Por causa de uma postagem no Facebook onde afirma ser “antifascista e pela democracia”, o Festival de Jazz do Capão teve parecer desfavorável para o pedido de captação de recursos via Lei Rouanet. A postagem, cujo texto diz “não podemos aceitar o fascismo, o racismo e nenhuma forma de opressão e preconceito”, foi usada como um dos motivos para a reprovação do festival.

O parecer, anexado no sistema Salicweb, em papel timbrado do Ministério da Cidadania, e datado de 25 de junho de 2021, está assinado pelo coordenador do Programa Nacional de Apoio à Cultura da Funarte, Ronaldo Gomes, que foi exonerado do cargo no dia 2 de julho de 2021. “É um parecer absurdo. Em nenhum momento o parecerista foi analisar o projeto de maneira técnica, artística”, critica o músico Rowney Scott, diretor artístico e idealizador do Festival de Jazz do Capão.

“Ele simplesmente foi na nossa página e achou um post avulso, publicado no ano em que não houve captação de recursos e nem teve evento. Nos posicionamos enquanto um evento antifascista e pela democracia e ele fez o parecer em cima disso, com citações religiosas que desvirtuam completamente do que um parecer deveria tratar”, afirma, citando a postagem feita no dia 1º de junho de 2020.

Baseado nesse post, o documento ao qual o CORREIO teve acesso afirma que “a ocorrência constatada escapa ao escopo das possíveis denominações do conceito de música”. O parecer cita, ainda, uma fala atribuída ao compositor alemão J. S. Bach (1685-1750) que afirma que “o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da Glória de Deus e a renovação da alma”.

O documento cita, ainda, que “por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus” (sic.). Outro argumento de caráter religioso usado no documento diz que “a Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.

“É uma coisa muito bizarra. Temos mais de 2 mil postagens com workshops, músicas e tudo o que acontece no festival. Ele pinçou um post que não foi bancado com verba pública para fazer o parecer”, criticou Rowney. “Somos seres políticos, temos o direito de ser. A gente não pode deixar passar isso em branco”, defendeu.

Paralisação
Das oito edições realizadas nos últimos dez anos, o Festival de Jazz do Capão teve três delas viabilizadas com patrocínio através da Lei Rouanet. Em 2020, o festival não aconteceu por causa da pandemia, mas fez sua inscrição pensando no retorno de 2021. Foi quando a equipe do evento submeteu o projeto para nova avaliação e teve o parecer desfavorável, após análise da Funarte (órgão vinculado ao Ministério da Cidadania).

Segundo Rowney Scott, a tramitação estava estagnada desde outubro de 2020, por causa “da paralisação da pasta da Cultura, no Governo Federal”. Em junho de 2021, após planejar uma versão on-line para o festival dentro do Edital de Eventos Calendarizados da Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA), a equipe checou novamente e viu que tinha acontecido uma movimentação no processo.

O Festival de Jazz do Capão conta com patrocínio parcial da SecultBA e a captação da Lei Rouanet complementa os recursos. “Mas acho difícil que a gente consiga reverter isso”, diz Ronwey. Como saída, o idealizador afirmou que talvez faça uma campanha colaborativa para realizar a primeira versão virtual do evento, que já estava planejada.

“Não será uma live, mas um evento gravado. Traríamos a maior parte dos artistas para gravar aqui no Capão, com equipe de filmagem, imagens e informações sobre o lugar, sobre a natureza. Já que as pessoas não podem vir para o Capão, a gente quer levar o Capão para as pessoas”, conclui.

O CORREIO entrou em contato com a Funarte para compreender as justificativas de cunho religioso, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

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O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) discordou da afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que teria havido fraudes nas urnas eletrônicas nas eleições de 2014 e que o tucano teria derrotado a petista Dilma Rousseff. No entanto, Aécio afirmou que defende uma atualização no modelo de apuração.

"Não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014, tão pouco acredito que nós estejamos fadados a viver eternamente com as urnas eletrônicas de primeira geração. O mundo inteiro que utiliza urnas eletrônicas avançou para algum tipo de auditagem "

Após a eleição de 2014, Aécio e o PSDB contestaram o resultado da eleição em recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Um ano depois do pleito, a Corte disse que o partido não encontrou indícios de fraude na disputa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Em fala à CPI da Covid, o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias afirmou que não teve participação na negociação do contrato de compra da vacina indiana Covaxin. O servidor da pasta Luis Ricardo Miranda, também em depoimento ao colegiado, citou seu nome como um dos responsáveis pela "pressão" para que o negócio fosse agilizado.

Ao rebater as acusações do servidor e de seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), Dias questionou as intenções de ambos. O ex-diretor afirmou que negou pedido de cargo para o irmão de Miranda e, por isso, imaginou estar sendo alvo de "retaliação".

Dias tentou colocar sob suspeita a movimentação do parlamentar no caso. "Teria eu atrapalhado algum negócio do deputado?", levantou Dias, afirmando que Luis Miranda tem um "currículo controverso que é de conhecimento público".

Segundo o ex-funcionário da Saúde, Miranda manteria contato com Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, desde setembro. O policial Luiz Paulo Dominguetti se apresentou como representante da empresa ao oferecer 400 milhões de doses da Astrazeneca ao governo. "Deputado mentiu e possuía contato com Cristiano desde setembro", disse, questionando ainda se teria ele "atrapalhado" algum "negócio" do parlamentar.

"Estou sendo vítima de ataques contra minha honra por duas pessoas desqualificadas", afirmou. Dias negou ainda que tenha pressionado o irmão de Luis Miranda para acelerar o contrato da Covaxin. Segundo ele, a mensagem enviada ao servidor tratava da vacina da Astrazeneca, e não do imunizante indiano.

 

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A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta quarta-feira (30), à Procuradoria-Geral da República (PGR), mais uma notícia-crime que imputa ao presidente Jair Bolsonaro suposto crime de prevaricação, agora com relação às suspeitas de solicitação de propina na negociação de doses de vacina contra a covid-19.

O pedido de investigação feito pela deputada federal Natalia Bonavides (PT-RN) também atinge o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, que está no centro das suspeitas de corrupção. Ao servidor que foi demitido após o caso vir à tona, a parlamentar atribui supostos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e advocacia administrativa.

As imputações têm relação com as declarações de Luiz Paulo Dominghetti Pereira, representante da Davati Medical Supply que, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, disse ter recebido de Ferreira Dias pedido de propina de US$ 1 para cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo governo Bolsonaro. Em depoimento à CPI da Covid, na manhã desta quinta (1º), o vendedor de vacinas reafirmou o pedido de propina.

O documento também cita as denúncias envolvendo a compra da Covaxin, relatadas nos depoimentos à CPI da Covid do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.

"Temos ao menos duas pessoas que confirmaram ter havido cobrança de propina nas aquisições de vacinas pelo Ministério da Saúde: um servidor público que relatou à CPI, e um representante de uma empresa que afirmou em entrevista que recebeu a oferta para participar de uma Organização Criminosa cujo objetivo seria locupletar os sócios dessa política de morte do Governo Federal", afirma Bonavides na notícia-crime.

O envio da notícia-crime à PGR é procedimento de praxe, considerando que o Ministério Público Federal é o titular da ação penal, ou seja, é o responsável por pedir a abertura de investigações e processos - no caso da PGR, contra autoridades com prerrogativa de foro junto ao STF.

Na segunda-feira, 28, Rosa adotou o mesmo procedimento ao encaminhar à Procuradoria a notícia-crime em que senadores da CPI da Covid pediram a abertura de inquérito contra o presidente por suposta prevaricação no caso envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, fabricada pelo laboratório Bharat Biotech.

No âmbito de tal petição, a Procuradoria-Geral da República já se manifestou: pediu ao STF que segure o andamento da notícia-crime, defendendo que o Ministério Público Federal aguarde o fim da CPI da Covid antes de pensar em abrir uma investigação concorrente.

"Em respeito ao sistema de independência e harmonia dos Poderes constituídos e consciente da impossibilidade do salto direto da notícia-crime para a ação penal, com supressão da fase apuratória, o Ministério Público Federal requer que não se dê trânsito à petição precoce", diz um trecho do documento.

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Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentaram, nesta segunda-feira (28), ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma notícia-crime na qual pedem a investigação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por suposto crime de prevaricação.

A notícias-crime tem como base os depoimentos dos irmãos Luis Miranda (deputado federal) e Luis Ricardo Miranda (servidor público do Ministério da Saúde) à CPI da Covid, ocorrido na sexta passada.

Cabe ao STF decidir se pedirá à Procuradoria-Geral da República (PGR) ou à Polícia Federal (PF) para abrir uma investigação formal sobre o caso. As informações são do G1.

De acordo com o Código Penal, prevaricar consiste em "retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal". O delito é listado entre os crimes praticados por funcionário público contra a administração pública.

No depoimento à CPI, os irmãos Miranda relataram ter informado a Bolsonaro pressões sofridas pela liberação vacina indiana Covaxin – as negociações foram travadas após o servidor Luis Ricardo constatar indícios de irregularidades nos documentos, como um pagamento antecipado de US$ 45 milhões a uma empresa que não constava no contrato.

Segundo o deputado, ao ouvir o relato sobre as suspeitas, Bolsonaro atribuiu as irregularidades ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O presidente também teria dito que iria acionar a PF para investigar o caso. Barros nega ter cometido irregularidade.

Na semana passada, antes do depoimento dos irmãos Miranda, Bolsonaro disse não ter sido avisado sobre as suspeitas envolvendo a Covaxin. Senadores governistas, contudo, dizem que o presidente acionou Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde, para informar essas suspeitas.

‘Não tenho como saber’, diz Bolsonaro
Mais cedo, Bolsonaro se pronunciou sobre as denúncias e alegou que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde e voltou a sustentar que não existam irregularidades no negócio. "São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Ao justificar a notícia-crime, Randolfe disse ao G1 que, após o depoimento dos irmãos Miranda, é possível entender que Bolsonaro teve conhecimento "de que poderia haver um esquema criminoso envolvendo a busca pela vacina indiana Covaxin" e que o presidente "tinha conhecimento de quem estava envolvido no suposto esquema criminoso, inclusive da figura do seu aparente e suposto mentor e arquiteto".

"Como agente político da maior envergadura, o presidente não pode guardar para si informação tão relevante a ponto de apurar indícios de corrupção que remontam a cifra bilionária no bojo de uma pandemia com consequências sanitárias e socioeconômicas tão graves. Tinha ele o dever inafastável de oferecer os indícios de que dispunha à autoridade competente, para as apurações mais detalhadas", afirmou o senador.

Na ação, Randolfe destacou ainda que há suspeitas de irregularidades na aquisição da Covaxin, como o de superfaturamento e a intermediação da compra por meio de uma empresa investigada.

48 horas para responder
Na ação, Randolfe também solicitou que o STF intime Bolsonaro para que responda em até 48 horas se foi comunicado das denúncias; se apontou Ricardo Barros como provável responsável do ilícito; e se momento adotou medidas para a apuração dos fatos.

O senador pediu ainda que a corte intime a PF para que informe, também em 48 horas, se houve a abertura de inquérito para apurar as denúncias sobre a aquisição da Covaxin.

No sábado, o senador Randolfe Rodrigues, que é vice-presidente da CPI, afirmou que a ação seria encaminhada à Procuradoria-Geral da República. No entanto, decidiu acionar diretamente o Supremo por avaliar que há uma “afinidade” entre o procurador-geral, Augusto Aras, e o presidente da República.

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Mais do que o apoio de convertidos em motociatas por diversos estados do país, a reeleição do presidente Jair Bolsonaro passa pelo desafio de retomar a relação com os desiludidos com sua gestão no governo federal. De acordo com a primeira pesquisa do Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) sobre a corrida eleitoral de 2022, mais da metade (53%) dos eleitores de Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2018 pretende trocar para outro candidato, ou apertar as teclas branco e nulo na urna eletrônica no ano que vem.

O levantamento mostra que um quarto (26%) dos eleitores de Bolsonaro na eleição passada sinaliza o voto no ex-presidente Lula, que se tornou elegível desde março, quando o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular os processos contra o petista na Justiça Federal de Curitiba. Outra má notícia para o presidente é que mais de um terço (34%) dos que o elegeram dizem que não votariam nele de jeito nenhum.

O perfil daqueles que se arrependeram de votar em Bolsonaro é semelhante ao que votava em Lula nos anos 2000, segundo antecipou o colunista Lauro Jardim. São pessoas que têm até o ensino fundamental, moram no Nordeste, são residentes no interior, com renda familiar de até um salário mínimo, em municípios de até 50 mil habitantes e que se autodeclaram pretas ou pardas. Nesse último segmento, a diferença entre Lula e Bolsonaro é mais que o dobro: 54% contra 21%. Situação similar ocorre entre os mais pobres (62% de Lula, ante 16% do presidente) e menos escolarizados: 34 pontos de frente para o petista.

O cientista político Osvaldo Amaral, da Unicamp, afirma que os desapontados com a gestão do presidente não se importam com suas bandeiras conservadoras e são fortemente influenciados pelo quadro ruim da economia e da pandemia.

—A pesquisa mostra que há um contingente de desiludidos que apostaram em Bolsonaro em razão da onda antipetista, mas que não são casados com suas pautas ideológicas. São pessoas que perderam empregos ou familiares para a Covid e que têm uma memória melhor dos governos do Lula — avalia o cientista político.

Amaral pondera que a situação pode se modificar, em caso de melhora significativa do cenário econômico e da crise sanitária.

—Há um forte componente de avaliação do dia a dia. Hoje a situação política está muito conturbada e podem surgir nomes novos. O eleitor trabalha com os nomes que conhece e com as memórias dos respectivos governos (Bolsonaro e Lula). Isso pode mudar, é claro.

Os recortes do levantamento do Ipec mostram a perda de apoio de Bolsonaro em segmentos em que ele superou o petista Fernando Haddad em 2018. Isso ocorre até em núcleos fiéis como entre homens brancos, com renda maior do que cinco salários mínimos, nível superior e evangélicos.

De acordo com o Ipec, Lula lidera em todas essas faixas. No quesito religião, ele está à frente entre católicos, com 52% da preferência, contra 20% do presidente. A diferença diminui entre evangélicos: 41%, contra 32% de Bolsonaro. O grupo religioso é base de sustentação de Bolsonaro e de suas pautas conservadoras.

O petista também está à frente em regiões onde o presidente concentra maiores níveis de aprovação, como o Sul. Lá, o petista tem 35% das intenções de voto, contra 29% do presidente.

Os dados do Ipec foram divulgados na sexta-feira e apontam que o ex-presidente Lula lidera a disputa ao Planalto do ano que vem, com 49% das intenções de voto, contra 23% de Bolsonaro. O petista venceria o pleito em primeiro turno, caso as eleições fossem hoje.

O levantamento ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 17 e 21 de junho. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou uma repórter da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, calar a boca. O mandatário não gostou de ser questionado sobre o uso de máscara durante agenda em Guaratinguetá (SP) nesta segunda (21) pela manhã e atacou a imprensa, especialmente a Rede Globo.

Bolsonaro foi à cidade para acompanhar cerimônia de formatura da Escola de Especialistas da Aeronátuca. Ele foi recebido por apoiadores no local, criando uma aglomeração. Questionado sobre a marca de 500 mil mortes por covid-19 no Brasil, ultrapassada no sábado, ele disse que lamenta "todas as mortes".

Depois, o presidente foi questionado pela ausência da máscara ao chegar no evento e sobre ter sido multado em um passeio de moto em São Paulo pela falta do equipamento de proteção, no último dia 12. O governo de SP multou Bolsonaro em R$ 552,71.

"Olha, eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, não use. Agora, tudo o que eu falei sobre covid, infelizmente, para vocês, deu certo", disse o presidente. Ele se referiu ao tratamento com medicamentos que não funcionam contra a covid-19, dizendo que o chamado "kit covid" salvou sua vida e de pessoas do seu prédio. Ao falar com os repórteres, Bolsonaro estava de máscara, mas voltou a tirar a proteção, em uma provocação.

"Parem de tocar no assunto", disse, tirando a máscara. "Você quer botar… Me bota agora… Vai botar agora… Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa”. A repórter tentou rebater, mas o presidente não deixou. "“Cala a boca. Vocês são canalhas. Fazem um jornalismo canalha, vocês fazem. Canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada", disse.

Ele continuou o ataque, afirmando que a Globo destrói a "família brasileira" e a "religião brasileira" - o país não tem uma religião oficial. "É uma péssima órgão de informação" (sic).

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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou neste domingo, 20, que seria um "erro brutal" paralisar a investigação durante o recesso da Casa. O senador disse acreditar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não vai tomar "uma decisão absurda como essa".

"Seria um erro brutal, não é comum se interromper um processo de investigação, sobretudo com a gravidade desse processo, dessa Comissão Parlamentar de Inquérito", afirmou Renan em entrevista no período da noite deste domingo à GloboNews. "Mais do que isso, eu acho que a Comissão Parlamentar de Inquérito deva se insurgir."

O Congresso suspende suas as atividades entre 18 e 31 de julho e de 23 de dezembro a 1º de fevereiro. Para haver o recesso de julho, é necessário que o Congresso aprove o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).

Renan Calheiros declarou que "ninguém de bom grado aceitará uma paralisação" dos trabalhos. "Isso vai diretamente impactar com relação à conclusão dos nossos trabalhos no prazo da Comissão Parlamentar de Inquérito", disse.

A CPI tem o prazo de duração de 90 dias. "Nós vamos esvaziar uma investigação que está indo muito bem", reforçou.

O relator disse que "todas as teses da investigação" foram comprovadas até o momento. "Nós já comprovamos o funcionamento, a existência do gabinete paralelo, do Ministério das Sombras. Nós comprovamos que o governo não quis comprar vacinas, que o presidente da República continua sem acreditar na eficácia dessas vacinas e a defender a imunização natural", disse. "Nós, agora estamos indo, depois de aparelhados pela participação de pessoas do Tribunal de Contas, da Receita Federal e até da Polícia Federal, o que vai se definir no decorrer dessa semana, adentrar na questão dos recursos, seguir o dinheiro, se houve desvios, se não houve desvios", acrescentou.

Além disso, Renan repetiu que a CPI analisa se pode investigar o presidente Jair Bolsonaro. "Estamos estudando se vamos poder ouvir o presidente da República. Há uma dúvida se essa oitiva pode se fazer por escrito, na medida em que o presidente da República pode responder por escrito judicialmente algumas das indagações que lhes fazem. Se nós pudermos ouvir, nós vamos ouvi-lo."

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A executiva nacional do Democratas anunciou nesta segunda-feira (14), que optou pela expulsão do ex-presidente da Câmara e deputado federal Rodrigo Maia (RJ). Em nota, o partido informou que, "após garantir o amplo direito de defesa ao parlamentar, os membros da Executiva apreciaram o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha". "A comissão nacional, à unanimidade de votos, deliberou pelo cometimento de infração disciplinar, e consequente expulsão do deputado", comunica o texto.

Os atritos entre Maia e o partido cresceram durante a eleição para sucessão de Maia na presidência da Câmara, onde Arthur Lira (PP-AL) venceu Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Maia. No mês passado, o deputado Arthur Maia (DEM-BA) havia indicado que a situação havia se tornado insustentável após fortes críticas de Maia ao presidente do partido, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.

"Mesmo sendo expulso, Rodrigo Maia deverá perder o mandato, pois é óbvio que a agressão gratuita e grosseira contra o presidente do partido configura uma desfiliação indireta", declarou na ocasião Arthur Maia nas redes sociais.

Considerando os meses recentes, Rodrigo Maia é a terceira autoridade a deixar o DEM: em maio, tanto o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, quanto o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciaram que se desligariam da sigla. Na sequência, Garcia anunciou a filiação ao PSDB, enquanto Paes foi para o PSD.

 

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Os ex-prefeitos de Porto Seguro e Eunápolis, o casal Cláudia e Robério Oliveira, foram presos, nesta terça-feira (15), e a justiça determinou também o afastamento do gestor de Santa Cruz Cabrália, Agnelo Silva Santos Júnior. Todos são do PSD e estão sendo investigados por um esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público. Outras quatro pessoas foram presas. Foi determinado também o sequestro de bens e valores de cerca de R$ 11 milhões dos envolvidos.

Batizada de Operação Fraternos, a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal revelou, em novembro de 2017, um suposto esquema de fraudes em licitações de três prefeituras do Extremo Sul da Bahia. Nesta terça, a PF não divulgou os valores desviados, mas o CORREIO apurou que em 2019 os contratos somam R$ 200 milhões.

Os principais alvos da operação são o prefeito Agnelo Silva Santos Júnior (Santa Cruz Cabrália), e os ex-prefeitos Cláudia Oliveira (Porto Seguro) e José Robério Batista de Oliveira (Eunápolis). Devido ao grau de proximidade entre eles (Agnelo é irmão de Cláudia, casada com Robério) e os demais investigados é que a operação recebeu esse nome. A apuração conta com apoio também da Controladoria Geral da União (AGU).

A investigação está concentrada em crimes que aconteceram entre 2008 e 2017. As prisões preventivas desta terça-feira (15) foram expedidas pelo Juízo da Vara Criminal Federal de Eunápolis, a partir de representação encaminhada pelo Ministério Público Federal, e foram cumpridas nos municípios de Eunápolis, Porto Seguro, Vitória da Conquista e Salvador.

Segundo a PF, o esquema funcionava assim: primeiro, o grupo criou uma dezenas de empresas de fachadas em nomes de ‘laranjas’ para participarem das licitações; depois, a firma escolhida transferia o dinheiro público para contas operadas pela organização criminosa; por fim, devolviam o dinheiro para os líderes através da compra de imóveis de luxo, quitação de dívidas milionárias contraídas por um dos prefeitos; pagamento de despesas pessoais e a realização de evento.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que parlamentares participavam do esquema. “Também foi possível apurar no curso da operação que o grupo contava com a participação de vereadores de um dos municípios, destinatários de parte dos recursos desviados, e que, apesar da reiterada reprovação das contas pelo Tribunal de Contas do Município durante os dois mandatos exercidos pelo gestor, eram aprovadas pela Câmara Municipal”, diz.

Os investigados responderão pela prática dos delitos de Corrupção Passiva, Corrupção Ativa, Peculato, Organização Criminosa, Fraude a Licitações e Lavagem de Capitais.

Ainda não foi possível contato com a defesa do prefeito Agnelo Santos e dos ex-prefeitos Cláudia e Robério Oliveira.

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