As primeiras doses da vacina russa Sputnik V devem chegar ao Brasil em julho. A informação foi dada à CNN pelo governador do Maranhão, Flávio Dino. Já de acordo com o secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, ainda não é possível afirmar uma data. No sábado (5), gestores-chefes do Executivo das regiões Norte e Nordeste se reuniram para definir os próximos passos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a importação, sob condições controladas, de 928 mil doses da Sputnik V. Também foi aprovada a importação, nas mesmas medidas, de 4 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, que ainda não têm previsão de chegada ao Brasil.

A aprovação da Anvisa, na última sexta-feira (4), faz com que a Sputnik V e a Covaxin se juntem à Coronavac, Astrazeneca/Oxford e Pfizer, todas já em uso no Brasil. Os dois novos imunizantes a entrarem na lista foram lançados antes mesmo da conclusão dos estudos, se tornando alvo de incertezas. Agora que chegam ao Brasil, serão aplicados com diversas restrições e exigências de acompanhamento. Entenda o porquê e o que se sabe sobre as duas vacinas:

Sputnik V
Com a decisão da Anvisa, o Brasil se tornou o 67º país do mundo a autorizar a Sputnik V. Mas a marca poderia ter sido alcançada bem mais cedo. É que, ainda em março deste ano, o governo da Bahia anunciou um contrato para a compra de 9,7 milhões de doses da Sputnik V, como parte de negociação do Consórcio Nordeste com o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, que fornecerá 37 milhões de doses ao Brasil. A primeira remessa, que tinha previsão de chegar em abril, seria de 2 milhões de doses. Sem autorização da Anvisa, contudo, não houve remessas.

Agora, a Anvisa autorizou a importação por seis estados, no quantitativo equivalente a 1% da população de cada um. O estado da Bahia foi autorizado a importar 300 mil doses; o Maranhão, 141 mil doses; Sergipe, 46 mil doses; o Ceará, 183 mil doses; Pernambuco, 192 mil doses, e o Piauí, 66 mil doses. A agência informou que “vai analisar os dados de monitoramento do uso da vacina para poder avaliar os próximos quantitativos a serem importados”.

O secretário Vilas-Boas, em entrevista no sábado (5) à TV Bahia, informou que ações já estão sendo feitas para agilizar a chegada das doses da Sputnik à Bahia. “Estamos analisando de que forma podemos agilizar todas as condicionantes [impostas pela Anvisa]. Já dividimos elas. Uma pequena parte deverá ser providenciada pelo fundo russo e outra parte caberá a nós secretários estaduais de saúde, mas tudo dentro do previsto e do que já imaginávamos que seriam nossas responsabilidades de fazer todo o processo de acompanhamento de farmacovigilância da introdução dessa vacina no país”, afirmou o secretário.

Vilas-Boas, contudo, explicou que ainda não é possível dizer quando a vacina chegará em solo baiano. “Depende agora de uma conversa com os russos. Temos que fazer um ajuste legal no nosso contrato. O contrato que temos prevê uma quantidade de 37 milhões [de doses para o Nordeste] e nós vamos ter que fazer um aditivo informando que será de 1% inicialmente e, posteriormente, com a autorização definitiva da Anvisa, a gente poderá executar o resto do contrato”, destacou.

A Sputnik V foi o primeiro imunizante registrado contra a covid-19 no mundo. A vacina foi lançada pela Rússia em agosto de 2020, com testes ainda em andamento. A principal preocupação em torno do imunizante diz respeito ao tipo de tecnologia utilizada: vetor viral não replicante.

Isso significa dizer que os cientistas utilizaram adenovírus para simular no organismo a presença de uma ameaça mais perigosa e que se deseja combater para gerar uma resposta imune. Eles foram modificados para não serem capazes de se replicar depois que entram nas células humanas.

Ao contrário de outros imunizantes que também usam adenovírus, como o da AstraZeneca/Oxford e o da Janssen, a Sputnik V é a única a usar dois vetores: o Ad26 e o Ad5, um em cada dose. Esse é justamente o trunfo da vacina russa, em comparação com as outras.

"A ideia de modificar dois adenovírus diferentes é para reduzir uma possível resposta imune contra o próprio vetor. Por isso, ela tem uma eficácia maior do que as outras vacinas com vetor viral. A eficácia dela no estudo publicado foi acima de 90, enquanto as outras ficam em torno de 70% a 75%", diz a infectologista e imunologista Fernanda Grassi, pesquisadora da Fiocruz e integrante da Rede Covida.

Usar um adenovírus geneticamente modificado para que não se repliquem é algo relativamente comum - acontece em vacinas como a do ebola, por exemplo. Esse tipo de imunizante costuma ser considerado seguro pela comunidade científica.

O problema, segundo a Anvisa, é que os adenovírus usados nessa vacina poderiam, sim, se replicar e isso pode fazer mal à saúde de quem for imunizado com ela. O fato está ainda em discussão e documentos estão sendo solicitados para análise e conclusão.

“A Sputnik está sendo usada em mais de 60 países e não temos ouvido falar de efeitos ou reações graves. As reações que estão sendo observadas são normais de algumas vacinas. Quem recebe vacina pode ter febre, dor no local da aplicação, moleza, sintomas já esperados”, acrescenta Fernanda.

Covaxin
Já a indiana Covaxin faz parte de um contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos/Bharat Biotec para compra de 20 milhões de doses. A previsão era da chegada de 8 milhões de doses ainda em março, mas a importação não foi autorizada. A decisão de sábado da agência regulatória brasileira permitiu, por enquanto, o uso de 4 milhões de unidades do imunizante.

A Anvisa ponderou o fato de não ter recebido relatórios da agência indiana, o curto prazo de acompanhamento dos participantes dos estudos e a inconclusão dos estudos da fase 3, etapa que atesta a eficácia da vacina.

A Covaxin usa versões inativadas do Sars-CoV-2. Essa é uma tecnologia tradicional e semelhante à utilizada pela Coronavac, do Instituto Butantan. “A partir do vírus inteiro, as substâncias químicas são inativadas e são adicionadas então substâncias que fazem aumentar a resposta imune”, explica a imunologista. A vacina, portanto, contém vírus mortos, incapazes de infectar pessoas, mas ainda capazes de instruir o sistema imunológico a montar uma reação defensiva contra uma infecção.

Vacinas com vírus inativados, como a Covaxin, têm tecnologia semelhante a de vacinas da gripe, poliomielite, entre outras. É uma plataforma bem estabelecida e considerada segura na produção de vacinas. “São as vacinas, digamos, mais fáceis de serem feitas. A vantagem é a facilidade e o fato de já conhecermos. Mas elas dão uma imunidade um pouco menor do que outras vacinas com outras tecnologias. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens”, pontuou Fernanda.

Outra possível vantagem das vacinas com vírus inativados é o melhor funcionamento contra mutações. Parte dos imunizantes disponíveis hoje (como o da Pfizer e o da Astrazeneca) focam na proteína S, a spike, do agente infeccioso. Se esse trecho do vírus sofre mutações, é possível que as doses percam parte da eficácia, embora isso precise ser estudado. O produto da Barat Biotech, por outro lado, apresenta o vírus todo (inativado) ao sistema imune. Com isso, a chance de reconhecer o Sars-CoV-2 mesmo se ele sofrer alterações relevantes seria maior.

Aprovação com restrição
A Anvisa considera que ainda faltam informações sobre os dois imunizantes - motivo pelo qual o pedido inicial foi negado em março, no caso da indiana Covaxin, e em abril, para a russa Sputnik V. Entretanto, por votação de 4 a 1, a diretoria colegiada decidiu que o atual momento da pandemia no Brasil justificaria aprovar a importação "com condicionantes". Isso significa que a Anvisa não se responsabiliza pela eficácia e segurança, mas permite a importação e aplicação restrita, entregando a responsabilidade aos fabricantes e compradores.

Caso o uso emergencial, que está, separadamente, em análise, seja reprovado pelo órgão brasileiro ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os estados devem suspender a importação, distribuição e uso dos imunizantes imediatamente. A autorização do uso emergencial é dada pela Anvisa após a análise e constatação de eficácia e segurança de uma vacina.

Como ressaltou o gerente geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, nenhuma das duas vacinas deve ser usada por quem tem hipersensibilidade a qualquer dos componentes da fórmula, como grávidas, lactantes, menores de 18 anos, maiores de 60 anos, mulheres em idade fértil que desejam engravidar nos próximos 12 meses, pessoas que tenham enfermidades graves ou não controladas (cardiovascular, respiratória, gastrointestinal, neurológica, insuficiência hepática, insuficiência renal, patologias endócrinas) e antecedentes de anafilaxia.

Não poderão usá-las pessoas que tenham recebido outra vacina contra a covid-19, apresentem febre, tenham HIV e hepatite B ou C, tenham se vacinado nas quatro semanas anteriores, tenham recebido imunoglobulinas ou hemoderivados três meses antes, tenham recebido tratamentos com imunossupressores, citotóxicos, quimioterapia ou radiação nos últimos 36 meses e que tenham recebido terapias com biológicos incluindo anticorpos anticitocinas e outros anticorpos.

As 5 vacinas aprovadas no Brasil

*No Brasil, nenhuma vacina está sendo aplicada em pessoas com menos de 18 anos.

Sputnik V

Fabricante: Instituto Gamaleya de Pesquisa (Rússia).
Tipo de tecnologia: Vetor viral não replicante.
Data de aprovação pela Anvisa: 4 de junho de 2021.
Tipo de aprovação: Importação de lotes com restrições
Quantidade de doses: Duas. A aplicação precisará ter atenção redobrada, pois o conteúdo da primeira e da segunda dose da Sputnik são diferentes.
Intervalo entre as doses: 21 dias (com possibilidade de ser ampliado para três meses)
Taxa de eficácia: 91%.
Efeitos colaterais: Comum - doença semelhante à gripe, dor de cabeça, fadiga, reações no local da injeção. Foi confirmado pelo Comitê Independente de Monitoramento de Dados que nenhum evento adverso sério relacionado à vacina foi observado.

Covaxin

Fabricante: Bharat BioTech (Índia).
Tipo de tecnologia: Vírus inativado.
Data de aprovação pela Anvisa: 4 de junho de 2021
Tipo de aprovação: Importação de lotes com restrições.
Quantidade de doses: Duas.
Intervalo entre as doses: 4 semanas.
Taxa de eficácia: 78% (100% em casos graves)
Efeitos colaterais: Estudos publicados sobre as fases 1 e 2 não mostram efeitos colaterais graves.

Coronavac

Fabricantes: Sinovac (China) e Instituto Butantan (Brasil).
Tipo de tecnologia: Vírus inativado. O coronavírus é inativado por ação do calor ou de algum produto químico. Quando o corpo recebe a vacina, o vírus inativado faz com que o corpo gere anticorpos contra a covid-19. Isso porque as células de resposta imune “capturam” o vírus inativado e ativam a ação dos chamados linfócitos, células que são especializadas em combater microrganismos. São elas que produzem os anticorpos, que impedem que o vírus infeste outras células e fiquemos doentes.
Data de aprovação pela Anvisa: 17 de janeiro de 2021.
Tipo de aprovação: Emergencial.
Quantidade de doses necessárias: Duas.
Intervalo entre as doses:2 a 4 semanas.
Taxa de eficácia: 50% (Pode chegar a 62%)
Efeitos adversos: Muito comum - dor no local da aplicação, dor de cabeça, cansaço. Comum - cansaço, febre, dor no corpo, diarreia, náusea, dor de cabeça, enjoo, dor muscular, calafrios, tosse, perda de apetite, coceira, coriza. Incomum - vômitos, dor abdominal inferior, distensão abdominal, tonturas, tosse, perda de apetite, reação alérgica, pressão arterial elevada, hipersensibilidade alérgica ou imediata, inchaço, coceira, vermelhidão, diminuição da sensibilidade, endurecimento, hematoma, vertigem

Astrazeneca/Oxford

Fabricantes: AstraZeneca (Inglaterra/Suécia), Universidade de Oxford (Inglaterra) e Fundação Oswaldo Cruz (Brasil).
Tipo de tecnologia: Vetor viral não replicante. A vacina produzida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) usa um "vírus vivo", como um adenovírus que provoca um resfriado comum, modificado para conter instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus. No entanto, na proporção aplicada, ele não tem capacidade de se replicar e prejudicar a saúde humana. Quando rompe as células, esse adenovírus estimula a produção dessa proteína, que é detectada pelo sistema imune. A partir daí, o corpo cria uma resposta contra o coronavírus.
Data de aprovação pela Anvisa: 17 de janeiro de 2021. (Uso emergencial)
Tipo de aprovação: Definitiva. (12 de março de 2021)
Quantidade de doses: Duas.
Intervalo entre as doses: 12 semanas.
Taxa de eficácia (global possível): 81%.
Observação: No Brasil, não está sendo aplicada em gestantes.
Efeitos adversos: Muito comum - sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma, indisposição, cansaço, calafrio, febre, dor de cabeça, enjoo, dor muscular ou nas articulações. Ocorrem em 1 em cada 10 pessoas. Comum - inchaço, vermelhidão ou um caroço no local da injeção, febre, enjoos, diarreia, sintomas semelhantes a resfriado, dor de garganta, coriza, tosse. Ocorrem em 1 em cada 10 pessoas. Incomum - sonolência, tontura, diminuição do apetite, dor abdominal, ínguas, suor, coceira ou erupção na pele. Ocorrem em 1 em cada 100 pessoas. Muito raro - coágulos sanguíneos graves em pessoas com níveis baixos de plaquetas. Foram observados com uma frequência inferior a 1 em 100.000 indivíduos vacinados. Desconhecido - reação alérgica grave, inchaços graves nos lábios, face, boca e garganta. Não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis

Pfizer

Fabricantes: Pfizer (Estados Unidos) e BioNTech (Alemanha).
Tipo de tecnologia: mRNA. A vacina é criada a partir da replicação de sequências de RNA que mimetizam a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2. Essa versão consegue desencadear uma reação do sistema imunológico, que cria uma defesa, sem causar danos à saúde.
Data de aprovação pela Anvisa: 23 de fevereiro de 2021.
Tipo de aprovação: Definitiva.
Quantidade de doses: Duas.
Intervalo entre as doses: 12 semanas.
Taxa de eficácia (global possível): 95%.
Efeitos adversos: Muito comuns - dor e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, diarréia, dor muscular, dor nas articulações, calafrios e febre. Ocorrem em 10% dos pacientes. Comuns - vermelhidão no local de injeção, náusea e vômito. Ocorre entre 1% a 10% dos pacientes. Incomuns - aumento dos gânglios linfáticos, reações de hipersensibilidade [lesão na pele ou coceira, inchaço da pele ou mucosa, sensação de mal estar, dor no braço, insônia e prurido no local de injeção. Ocorrem entre 0,1% e 1%.. Rara - paralisa facial aguda. Ocorrem entre 0,01% e 0,1%. Desconhecido - reação alérgica grave (anafilaxia).

Publicado em Saúde

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou nesta sexta-feira (4) a 50,9 milhões de doses de vacinas contra covid-19 entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A soma foi atingida com a liberação de mais 3,3 milhões de doses do imunizante Oxford/AstraZeneca.

O número total de entregas inclui 46,9 milhões de doses que foram produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e 4 milhões de vacinas importadas prontas do Instituto Serum, da Índia. No segundo caso, a Fiocruz também negociou o envio das doses e realizou a checagem e rotulagem em português dos frascos recebidos.

A fundação anunciou que, a partir da semana que vem, as doses voltarão a ser entregues em duas remessas: na sexta, o estado do Rio de Janeiro receberá sua parcela de doses, e, no sábado, sairá o carregamento para o almoxarifado central do Ministério da Saúde, em São Paulo, de onde as doses são distribuídas para os demais estados e o Distrito Federal. Segundo a Fiocruz, a mudança se deu por um pedido da Coordenação de Logística do Ministério da Saúde.

As doses produzidas em Bio-Manguinhos são fabricadas a partir de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado da China, como previu o acordo de encomenda tecnológica assinado com a AstraZeneca no ano passado. O último carregamento recebido pela Fiocruz, em 22 de maio, garante as entregas até o início de julho, quando o total produzido e liberado deve chegar a cerca de 62 milhões de doses.

Mais quatro carregamentos de IFA estão previstos para chegar entre junho e julho, garantindo a produção de 100,4 milhões de doses.

A Fiocruz também trabalha para produzir o IFA no Brasil, o que já está garantido com a assinatura do acordo de transferência de tecnologia assinado nesta semana com a AstraZeneca. Já chegaram ao país os primeiros bancos de células e de vírus que permitirão essa produção, e Bio-Manguinhos prevê iniciar neste mês a fabricação dos primeiros lotes de pré-validação e validação. A vacina produzida com IFA nacional, porém, só deve chegar aos postos de vacinação em outubro.

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O Plenário do Supremo Tribunal Federal aprovou na sessão de quarta-feira, 2, uma lista tríplice composta exclusivamente por mulheres para ocupar uma vaga no Tribunal Superior Eleitoral no cargo de ministro substituto. É a primeira vez na história da Corte Eleitoral que a escolha será apenas entre juristas mulheres.

A lista é encabeçada pela advogada Ângela Cignachi Baeta Neves, que recebeu nove votos. Em seguida, estão as advogadas Marilda de Paula Silveira e Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, cada uma com oito votos. A lista será encaminhada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, a quem cabe escolher uma das indicadas.

Os nomes das três juristas foram propostos pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, em razão do ‘alto grau de idoneidade moral e notável saber jurídico’ das advogadas. A sugestão recebeu o apoio dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, que também compõem a Corte Eleitoral.

Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro conta ainda com o apoio da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), que, em nota, destacou o "reconhecido trabalho da advogada em defesa da liberdade religiosa no País".

A vaga no TSE foi aberta em razão da posse do ministro Carlos Horbach como integrante efetivo da Corte Eleitoral, no dia 18 de maio. Horbach assumiu a vaga deixada pelo ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, que encerrou o último biênio no TSE no mês passado.

O Tribunal Superior Eleitoral é composto de pelo menos sete juízes, sendo três vagas ocupadas por ministros do STF, duas por ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e duas a serem preenchidas por representantes da advocacia nomeados pelo presidente da República.

Perfis
Ângela Cignachi Baeta Neves é advogada e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral. É mestre em Função Social do Direito e pós-graduada em Direito Eleitoral.

Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro é advogada, mestre em Direito de Estado e especialista em Direitos Fundamentais. Foi assessora-chefe da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).

Marilda Silveira é mestre e doutora em Direto Público e Coordenadora Regional da Transparência Eleitoral. É professora de Direito Administrativo e Eleitoral e pesquisadora do Observatório Eleitoral.

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A médica oncologista e imunologista Nise Yamagushi negou nesta terça-feira (1º) ter sido uma das responsáveis por tentar alterar a bula da cloroquina para que o uso do medicamento fosse recomendado para infectados pelo novo coronavírus. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, os parlamentares lembraram a fala do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa), Antonio Barra Torres, à comissão de que em uma reunião na Casa Civil uma minuta com esse fim teria sido apresentada.

Perguntada se foi ela quem preparou o documento, a imunologista respondeu não. "De forma alguma, não. Eu devo dizer para o senhor o seguinte: eu não fiz nenhuma minuta, inclusive, não conhecia esse papel", declarou. Nise confirmou que houve a reunião com Barra Torres e o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e disse que, ao final do encontro, foi chamada para falar sobre a mudança da bula. “Essa minuta não falava de bula, falava da possibilidade de haver uma disponibilização de medicamentos", disse a médica. A reunião com esse objetivo também foi citada à comissão por Mandetta.

A médica também negou fazer parte de uma espécie de “gabinete paralelo” de aconselhamento sobre medidas de combate à pandemia.

A imunologista foi convidada para falar à CPI por sua defesa ao tratamento precoce de pacientes da covid-19 com uso de cloroquina, medicamento sem comprovação de eficácia contra coronavírus. No depoimento, ela afirmou que “é uma colaboradora eventual de qualquer governo”.

Segundo Nise Yamagushi, atualmente, sua participação se dá de forma " técnica" e específica, quando convidada.

Sobre as consequências da “demora” na compra de vacinas contra a covid-19, Nise avaliou que é o "atraso que existe no início do tratamento" que tem "determinado tantos mortos". "Não só isso, mas neste momento temos também problema de diagnóstico", afirmou.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu um vídeo em que a médica falava que não era necessário que as pessoas tomassem vacina "aleatoriamente" e que a vacina não é “a única saída”, ao comparar os imunizantes ao tratamento precoce contra a covid-19 em relação ao seu grau de importância.

Questionada sobre a declaração, a médica reafirmou sua fala e foi interrompida pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). “Desconsidere o que ela está falando em relação à vacina. Ela não está certa. Vacina sempre preveniu. É melhor prevenir do que remediar. Isso é histórico”, disse o parlamentar.

Chamada pelo relator a pedir desculpas pela posição, a médica disse que o Brasil não vacinou pessoas aleatoriamente. “Vacinas aleatórias e indiscriminadas têm que ser revistas. O Ministério da Saúde seguiu regras para vacinar. Não saíram vacinando todo mundo ao mesmo tempo”.

Especificamente sobre o uso da cloroquina,Nise Yamaguchi disse que “houve uma conspiração política” contra o uso da medicação. “Houve múltiplas ações contra o tratamento precoce no Brasil. Várias procuradorias entraram com ações contra prefeituras que queriam fazer o tratamento precoce”, lembrou. “Houve a perseguição até de médicos que estavam prescrevendo os medicamentos, excluindo a autonomia ou a soberania do médico.”

Diferentemente de autoridades que prestaram depoimento à CPI, Nise Yamaguchi foi convidada e não convocada. Na prática, a médica não seria obrigada a comparecer à CPI nem a falar a verdade. Apesar disso, ela prestou o compromisso de dizer a verdade no início da sessão.

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Os protestos promovidos neste sábado, 29, em diversas cidades do Brasil em oposição ao governo federal têm repercutido na mídia internacional. "Dezenas de milhares de brasileiros marcham para exigir o impeachment de Bolsonaro", destaca a manchete do site do jornal britânico The Guardian, por exemplo.

No texto, o veículo informa que as manifestações acontecem em mais de 200 cidades do País e são motivadas pela forma como o governo tem administrado a pandemia de covid-19. A matéria classifica como "desastrosa" a resposta de Jair Bolsonaro à crise sanitária que acarretou na morte de mais de 450 mil brasileiros até o momento.

"As manifestações de sábado, promovidas nas principais cidades do País, ocorrem no pior momento para Bolsonaro desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019. As pesquisas sugerem uma raiva crescente com a forma como o populista de direita tem administrado a pandemia, com 57% da população apoiando seu impeachment", afirma a publicação.

Na mesma linha, o argentino La Nación, também noticia os protestos. Segundo o jornal, várias entidades de esquerda e movimentos estudantis, responsáveis pela mobilização, marcharam gritando palavras de ordem como "Fora Bolsonaro, "Bolsonaro genocida", "Vacina já" e "Fora Bolsovírus". O texto do veículo do país vizinho ressalta que desde o início da pandemia, que chegou a ser chamada de "gripezinha" por Bolsonaro, o mandatário tem criticado medidas de isolamento, promovido uso de medicamentos sem eficiência comprovada.

A agência de notícias Reuters foi mais um veículo a abordar as manifestações deste sábado. O texto destaca que os movimentos ocorrem majoritariamente de forma pacífica. No entanto, no Recife, a polícia interveio por meio do uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

"A maioria dos manifestantes usava máscaras e tentava respeitar os protocolos de distanciamento, mas nem sempre com sucesso, enquanto pediam por uma vacinação mais rápida em todo o País", publicou a Reuters. Além disso, relatou que em alguns protestos, como o do Rio de Janeiro, foram vistas imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vestindo a faixa presidencial.

Ainda em relação à mobilização na capital fluminense, a agência Al Jazeera informou, por meio de uma correspondente, que muitos manifestantes compareceram, apesar das preocupações anteriores sobre a realização de grandes protestos públicos durante a pandemia. A matéria ressalta ainda que a mobilização acontece em meio aos trabalhos da CPI da Covid. "O presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, está enfrentando uma investigação do Senado sobre a forma como seu governo está lidando com a pandemia", diz a publicação.

 

Publicado em Política

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quinta-feira, 27, o armazenamento da vacina da Pfizer por até 31 dias em geladeira comum, entre 2ºC a 8ºC. Antes, o imunizante só poderia ser guardado nessa temperatura por até cinco dias. Isso deve facilitar a logística de entrega e aplicação das doses em cidades do interior. A agência regulatória dos Estados Unidos FDA (Food and Drug Administration) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já tinham dado o mesmo aval.

O imunizante possui prazo de validade de seis meses quando armazenado em ultracongeladores a cerca de - 75°C. Dentro do prazo de validade, é também possível o armazenamento por um período único de até duas semanas a aproximadamente - 20ºC, e agora por até 31 dias em temperaturas de 2º a 8º C. As vacinas Coronavac e de Oxford/AstraZeneca já são armazenadas em geladeiras.

O pedido de alteração foi enviado à Agência na última sexta-feira (21) e a análise foi realizada durante esta semana. Para aprovar as novas condições de conservação, a equipe técnica da Anvisa avaliou os estudos de estabilidade apresentados pelo laboratório desenvolvedor da vacina. Os estudos de estabilidade servem para definir por quanto tempo e em quais condições a vacina mantém suas características sem alteração.

Ampliação da imunização
"A mais recente autorização da Anvisa abre portas para ampliar a imunização contra a covid-19 com a vacina da Pfizer/BioNTech. É muito gratificante saber que os mais de 5,5 mil municípios brasileiros terão a possibilidade de receber a nossa vacina", disse em nota Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.

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Já são ao menos quatro vítimas fatais de um incêndio que atingiu a ala Covid do Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em Aracaju, na manhã desta sexta-feira (28).

De acordo com o G1, a primeira morte confirmada foi a de uma mulher, durante a remoção para o Hospital de Urgência Governador João Alves Filho de Urgência de Sergipe (Huse). As circunstâncias das outras três mortes ainda não foram esclarecidas pelas autoridades.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (SMS), cerca de 60 pacientes estavam na unidade de saúde atingida pelas chamas.

Destes pacientes, 35 foram transferidos para os hospitais da Polícia Militar (HPM), Santa Isabel, Senhor dos Passos, Primavera, Hapvida, Fernando Franco e leitos do Caps Jael Patrício, além do Huse. Inicialmente, a SMS divulgou a informação de que 50 pacientes haviam sido transferidos.

Causas do incêndio no hospital de Aracaju
A suspeita, de acordo com o Corpo de Bombeiros, é de que o fogo tenha iniciado no ar-condicionado. Cerca de 20 bombeiros atuaram no combate das chamas, que foram apagadas rapidamente.

"Esse incêndio pode ser considerado de grandes proporções devido às consequências. O problema maior foi a quantidade de fumaça acumulada na área Covid e a retirada das vítimas, que estavam acamadas, e a organização da cena para a remoção até outras unidades hospitalares", afirmou o capitão do Corpo de Bombeiros, Breno Queiroz.

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A possibilidade de o auxílio emergencial ser prolongado foi admitida nesta quinta-feira (27) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A edição atual se encerra em julho. Antes contrário a ideia, o titular do cofre do governo federal afirmou que a medida pode ser adotada caso a pandemia volte a se agravar – em uma possível terceira onda – ou a vacinação não atinja a maior parte da população.

“Se Deus quiser, teremos dias melhores à frente e vamos celebrar também o fim dessa doença, mas o auxílio emergencial é uma arma que nós temos e pode, sim, ser renovado”, declarou Guedes, durante o encontro Diálogos com a Indústria, realizado em um hotel de Brasília pela Coalizão Indústria, que reúne 15 entidades. O ministro ressaltou que a expectatica trabalhada pelo governo é de que não haja necessidade da renovação do benefício.

O gestor projeta para julho a imunização de 60% a 70% da população brasileira e ” 100% da população idosa vacinada, onde está a maior parte da incidência de óbitos”. Segundo o ministro, o cálculo da primeira fase do auxílio tinha sido feito com base em expectativas do Ministério da Saúde no começo da pandemia, no primeiro semestre de 2020.
Guedes avalia que, embora o programa anterior para a liberação do auxílio emergencial tivesse prazo para terminar em 31 de dezembro de 2020, algumas parcelas ainda seriam pagas nos dois primeiros meses deste ano. “A economia ainda estava relativamente protegida por dois meses. Dois meses e meio depois, então, entraram os nossos programas de novo.”

Hackers

A apresentação do titular da Economia foi interrompida por um ataque de hackers. Guedes não teve problemas para continuar sua fala pois participava presencialmente do evento. Os organizadores do Diálogo com a Indústria confirmaram o imprevisto, relatando em nota que “houve, por alguns minutos, a interferência de terceiros que usavam nomes de jornalistas credenciados, com áudios e imagens externos. Os perfis foram excluídos rapidamente”. Com informações da Agência Brasil

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Morreu na manhã de hoje (27), às 5h10, o ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner. De acordo com o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, Lerner, que tinha 83 anos, estava internado há cinco dias e veio a óbito em decorrência de complicações de doença renal crônica.

Político, arquiteto e urbanista, Jaime Lerner nasceu em 17 de dezembro de 1937 em Curitiba, cidade da qual foi prefeito por três vezes, em mandatos iniciados em 1971, 1979 e 1989. Ele governou o Paraná por duas vezes, de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002.

Lerner começou sua vida política na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido ao qual se filiou em 1971, quando foi nomeado prefeito biônico de Curitiba. Entre seus grandes feitos está a abertura de vias exclusivas para ônibus urbanos, algo considerado bastante inovador para a época (1974), que posteriormente veio a formar a Rede Integrada de Transporte da capital paranaense.

Em 1988, conseguiu se eleger prefeito pelo PDT e, em 1994 e 1997 venceu as eleições para governador, vindo a trocar novamente de legenda, ingressando no PFL.

Em 2002, foi eleito presidente da União Internacional de Arquitetos. Mais recentemente, tornou-se consultor das Nações Unidas para assuntos ligados a urbanismo.

Lerner casou-se em 1964 com Fani Lerner, com quem teve as filhas Andrea e Ilana.

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A ex-presidente da Dilma Rousseff (PT) precisou ser levada até o hospital Moinho de Ventos, em Porto Alegre, nesta terça (25) após ter um mal-estar na noite desta segunda-feira.

Ao G1, a assessoria de imprensa da petista informou que ela está acompanhada pelo médico Paulo Caramori e deve ter alta ainda na manhã desta terça.

O Hospital Moinhos de Vento, por sua vez, informou que está buscando informações e que "por questões de garantia do sigilo dos dados e do prontuário do paciente, e também pela Lei Geral de Proteção de Dados, também aguardam as devidas autorizações".

Histórico de saúde
Dilma, em 2018, passou por uma cirurgia para desobstruir as artérias do coração. Nesta oportunidade, ela fez cateterismo e angioplastia no Hospital Sírio Libanês.

Já em 2009, quando ainda era Ministra Chefe da Casa Civil, ela enfrentou um câncer linfático. O tumor colocou dúvidas sobre a participação dela nas eleições de 2010, quando foi eleita. Após a quimioterapia, ela venceu a doença em alguns meses.

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