também passou pelo mesmo problema. Ela deveria ter completado a imunização com a Coronavac no dia 30 de abril, mas só conseguiu se vacinar no dia 10 de maio. “Eu fiquei muito apreensiva, muito ansiosa, pensando que não ia conseguir me vacinar, mas procurando me controlar porque eu não tenho mais 20 anos de idade. Fiquei com medo de pegar covid nesse tempo de espera”, conta a aposentada.

De acordo com o secretário municipal da Saúde (SMS), Leo Prates, a falta de doses da Coronavac teve início no dia 29 de abril e atingiu cerca de 84 mil pessoas. Com a chegada de três mil doses da vacina nos dias seguintes, foi possível suprir a demanda de quem estava com os dias 29 e 30 de abril - e algumas com o dia 1º de maio - marcados no cartão de vacinação como a data para a segunda dose. Mas, depois disso, o cenário ficou mais complicado. Somente a partir da chega de 26 mil doses à capital no último sábado (8), é que Salvador pode dar continuidade à imunização desse público.

Na segunda (10), a vacinação seguiu para as pessoas que tinham segunda dose prevista para o dia 1º de maio, um total de 13.191 pessoas. Nessa terça (11), além dos remanescentes do dia anterior, foi a vez dos que estavam sinalizados para 2 de maio, que somam 7.666 pessoas. Até o próximo domingo, o número de atrasos, antes de 84 mil pessoas, deve diminuir para 58 mil.

A falta de doses, porém, tem explicação: o atraso no envio de imunizantes da Coronavac pelo Ministério da Saúde para os estados e municípios. “Nós tínhamos um estoque controlado para 12 dias e o Ministério da Saúde ficou cerca de 20 dias sem nos enviar”, afirma Prates. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), o Ministério da Saúde alega que os fabricantes não estão conseguindo entregar as vacinas conforme contrato estabelecido, sobretudo, por dificuldades na importação do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), que é a base da produção da vacina.

A recomendação inicial do Ministério da Saúde era de que fossem reservadas pelos estados as doses referentes à segunda aplicação. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a recomendação mudou no dia 21 de março deste ano, a partir do 8º lote das vacinas. Ou seja, a orientação passou a ser de que não fosse feita mais reserva de segunda dose e que todas as doses recebidas fossem logo aplicadas. Na prática, isso significa que o Ministério tem a obrigação de garantir a segunda dose em tempo hábil.

Mas, de acordo com o secretário municipal, Salvador não seguiu essa orientação e reservou uma parte das doses, mas, mesmo assim, não foi suficiente. “Não aplicamos logo tudo que recebemos e, por isso, pudemos passar um longo período sem falta de Coronavac, mesmo sem o envio pelo Ministério, mas não conseguimos sustentar isso por tanto tempo. Alguns membros do governo federal falavam que os municípios não aplicavam as doses no mesmo ritmo que elas eram enviadas, mas a história está respondendo agora a eles que não era isso”, explica o secretário.

Além da demora no envio de doses, Prates também culpa a quantidade de líquido nos frascos do imunizante. “Outro problema noticiado pelo Brasil todo é que imaginávamos ter uma quantidade em estoque que não era verdadeira porque os frascos estavam com menos doses do que deveriam. No nosso entender, a máquina do Butantan estava descalibrada e, ao invés dos frascos virem com 10 doses, vieram com nove ou oito. Em Salvador, isso representou cerca de 23 a 25 mil doses”, afirma.

O problema não se restringe à Salvador e nem à Bahia. Segundo informações divulgadas pela TV Globo, um levantamento feito com as secretarias estaduais de saúde aponta que ao menos 19 estados do país estão sendo atingidos pela falta de Coronavac. Esses 19 estados necessitam de mais de 1,5 milhão de doses para completar a imunização de todas as pessoas que já tomaram a primeira dose da Coronavac. São eles: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Ceará e Piauí.

Qual a consequência desse atraso?

O fabricante da Coronavac, que é o Instituto Butantan, determina que o prazo máximo entre as duas doses de Coronavac seja de 28 dias. No entanto, o Ministério da Saúde tem sinalizado que este prazo pode ser ampliado para 40 dias, sem que haja redução da eficácia.

“O Ministério da Saúde diz que não há ainda registro de comprometimento da eficácia. Ele diz que nós devemos garantir as segundas doses, que o importante é completar a imunização, independentemente do tempo que exceder”, diz o secretário de saúde municipal, Leo Prates.

A infectologista Fernanda Grassi, pesquisadora da Fiocruz, tenta tranquilizar quem está na fila de espera ou que recebeu a segunda dose após o prazo. “Não é um número mágico, são números com ensaios clínicos. A Coronavac está indicada para 28 dias, mas acreditamos que com uma, duas semanas de atraso, não terá perda significativa de imunização, porque não é algo matemático”.

A infectologista, porém, explica que não há estudos definitivos sobre as consequências de tomar a segunda dose depois do prazo, apenas antes. “No caso da Coronavac, já há um estudo que indica que, quando a segunda dose é aplicada após 14 dias da primeira, há uma resposta muito baixa. O intervalo de 28 mostrou uma resposta melhor. Esse é o prazo recomendado agora e que o Brasil está seguindo. Ou seja, com um prazo menor do que o indicado, já sabemos que a eficácia cai, mas é importante ressaltar que não sabemos o que acontece se for um prazo maior”, conclui.

Filas
Ao longo desses dois dias, foram registradas longas filas nos postos de vacinação da capital. Um dos locais com maior movimentação foi o ponto montado na UniFTC, na Avenida Paralela, com relatos de algumas pessoas que aguardam na fila há mais de 6 horas nesta segunda (10). Nesta terça (11), o problema continuou e, pela manhã, também foi registrada uma longa fila no local. Por volta das 17h, porém, não havia mais pessoas à espera de vacinação na fila destinada aos pedestres.

De acordo com Leo Prates, o grande problema das filas é que muitas pessoas estão indo se vacinar sem terem agendado o atendimento. “O sistema pode suportar 7.666 ou 10 mil pessoas, mas os postos não dão conta de 84 mil”, diz. O secretário alerta que a prefeitura não está mais agendando vacinação para as pessoas com segunda dose de Coronavac atrasada. “Nós abrimos no domingo (9) todas as vagas para até amanhã, cerca de 8 mil vagas. Então paramos aí porque não há mais doses”.

Ainda não há previsão para a vacinação correspondente ao dia 3 de maio. Notícia ruim para Viviana Martin, de 62 anos. Ela tem o dia 3 de maio marcado no cartão de vacinação como data para a aplicação da segunda dose. A filha, Emília Marini, de 36 anos, estava na expectativa de conseguir vacinar a mãe ainda nesta quarta (12). “Eu já estava pronta para levar ela nesta quarta. Estava acontecendo vacinação para o pessoal do dia dois, então acreditei que nesta quarta já seria o pessoal do dia três. A gente fica ansioso, preocupado para que ela fique logo imunizada. Soube que está tendo bastante fila, mas não tem problema, a gente encara a fila mesmo", diz Emília.

Quando chegam mais doses?

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, anunciou durante entrevista coletiva na manhã desta terça (11), que a cidade deve receber 70 mil doses da Coronavac até domingo (16). A Bahia vai receber, ao todo 400 mil doses. Com o recebimento, a previsão é de que a situação dos atrasos seja regularizada.

As doses vêm do lote de 2 milhões de doses da Coronavac que foi entregue ao Ministério da Saúde pelo Instituto Butantan nesta segunda (10) e dos demais que chegarão ao longo da semana, totalizando 5,1 milhões de doses a serem entregues até o final desta semana.

Durante a entrega de doses para o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, o Instituto Butantan demonstrou preocupação com os próximos prazos. O diretor do Instituto afirmou que a indefinição para o governo da China liberar a exportação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), necessário para a produção da Coronavac, pode afetar o cronograma de vacinação contra a covid-19 a partir de junho.

Há a expectativa de que o insumo seja liberado até próxima quinta-feira (13) e, assim, chegaria até o dia 18, mas o envio ainda não foi confirmado.

Em depoimento à CPI da Covid, nesta terça (11), o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, reforçou que existem problemas no recebimento do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) usado na produção de vacinas contra a covid-19. "Temos visto problemas de demora pontual de chegada da IFA, em especial da China", disse.

"Temos dois grandes países que detém primazia na produção do IFA, um a Índia e outro a China. Esses países acabam influenciando um porcentual maior que 50% da produção de medicamentos do mundo. Observamos dificuldades, momentos que IFA demora a chegar", afirmou o presidente da Anvisa, segundo quem não existem dados que apontem para uma menor qualidade de produtos advindos da China”, completou o presidente da Anvisa.

Chegada de mais doses da vacina Pfizer

Um novo lote de vacinas contra covid-19 produzidas pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceria com a empresa alemã BioNTech, chegou à Bahia nesta terça (11), reforçando o estoque de imunizantes. São 69.030 doses para o estado, sendo 17.500 delas para Salvador. O restante, cerca de 80%, fica com os 12 municípios da Região Metropolitana de Salvador.

O avião trazendo a carga pousou no aeroporto de Salvador às 0h45 desta terça-feira (11). Com mais este envio, a Bahia soma 95.940 imunizantes da Pfizer/BioNTech. Além dessas, o estado já recebeu 2.794.200 doses da Coronavac e 216.3950 Oxford/AstraZeneca, totalizando 5.054.090.

As Secretarias Municipais de Saúde podem fazer a retirada gradual das vacinas na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (CEADI), em Simões Filho, em virtude do prazo de aplicação de até cinco dias quando refrigerado em temperaturas de 2°C e 8°C.

De acordo com o secretário Leo Prates, as doses destinadas à Salvador já estão no Complexo Municipal de Vigilância à Saúde, na Avenida Vasco da Gama. Lá, estão armazenados nos ultracongeladores, que chegam a uma temperatura de - 86 ºC, permitindo um armazenamento de até seis meses.

Vacinação nesta terça (11)

Salvador começou a vacinar nesta terça pessoas com Anemia Falciforme, trabalhadores das Escolas de Ensino Profissionalizante formal e trabalhadores de farmácia estão incluídos na vacinação na capital.

Para ser imunizada, a pessoa com Anemia Falciforme, precisa ter a idade igual ou superior a 40 anos, estar com o nome na lista do site da Secretaria Municipal da Saúde e no ato da vacinação deve apresentar um documento de identificação com foto, além de levar a cópia de um relatório médico com o número da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID) para falciforme com qualquer data de emissão, exame de diagnóstico para a doença (Eletroforese de Hemoglobina) e carteira de identificação dos serviços especializados que atendem a doença em Salvador.

Para os trabalhadores de farmácia é necessário estar com o nome no site da Secretaria Municipal da Saúde e no ato da vacinação levar documento oficial com foto e uma cópia do contracheque. Para os trabalhadores das escolas de ensino profissionalizante, que fazem parte da rede básica de educação, é necessário ter o nome no site da Secretaria Municipal da Saúde e no ato da vacinação levar documento oficial com foto e cópia do contracheque.

Vacinação nesta quarta (12)

Salvador amplia, nesta quarta-feira (12), os grupos habilitados para vacinação contra covid-19. Estão inclusos na estratégia as pessoas com comorbidades, agentes das forças de segurança e salvamento, trabalhadores da limpeza urbana e professores do ensino superior com idade igual ou superior a 35 anos.

Os trabalhadores da saúde que atuam em policlínicas, consultórios e clínicas/ambulatórios especializados com Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) ativo também têm o acesso às doses retomado a partir de hoje.

Nesta quarta, não haverá a aplicação da 2ª dose do CoronaVac nos postos por demanda aberta. A partir das 8h, será aberta o agendamento através do portal Hora Marcada (www.vacinahoramarcada.saude.salvador.ba.gov.br) para as pessoas com a segunda dose prevista no cartão de vacina ou descrita no site da SMS para data igual ou anterior a 12 de maio.

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A Pfizer Brasil anunciou a entrega de um novo lote da sua vacina contra a covid-19 ao Ministério da Saúde. A nova entrega de 628.290 doses do imunizante ao Governo Brasileiro será realizada às 19h55 desta quarta-feira (12) no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).

A chegada dessas doses faz parte do acordo firmado no dia 19 de março, que contempla a disponibilização de 100 milhões de vacinas ao país até o final do terceiro trimestre de 2021.

Somadas às entregas anteriores, mais de 2,2 milhões de doses foram disponibilizadas desde 29 de abril, data da chegada do primeiro lote.

“Reforçamos nosso compromisso de apoiar o Governo Brasileiro no combate à pandemia", afirma a presidente da Pfizer Brasil, Marta Díez.

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta segunda-feira (10) que a pasta adquiriu 4,5 milhões de medicamentos do chamado kit intubação, usado em pacientes que desenvolvem formas graves da covid-19. Segundo o ministro, os insumos foram comprados com apoio da Organização Panamericana da Saúde (Opas), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), ao custo de US$ 17 milhões.

O governo também contou com a colaboração da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A primeira remessa dos kits, totalizando 850 mil unidades, chegará ao país nesta terça-feira (11) e o restante, em até 15 dias.

"Sabemos que muitos indivíduos com covid-19 desenvolvem síndromes respiratórias agudas graves. E esses indivíduos, parte deles, precisam de intubação orotraqueal. Por isso, é estratégico termos insumos que são usados para esses pacientes, que são anestésicos, sedativos, bloqueadores neuromusculares", afirmou o ministro em vídeo publicado nas redes sociais.

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Na noite desta segunda (10), a Anvisa emitiu nota técnica onde recomenda a suspensão imediata do uso da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz em mulheres gestantes. A recomendação ocorre após uma investigação do Ministério da Saúde sobre a morte de uma grávida no Rio de Janeiro, após ter sido imunizada com a vacina Astrazeneca.

"A orientação da Anvisa é que a indicação da bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). A orientação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas Covid em uso no país. O uso 'off label' de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica", diz o comunicado divulgado no site da agência.

Em nota enviada à colunista Camila Mattoso, da Coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde afirma que investiga o caso da grávida morta no Rio e recomenda a manutenção da vacinação em gestantes, mas afirma reavaliar a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades.

"O Ministério da Saúde informa que foi notificado pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Rio de Janeiro e investiga o caso. Cabe ressaltar que a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara e inferior ao risco apresentado pela Covid-19. Neste momento, a pasta recomenda a manutenção da vacinação de gestantes, mas reavalia a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades", disse o ministério.

A coluna ainda cita um possível caso de morte de gestantes na Bahia, mas na resposta do Ministério da Saúde, apenas a notificação feita no caso Rio de Janeiro foi respondida.

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A segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus Influenza começa nessa terça-feira (11) e vai até o dia 8 de junho.

Promovida pelo Ministério da Saúde em todo o território nacional, a campanha teve início no mês passado e a estimativa é vacinar 79,7 milhões de pessoas. A segunda etapa é destinada a idosos com mais de 60 anos e professores. Cerca de 33 milhões de pessoas deverão ser imunizadas nessa fase.

A terceira fase, entre 9 de junho e 9 de julho, abrangerá cerca de 22 milhões de pessoas. Compõem esse público-alvo integrantes das Forças Armadas, de segurança e de salvamento; pessoas com comorbidades, condições clínicas especiais ou com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário; trabalhadores portuários; funcionários do sistema de privação de liberdade; população privada de liberdade; e adolescentes em medidas socioeducativas.

A campanha teve início no dia 12 de abril com a vacinação de crianças entre seis meses e seis anos, povos indígenas, trabalhadores da área da saúde, gestantes e mulheres puérperas (que estão no período de até 45 dias após o parto). Pessoas que tomaram a primeira ou a segunda dose da vacina contra a covid-19 devem esperar pelo menos 14 dias para tomar o imunizante contra a gripe.

De acordo com o vacinômetro da campanha, já foram aplicadas 6,9 milhões das 27, 3 milhões de doses distribuídas a todos os estados.

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Reabertura das praias, redução do horário limite do toque de recolher e volta às aulas presenciais. O aumento da mobilidade da população baiana por causa de medidas como essas chamou a atenção do cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador na Rede Análise Covid-19. Segundo seus cálculos, o estado ainda vive um momento que preocupa, com tendência de aumento de notificações de novos casos e uma possibilidade real de vivermos a chamada “terceira onda”, com maior circulação do vírus durante o inverno.

“Se a gente analisa com base nos dados, percebemos que o Brasil sempre teve pico de síndrome respiratória aguda grave nessa estação [inverno], pois o comportamento das pessoas muda em temperaturas baixas. No frio, não tem como deixar janela aberta ventilando no ônibus, por exemplo. Temos hábitos e comportamentos que favorecem a transmissão de doenças respiratórias”, explicou o cientista.

Natural e morador de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Isaac é formado em processos gerenciais e trabalha como consultor empresarial em gestão de riscos em projetos. Começou a fazer as análises da pandemia de forma voluntária. “Era o que eu já fazia no meu trabalho”, lembra. A qualidade chamou a atenção de colegas que o convidaram a fazer parte da Rede Análise Covid-19.

“Em setembro, alertei sobre a possiblidade da segunda onda no Brasil e, em dezembro, sobre a possibilidade de o país atingir mais de 3 mil mortes diárias em 2021”, recorda. Dessa vez, ele considera a possibilidade de uma terceira onda no país como algo real. “A única maneira de não ser real é se a gente tivesse esgotado a quantidade de pessoas suscetíveis ao vírus e não ter mais ninguém apto a pegar a doença”, diz.

Através de diversos dados, como a geolocalização do Google Mobility e a quantidade de pessoas reportando sintomas na rede social Facebook, ele consegue observar que o cenário na Bahia é preocupante.

“Houve um pequeno salto no número de notificações de novos casos. Isso é somado com a estabilização na velocidade oficial de notificação e aumento da mobilidade das pessoas, o que acende o alerta. É melhor uma ação agora, quando estamos vendo a fumaça, do que deixar virar um incêndio”, explica.

Quem é - Isaac Schrarstzhaupt é cientista de dados, formado em processos gerenciais e trabalha como consultor empresarial em gestão de riscos em projetos. Começou a fazer as análises de forma voluntária e foi convidado para ser coordenador na Rede Análise Covid-19, composta por cerca de 80 pessoas de diversas áreas, com o objetivo de coletar, analisar, modelar e divulgar dados relativos à covid-19. Isaac alertou, ainda em setembro de 2020, sobre a possiblidade da segunda onda no Brasil e, em dezembro, alertou sobre a possibilidade do país atingir mais de 3 mil mortes diárias em 2021.

“O que eu mais quero é estar errado, é que abra tudo e não subam os casos, mas é o dever dar o alerta. Eu tento fazer não em ritmo de pânico. É mais um alerta com base em dados públicos, disponíveis e que pode qualificar a nossa tomada de decisão”. acrescenta.

Confira a entrevista completa:
Como são feitas as análises?
Primeiro verifico a tendência de mudança na mobilidade da população através do Google Mobility, com dados anônimos coletados do Google que mostram o tráfego de pessoas. Eu uso isso para ver a tendência de mudança. Por exemplo, quando a Bahia decretou fechamento, a mobilidade cai. Na flexibilização, aumenta a mobilidade. Eu comparo isso com a velocidade de notificação oficial de novos casos por dia, o que já é um dado atrasado, infelizmente, pois não corresponde ao início dos sintomas. Mas ao menos com casos notificados eu tenho um ritmo. Eu calculo a taxa de aumento dessas notificações e vejo se tem variação na velocidade de crescimento. Se começo a notar uma aceleração ou desaceleração da queda, a gente liga um alerta.

Outro índice que colabora são os dados da Universidade de Maryland em conjunto com o Facebook. Eles fazem uma pesquisa mundial. Aleatoriamente, sorteiam usuários da plataforma e fazem perguntas relacionadas com a pandemia, como se as pessoas estão sentindo sintomas, quais são e desde quando. Se ela diz que tem tosse, febre e falta de ar, esse dado entra instantaneamente. Não há atraso de notificação. Se começa a aumentar muito o número de pessoas reportando sintomas, ajuda a fortalecer o alerta. No Rio Grande do Sul, por exemplo, que teve um surto forte em fevereiro, o primeiro local que a gente viu o cenário de caos foi nos números de internação em leitos clínicos, que aumentou primeiro do que as notificações de casos. É mais rápido notificar internação. Isso foi em meados de 12 de fevereiro. Já com os dados do Facebook, esse mesmo aumento já tinha aparecido em 30 de janeiro, 13 dias antes.

Por que a situação da Bahia é preocupante?
A Bahia teve um pequeno salto no número de notificações de novos casos. Isso é somado com a estabilização na velocidade oficial de notificação e aumento da mobilidade das pessoas, o que acende o alerta. No caso da velocidade de notificação, que a gente percebe que estabilizou, normalmente, esse é o primeiro passo pré-crescimento. Quando percebo a junção de todos os fatores, vale a pena avisar. É melhor tomar uma ação agora, quando estamos vendo a fumaça, do que deixar virar um incêndio.

Esses dados de mobilidade do Google e a pesquisa do Facebook costumam ser usados na tomada de decisão do poder público?
Eu sei dizer que, no Rio Grande do Sul, eles usam os dados de mobilidade e aparece inclusive no boletim oficial do estado. Eles usam bastante isso. Mas não sei dizer se todos os estados estão usando, pois na maioria dos boletins a gente realmente não vê. E esses dados ajudam bastante. Ele não é necessariamente um modelo epidemiológico, mas um modelo que a gente consegue, através da conjunção de fatores, perceber que uma ameaça está se aproximando.

Mas a vacinação não pode ser um fator que impeça essa ameaça de se concretizar?
A cobertura vacinal tá bem baixinha, insuficiente para evitar uma explosão de casos. Eu torço pela vacina. Precisamos vacinar, mas de forma acelerada. A cobertura vacinal é muito baixa e tem muitas pessoas não cobertas que podem fazer a transmissão. O caso do Chile é um exemplo prático disso. Eles aceleraram a vacinação de maneira absurda, imunizou com as duas doses 95% dos idosos. Só que esses idosos não moram numa cidade isolada. Eles estão misturados numa sociedade com outras pessoas que não estão vacinadas. Ai lá aumentou a mobilidade e houve um surto gigantesco, colapso de hospitais. A diferença é que na faixa etária dos idosos os números não subiram tanto quanto nas outras faixas, mas o sistema de saúde colapsou de todo modo. Não deu para evitar só com a vacina. É bom acelerar, mas a cobertura é baixa para achar que a vacina sozinha vai resolver o problema, uma vez que a gente ainda deixa o vírus trafegar.

Na Bahia, vivemos a abertura do comércio e, consequentemente, aumento da mobilidade. Com base no seu alerta, o que você acha que o poder público deveria fazer?
Infelizmente, foi deixado crescer muito o número de novos casos. O que tem que ser feito é reduzir isso baixando a taxa de transmissão. Tudo que vinha sendo feito para baixar a taxa tinha que continuar até que o número de novos casos fique tão baixo a ponto da vigilância epidemiológica do município e estado conseguir controlar a doença com teste e rastreamento. Por exemplo, o Reino Unido fez isso. Lá aumentou muito os números, eles tiveram que ficar fechados, os índices caíram e agora eles estão flexibilizando, abrindo com calma, com o número de casos baixo, de modo que é possível controlar com teste e rastreamento. Se a gente deixa um número altíssimo de caso e não temos a mínima condição de saber onde estão os doentes, quem são e os contatos deles, e eu aumento a mobilidade, dou chance dos vírus se espalhar e até criar novas variantes, que podem inclusive escapar da vacina.

No seu ponto de vista, a possibilidade de uma terceira onda é real?
Sim, ela é real, pois a única maneira de não ser real é se a gente tivesse esgotado a quantidade de pessoas suscetíveis ao vírus e não ter mais ninguém apto a pegar a doença. A Índia era um local que o pessoal tinha certeza que tinha contaminado praticamente todo mundo e agora eles estão com um surto gigantesco porque eles abdicaram das medidas, tiveram um aumento fortíssimo da mobilidade, algo acompanhado inclusive com declarações do governo de que já tinham vencido a pandemia. O pessoal relaxa, baixa a guarda e dá nisso. Aqui nós temos essa possibilidade sim. Não é o momento de baixar a guarda, pois são muitos novos casos ativos por dia.

O inverno pode contribuir nessa terceira onda?
Eu sou cientista de dados e não trabalho com a parte biológica do vírus. Mas se a gente analisa com base nos dados, percebemos que o Brasil sempre teve pico de síndrome respiratória aguda grave nessa estação, pois o comportamento das pessoas muda em temperaturas baixas. No frio, não tem como deixar janela aberta ventilando no ônibus, por exemplo. Temos hábitos e comportamentos que favorecem a transmissão de doenças respiratórias. Fica mais fácil pegar e transmitir por causa do nosso comportamento. Agora, quando a gente olha a curva da covid, a gente percebe que ela estava seguindo em 2020 uma tendência e bastou aumentar a mobilidade em setembro que 30 dias depois começou a reverter a tendência de queda. Em pleno verão, o pico ficou maior do que tivemos no inverno, o que nunca acontece com a gripe, por exemplo. Então, eu acho que o outono e inverno contribuem na questão comportamental. As pessoas tem hábitos mais propensos para a transmissão da doença. Isso é um ponto que também contribui no alerta dado.

O cenário da Bahia é igual ao do Brasil como um todo?
O Brasil tá praticamente todo na mesma situação. A região que tá melhor é a Norte, pois teve um surto antes dos outros lugares. A mobilidade lá está voltando ao normal e o número de casos parou de cair, mas lá embaixo, não num nível alto, o que é bom. No Rio Grande do Sul, mal começou a cair e já apresentamos uma reversão de tendência. O Brasil como um todo está assim. Isso é preocupante, está aparecendo em vários estados, num país como um todo. A maioria tá nessa mesma onda, em patamares altos e com queda desacelerada. Reverter a tendencia de queda em patamar alto é mais perigoso, pois demora menos tempo para virar um grande surto. É mais gente infectada e demandando hospital. E a doença é rápida, avassaladora.

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A Prefeitura de Candeias, por meio da Secretaria de Saúde, deu início à vacinação de pessoas com síndrome de down e autismo, na manhã desta quarta-feira (5/5), no Espaço Querer Bem, que é a clínica especializada no tratamento destes pacientes. O prefeito, Dr. Pitágoras Ibiapina, e o secretário de Saúde, Marcelo Cerqueira, estiveram presentes para acompanhar o ato inicial. A imunização deste público segue agora na Clínica de Imunização Proteger.

Émerson dos Anjos, de 22 anos, foi a primeira pessoa com autismo a ser vacinada em Candeias. A mãe de Emerson, Ednalva, falou que o progresso do filho com os tratamentos na clínica, foi mostrado na hora da imunização. "É dupla felicidade, porque antes, era difícil aplicar uma vacina nele, era um batalhão pra segurar e, agora, não precisou ninguém para vacinar, ele foi corajoso, evoluiu muito", contou ela.

O prefeito parabenizou a equipe do espaço, desde as recepcionistas, as técnicas, psicólogas, neuropediatras, musicoterapêutas, nutricionistas, fonoaudiólogas, dentre os demais profissionais, pelo trabalho dedicado à comunidade e às suas famílias. "Esse é o lugar de acolhimento e cuidado das crianças e jovens com autismo, para que eles possam desenvolver ainda mais", declarou o gestor.

Foram vacinados também no Querer Bem, os jovens Quezia Lago e Luís Puridade. A vacinação dos demais jovens serão na Clínica Proteger a partir da tarde de hoje. Os professores e públicos específicos também são vacinados na clínica de imunização. Já a primeira dose de idosos acima de 60 anos e de pessoas com comorbidades, de 55 a 59 anos, acontece no ginásio de esportes. As pessoas que irão se vacinar devem levar além do documento de identidade, cartão de vacinação, comprovante de residência, o documento atualizado que confirme a condição profissional ou de saúde.

As principais redes de farmácias do Brasil estão preparadas para vacinar 10 milhões de pessoas por mês contra a covid-19. Segundo a Associação Brasileira do Comércio Farmacêutica (Abrafarma), 5,5 mil pontos de vendas que possuem estrutura para a aplicação de vacinas foram oferecidos ao Ministério da Saúde para reforçar a estrutura de vacinação da população brasileira. Além disso, os 40 centros de distribuição pertencentes a empresas filiadas à associação estão disponíveis para auxiliar na logística de distribuição dos medicamentos.

“Nós estamos oferecendo a nossa estrutura nesta parceria para prestar um serviço para o país. É um apoio que queremos dar neste momento difícil sem nenhum tipo de custo”, explicou ontem o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Ele rechaçou a possibilidade de as farmácias comprarem doses para revender. “A fila é única, só tem que andar mais rápido, e queremos ajudar nisso, já informamos isso ao ministério”.

A Abrafarma estima que a operação poderá se iniciar em junho, quando se espera que haja a disponibilidade de um volume maior de vacinas disponíveis no Brasil.

Segundo ele, a entidade já preparou um aplicativo que vai disponibilizar para os consumidores a possibilidade de escolher a farmácia mais próxima de sua residência, além da marcação do horário, para evitar aglomerações.

“Nós sabemos que o SUS (Sistema Único de Saúde) já tem muitos locais para a vacinação, mas com a nossa estrutura e com o Exército, o Brasil poderá chegar com tranquilidade à marca de 2 milhões de doses aplicadas por mês, que é o que o país precisa para retomar um ritmo de normalidade em breve”, avalia. Sérgio Mena Barreto lembrou ainda que as farmácias podem ajudar também no armazenamento das vacinas pois os CDs contam com estruturas para a refrigeração dos imunizantes, uma vez que as redes já lidam normalmente com produtos que precisam de refrigeração.

Em algumas unidades de farmácias na cidade de São Paulo os imunizantes já estão sendo aplicados, graças a um acordo com a prefeitura local.

Em outra frente, o segmento já realizou mais de 6 milhões de testes rápidos. Segundo Mena Barreto, o percentual de resultados positivos vem caindo desde março, mas ainda estão acima da média. O último boletim da Abrafarma indicou que 24% dos testes realizados deram resultados positivos, enquanto a média era de 15%. A comercialização de testes rendeu ao setor aproximadamente 1% do faturamento registrado em 2020. No ano passado, o setor faturou pouco mais de R$ 58 bilhões.

A Abrafarma representa 26 redes de comercialização de medicamentos no país, que respondem por aproximadamente 44% do faturamento do setor no Brasil.

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O problema de falta de Coronavac para a segunda dose da vacinação também é compartilhado por outras grandes cidades do estado. Dos 20 maiores municípios da Bahia, sem contar a capital, um levantamento do CORREIO aponta que pelo menos 10 estão com alguma limitação na aplicação da segunda dose por falta de vacina. Desses, nove já interromperam a aplicação do reforço: Vitória da Conquista, Camaçari, Itabuna, Lauro de Freitas, Barreiras, Candeias, Ilhéus, Jequié e Santo Antônio de Jesus.

Já Teixeira de Freitas, no extremo-sul, ainda tem vacina, mas não o suficiente para toda a demanda. Até a semana passada, o município não tinha problemas com a CoronaVac, mas a falta progressiva está fazendo a prefeitura tomar decisões mais duras. Na segunda-feira, 03, foi suspenso o agendamento para a segunda dose.

“Ainda temos vacina, mas vamos aplicar apenas em quem agendou na semana passada para receber agora. Não vão ter mais novos agendamentos até que se receba novas doses da CoronaVac”, disse a assessoria de comunicação da prefeitura.

Em Vitória da Conquista, segunda maior cidade baiana, a suspensão da aplicação de 2ª dose completou uma semana nesta terça-feira, 04. Desde o dia 27 de abril a cidade não tem CoronaVac. A prefeitura ainda não sabe estimar a quantidade de pessoas que estão com o reforço atrasado, mas lamenta que o município não tenha recebido novas doses da Sesab.

“A previsão do estado é que haja um novo reabastecimento apenas no dia 10 de maio. Até então não recebemos nada e eles não explicaram o motivo de não ter enviado para Conquista. Seguimos vacinando apenas com as doses de Oxford/AstraZeneca, que também está com estoque baixo para o reforço. Acho que eles concentraram mais nos grandes polos pensando no quantitativo populacional, o que é injusto”, afirma Ana Maria Ferraz, diretora de Vigilância à Saúde do município.

Vânia Rebouças, coordenadora de imunização do Estado, explicou que a entrega é sempre proporcional, de acordo com os grupos prioritários de cada localidade. “Estamos enviando regularmente remessas para todos os municípios baianos, conforme a entrega do Ministério da Saúde", disse.

Vacina em falta também no Brasil
O problema vivido na Bahia não é exclusivo. Segundo apuração da TV Globo, cidades de outros 16 estados de todas as regiões brasileiras estão com atraso na imunização da segunda dose de CoronaVac por ter acabado o estoque de vacina. No Nordeste, Sergipe, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte são alguns dos estados afetados.

No Norte, Roraima está com esse problema. No Centro-Oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Já no Sul, Paraná e Rio Grande do Sul enfrentam a falta do imunizante e no Sudeste todos os estados passam pela situação: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Dos 16 estados, oito capitais também estão com a vacinação atrasada: Porto Velho, Campo Grande, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Aracaju, Recife e Fortaleza. Salvador só não está nessa lista pelo esquema fracionado de vacinação feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

 

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