O Jornal da Cidade

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A pandemia do novo coronavírus mudou a rotina das pessoas, mas ela não conseguiu abalar a fé. Os devotos de Santa Bárbara e Iansã que o digam. A celebrações para a santa e a orixá marcam o início do ciclo das festas populares em Salvador, que este ano vão estar bem diferentes.

O tradicional caruru oferecido pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), de quem Santa Bárbara é padroeira, este ano vai ser em formato de quentinha. Nesta sexta (4), a corporação vai entregar as quentinhas com a iguaria a moradores de rua, acompanhado de um kit com álcool a 70%. Além disso, os militares vão doar cestas básicas, roupas e kits de higiene pessoal. Às 9h, uma missa vai ser celebrada na Paróquia do Quartel da Barroquinha que será transmitida pelo perfil da corporação no YouTube.

“Nos readequamos para conseguir manter a tradição e as homenagens. Para evitar a aglomeração, vamos levar as quentinhas e os kits diretamente para aqueles em necessidade alimentar em locais pré-definidos por nós. Estamos num ano de muita dificuldade, por isso resolvemos também levar cestas básicas e roupas para os mais necessitados”, explicou o comandante-geral do CBMBA, coronel BM Francisco Telles.

A fé da corporação foi uma das primeiras coisas que Gleisiane Silva, dentista e soldada do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, herdou quando passou no concurso em 2017. Para comemorar a aprovação, ela fez um caruru para a padroeira e, desde então, não passa a data em branco. Esse ano, não seria diferente, com tantas provações a saúde, agradecer é uma obrigação. “O primeiro caruru foi em casa mesmo, minha irmã gosta de decoração e arrumou tudo, foi só com a família e esse ano vai ser do mesmo jeito por causa da pandemia. Esse ano eu vou fazer para agradecer novamente, porque ela nos deu livramento várias vezes. Tem dado resultado, ela tem sido ótima comigo”, falou.

A devoção de dona Aída Valtrudes, de 81 anos, é bem mais antiga. Veio do pai, que no primeiro dia de trabalho em um açougue na Vitória, encontrou um quadro de Santa Bárbara todo empoeirado no local. Limpou, pediu ao colega pra ir nos canteiros próximos para coletar umas flores e colocou em um vaso ao lado da imagem. Desse dia em diante, ele se tornou devoto e daqueles fervorosos. Todo ano, fazia a festa para a santa. Quando dona Aída tinha três anos, se mudaram para o bairro da Liberdade e a festa ganhou ainda mais adeptos. Desde a morte do pai, é dona Aída a responsável por tocar a tradição. “Meu pai tinha uma fé muito forte, herdei dele. Tanto que quando minha filha nasceu, batizei de Bárbara”, revelou.

Mas, para tristeza dos familiares e amigos, dona Aída bateu o pé que com pandemia não tem caruru. “Só vou fazer um pequeninho pra botar nos pés dela, e só”, disparou. A festança, com aquela mesa farta, vai ficar pra quando o ‘antigo normal’ voltar a vigorar. “Assim que acabar a pandemia eu vou fazer outro, para compensar”, garantiu.

A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos pretos, no Pelourinho, é o local da tradicional festa da cidade. No entanto, também por lá as adaptações foram necessárias. O Prior da Irmandade dos Homens Pretos, Adonai Ribeiro, contou que a imagem não vai ser levada em procissão até o quartel. A celebração será cheia de restrições e apenas 70 fiéis poderão participar das missas.

Quem não conseguir entrar na igreja pode assistir à cerimônia no Instagram da igreja, onde também serão transmitidas três missas, às 7h, às 9h e às 11h.

A realização de shows e festas está suspensa em toda a Bahia. A decisão, que será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (4), faz parte do decreto nº 19.586. A informação foi divulgada na noite desta quinta-feira (03) pelo Governo do Estado da Bahia.

Conforme a publicação, ficam proibidos os "shows, festas, públicas ou privadas, e afins, independentemente do número de participantes". O decreto tem validade até 17 de dezembro, com indicativo de renovação.

Na última quarta-feira (2), o Governo do Estado já havia prorrogado o decreto, que também suspende as aulas nas unidades de ensino das redes pública e privada e proíbe eventos e atividades com presença de público superior a 200 pessoas.

A Bahia soma nesta quinta-feira (3) 11.734 casos ativos de Covid-19, situação em que o paciente permanece doente e pode transmitir o novo coronavírus. A elevação de infectados ativos impacta na ocupação hospitalar. A taxa varia de 49% (enfermaria adulto) a 70% (UTI adulto). Para atendimento pediátrico, a taxa encontra-se em 64% (enfermaria) e 59% (UTI).

Nas últimas 24 horas, o estado registrou 3.268 novos casos confirmados de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,8%) e 3.284 recuperados (+0,8%). Mais 21 óbitos foram atestados tendo como causa o novo coronavírus. Dos 412.685 casos confirmados desde o início da pandemia, 392.615 doentes já são considerados recuperados.

O estado verifica ainda 114.924 suspeitas de contaminação em investigação. Do total de casos confirmados, 99.357 casos (24,38%) são de moradores de Salvador e os demais 306.107 (75,12%) ao interior e Região Metropolitana. Há 2.017 (0,50%) contaminações diagnosticadas de doentes de outros estados que foram atendidos na Bahia.

Durante toda a pandemia, 8.336 pessoas morreram vítimas da pandemia. Em 71,65% dos casos fatais, o paciente possuiam comorbidade. O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado informou que 2816 falecidos tinham hipertensão arterial, 2.585 sofriam de diabetes e 1.571 de doenças cardiovasculares.

A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) está reabrindo vagas em unidades de terapia intensiva (UTI) para vítimas de covid-19, por conta do aumento da taxa de ocupação dos leitos destinados aos pacientes que estão com a doença. Em Salvador, o Instituto Couto Maia foi reforçado com 20 leitos e, no Hospital Espanhol, outros 20 devem ser abertos até o final de semana.

No norte baiano, em Juazeiro, a capacidade foi ampliada com 10 vagas. Em Porto Seguro, no sul, já houve a determinação para que 10 leitos sejam destinados à assistência à covid-19 e, em Feira de Santana, mais 10 leitos já estão sendo destinados aos pacientes com coronavírus.

O secretário Fábio Villas-Boas diz que se for preciso o Hospital Espanhol, em Salvador, pode expandir em até 80 novos leitos. “Estamos vendo um aumento do número de notificações da covid-19 e de internações. Precisamos continuar tomando todas as medidas de prevenção, como evitar aglomerações e o uso de máscaras. Enquanto governo, podemos garantir que situações excepcionais, como festas em locais públicos, sejam proibidas, mas é importante que todos colaborem”, afirma.

O cenário visto hoje é mais crítico do que em junho e julho, alerta. "Pela primeira vez, todas as regiões da Bahia estão com número alto de incidência, internação e ocupação de leitos. A sobrecarga no sistema é muito maior, uma vez que outros problemas como acidentes de trânsito também aumentaram”, acrescenta.

Mais cedo, em entrevista à TV Bahia, ele falou em "segunda onda" por conta desse aumento. "Nós já estamos completando três semanas sucessivas de crescimento progressivo e contínuo do número de casos. Portanto, é possível falar que já estamos entrando numa segunda onda, que vem num cenário mais grave do que o que enfrentamos o início da pandemia", disse.

Já o governador Rui Costa preferiu não falar em segunda onda, mas disse que o pico por agora pode ser o pior da pandemia. "O volume ainda não nos permite afirmar que temos uma segunda onda, mas o ritmo nos permite afirmar que, daqui a uma ou duas semanas ou nos próximos dez dias, se continuar nesse ritmo, podemos viver não só a segunda onda como a maior onda de casos que a Bahia viveu desde o início da pandemia", disse Rui, durante evento no CAB para entrega de novas viaturas.

Vacinação
Também hoje, Rui autorizou a montagem de uma rede de ultrafreezeres, equipamentos que podem chegar até -80°C, para que a Bahia esteja preparada para estocar e distribuir a vacina da Pfizer ou da Moderna — ambas sintéticas, de RNA, a mais avançada tecnologia de vacinas do mundo — quando forem aprovadas.

“Faremos o registro de preço para aquisição de até 100 ultracongeladores para montarmos, pelo menos nas grandes cidades, uma rede de frio com capacidade para armazenar seja a vacina da Pfizer, seja a vacina da Moderna. Essas vacinas, se estiverem disponíveis para a população da Bahia antes das demais, o Governo do Estado vai estar preparado para fazer aquisição e a distribuição”, diz o secretário.

Romana Novais deu à luz Raika, sua segunda filha com o DJ Alok, na noite da quarta-feira (2). A bebê nasceu em um parto prematuro, causado por complicações da covid-19, segundo textos postados pelo casal anunciando a chegada da caçula.

Ambos informaram no início da semana que estavam com a covid-19.

No início do ano, em 10 de janeiro, eles tiveram o primeiro filho, Ravi. A previsão era que a nova filha nascesse no mesmo dia que o irmão, segundo eles anunciaram em julho.

"Devido a uma complicação da covid, entrei em trabalho de parto prematuro. A Raika nasceu ontem a noite, de parto natural. Tudo aconteceu muito rápido e graças a Deus ela nasceu muito bem", escreveu Romana em um post na manhã de hoje.

"Nós duas estamos bem assistidas e em oração p/ uma boa recuperação. Nem tudo acontece como planejamos e os planos de Deus são sempre maiores e melhores que os nossos. Obrigado por todas orações e carinho de cada um de vocês", acrescentou.

Alok também publicou sobre o nascimento precoce da filha. "Jamais imaginei que meus dois filhos nasceriam no mesmo ano. Ontem minha filha Raika veio ao mundo mais rápido do que imaginávamos mas graças a Deus a Romana e ela estão bem e sob os melhores cuidados médicos", afirmou, definindo tudo que aconteceu como "milagre".

"Diante de tudo que estamos vivendo, presenciamos mais um milagre. Tudo muito intenso, mas nada acontece sem a intervenção Divina. Com fé em Deus logo estaremos todos juntos em casa", finalizou.

O primeiro dia com a volta dos testes rápidos para detectar covid-19 na Pituba e Brotas teve 55 casos positivo, segundo balanço divulgado pela prefeitura nesta quinta-feira (3). Foram feitos ontem 137 testes em Brotas, com 44 pessoas com resultado positivo. Na Pituba, foram 150 testes, com 11 resultados positivos. Os testes vão continuar sendo feitos diariamente por unidades móveis no fim de linha de Bortas e na Praça Ana Lúcia Magalhães, a partir das 8h.

Os testes devem ajudar a evitar a segunda onda da pandemia em Salvador, permitindo identificação de doentes para que cumpram o isolamento social e não disseminem a covid. O procedimento é feito através de uma punção digital (furo no dedo) após o paciente fazer um cadastro, e o resultado é encaminhado até as 18h do mesmo dia por meio de mensagem de texto para o celular da pessoa.

Em caso de resultado positivo para o coronavírus, o cidadão é orientado a fazer o isolamento e a contraprova. Por meio do teste é possível identificar se a pessoa já teve a doença e se ainda está com ela.

A retomada ocorre nesses bairros, devido ao número crescente de casos do novo coronavírus. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), entre os dias 24 e 30 de novembro foram contabilizados 113 novos casos em Brotas e 167 na Pituba. Outros bairros que apresentem alto índice de casos também podem receber as medidas no futuro.

Mais ações
Além dos testes, equipes da Limpurb fazem a desinfecção das ruas da Pituba e de Brotas com solução de hipoclorito de sódio e água e a Prefeitura-Bairro de cada região está distribuindo máscaras de proteção para a população. Segundo a gestão de cada Prefeitura-Bairro, cerca de 5 mil máscaras de tecido devem ser distribuídas ao longo dos sete dias de medidas de proteção à vida.

Além das ações nos bairros, a população pode fazer o teste em postos de saúde e em todas as 40 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs e PAs) da cidade. Desde o dia 28 de setembro, apenas as unidades básicas de saúde já realizaram 1.847 testes rápidos. Desse total, 269 exames tiveram resposta positiva para a doença.

Desde o início da pandemia, a SMS realizou 218.909 testes para detecção da doença . De acordo com dados obtidos no portal da Transparência da SMS, que mostra índices relacionados à covid-19, nesta quinta-feira (3) há 98.940 casos confirmados da doença na capital baiana, entre os quais 95.681 casos já estão curados.

Em Salvador, cerca de 62% das pessoas estão preocupadas com o aumento do trânsito no pós-pandemia da covid-19. O dado é apontado pela pesquisa do Datafolha, encomendada pela empresa de mobilidade urbana 99. A pesquisa de percepção da população de Salvador (BA) sobre o uso de aplicativos, hábitos individuais de transporte e integração dos modos de transporte também revela que 38% dos soteropolitanos estão insatisfeitos com a mobilidade urbana de maneira geral, 37% a consideram regular e outros 25% acham ótima ou boa.

De acordo com o gerente de Políticas Públicas da 99, Rodrigo Ferreira, a maior preocupação das pessoas entrevistadas na pesquisa é o aumento do número de carros nas ruas, principalmente com o medo da utilização do transporte público por causa da contaminação do novo coronavírus.

"Aí entra a importância dos aplicativos de mobilidade, já que eles reduzem a necessidade de se ter um carro próprio e possibilitam que as pessoas se locomovam neste período de insegurança. Sem um automóvel particular, além de economizar espaços urbanos de estacionamentos, as pessoas continuarão com um comportamento mais multimodal, o que reduz os congestionamentos", diz o gerente. Ele acrescenta que a redução de congestionamentos passa por incentivos a integrações entre diferentes modais. "Táxis, carros particulares, ônibus, metrô, bicicleta entre outros, [para facilitar o direito de ir e vir dos brasileiros, principalmente nas periferias", fala.

Como solução para melhorar esse quadro, 56% dos entrevistados acreditam que o uso de veículos particulares piora a mobilidade urbana e, consequentemente, 58% defendem que a existência de carro por aplicativo diminui a necessidade de ter veículo próprio. Ainda como alternativa para evitar a volta aos congestionamentos pré-pandemia, 79% acreditam que os aplicativos de mobilidade colaboram com a fluidez do trânsito em Salvador.

“A sociedade enxerga os carros compartilhados como ferramentas essenciais para contornar os gargalos da mobilidade em grandes cidades, como Salvador. Dessa maneira, os dados dessa pesquisa mostram que, cada vez mais, os aplicativos devem se integrar aos modos de transporte nas grandes cidades para termos uma mobilidade mais efetiva e inclusiva”, afirma Ferreira.

Com um esforço para viabilizar soluções para esta questão, Ferreira diz que a empresa busca fomentar discussões sobre mobilidade urbana e contribuir com o debate da multimodalidade nos centros urbanos, principalmente com incentivos aos transportes coletivos, ativos e compartilhados. "Essa pesquisa com o Datafolha é mais exemplo desse esforço, já que com ela em mãos é possível pensar o presente e o futuro das cidades com mais clareza . A empresa também procura manter boas relações com agentes da esfera pública e sociedade civil, aberta para conversas que colaborem com a integração do sistema de mobilidade das cidades, incentivem o comportamento multimodal e contribuam para maior democratização do acesso à cidade", conta.

Renda e economia
Outro dado importante foi apontado pela pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe), ele mostra que a 99 adicionou indiretamente R$ 180 milhões ao PIB da capital baiana em 2019, o que agregou 0,29% ao PIB local no ano. Isso foi responsável pela geração do equivalente a cerca de dois mil empregos no ano apenas na cidade.

É a primeira vez que a Fipe analisa o impacto socioeconômico da 99 no Brasil. O estudo se baseia em dados da plataforma sobre as operações no país, dados do IBGE e análises anteriores produzidas pelo corpo técnico da fundação.

Boa parte dos efeitos positivos gerados na economia pela presença da 99 vem dos gastos das famílias dos motoristas que geram renda por meio do aplicativo de maneira complementar ou principal. Essa movimentação econômica estimula a cadeia produtiva e seus efeitos indiretos, o que consequentemente aumenta o índice de empregos gerados.

Com a chegada do final do ano, a possibilidade de festas e aglomerações aumenta, o que é perigoso em tempos de covid-19. O governador Rui Costa afirmou nesta quinta-feira (2) que o governo fará um "monitoramento rigoroso" até nas redes sociais para flagrar estabelecimentos que façam festas nesse período.

"Não será permitida nenhuma festa de final de ano em dezembro. Vamos fazer um monitoramento rigoroso inclusive em redes sociais para que qualquer estabelecimento que esteja fazendo festa seja fiscalizado e até interditado pela polícia se desrespeitar as regras e fazer festas no Réveillon. Isso não será permitido e a polícia atuará preventivamente", alertou Rui, durante entrega de viaturas novas no CAB.

Ele disse que a "vida humana é mais importante que o faturamento da festa". "É melhor ficar sem as festas do fim de ano do que ficar sem emprego, já que uma maior contaminação por causa disso pode ocorrer restrições no comércio e em estabelecimentos. Para os baianos, eu digo que não comprem ingresso de festa porque vai perder o dinheiro e a festa não vai acontecer", diz.

O monitoramento já está sendo feito para tentar verificar a organização de possíveis festas. "Já estamos cientes de algumas festas anunciadas que serão monitoradas, notificadas e, se insistirem em fazer, interrompidas", garantiu.

No final de novembro, Rui já tinha dito que as festas de fim de ano estavam proibidas no estado. “Não será permitida em nenhum município da Bahia festas públicas e privadas. E se for para a praia? Não temos condições de dispersar pessoas nas praias. Vamos fazer um campanha, vamos fazer um apelo para que as pessoas não ocupem as areias da praia no Ano Novo. Não vou jogar bomba de gás na areia de praia. Espero que a consciência das pessoas fale mais alto”, declarou Rui. “Festas por iniciativas privadas e poder público não serão permitidas. Se individualmente as pessoas vão aglomerar, o que vou fazer?", disse, na ocasião.

Nova onda de casos
A Bahia ainda não vive uma segunda onda, mas o ritmo crescente de casos de covid-19 preocupa e o pior momento da pandemia pode está por vir, na avaliação do governador Rui Costa. "O volume ainda não nos permite afirmar que temos uma segunda onda, mas o ritmo nos permite afirmar que, daqui a uma ou duas semanas ou nos próximos dez dias, se continuar nesse ritmo, podemos viver não só a segunda onda como a maior onda de casos que a Bahia viveu desde o início da pandemia", disse Rui, no mesmo evento.

Por conta desse momento de aumento nos casos, a volta as aulas voltou a ser descartada. "Nossa intenção era começar as aulas agora, mas por conta do crescimento da doença, nós tivemos que adiar esse retorno. Não dá pra pensar numa volta segura como queremos fazer desde o início com esse número tão grande de novos casos", diz.

Apesar disso, o governador descarta nesse momento a volta de restrições ao transporte intermunicipal, como ocorreu no início da pandemia. "As medidas de restrição não devem acontecer no transporte, estamos em um momento diferente. Quando ocorreu, era com a intenção de impedir que a doença chegasse às cidades que estavam sem registro. Hoje, acredito que 100% das cidades têm casos. Então, essa atitude serviria apenas para trazer prejuízo econômico e dificultar a locomoção de quem necessita do transporte municipal", considerou.

Ele falou em "restrição no convívio social" caso a situação piore, sem detalhar que medidas exatas poderiam ser tomadas. "O que pode ser feito, se a situação se agravar, é a restrição no convívio social no geral, que não está descartado porque não podemos permitir que o cenário se amplie de uma forma que não tenhamos leito para receber as pessoas contaminadas".

A Bahia ainda não vive uma segunda onda, mas o ritmo crescente de casos de covid-19 preocupa e o pior momento da pandemia pode está por vir, na avaliação do governador Rui Costa. "O volume ainda não nos permite afirmar que temos uma segunda onda, mas o ritmo nos permite afirmar que, daqui a uma ou duas semanas ou nos próximos dez dias, se continuar nesse ritmo, podemos viver não só a segunda onda como a maior onda de casos que a Bahia viveu desde o início da pandemia", disse Rui, durante evento no CAB para entrega de novas viaturas.

A fala contraria o que disse mais cedo o secretário da Saúde, Fábio Villas-Boas. "Nós já estamos completando três semanas sucessivas de crescimento progressivo e contínuo do número de casos. Portanto, é possível falar que já estamos entrando numa segunda onda, que vem num cenário mais grave do que o que enfrentamos o início da pandemia", disse ele à TV Bahia.

Por conta desse momento de aumento nos casos, a volta as aulas voltou a ser descartada, explicou Rui. "Nossa intenção era começar as aulas agora, mas por conta do crescimento da doença, nós tivemos que adiar esse retorno. Não dá pra pensar numa volta segura como queremos fazer desde o início com esse número tão grande de novos casos", diz.

Apesar disso, o governador descarta nesse momento a volta de restrições ao transporte intermunicipal, como ocorreu no início da pandemia. "As medidas de restrição não devem acontecer no transporte, estamos em um momento diferente. Quando ocorreu, era com a intenção de impedir que a doença chegasse às cidades que estavam sem registro. Hoje, acredito que 100% das cidades têm casos. Então, essa atitude serviria apenas para trazer prejuízo econômico e dificultar a locomoção de quem necessita do transporte municipal", considerou.

Ele falou em "restrição no convívio social" caso a situação piore, sem detalhar que medidas exatas poderiam ser tomadas. "O que pode ser feito, se a situação se agravar, é a restrição no convívio social no geral, que não está descartado porque não podemos permitir que o cenário se amplie de uma forma que não tenhamos leito para receber as pessoas contaminadas"

O governador comentou também a compra de refrigeradores para a futura campanha de vacinação, já que a maior parte dos imunizantes em desenvolvimento precisa desse tipo de armazenamento. "Nós estamos adquirindo refrigeradores que não são de uma finalidade exclusiva. Há hoje na Bahia outros medicamentos que necessitam de refrigeração. A compra dos refrigeradores vem pra reforçar uma estrutura que já existe e, claro, para dar capilaridade a um processo de vacinação da população baiana com vacinas que precisam estar refrigeradas abaixo dos -70°", diz.

Prefeitura e governo continuam trabalhando juntos no combate à covid. "Há sim um diálogo, os secretários de saúde do Governo e da Prefeitura continuam fazendo reuniões para seguir no combate a pandemia, nós temos conversado por telefone. A preocupação agora é reabrir os leitos em conjunto para que se consiga lidar com esse crescimento de casos. A prefeitura já iniciou esse processo abertura de leitos. Nós também abriremos para compensar a ausência do hospital da Fonte Nova e vamos abrir leitos no Hospital Espanhol e também no Couto Maia", explicou.

Fim de ano
Com a chegada do final do ano, a possibilidade de festas e aglomerações aumenta. O governador afirmou que fará um "monitoramento rigoroso" até nas redes sociais para flagrar estabelecimentos que façam festas nesse período. "Não será permitida nenhuma festa de final de ano em dezembro. Vamos fazer um monitoramento rigoroso inclusive em redes sociais para que qualquer estabelecimento que esteja fazendo festa seja fiscalizado e até interditado pela polícia se desrespeitar as regras e fazer festas no Réveillon. Isso não será permitido e a polícia atuará preventivamente", alertou.

Ele disse que a "vida humana é mais importante que o faturamento da festa". "É melhor ficar sem as festas do fim de ano do que ficar sem emprego, já que uma maior contaminação por causa disso pode ocorrer restrições no comércio e em estabelecimentos. Para os baianos, eu digo que não comprem ingresso de festa porque vai perder o dinheiro e a festa não vai acontecer", diz.

O monitoramento já está sendo feito para tentar verificar a organização de possíveis festas.

A Bahia já se prepara para armazenas doses de vacina contra o coronavírus. Na manhã desta quinta-feira (3), o secretário de Saúde estadual, Fábio Vilas-Boas, contou que já se reuniu com o governador Rui Costa para tratar dos detalhes.

Segundo o titular da pasta, equipamentos modernos serão adquiridos em breve. "O governador Rui Costa autorizou a montagem de uma rede de ultrafreezeres de -80 graus para que a Bahia esteja preparada para estocar e distribuir a vacina da Pfizer ou da Moderna, ambas sintéticas, de RNA, a mais avançada tecnologia de vacinas do mundo, quando forem aprovadas", publicou em uma rede social.

A ideia inicial é que sejam adquiridos pelo menos 100 equipamentos refrigeradores, que serão instalados na capital e nas principais cidades do interior baiano.

Ainda não há uma previsão de quando esses equipamentos serão comprados de fato, nem de quando serão entregues na Bahia. O secretário também não detalhou que outras cidade além de Salvador contarão com os equipamentos armazenadores.