Ministério da Saúde insere pessoas com HIV em grupo prioritário da vacinação
O Ministério da Saúde inseriu nesta segunda-feira, 29, pessoas vivendo com o HIV, de 18 a 59 anos, a lista de priorização da vacinação contra a covid-19. Segundo nota técnica, a indicação é vacinar este grupo após encerrar a vacinação de pessoas de 60 a 64 anos.
A Saúde afirma, no documento, que a intenção é "reduzir o impacto da pandemia nesse grupo, especialmente em relação ao risco de hospitalização e óbito, e respeitar o conceito de equidade do Sistema Único de Saúde (SUS)". O ministério também diz que a medida segue "novas evidências científicas" que apontam riscos de "desfechos negativos da covid-19" neste grupo
As pessoas que vivem com HIV devem receber as doses na mesma etapa em que serão contemplados quem apresenta comorbidades, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Trata-se do maior grupo de risco do plano de imunização, com cerca de 18 milhões de pessoas. Na nota técnica, a Saúde não estima quantas pessoas devem entrar neste grupo após a atualização do plano de vacinação. No total, as listas de prioridade -- ainda sem esta mudança -- somam cerca de 77,3 milhões de indivíduos.
O ministério também afirma que pessoas com HIV, maiores de 60 anos, já estão contempladas na priorização por faixa etária no plano. Prefeitos e governadores podem traçar planos próprios, mas há um acordo entre o ministério e conselhos que representam secretários estaduais (Conass) e municipais (Conasems) para que seja seguido o plano nacional de vacinação.
Segundo a Saúde, serão considerados na lista de prioridades todos os indivíduos que vivem com HIV, de 18 a 59 anos, independente da contagem de linfócitos T-CD4+. "O início da vacinação para este grupo será informado por meio do Programa Nacional de Imunizações", afirma a nota técnica.
Bahia ultrapassa 15 mil óbitos por Covid-19; veja nº de casos em 24h
A Bahia ultrapassou nesta segunda-feira (29), 15 mil óbitos por Covid-19segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 15.050, representando uma letalidade de 1,89%.
Dentre os óbitos, 55,69% ocorreram no sexo masculino e 44,31% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,88% corresponderam a parda, seguidos por branca com 21,40%, preta com 15,19%, amarela com 0,50%, indígena com 0,13% e não há informação em 7,90% dos óbitos.
O percentual de casos com comorbidade foi de 67,80%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (74,05%).
Nas últimas 24 horas, a Bahia ainda registrou 1.068 casos de Covid-19. Dos 795.505 casos confirmados desde o início da pandemia, 765.663 são considerados recuperados e 14.792 encontram-se ativos.
No boletim desta segunda-feira, a Sesab aponta 90 mortes. Apesar de os óbitos terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.117.694 casos descartados e 181.883 em investigação. De acordo com a Sesab, no estado, 45.324 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta segunda-feira.
O boletim completo pode ser acessado pelo site da Sesab e pela plataforma disponibilizada pela Secretaria.
Outros dados
O boletim traz ainda informações sobre a vacinação e a situação da regulação de pacientes com coronavírus.
Às 15h desta segunda-feira, 198 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação da Bahia. Outros 69 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Sobre a vacinação, a Bahia possui 1.412.664 vacinados contra o coronavírus (Covid-19), dos quais 309.629 receberam também a segunda dose, até as 15h desta segunda-feira.
Leitos Covid
Segundo boletim desta sexta, dos 3.091 leitos ativos na Bahia, 2.304 estão com pacientes internados, o que representa taxa de ocupação geral de 75%.
Desse total, 1.443 leitos são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e estão com ocupação de 86% (1.237 leitos ocupados). A taxa dos leitos de UTI pediátrica é de 61%, com 22 das 36 unidades ocupadas.
Já as unidades de enfermaria adulto na Bahia estão com 65% da ocupação, e a pediátrica tem ocupação de 57%.
Em Salvador, dos 1.568 leitos ativos, 1.229 estão com pacientes internados, com taxa de ocupação geral de 78%. Já a taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto é de 83%, e a pediátrica está em 59%.
A taxa de ocupação dos leitos clínicos para pacientes adultos com Covid-19 é de 75%, e o pediátrico também está com ocupação de 62%.
Pelo terceiro dia consecutivo, Bahia registra mais de 130 mortes por covid em 24h
A Bahia mantém a tendência de altos números de mortes por covid-19 registradas em todo país nas últimas semanas. Nesta quinta-feira, o estado registrou, pelo terceiro dia consecutivo, mais de 130 mortes causadas pela doença. Desta vez foram 139 mortes.
Desde a última semana, o estado tem constantemente registrado números que ficam entre os maiores em óbitos durante a pandemia. O número de mortes desta quinta é agora o terceiro maior registrado na Bahia desde o começo da pandemia. O recorde foi registrado no último dia 18, quando 153 mortes foram registradas.
Além disso, a Bahia registrou 4.237 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,5%), em 24h, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta quinta. No mesmo período, 4.247 pacientes foram considerados curados da doença (+0,6%).
Apesar das 139 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quinta. E demonstram o crescimento de casos graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs.
No começo da noite desta quinta, a taxa de ocupação de leitos de UTIs para adultos é de 87%. Das 139 mortes registradas hoje, 134 ocorreram em 2021. Se analisados apenas os boletins divulgados entre segunda (22) e esta quinta (24), ao menos 88 pessoas morreram no estado nesses quatro dias. Além disso, março, ainda no 25º dia, já é o mês mais mortal da pandemia na Bahia.
De acordo com o órgão estadual, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.
Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 14.631, representando uma letalidade de 1,87%. Dos 783.558 casos confirmados desde o início da pandemia, 752.934 já são considerados recuperados, 15.993 encontram- se ativos. Na Bahia, 45.098 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Situação da regulação de Covid-19
Às 15h desta quinta-feira, 228 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 118 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Falso médico atuava na UTI de Itapetinga; mortes serão investigadas
Em seu perfil numa rede social, Jean Franco Silva, 45 anos, ostenta fotos com uma equipe médica e participando de procedimentos na UTI (Unidade de Terapia Instensiva). Até esta terça (23), todos acreditavam que ele era o anjo de muitos pacientes que foram atendidos no Hospital Cristo Redentor, na cidade de Itapetinga, na região do Centro-sul Baiano. No entanto, o que ninguém imaginava é que o jaleco impecável encobria um falsário que agia há um ano na unidade. Após denúncias, ele foi autuado pela Polícia Civil por exercer ilegalmente a profissão de médico e sua conduta pode estar relacionada com dezenas de mortes no hospital.
A polícia descobriu a farsa através de várias denúncias, que foram posteriormente comprovadas quando os agentes chegaram no Hospital Cristo Redentor. Em seu depoimento, Jean disse que é estudante do curso de Medicina no Paraguai e que no hospital trabalhava na função administrativa. Ele foi ouvido e responde pelo crime em liberdade.
“Não encontramos nenhum documento que comprove que ele cursa Medicina. Porém, recebemos mais de 10 denúncias de parentes de pessoas que morreram na UTI sob suspeita de imperícia dele. Se for comprovado apenas um óbito devido à conduta, ele vai responder por homicídio culposo. Mas, se for comprovado mais um caso, será homicídio doloso, porque entendo que ele tinha o conhecimento do risco (morte) e pedirei a prisão dele”, declarou o delegado Roberto Júnior, coordenador da 21º Coordenadoria do Interior (Coorpin/Itapetinga).
A direção do Hospital Cristo Redentor ainda não foi ouvida pela polícia. “Precisamos ter acesso aos prontuários médicos e as escalas de plantões para cruzar informações dos pacientes das denúncias que foram a óbito. Já solicitamos tudo e amanhã toda essa documentação será apresentada no depoimento”, disse o delegado. A unidade médica é gerida pela Fundação José Silveira, que por sua vez, segundo a polícia, informou que uma empresa foi contratava para gerir a UTI da unidade. “Vamos intimar também o proprietário”, pontuou o delegado.
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) tomou conhecimento do fato e instaurou uma sindicância para apurar se há algum tipo de acumpliciamento por parte da direção da instituição. Toda a investigação na instituição é em segredo de justiça.
No mês passado, o CORREIO trouxe à tona outro caso de exercício ilegal da função de médico. Na cidade de Conceição de Feira, Arley Diego Carneiro de Lima, 29, atuava de forma irregular como plantonista no hospital da cidade. Formado em Medicina na Bolívia, ele não havia feito o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), realizado anualmente para validar diplomas médicos expedidos por universidades de fora do Brasil
Flagrante
Na manhã desta terça, policiais civis foram até o Hospital Cristo Redentor em Itapetinga apurar as inúmeras denúncias. Os agentes foram até a UTI e constataram que Jean de fato estava no interior do setor restrito aos profissionais da saúde, trajando um jaleco branco, comumente utilizado por médicos, com a inscrição “Medicina”. Na hora, Jean negou ser médico, afirmando ser estudante de medicina no Paraguai e que ali se encontrava exercendo uma função administrativa, passando o dia todo lidando com planilhas e cuidado da escala da equipe médica.
Ainda no local, os demais profissionais de saúde da UTI foram intimados para prestarem depoimento. Ao serem questionados sobre a função de Jean, entraram em contradição, ora afirmando ser da função administrativa ora como estagiário de medicina, mas que todos se referiam a ele como “doutor”.
Fotos
Logo após Jean ter sido ouvido pela Polícia Civil, fotos do perfil dele do Instagram começaram a circular em grupos do aplicativo de WhatsApp. Apesar de negar que exercita a função de médico, as imagens que ele mesmo postou indicam o contrário.
Em uma delas, Jean aparece na UTI, usando trajes apropriados e manuseando um instrumento cirúrgico. Em outra, ele aparece ao lado de um médico durante um outro procedimento. Numa terceira imagem, ele está com a equipe médica na campanha “Nós estamos aqui por vocês. Fiquem em casa por nós”, para conscientizar a população a entrar em quarentena voluntária para evitar a propagação do coronavírus. Ele segura a inscrição “ESTAMOS”.
“Ao que tudo inda, na foto ele aparece reunido com um grupo de profissionais de saúde, visivelmente paramentado como tal. Se aproximar a foto em que ele aparece fazendo um procedimento, vai ver que na roupa tem o logotipo da Fundação (José Silveira). Já na terceira imagem, é ele está num centro cirúrgico com um médico, mas não posso afirmar que é no hospital (Cristo Redentor). De fato, é que todas essas imagens serão incluídas no inquérito”, declarou o delego.
Prefeitura
Diante da situação, o CORREIO procurou o prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (PMDM), que disse que prefeitura não tem nenhum tipo de gerência sobre o hospital. “ A prefeitura apenas está contratando o serviço do hospital. Lá é uma Santa Casa e é gerida pela Fundação José Silveira. O município é apenas o contratante. Vamos aguardar a conclusão das investigações da Polícia Civil para, então, adotar as medidas com a fundação”, declarou.
Ele comentou sobre a possibilidade de os óbitos estarem relacionados à conduta do falso médico. “É um absurdo, mas todas as denúncias têm que ser investigadas pela polícia para que possamos emitir uma opinião mais aprofundada. Uma coisa é certa: não é permitida a entrada de uma pessoa numa UTI que não saiba atuar”, disse.
Hagge disse que a prefeitura não contrata leitos de UTI, onde o acusado atuava. Os leitos de UTI são de responsabilidade do Governo do Estado. “A UTI atende todo o estado. Todos os pacientes são submetidos a central de regulação de leitos do estado. Ou seja, não necessariamente os leitos são ocupados por pacientes da cidade”, finalizou.
Procurada, a Fundação José Silveira afirmou que Jean Franco Silva nunca fez parte do quadro de profissionais contratados pelo Hospital Cristo Redentor e que não tem conhecimento de nenhuma pessoa sem diploma de medicina atuando como médico nas dependências da UTI da unidade. Em nota, a Fundação disse que todos os seus profissionais são devidamente habilitados e que todos os seus médicos contratados são inscritos no Conselho Regional de Medicina.
"A escala médica da UTI é integralmente composta por profissionais médicos devidamente habilitados e o referido senhor nunca compôs tal escala. Não temos nenhum registro de atuação do referido senhor", disse a Fundação José Silveira.
De acordo com a Fundação, Jean Franco Silva é funcionário do setor administrativo, contratado por uma outra empresa, que presta serviços médicos à UTI no Hospital. A instituição afirmou que, para a prestação de serviços na unidade, "são contratados apenas profissionais ou empresas médicas formalmente aptos para o desempenho das atividades".
Por fim, a Fundação José Silveira alega que não tem conhecimento sobre o conteúdo do inquérito e está à disposição para prestar qualquer informação.
Bahia mantém alta média de mortes por covid e registra 135 óbitos nas últimas 24h
A Bahia segue com altos números de mortes por covid-19, o que vem ocorrendo desde o final de fevereiro. Nesta quarta (24), o estado registrou 135 óbitos. Desde a última semana, o estado tem constantemente registrado números que ficam entre os maiores em óbitos durante a pandemia.
O número de mortes desta quarta é agora o quarto maior registrado na Bahia desde o começo da pandemia. O recorde foi registrado no último dia 18, quando 153 mortes foram registradas.
Além disso, a Bahia registrou 4.830 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,6%), em 24h, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta quarta. No mesmo período, 3.955 pacientes foram considerados curados da doença (+0,5%).
Apesar das 135 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quarta-feira. E demonstram o crescimento de casos graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs.
No começo da noite desta quarta, a taxa de ocupação de leitos de UTIs para adultos é de 86%. Das 135 mortes registradas hoje, 124 ocorreram em 2021. Se analisados apenas os boletins divulgados entre segunda (22) e esta quarta (24), aos menos 56 pessoas morreram no estado nesses três dias. Além disso, março, ainda no 24º dia, já é o mês mais mortal da pandemia na Bahia.
De acordo com o órgão estadual, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.
Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 14.492, representando uma letalidade de 1,86%. Dos 779.321 casos confirmados desde o início da pandemia, 748.687 já são considerados recuperados, 16.142 encontram-se ativos. Na Bahia, 45.016 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Situação da regulação de Covid-19
Às 15h desta quarta-feira, 258 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 98 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Ministério muda critérios de confirmação de mortes e secretário cita 'muito mais óbitos'
No dia em que o Brasil voltou a bater o recorde de mortes por covid-19 em 24h, o Ministério da Saúde alterou a ficha dos pacientes no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), segundo técnicos responsáveis por preencher diariamente as atualizações sobre novos óbitos confirmados pela doença.
As informações são da TV Globo, que procurou o Ministério da Saúde para confirmar se a mudança, ocorrida nesta terça-feira (23) em que Marcelo Queiroga foi nomeado ministro e o país registrou 3.158 mortes, foi combinada com as secretarias estaduais e municipais. A pasta não respondeu.
A nova ficha distribuída para as vigilâncias de saúde municipais e estaduais incluiu mudanças em uma série de campos, com inclusão de novos tipos de informações, como se o paciente pertence a uma comunidade tradicional, e a exclusão de outras, como o histórico de viagem internacional.
No entanto, outras alterações devem afetar mais diretamente o trabalho de preenchimento do sistema, como a obrigatoriedade de informar o número do Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS), se o paciente é brasileiro ou estrangeiro e se já foi vacinado contra a Covid-19. Todos esses campos inexistiam na versão anterior da ficha, em utilização desde julho de 2020.
Secretarias
Em Mato Grosso do Sul, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou que as 20 novas mortes confirmadas em 24 horas não representam a "realidade".
"Nós estamos tendo muito mais óbitos que esses anunciados hoje. Mas é porque o sistema, chamado Sivep, está com oscilação, está dificultando a inserção de dados, e certamente amanhã nós vamos ter um número elástico de óbitos, já que a nossa média móvel já ultrapassou a 30 óbitos por dia. E a gente sabe que esse número de hoje está a menor, do que o que aconteceu nos últimos dias por essa oscilação do sistema do Ministério da Saúde", declarou Resende.
Além dos novos dados requeridos, o campo do número do CPF, que antes era considerado "essencial", também passa a ser obrigatório. Caso o paciente não tenha o CPF em mãos, é obrigatório preencher o Cartão Nacional do SUS. A única exceção para essa obrigatoriedade é para os pacientes declarados indígenas na ficha.
Nesta quarta-feira (24), além do governo do sul-matogrossense, São Paulo também relatou que houve queda na notificação de novas mortes devido às mudanças no sistema.
O governo paulista afirmou que "a medida -- segundo o Estado -- pegou os municípios de surpresa, fazendo com que muitas cidades não conseguissem registrar todos os óbitos no sistema nacional oficial. Além disso, muitas cidades reportaram à Secretaria de Estado da Saúde instabilidade do sistema desde a tarde de ontem, também dificultando a inserção de dados".
Na terça, São Paulo confirmou 1.021 óbitos, principalmente por causa do represamento no fim de semana, que é mais alto do que nos dias úteis. Nesta quarta, porém, foram 281 óbitos confirmados em 24 horas, o número mais baixo entre as quartas-feiras desde 17 de fevereiro, e bem mais baixo do que a média móvel registrada na terça, de 532 mortes diárias. Com a queda na produtividade, a média também caiu para 484.
Impacto
O Sivep-Gripe é o sistema oficial onde todas as novas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) devem ser compulsoriamente notificadas desde 2009. Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, ele passou a ser usado também como a fonte oficial das mortes confirmadas por covid-19.
A ficha do sistema é válida para todos os hospitais e vigilâncias municipais do país. Conforme o paciente evolui e novas informações são obtidas, como o resultado de exames, a necessidade de internação em UTI ou de ventilação mecânica, além da data da alta ou do óbito, a ficha dele vai sendo atualizada.
Segundo técnicos que são usuários do Sivep consultados pela equipe de reportagem, em mudanças anteriores da ficha, não houve necessidade de preenchimento retroativo de novos campos para pacientes que já constavam no sistema.
Os dois principais impactos da nova ficha, segundo eles, foram a falta de aviso prévio por parte do Ministério da Saúde e as secretarias, como ocorreu em julho passado, e a exigência de preenchimento obrigatório de novos campos, que pode aumentar o atraso entre a ocorrência das mortes e o registro delas no sistema, para que constem no balanço oficial diário. Com informações da TV Globo e do portal G1.
‘Pior momento já passou’, afirma Bruno Reis sobre pandemia em Salvador
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), afirmou na manhã desta quarta-feira (24) que atualmente 38 pacientes esperam ser regulados no sistema de saúde da capital. Dessas, 23 aguardam por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19.
O gestor destacou que o “pior momento” da pandemia da Covid-19 já passou na capital baiana. “Podemos dizer isso com tranquilidade”.
“De 87 para 23 é uma queda expressiva. O número é alto, mas os números só vão cair quando os pacientes todos forem regulados. Isso reflete o esforço que todos nós estamos fazendo e mostra que o isolamento social surge efeito. Hoje podemos dizer que o pior momento da pandemia já passou. Não sabemos se poderemos ter outros piores momentos, mas atualmente o quadro é esse”, disse em coletiva virtual de imprensa.
O prefeito ressaltou ainda que avaliará entre esta quarta-feira e sexta-feira (26) em reunião com prefeitos e o governador sobre uma possível prorrogação das medidas restritivas. “Veremos também a antecipação dos feriados e sinalizar uma possível abertura do comércio após a semana santa”, salientou.
Em pior dia de pandemia, Brasil registra pela 1ª vez mais de 3 mil mortes
O Brasil registrou 3.158 novas mortes pela covid-19 nesta terça-feira, 23. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, bateu recorde pelo 25º dia consecutivo e ficou em 2.349. Pela primeira vez o País superou a marca de 3 mil mortes por coronavírus registradas em um único dia.
O número de mortes vem batendo recorde no Brasil e o número de casos também vem aumentando. Nesta terça-feira, o número de novas infecções notificadas foi de 84.996. No total, o Brasil tem 298.843 mortos e 12.136.615 casos da doença, a segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos. Só que nos últimos dias os números brasileiros são os piores do mundo, seja em óbitos ou em casos, o que evidencia o agravamento da pandemia
"Temos uma piora progressiva, gradual, com aumento da intensificação da transmissão sem medidas de contenção da transmissão comunitária. Então não é nenhuma surpresa que chegamos a essa marca de 3 mil mortes, isso está no nosso horizonte chegando cada vez mais perto há semanas", afirma o médico e pesquisador da USP Márcio Bittencourt.
Ele reforça a necessidade de implementação de medidas para tentar frear o avanço da pandemia no Brasil. "As pessoas têm uma expectativa excessivamente positiva de que as coisas irão se controlar de forma automática ou espontânea, e esta não é uma expectativa razoável. Se a gente não faz essas intervenções a expectativa de controle é com muito mais sofrimento, muito mais mortes e complicações", comenta.
Segundo Bittencourt, neste momento é preciso ampliar as medidas de combate a covid-19 com "testagem ampliada, isolamento de casos, quarentena de contatos, de distanciamento, de controle de fronteiras e de aumento da capacidade hospitalar".
Com transmissão descontrolada do vírus, o País tem visto o colapso de várias redes hospitalares, com morte de pacientes na fila por leito e falta de remédios para intubação. Governadores e prefeitos têm recorrido a restrições ao comércio e até ao lockdown para frear o vírus. Já o presidente Jair Bolsonaro continua como forte crítico das medidas de isolamento social, recomendadas por especialistas, e afirma temer efeitos negativos na economia.
Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 10.601.658 pessoas estão recuperadas.
São Paulo foi responsável por quase um terço dos registros de mortes nesta terça, com 1.021 óbitos por covid-19 registrados nas últimas 24h, um recorde desde o início da pandemia. O governo alegou que isso reflete um represamento de dados de domingo e segunda, quando foram registradas 144 e 44 mortes, respectivamente. Ao todo, 68.623 pessoas morreram de covid-19 no Estado. Com isso, a média móvel de mortes dos últimos sete dias chega a 532, um aumento de 33% em relação à última terça-feira.
Mas os números nacionais muito altos tiveram contribuição de outros Estados. A região Sul do País contou com 835 mortes no total, sendo 342 no Rio Grande do Sul, 311 no Paraná e 182 em Santa Catarina. Outros três Estados também superaram a barreira de 100 óbitos no dia: Ceará (178), Rio de Janeiro (151) e Bahia (133).
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde informou que foram registrados 82.493 novos casos e mais 3.251 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. No total, segundo a pasta, são 12.130.019 pessoas infectadas e 298.676 óbitos. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
Bahia
A Bahia manteve a alta no número de mortes por covid-19, que vem ocorrendo desde o final de fevereiro, e registrou 133 óbitos nesta terça (23). Nos últimos dias, o estado tem constantemente registrado números que ficam entre os maiores em óbitos durante a pandemia. O número de mortes desta terça é agora o quarto maior registrado na Bahia desde o começo da pandemia. O recorde foi registrado na quinta-feira (18), quando 153 mortes foram registradas.
Secretários recomendam suspensão de cirurgias eletivas por falta de medicamentos
Secretários estaduais e municipais de Saúde recomendaram a suspensão de cirurgias eletivas diante da falta de medicamentos para intubação de pacientes com a covid-19. O adiamento deve ser realizado enquanto não houver regularidade do abastecimento dos medicamentos e diminuição do número de casos e internações pela covid-19.
A recomendação de suspensão das cirurgias foi feita pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). As entidades apontam que houve "aumento abrupto" do consumo de medicamentos utilizados na intubação, como sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares.
Segundo os secretários, também há dificuldades na reposição de estoque. Documento do Fórum Nacional de Governadores indicou escassez desses medicamentos em 18 Estados. O documento diz que ao menos 11 medicamentos estão em falta ou em baixa cobertura.
Alguns Estados e municípios já suspenderam completamente as cirurgias eletivas diante do agravamento da pandemia. Hospitais particulares também estão adiando esses procedimentos. Na capital paulista, a Prefeitura anunciou a suspensão de cirurgias eletivas em hospitais-dia.
Segundo o Conass e Conasems, só devem ser mantidas as cirurgias eletivas inadiáveis - aquelas cuja não realização possa causar dano permanente ao paciente, tais como as oncológicas, cardíacas e os transplantes de órgãos.
Nesta segunda-feira, 22, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) já havia se posicionado a favor da interrupção do agendamento de cirurgias eletivas que utilizem os medicamentos que estão em falta. A intenção é poupá-los para as UTIs desabastecidas e também anestesias para cirurgias de urgência.
O governo federal afirmou que a aquisição desses medicamentos "é de responsabilidade de Estados, Distrito Federal e municípios", mas que, "de forma inovadora", monitora semanalmente a disponibilidade dos remédios em todo território nacional em reforço às ações da unidades federativas.
Fila de UTI para tratamento da covid-19 na Bahia cai 47% em uma semana
A situação ainda não é tão confortável, mas os números indicam que, embora a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva para tratar a covid-19 na Bahia esteja em 86%, a fila por uma vaga de UTI no estado já começou a reduzir. Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), enquanto no dia 15 havia 482 pacientes graves à espera de um leito, nessa segunda-feira (22), o número havia caído para 254, uma diminuição de 47%. Em Salvador, os leitos de UTI para a covid-19 também tiveram um alívio. No dia 16 eram 87 pacientes e nesta segunda, 43, uma queda de 51%.
Índices melhores também foram observados na fila estadual da regulação para leitos clínicos. Há uma semana, eram 179 pessoas aguardando. Agora, são 118, uma redução de 34%. A queda no tamanho da fila, segundo os dados da Sesab, vem ocorrendo de forma progressiva há quase 10 dias. No estado, a quantidade de gente aguardando por uma vaga na UTI chegou a 513, no dia 12 de março. Para leitos clínicos, o pico foi de 266, no dia 6.
Também no período de uma semana houve queda no estado da demanda por leitos pediátricos. Antes, eram 13 crianças ou adolescentes que precisavam de UTI e nove, de uma vaga na enfermaria. Agora, os números são, respectivamente, cinco e três. A taxa de ocupação da UTI pediátrica no estado está em 61% e da enfermaria pediátrica, 72%; enquanto para adultos e idosos é de 68%.
Medidas restritivas
Embora a Bahia esteja com medidas de restrição mais duras desde 26 de fevereiro, o secretário da Saúde do estado, Fábio Vilas-Boas, não acredita que elas tiveram influência na redução da demanda por leitos. “O menor tempo de espera é por melhoria do sistema. São outros indicadores que evidenciam a importância das medidas de restrição, como o número de casos que todos os dias precisam ser internados, o que estagnou, a taxa de positividade do Lacen e o número total de casos ativos, que reduziu”, disse.
Vilas-Boas atribui uma melhor gestão na eficiência dos leitos como o principal motivo de redução da fila da regulação. “A gente conseguiu tirar as pessoas da emergência e colocar mais rápido na UTI. Os 60 leitos abertos nos últimos dias são menos do que conseguimos botar dentro do hospital nesse mesmo período. A gente conseguiu aumentar o giro dos leitos, dar alta mais precocemente e, assim, oferecer mais vagas para o sistema de regulação”, explica.
Segundo o último boletim da Sesab, 1.225 pessoas estão em leitos de UTI no estado, o número mais alto de toda a pandemia. Outras 1.045 pessoas estão internadas em leitos clínicos. No total, são 15.772 casos ativos na Bahia.
Uma dessas pessoas atualmente internadas é o mecânico Moacir dos Santos Gomes, 49. Ele foi para o Hospital Espanhol após ficar dois dias esperando regulação em uma UPA. “Os médicos disseram que se demorasse mais um dia, ele teria morrido na fila por um leito. Chegou lá com 30% do pulmão comprometido, foi intubado e a família chegou a ser desenganada. Fizemos corrente de oração e, graças a Deus, ele melhorou. A previsão é que saia do leito até a próxima semana”, disse o filho, Matheus Gomes, 23.
Maria Borges, tia do estudante de história Eude Trindade, não teve a mesma sorte. Ela ficou seis dias esperando a regulação na UPA de Valéria e morreu no sábado (19), sem conseguir a transferência para a UTI. “Minha mãe ficou muito abalada, pois era a irmã mais velha, exemplo de mulher, de pessoa. Quando ela foi buscar atendimento, já estava debilitada. O enterro foi autorizado para apenas 10 pessoas”, contou Eude.
Salvador
A médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Adielma Nizarala, concorda que os números da regulação ainda são altos, mas aponta que eles já refletem um cenário melhor. “Temos uma quantidade ainda de gente precisando de leitos, mas diminuiu em relação à semana passada. Isso pode ser reflexo do cumprimento de medidas. Se for, permanecerá caindo e vai refletir em breve na ocupação dos leitos, pois novos pacientes não entrarão pela diminuição de casos. O resultado tem que ser sustentado nos próximos dias”.
Adielma também lembrou que não há mais recurso humano suficiente para a abertura de leitos e, por isso, não é prudente pensar em relaxar as medidas de isolamento sem que haja uma melhora significativa no cenário. Adiantar os feriados, por exemplo, é uma medida que ela valia como “extremamente interessante”, numa visão epidemiológica.
“Mas para dar certo, o feriado tem que ser com absolutamente tudo fechado e possibilitar a não saída e entrada de pessoas na cidade. O transporte não pode ficar liberado. Tem que evitar o máximo de deslocamento das pessoas”, explicou.
O secretário Fábio Vilas-Boas acrescenta que o que o preocupa é justamente possibilidade de aumentar o deslocamento das pessoas que pretendem viajar em caso de antecipação de feriados. Os especialistas disseram que ainda está cedo para avaliar se as medidas de restrição, em vigor na Bahia até o dia 29 de março, serão prorrogadas ou não. A situação atual de colapso é ainda preocupante.
“Eu acho que a situação vai deixar de estar critica quando tiver redução de óbito e taxa de ocupação hospitalar. Não há previsão de quando isso vai acontecer. Mas já passamos pelo pior. Hoje, as regiões sudoeste e oeste são as mais pressionadas. Além disso, 85% dos casos positivos são de pessoas com menos de 60 anos. Tem gente que não está respeitando, os mais idosos estão ficando em casa e os jovens indo para a rua, sem medo e preocupação”, reclamou Vilas-Boas.
Uma notícia positiva que pode ajudar a melhorar mais ainda o cenário epidemiológico do estado é a vacinação para a covid-19, que deve aumentar nos próximos dias. “Toda semana vamos receber pelo menos um carregamento de vacina. Essa semana vai ser um pouco menos, pois veio muita na semana passada. Mas o Ministério da Saúde garantiu envios semanais de doses”, disse Fábio Vilas-Boas.