O Jornal da Cidade

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Em parecer enviado à Justiça Federal de São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu que o Conselho Federal de Medicina (CFM) seja obrigado a suspender imediatamente a diretriz que dá autonomia aos médicos para prescreverem cloroquina e hidroxicloroquina a pacientes diagnosticados com covid-19.

A manifestação foi enviada no âmbito do processo movido pela Defensoria Pública da União (DPU) para responsabilizar a entidade pelas mortes da pandemia. O órgão busca o pagamento de uma indenização de R$ 60 milhões a titulo de danos morais coletivos pela falta de uma recomendação clara do CFM contra o chamado 'kit-covid'.

O MPF diz que o Conselho Federal de Medicina contraria orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e da Coordenação de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde.

"Órgãos públicos que exercem funções que pressupõem determinada expertise devem produzir informações tecnicamente qualificadas para fundamentar suas decisões", argumenta.

O documento contestado foi editado em abril de 2020, no início da pandemia, e desenha um quadro de indefinição científica. A posição é a de que não há consenso sobre o uso dos medicamentos no 'tratamento precoce' contra a covid-19. No entanto, na avaliação do Ministério Público, a esta altura o posicionamento da entidade está 'desatualizado'.

"Até a presente data o CFM sustenta a legitimidade de um parecer que se apoiou numa recomendação de uso favorável ao uso da cloroquina e da hidroxicloroquina feito pela IDSA em abril de 2020. Ocorre que desde agosto de 2020 a IDSA se manifesta contra o uso da cloroquina e hidroxicloroquina. Apesar disso não se tem notícia que o CFM tenha reavaliado o fundamento de seu parecer", diz outro trecho da manifestação ministerial.

O Ministério Público também argumenta que, apesar de enfatizar a incerteza quanto aos possíveis benefícios do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus, o Conselho Federal de Medicina não dá o mesmo destaque aos eventuais danos que os medicamentos podem causar na saúde dos pacientes.

"É como dizer que o uso de tais drogas é incerto mas que o resultado de seu uso só pode neutro ou benéfico, nunca maléfico. Além de ilógico esse ponto de vista ignora conclusões da OMS que não excluiu o potencial de um pequeno aumento do risco de morte e ventilação mecânica com hidroxicloroquina além de hipovolemia, hipotensão e lesão renal aguda", escreve o procurador da República Luiz Costa, autor da manifestação.

A conclusão do MPF é que, ao manter aberta a possibilidade de administração de remédios ineficazes no combate à covid-19, o Conselho Federal de Medicina dá 'suporte normativo a situações de exposição a risco à vida e à saúde das pessoas'.

Além de pedir a suspensão da diretriz, o Ministério Público defende que o seja obrigado a deliberar sobre a possibilidade de infração ética dos médicos que vierem a prescrever cloroquina e hidroxicloroquina para a prevenção e o tratamento da covid-19.

COM A PALAVRA, O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

A reportagem entrou em contato com a entidade e, até a publicação deste texto, ainda aguardava resposta. O espaço está aberto para manifestação.

No processo, o conselho diz que 'veda o uso indiscriminado de cloroquina e hidroxicloroquina na forma inalável, limitando seu uso ao protocolo oficial de pesquisas e a provocação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para determinar a obrigatoriedade de receita médica para a compra' dos medicamentos.

Em sua defesa prévia, a associação também afirma que a pandemia trouxe um cenário 'inédito', 'não existindo tratamento ou medicamento com comprovação científica inconteste, em especial quanto a prevenção e ao tratamento da doença na fase inicial'. O CFM reitera o posicionamento de que há 'controvérsia' na comunidade científica sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da doença.

O Conselho Federal de Medicina ainda admite que, conforme suas diretrizes, o uso do kit-covid 'pode ser considerado pelo profissional médico' e que a prescrição 'se enquadra na situação regular de uso off-label de medicamentos'.

"O parecer impugnado da ação está fundamentado na autonomia do médico e do paciente na utilização de medicamentos e procedimentos, sempre sob o manto do consentimento livre e esclarecido", afirma.

A cobertura vacinal das pessoas a partir de 12 anos com a segunda dose ou dose única anticovid na Bahia é, atualmente, de 77,9%. Mas a média esconde uma grande desigualdade. Enquanto 59 municípios já passaram dos 90%, 28 ainda nem chegaram aos 50%. O ranking negativo de menor cobertura é ocupado por Mutuípe, Varzedo e Encruzilhada, do primeiro ao terceiro lugar, respectivamente. O levantamento foi obtido pelo Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-BA) via Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

Salvador tem 89,75% de cobertura vacinal para a primeira dose. Para a segunda, entre pessoas com 12 anos ou mais, o número é 77,43%. Mas quem lidera na maior cobertura é Uauá, com 95,15% para a primeira dose e 137, 17% para a segunda. O número acima dos 100% pode ser explicado pela margem de erro na estimativa populacional (baseada no último Censo do IBGE, de 2010) e também pela aplicação de vacina para pessoas de outros municípios.

Já Mutuípe fica com apenas 40% de cobertura para a primeira dose e 20,83% para a segunda. Para a população entre 5 a 11 anos, o sistema não aponta nenhuma vacina aplicada, assim como acontece com a dose de reforço. Além de Mutuípe, Varzedo e Encruzilhada, também integram a lista dos 28 municípios cidades como Amélia Rodrigues, Teixeira de Freitas e até mesmo Ilhéus.

“Não adianta termos Salvador com quase 90% da população vacinada e outras com menos de 50%. Para a Bahia ficar livre da covid-19, com um cenário positivo, a gente precisa equiparar a vacinação”, defende o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-Ba), Marcos Sampaio.

“Quando fazemos uma análise por macrorregião da Bahia, observamos percentuais diferentes de uma para outra. O Extremo-Sul tem o menor percentual de cobertura, com 66,8%. Depois, vem o Sul com 69,9%. A melhor cobertura é a do Centro-Norte, com 85,4%”, afirma Vânia Rebouças, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da Sesab.

O presidente do CES-Ba destaca que o principal fator para a desigualdade é a falta de profissionais em uma parte dos municípios. “Há falta de vacinadores e digitadores. Em alguns municípios, a equipe é insuficiente para vacinar e colocar no sistema”, diz. O CES-Ba enviou, no último 4, um ofício ao Ministério da Saúde solicitando recursos extras para a contratação de mais profissionais para a vacinação. Ainda não houve resposta.

Sampaio ainda acrescenta que há desigualdades entre zonas urbanas e rurais e atrasos no sistema. “Tem também o problema da zona rural, das grandes distâncias a serem enfrentadas, dos obstáculos nesses caminhos a serem percorridos. Mas vale ressaltar as falhas no sistema. Há um atraso nisso. Alguns municípios não têm suporte, outros têm dificuldade com internet ou falta de digitadores”.

Vânia Rebouças concorda. “Além de outros fatores, temos uma alimentação irregular do sistema de vacinação por parte das secretarias municipais. Apesar da Sesab fazer a atualização diária dos dados, há municípios que estão sem alimentar o sistema estadual há mais de uma semana. Isso nos preocupa e atrapalha a análise da situação da vacinação no estado”, destaca.

O secretário de saúde de Jucuruçu, Marcos Henrique Moreira, diz que a vacinação está acontecendo no município, mas reconhece o atraso no registro. “Em janeiro, checamos o sistema e vimos que não estava havendo registro. A mesma pessoa ficava responsável pela vacinação e por alimentar o sistema, então não dava conta. Isso foi revisto, foi contratada uma outra pessoa e agora o atraso está sendo corrigido”, afirma. A assessoria de Teixeira de Freitas também afirmou que há dificuldade em alimentar o sistema e que, por isso, está realizando um mutirão de digitação.

O secretário de saúde de Ilhéus, André Cesário, disse que o percentual de vacinação da segunda dose é de 82,54%, e não 47,46%, como aponta o levantamento. Segundo ele, a diferença se deve por conta do atraso de lançamento da vacinação no sistema, mas a situação está sendo regularizada.

Como as chuvas afetaram a vacinação?

De acordo com Marcos Sampaio, a chuva que atingiu boa parte da Bahia entre o final do ano passado e o início deste ano fez com que muitas unidades de saúde fossem atingidas por enchentes, levando à perda de estoque de vacina, de material, de documentos e ainda comprometendo o sistema de digitação. Dos 28 municípios da lista com menos de 50% de cobertura para a segunda dose, 14 estavam na lista de cidades com estado de emergência decretado por conta das chuvas.

Para o Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-Ba), a chuva é o principal fator para a desigualdade de cobertura vacinal. No final de janeiro, a presidente do conselho, Stela Souza, solicitou ao Ministério da Saúde auxílio financeiro em caráter emergencial para 105 municípios baianos que foram drasticamente atingidos pelas chuvas, totalizando 533 Unidades Básicas de Saúde (UBS) danificadas, com 10 tendo que ser totalmente reconstruídas. Também ainda não houve resposta.

“Nós ficamos com estradas interditadas, postos alagados, perdemos vacinas. Em dezembro, nós praticamente não vacinamos ninguém, não tinha condições. Além dos obstáculos, a prioridade era a vida das pessoas, as casas que foram perdidas, pessoas desabrigadas”, conta o secretário de saúde de Jucuruçu.

Por que é importante ter uma cobertura vacinal homogênea?

“Não adianta a Bahia ter uma meta satisfatória de vacinação se há áreas com uma cobertura regular ou ruim”, coloca o sanitarista e pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/Ufba), Ramon Saavedra. Mas ele destaca que também há uma parcela significativa da população que não está indo se vacinar, principalmente com a terceira dose. De acordo com dados da Sesab, 24,7% da população tomou a dose de reforço, o que representa 2.738.695 dos cerca de 15 milhões de baianos.

“Vale ressaltar que a dose de reforço é essencial. As pessoas estão com uma falsa sensação de proteção por ter a segunda dose, mas não é bem assim. Estudos comprovam que os anticorpos criados têm queda ao longo do tempo. Se a pessoa já tem mais de 6 meses que tomou a segunda dose, ela está em risco e precisa da dose de reforço. Por isso, é importante que as prefeituras e o Governo Estadual invista na busca ativa de faltosos, é uma estratégia necessária nesse momento”, alerta Saavedra.

Desmobilização de leitos covid

No ofício enviado ao Ministério da Saúde solicitando recursos extras para contratação de profissionais, há mais um pedido: o da garantia da continuidade do financiamento de leitos covid até que seja decretado o fim da pandemia. O pedido vem após a Portaria nº 4.226 do Ministério da Saúde prever a desmobilização de leitos de UTI covid a partir do dia 31 de janeiro de 2022. Os leitos autorizados até esta data foram mantidos e os demais tiveram o custeio cancelado.

Segundo Marcos Sampaio, presidente do CES-Ba, a decisão é precipitada e precisa ser revertida. “Nós consideramos que isso é precipitado. Essa retirada de recursos só pode ser feita no final da pandemia ou quando a ocupação de leitos esteja realmente baixa. Não é o caso, estamos batendo recorde de casos ativos, as prefeituras estão tendo que abrir mais leitos”, opina.

No ofício de solicitação de manutenção dos leitos, o CES-Ba considera a chegada da variante ômicron como fator de alerta e diz que o novo aumento de casos de covid está “superlotando as unidades de saúde”. “O momento continua sendo de preservar vidas com o aumento da transmissão provocada pela ômicron, necessitando conscientizar as pessoas para as ações sanitárias”, diz o documento. De acordo com o boletim da Sesab desta terça (8), a taxa de ocupação de leitos de UTI covid para adultos na Bahia é de 71%; já para crianças, de 64%.

O CORREIO tentou contato com os municípios de Encruzilhada e Varzedo, sem sucesso. O município de Mutuípe não respondeu até o fechamento da reportagem. O Ministério da Saúde também foi procurado, mas não retornou o contato.

Lista dos 28 municípios com menos de 50% de aplicação da 2ª dose:

Mutuípe - 20,83%
Varzedo - 32,68%
Encruzilhada - 34,21%
Amélia Rodrigues - 34,49%
Ichu - 24,76%
Iguaí - 34,95%
Caatiba - 35,30%
Teolândia - 35,44%
Jucuruçu - 37,19%
Esplanada - 38,52%
Nilo Peçanha - 38,71%
Muniz Ferreira - 39,10%
Pindobaçu - 39,16%
Gavião - 40,71%
Nova Redenção - 42,69%
Ipirá - 42,98%
Firmino Alves - 45,38%
Conceição do Coité - 47,08%
Ilhéus - 47,46%
São Francisco do Conde - 47,89%
Teixeira de Freitas - 48,06%
Elísio Medrado - 48,22%
Ubatã - 48,75%
Gandu - 49,28%
Novo Triunfo - 49,47%
Ituberá - 49,51%
Cordeiros - 49,64%
Antas - 49,79%

A depender do produto, comprar em atacados e atacarejos rende uma economia de até 12%, quando comparado às compras em super e hipermercados. É o que indica a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB-BA), Selma Magnavita. Já o presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase), José Humberto Souza, alega que a diferença não é tanta assim. Segundo ele, a variação é de 5%.

Por ser mais barato, o segmento virou um grande atrativo para clientes baianos. A dona de casa Carmen Oliveira, 56, conta que há alguns anos só faz as compras do mês em atacados, ou no Assaí ou no Atakarejo, sempre variando de marca. “O atacadão tem muitas vantagens, porque são preços mais baixos, mas também porque faço a compra do mês. Então quem compra em quantidade, acaba economizando”, diz Carmen.

No mês passado, ela afirma ter gasto R$ 1.400 no Atakarejo, com quase tudo o que precisava para a família, de cinco pessoas, seis cachorros e dois gatos. O mesmo carrinho saiu por R$ 1.100 no Assaí, no mês anterior. “Não é sempre que os preços estão acessíveis, porque, com a pandemia, até os atacadões aumentarem muito de preço. Então temos que variar, para não pagar mais caro e ficar ligado nas promoções, que fica mais viável. Se fosse em mercado normal, gastaria fácil R$ 1.600 a 1.700”, adiciona Carmen.

No Brasil, em 2021, houve um crescimento de 22% dos atacarejos somente no primeiro trimestre. Em 2020, o setor avançou 26,7%, enquanto que os supermercados e hipermercados cresceram menos de 13%, de acordo com um estudo da Nielsen IQ encomendado pela Associação Brasileira dos Atacadistas e Autosserviço (ABAAS). A Associação, que não tem dados regionais, ainda disse que os preços podem ficar 15% menores nos atacarejos, onde 860 mil famílias fazem compras.

No caso do Assaí Atacadista, os preços são 15% mais baixos que no varejo tradicional. “Nosso modelo de negócio tem como principal objetivo levar preço baixo e um mix de produtos completo para o dia a dia para que os nossos clientes consigam fazer com o que seu dinheiro possa render mais”, diz o diretor regional do Assaí Atacadista, Fábio Santos.

Desde a primeira loja inaugurada, em 1974, em São Paulo, outras 212 foram abertas em todo o país. Hoje, a Bahia é o terceiro estado do país com a maior quantidade de lojas - são 18, distribuídas em 14 cidades baianas.

“O segmento tem crescido bastante em todo o país nos últimos 10 anos. Antes, o atacarejo ainda era muito focado no abastecimento para micros e pequenos comerciantes e vendedores, mas tem sido cada vez mais descoberto pelos consumidores finais em busca de maior economia e fazer o dinheiro render mais. isso tem atraído uma parcela de novos clientes que acaba se fidelizando com o nosso negócio", diz o diretor regional, Fábio Santos.

Tendência
O presidente da Abase, José Humberto Souza, explica que essa tendência de compras em atacados existe há alguns anos. O principal motivo foi a redução de custos, uma vez que oferecem menos serviços, como embalagens, delivery e menos mão de obra, proporcionalmente. “É uma tendência que ocorre há alguns anos no Brasil. Os atacados, por não terem tantas facilidades como os supermercados, conseguem oferecer preços mais atraentes”, esclarece Souza.

A aposta por esse formato de venda foi por uma crise do setor. “Da forma que estava, era uma fórmula que não dava mais para pagar as contas”, explica. Os produtos que mais valem à pena, segundo ele, são os da linha básica. “Os cereais e feijão, por exemplo, têm preços mais agressivos, mas a diferença não é tão grande. Por as pessoas estarem com a renda reduzida, qualquer centavo faz diferença”, adiciona Souza.

O Carrefour foi procurado, mas não quis participar da matéria. A rede Atakarejo, G Barbosa, Mercantil Atacado e RedeMix não deram retorno. Já o Grupo Big, formado pelo Maxxi Atacado, Sam's, Super Bompreço, BIG Bompreço e TodoDia, não podem dar entrevistas, pois estão em período de silêncio, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Compras em grupo
Para conseguir aproveitar melhor os descontos, o ideal é que se vá aos atacados em grupo, segundo a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB-BA), Selma Magnavita. "Apesar de as pessoas não terem o hábito aqui em Salvador, orientamos sempre que as pessoas comprem em grupo, com vizinho e amigos, e já fazerem a separação dos produtos no próprio mercado, porque é uma forma muito mais econômica de compras os produtos”, aconselha.

Os alimentos não perecíveis são os que mais valem a pena comprar nesses locais, segundo ela. Já os de hortifruti, o melhor é adquirir na feira ou até em mercados tradicionais. Outra dica de Selma é nunca deixar escapar os descontos. “Aconselhamos comprar na promoção, porque sempre dá para economizar algumas frações de reais. Se a marca estiver cara, o consumidor deve trocá-la, nem que temporariamente”, adiciona.

Já o educador financeiro Edísio Freire, orienta ainda que os clientes devem fazer uma lista de compras antes de sair de casa. “Assim, é possível fazer uma compra mais otimizada e aquirir somente aqueles produtos que precisa”, esclarece.

Mesmo que não for para comprar em grupo, ele diz que os atacados e atacarejos são a melhor opção quando o assunto é preço. “A maioria dos mercados pratica dois tipos de preço, o varejo e o atacado. Então, quando se compra em quantidades maiores, o item por unidade sai mais barato, pelo preço ser mais competitivo. No caso dos não perecíveis, vale comprar em quantidade para estocar, analisando o volume de consumo da casa e se atentando para o tempo de validade”, conclui Freire.

Preço de produtos em atacado e varejo:
Arroz (kg)
Atakai - R$ 3,39
Atakarejo - R$ 3,48
Atacadão - R$3,75
Hiper Ideal - R$ 4,19
G Barbosa - R$ 4,19

Feijão (kg)
Atacadão - R$ 6,59 (carioca)
Atakai - R$ 7,42 (carioca) e
Hiper Ideal - R$6,98 (carioca) e R$ 8,49 (preto)
G Barbosa - R$ 5,99 (carioca) e R$ 7,69 (preto)

Farinha de trigo (kg)
Atacadão - R$ 3,79
Atakarejo - R$ 3,88
Maxxi - R$ 3,99
Hiper Ideal - R$ 3,99
G Barbosa - R$ 4,25

Frango inteiro
Atacadão - indisponível no site
Hiper Ideal - R$ 27,45
G Barbosa - R$ 23,76

Tomate (kg)
Atacadão - indisponível no site
Hiper Ideal - R$ 9,99
G Barbosa - R$ 9,00

O cartão de vacinação contra a covid-19 passará a ser cobrado de pacientes, pais e acompanhantes de parturientes internadas no Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher). A exigência passa a valer a partir da terça-feira da próxima semana (15). A orientação é do Ministério da Saúde diante do aumento de casos da doença e também da gripe provocada pelo vírus H3N2. A unidade hospitalar passa a ter novas regras na rotina para acompanhantes a fim de reduzir riscos de transmissão.

Uso de máscara, higienização frequente das mãos, distanciamento social durante circulação em corredores bem como uso de toucas, luva descartáveis, roupa hospitalar padronizada e pulseira de identificação fazem parte das novas regras no Hospital da Mulher.

O diretor do Complexo Materno Infantil da Fundação Hospitalar, o médico Francisco Mota, afirma que o cumprimento das regras é fundamental para garantir a saúde de pacientes, bebês e de profissionais da saúde. “Será solicitado de pais e acompanhantes, sem o ciclo vacinal completo, o resultado do exame [RT-PCR] realizado até 48 horas antes do acesso ao hospital”.

A presidente da Fundação Hospitalar, Gilbert Lucas, alerta ainda para “quem não tiver tomado a segunda ou a terceira doses, no prazo, não poderá ter acesso à unidade hospitalar”.

Mineração Caraíba prevê investir R$ 3 bilhões para ampliação de sua unidade industrial pretende investir R$ 3 bilhões para ampliação e modernização de sua unidade industrial no município de Jaguarari, no norte da Bahia. Um protocolo de intenções com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) foi assinado na última sexta-feira (04).

Com capacidade de produção anual de 1.900 toneladas de minério de cobre e seus concentrados, a empresa pretende manter os 2.020 empregos diretos existentes e gerar mais de 800 novos postos de trabalhos.

"É de grande importância para o estado esse novo investimento da Mineração Caraíba que já atua há mais de 51 anos na região norte da Bahia. O empreendimento além de promover novos postos de trabalhos vai gerar desenvolvimento para o interior do estado promovendo qualidade de vida aos baianos." diz Nelson Leal, titular da SDE.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) arquivou, por ausência de provas, o inquérito que investigava a morte de MC Kevin. A informação foi confirmada pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Zona Sul e Barra da Tijuca. O funkeiro morreu no dia 16 de maio, aos 23 anos de idade, após cair do 5º andar de um hotel. Hóspedes e amigos do MC prestaram depoimento na 16ª DP, na Barra da Tijuca.

Em novembro de 2021, a 16ª DP do Rio de Janeiro concluiu que a morte de Kevin foi um acidente e sugeriu à Justiça que o caso fosse arquivado por falta de elementos que caracterizavam crime.

Na época, os investigadores apontaram que o MC tentou pular do 5º andar para a varanda do andar inferior do hotel, mas perdeu o apoio, se desequilibrou e caiu.

A PM havia afirmado que o cantor caiu do 11º andar, mas corrigiu a informação horas depois: a confusão aconteceu porque Kevin estava hospedado no 11º andar com a mulher, Deolane Bezerra, mas no momento da morte estava num quarto no 5º andar com um amigo e uma garota de programa.

O salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 5.997,14 em janeiro. É o que afirma a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgada nesta segunda-feira, 7. O valor corresponde a 4,95 vezes o piso federal atual, de R$ 1.212.

A estimativa do Dieese é realizada mensalmente e indica qual é o rendimento mínimo necessário para que um trabalhador e sua família possam suprir as despesas do mês com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. A estimativa do valor ideal para janeiro tem como base os preços da cesta básica de São Paulo, com custo de R$ 713,86, a mais cara do mês entre as 17 capitais que são analisadas na pesquisa.

Segundo o Dieese, considerando o preço da cesta básica, o trabalhador que recebe um salário mínimo comprometeu em média 55,20% do seu rendimento líquido de janeiro para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo.

O valor ideal de janeiro, de R$ 5.997,14, representa um aumento de 3,4% em relação à estimativa da pesquisa para o salário mínimo ideal de dezembro de 2021, que foi de R$ 5.800,98, também levando em conta a cesta básica de São Paulo. Em dezembro, o piso nacional era R$ 1.100.

Alta de preços

O Dieese indica também que o valor da cesta básica aumentou em janeiro em 16 das 17 capitais nas quais a pesquisa é realizada, com as maiores altas ocorrendo em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).

A cesta básica mais cara, como mencionado anteriormente, foi a de São Paulo (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).

As maiores altas acumuladas em 12 meses ocorreram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%).

Na contramão da onda de encerramento de negócios por conta da crise econômica agravada com a pandemia, empreendedores baianos decidiram investir na própria empresa. Ao todo, 19.845 estabelecimentos do ramo alimentício começaram a funcionar no estado de março de 2020 até agora, segundo dados fornecidos pela Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb). No comando das empreitadas, 87,6% são Microempreendedores Individuais (MEIs).

Um desses novos empresários é Ruan Neves, proprietário do Casa Bar. O espaço, que pertence à sua mãe e funcionou como centro educacional por 25 anos, ficou vago após uma escola não resistir às agruras do período pandêmico e entregar o ponto. Nesse momento, Ruan teve a ideia de criar seu príprio negócio. Hoje, o Casa Bar já conta com duas unidades.

O empreendimento nasceu em agosto de 2020 e, até maio de 2021, só funcionava como depósito. O local apostou na culinária para angariar admiradores e, desde então, só cresceu. Com a primeira unidade localizada em Pernambués, tem dois principais motivos para o sucesso: o clima aconchegante "de casa" e a “Defumadinha”, feijoada que é servida com carnes que passaram por um processo especial de defumação.

"No primeiro semestre de 2021, comecei a fazer o Casa Bar voltado para a gastronomia. Fui fazendo, chamando uns amigos e a coisa começou a andar. Não tinha intenção de seguir no ramo da alimentação, mas as coisas foram fluindo e gostei. Esse momento encaixou certinho com a possibilidade da volta dos bares e restaurantes. Aí também criei uma feijoada, que conhecem como Defumadinha, e comecei a vender já no formato de restaurante. Depois disso, tomou uma proporção que nem eu mesmo imaginava", conta Ruan Neves.

Segundo o empreendedor, são atendidas, em média, 600 pessoas por semana. Até nas redes sociais, dá para medir o crescimento. Em maio do ano passado, eram 600 seguidores. Hoje, já são quase 19 mil, diz o empresário. Até o cantor Márcio Victor, líder da banda Psirico, já marcou presença no local.

Após o sucesso da primeira unidade, o Casa Bar ganhou mais um espaço, dessa vez na Praça Colombo, no Rio Vermelho. A inauguração aconteceu no dia 28 de janeiro. "A gente se planejou, estudou o mercado. Foi uma aposta junto com um grande desafio porque é um ponto comercial pelo qual já passaram diversas marcas que não deram certo, mas é o coração do Rio Vermelho e a gente queria um lugar mais acessível porque muita gente queria conhecer o Casa Bar mas não ia por ser mais distante", acrescenta o empresário.

O crescimento não para por aí. Ruan já planeja, ainda neste semestre, inaugurar um curso gastronômico social no Casa Bar de Pernambués. Serão aulas gratuitas para pessoas do bairro. "Eu quero, de alguma forma, dar um retorno para as pessoas do bairro, que fazem parte da história e do crescimento do Casa Bar".

Novos empresários

Resultados positivos de uma aposta ousada também são colhidos por Adolfo Maia, proprietário da Arena Dogão, inaugurada em agosto de 2021, na Federação. Adolfo trabalhava antes com gestão em saúde e abriu o negócio logo depois de ver o ponto que considerava ideal para seu projeto ficar disponível.

"Eu procurei um lugar bem movimentado para contar com o fluxo de pessoas a meu favor. Quando vi esse [ponto] na Rua da Muriçoca, sabia que era ele. Antes, funcionava uma loja de roupas, mas fechou na pandemia. Como já tinha a ideia do que fazer e é relativamente fácil montar, botei para a frente", conta ele, que afirma ter movimentado cerca de R$ 7 mil em duas semanas de funcionamento.

Quem também inaugurou seu próprio espaço recentemente foi Jozilda Correia, dona do Vira Copos, ocupando o lugar que era de uma empresa de frios, em Itapuã. "Inauguramos há cinco meses. Abri o negócio depois de vender um apartamento. Queria investir o dinheiro e estava procurando a oportunidade, quando apareceu esse ponto, que é perfeito para a gente. Foi rápido, dei muita sorte. Ponto com grande movimentação ao redor não costuma ficar vago", afirma Jozilda. No início, o Vira Copos funcionava como bar e depósito. Agora, também abre pela manhã, com venda de PF [prato feito] e, aos domingos, feijoada.

Passa-se o ponto

Se por um lado novos negócios surgiram, por outro, a pandemia levou ao fechamento de 24.915 empresas do ramo de alimentação (bares, restaurantes, lanchonetes) no estado. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Bahia (Abrasel-BA), estima que 30% dos comerciantes do setor fecharam as portas em definitivo pós a chegada do novo coronavírus.

Para os novos empreendedores, no entanto, o fechamento desses negócios possibilitou o sonho de ter um estabelecimento que trabalhe com alimentação. Leandro Menezes, presidente da Abrasel, diz que ainda existem pontos à disposição de quem quer investir.

"Não temos esses números ao certo. O que sabemos é que tem ainda muita gente que quebrou e está na esperança de passar os equipamentos, os pontos, porém não tem encontrado para quem", explica.

Para o economista e educador financeiro Edísio Freire, a tendência é que os pontos para serem passados diminuam se a retomada das atividades comerciais continuar sem paralisações. "Se a pandemia melhora, a tendência do movimento nesses estabelecimentos é de crescimento. Isso equilibra as contas, diminui os problemas que os empresários têm enfrentado e, consequentemente, reduz o número de pessoas precisando abrir mão do seu ponto", analisa.

Se comprovada a hipótese de Freire, vai ficar mais difícil fazer movimentos no mercado como os do empresário Pedro Imbassahy, que é sócio dos grupos Lôro e Ergo. Junto com seus associados, ele aproveitou duas oportunidades. Uma para o Ergo, na compra da Gelateria Crema, que tinha três unidades quando foi adquirida e agora conta com nove, incluindo lojas em Salvador, Lauro de Freitas, Praia do Forte e também São Paulo.

Já para o Lôro, foi uma nova unidade na Bahia Marina. "Com a pandemia, surgiu o ponto lá na Bahia Marina que é a nossa cara. Perto do mar, com belas paisagens e ambiente agradável. Os donos antigos sofreram com a pandemia e negociaram com a gente. Temos um retorno muito positivo. Começamos no início de 2021 e janeiro e fevereiro foram ótimos. Fechamos em março de 2021 e voltamos em abril com restrições, mas depois disso foi melhorando a cada mês. Hoje, atendemos uma média semanal entre 40 e 50 pessoas por dia, com mais destaque para os finais de semana”, afirma.

Planejamento

Pedro Imbassahy diz que o negócio teve grande sucesso até novembro de 2021, sem preocupações. Com a chegada da variante Ômicron, o cenário sofreu uma pequena modificação. “Em dezembro e janeiro já sentimos um pouco o efeito da subida dos casos de covid-19. Tem um impacto negativo para os negócios, mas nada que esteja preocupando tanto. Em pouco tempo as coisas devem retornar ao normal”, acredita.

Para o empresário, as oportunidades aproveitadas apesar do cenário pandêmico são a prova de que o período foi interessante para quem teve capital para investir.

"A pandemia fez surgir muitas oportunidades para quem teve uma boa organização de caixa e conseguiu ter fôlego para fazer investimento. Conseguimos aluguéis mais atrativos, o Custo Total de Ocupação (CTO) usado por quem aluga reduziu bastante. As administrações tiveram que baixar esses preços, o que viabiliza bons resultados já no início do que é um investimento a longo prazo", declara Imbassahy.

Renata Nasser, proprietária da Coxa Coxinha, também conseguiu dois bons negócios, que cobiçava há anos, durante a pandemia. O primeiro foi um quiosque no Shopping Boulevard, de Feira de Santana. O segundo, um estabelecimento no Shopping Barra.

"O de Feira foi uma loja nova. No Barra, me transferi de um ponto antigo para um em frente à praça de alimentação. Fiquei de olho em quem estava saindo e consegui. O aluguel era o dobro do valor, mas fiz essa aposta mesmo assim. Hoje, vendo de 70% a 80% mais do que antigamente no Barra", relata ela.

Depois disso, Renata ainda abriu mais dois pontos em shoppings de Belo Horizonte (MG), um em julho e outro em novembro do ano passado. “Também foi a mesma situação aqui da Bahia. Os antigos donos tiveram dificuldades por conta da pandemia e acabaram tendo que passar os pontos. Aí vi nisso uma oportunidade e aproveitei porque levei dois anos querendo entrar nesses shoppings”, acrescenta.

Sucesso e otimismo

Na Arena Dogão, de Adolfo Maia, o resultado é parecido com o do Coxa Coxinha e o empresário está otimista quanto ao futuro das vendas. "Não fiquei com medo de dar errado e tenho uma previsão boa porque é um ramo interessante e o ponto é um diferencial. Larguei meu emprego fixo na área de saúde, apostei no meu próprio negócio e não tem coisa melhor porque as coisas estão dando certo, clientela aparecendo e aprovando", declara.

Jozilda Correia, do Vira Copos, também acredita que tomou a decisão certa e que seu negócio vai vingar. "A expectativa pra gente é a melhor possível. Estamos no começo ainda, acolhendo o pessoal, mostrando nosso trabalho. Porém, a gente vai conquistando a freguesia aos poucos e, pela localização e a demanda do pessoal por um lugar pra beber, tem tudo pra dar certo".

O otimismo dos empresários não é à toa. Pelo menos, é o que garante Edísio Freire, enquanto fala sobre como a aposta em pontos de qualidade vagos para quem tem planejamento de negócio é uma decisão acertada.

"Se você se planeja e a oportunidade aparece, faz todo sentido apostar. Não dá para investir só pela oportunidade porque é um tiro no pé. Porém, nesses casos, onde já há um projeto em mente, é oportuno aproveitar as vagas ociosas que estão restando no mercado e pode ser o diferencial para o negócio decolar porque o local é fundamental para o sucesso de um empreendimento", conclui Freire.

 

Mais um trio está no paredão no BBB 22. Arthur, Douglas e Naiara disputam a permanência na casa.

O paredão foi formado na noite desse domingo (6). Naiara já estava emparedada por causa das consequência da Prova do Líder desde a última quinta-feira (3).


Bárbara, dona do Colar do Anjo, imunizou Laís e descobriu que ela também estava imune. Em seguida, Jade fez a sua indicação e colocou Arthur, que já era alvo da casa, na berlinda.

"Eu vejo o voto de Líder como muito mais que um voto. Oportunidade de se posicionar e mudar o jogo. Eu tive três motivos para colocar a pessoa que eu vou colocar. Primeiro não concordar com certas atitudes dela, a saída vai trazer uma resposta e a terceira qual vai ser a reação da casa. Meu voto de hoje vai no Arthur", justificou.


A casa foi dividida através de um sorteio feito pela Líder Jade Picon: oito participantes votaram aberto no sofá e nove no Confessionário. Na votação aberta, Lucas e Maria empataram com dois votos. A Líder Jade Picon precisou desempatar e escolheu o engenheiro. Na justificativa, ela disse que quis demonstrar que era uma pessoa confiável.

Já no confessionário, Douglas Silva foi o mais votado e recebeu 4 votos.


Quem votou em quem na votação aberta no sofá
Tiago Abravanel votou em Lucas;
Douglas Silva votou em Vinicius;
Eliezer votou em Pedro Scooby;
Pedro Scooby votou em Linn da Quebrada;
Paulo André votou em Maria;
Brunna Gonçalves votou em Lucas;
Vinicius votou em Douglas Silva;
Natália votou em Maria.

Quem votou em quem no Confessionário:
Naiara Azevedo votou em Paulo André;
Lucas votou em Tiago Abravanel;
Bárbara votou em Douglas Silva;
Arthur Aguiar votou em Maria;
Linn da Quebrada votou em Paulo André;
Laís votou em Douglas Silva;
Eslovênia votou em Douglas Silva;
Jessilane votou em Paulo André;
Maria votou em Douglas Silva.

Um familiar da biomédica Jéssica Regina Macedo Carmo, 31, afirmou que o relacionamento dela com o ex-marido, o ex-vereador George Breu, da cidade de Santo Estêvão, no Centro-Norte da Bahia, era abusivo. George Breu atirou na ex-esposa, que veio a óbito, neste sábado (5). Segundo ele, o tiro foi acidental.

O parente, que não quis se identificar, contou que o político fugiu desde que deixou a ex-esposa, ensanguentada no hospital, após o crime. Ele só foi visto novamente quando foi depor em uma delegacia de Feira de Santana. Antes de prestar socorro à Jéssica, grávida de oito meses com um filho dele, George Breu teria escondido as câmeras da casa onde ocorreu o crime.

“Eles estavam sozinhos no sítio onde moravam, e ela levou um tiro dele. Ele disse que foi acidentalmente, mas a perícia diz que não. E, na hora do disparo, ele não deu socorro de imediato, pelo que os policiais civis informaram. Ele demorou muito para dar socorro, por isso que o bebê veio a óbito”, conta o parente. A criança nasceria em 20 dias.

“Ele estava tirando as câmeras da casa e a gravação, com as imagens do que aconteceu. Depois, levou ela no hospital, mas ele sumiu e não apareceu mais, a não ser para dar depoimento em Feira de Santana”, adiciona.

O ex-vereador, que agora é chefe de gabinete da prefeitura de Santo Estêvão, já teria contado três versões sobre o caso. “Primeiro ele disse que ela caiu por cima da arma. Depois, disse que ela se matou, depois disse que estava limpando a arma e sem querer saiu um tiro”, narra.

Segundo o familiar, o relacionamento dos dois era abusivo e tinha por volta de um ano e dois meses. “A gente achava que ela nunca estava feliz. Ele era obsessivo, mandava nela e afastava ela da família e da outra filha. Era um relacionamento abusivo. Já teve vezes de ela chegar com olho e braço roxo, mas nunca se abriu para falar nada para gente”, revela.

O velório de Jéssica e do bebê foi às 10h da manhã deste domingo (6). A arma usada no crime foi de calibre 12 e o tiro teria atingido as costas da biomédica. “Estou arrasado. Nunca esperei que ia acontecer isso. A mãe dela, com quem Jéssica era bem apegada e está fazendo conta um câncer, também está arrasada, triste demais”, desabafa o parente.

Ele espera, agora, por justiça. “Queremos saber o que aconteceu, porque acho que ele matou ela propositalmente, mas não sabemos a motivação. Ele é muito nervoso, alterado e pode ter tido alguma discussão”, supõe o familiar. Outro parente compartilha do mesmo sentimento: “Ninguém viu o laudo [da perícia] ainda, só sei que ele é um assassino frio e quero justiça”.

A Polícia Civil disse que George Breu já foi ouvido e liberado. "Conforme informações iniciais, um homem, autor do disparo, se apresentou na DT explicando que foi um tiro acidental, porém somente as investigações irão esclarecer a veracidade do fato. As investigações seguem um inquérito policial foi aberto para apurar as circunstâncias”, explica o órgão.

Guias de perícia e remoção do corpo foram expedidas e testemunhas estão sendo intimadas para prestar esclarecimentos. O laudo da perícia técnica só ficará pronto daqui a cerca de 30 dias.

Goerge Breu, que atende pelo nome de George Passos de Santana, foi vereador de Santo Estêvão por dois mandatos, em 2016 e 2020, pelo PT. No seu perfil no Instagram, ele diz que foi presidente da Câmara Municipal duas vezes, que é professor e pai de três filhos.

Ele é dono de uma empresa chamada GPS Serviços, que distribui água por caminhões, faz transporte escolar, atividades de limpeza, obras de terraplenagem, obras de urbanização, serviços de pintura e aluguel de máquinas agrícolas, segundo o site da Receita Federal. Em 2020, ele acumula R$ 337 mil em bens declarados, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

George Breu foi procurado, através de ligação e mensagem, mas não respondeu à matéria, até o momento. A prefeitura de Santo Estêvão, também procurada, tampouco se manifestou sobre o assunto.