Em 19 de abril de 2021 o Brasil registrou a maior média móvel de morte em decorrência da covid-19: cerca de 3 mil óbitos diários. Hoje (19), exatos seis meses após o ápice, o Ministério da Saúde informa que a vacinação em massa contra a doença surtiu efeito. Segundo a pasta, a queda no número de óbitos foi de quase 90% - tendência que se acumula desde junho.

O boletim divulgado na noite de ontem (18) mostra que a média móvel de mortes está em 379,5, acompanhada pela queda expressiva também no número de novos casos da doença, que está em 12,3 mil ao dia.

“Nós temos um Sistema Único de Saúde (SUS) forte, com mais de 38 mil salas de vacinação, capaz de vacinar mais de 2 milhões de brasileiros e um governo extremamente preocupado com a vida. Por isso, adquiriu mais de 550 milhões de doses de vacinas [contra a] covid-19, investiu bilhões com habilitação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e vacinou mais de 90% da população brasileira com a primeira dose. Vacina é a saída para acabar com o caráter pandêmico da doença. Só assim vamos retornar para o nosso normal”, afirmou em nota o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo Queiroga, o sucesso da ampla campanha de vacinação deve se estender para 2022 com a compra antecipada de 354 milhões de doses de vacinas aprovadas no país. O plano de vacinação para 2022 foi apresentado no início do mês de outubro.

“Nós já temos asseguradas mais de 300 milhões de doses para vacinar a nossa população. É uma vacinação um pouco diferente do que aconteceu em 2021, porque não é uma vacinação primária. Mas, o mais importante é: teremos doses de vacinas para todos”, declarou Queiroga.

O painel de vacinação do Ministério da Saúde mostra que mais de 108 milhões de brasileiros já cumpriram integralmente o esquema vacinal. Essa população corresponde a 68% do público-alvo da campanha do Programa Nacional de Imunização (PNI). A ferramenta informa, ainda, que 3,6 milhões de pessoas já tomaram a dose de reforço, recomendada para pessoas acima de 60 anos, imunossuprimidos (aqueles cujos mecanismos normais de defesa contra infecção estão comprometidos) e profissionais de saúde.

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A Seleção Brasileira já pode começar a planejar a viagem para a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Na noite desta quinta-feira (14), os comandados do técnico Tite receberam o Uruguai na Arena Amazônia, em Manaus, e conseguiram uma goleada por 4x1, com gols de Neymar, Gabigol e dois de Raphinha. Com o resultado, o time chegou aos 31 pontos. Nunca na história da competição uma seleção ficou de fora do Mundial com essa pontuação.

Apesar da liderança isolada na tabela, o Brasil teve uma semana agitada. Após ser criticado pela atuação no empate em 0x0 com a Colômbia, Neymar revelou que a Copa do Catar pode ser a última da sua carreira por causa da pressão psicológica. Defendido por jogadores e comissão técnica, ele mostrou que ainda tem muito oferecer dentro de campo.

Com apenas 9 minutos, Fred deu lindo lançamento por cima para o camisa 10, que dominou no peito e, sem ângulo, mandou para o fundo da rede do goleiro Muslera. Na comemoração, a tradicional dancinha com Paquetá.

E nem demorou muito para sair o segundo gol. Aos 17 minutos, em jogada de Paquetá, Neymar recebeu na área e tentou o chute. Muslera espalmou e Raphinha, esperto no lance, apareceu para chutar no gol e ampliar o placar: 2x0.

Com autoridade em campo, o Brasil não deu chances ao rival. O goleiro Ederson só assistiu nos 45 minutos iniciais. Antes do intervalo, Neymar e Raphinha ainda exigiram boas defesas de Muslera. Jesus, por sua vez, tirou tinta da trave.

Virou goleada
Depois da chuveirada, a pressão brasileira continuou. Logo nos minutos iniciais, o goleiro Muslera apareceu novamente em finalizações de Gabriel Jesus e Raphinha. Nas duas, espalmou.

Na terceira tentativa, não teve jeito. Contra-ataque rápido e Neymar tocou de primeira para Raphinha. Em velocidade, o atacante colocou na frente e chutou cruzado para fazer o terceiro aos 12 minutos.

Dali pra frente, era só continuar o espetáculo. Tite deu chances a jogadores como Gabigol e Everton Ribeiro. Raphinha, melhor em campo, saiu de campo aplaudido pelos mais de 12 mil torcedores que foram ao estádio.

Aos 32 minutos, deu tempo de Suárez marcar um belo gol de falta e diminuir o prejuízo para os uruguaios. Só que, aos 37, Gabigol recebeu cruzamento de Neymar e mandou de cabeça para fechar a goleada.

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O Brasil passará nesta quinta-feira (14) pelo seu último desafio da rodada tripla das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. A equipe do técnico Tite enfrenta o Uruguai, às 21h30, na Arena da Amazônia, em Manaus, pela 12ª rodada da competição. E, se o empate sem gols com a Colômbia, no último domingo (10), acabou com o 100% de aproveitamento após a sequência de nove vitórias seguidas, a partida de hoje tem um lado muito bom.

Será a primeira vez que o Brasil jogará como anfitrião com público pagante desde o início da pandemia do novo coronavírus. Todos os 10 mil ingressos colocados à venda - com valores entre R$ 125 e R$ 500 - foram esgotados em menos de dois dias. No total, 14 mil pessoas poderão assistir ao jogo. Ou seja, dentro do permitido, será casa cheia.

Para entrar no estádio, o torcedor terá que cumprir um protocolo. Só poderá acessar o local quem tenha completado o esquema vacinal da covid-19 com duas doses ou dose única. Haverá ainda a aferição de temperatura e não será permitida a entrada com alimentos e bebidas em geral. O uso de máscara também será obrigatório, além da manutenção do distanciamento social.

“Vamos jogar com o apoio da nossa torcida, importante isso para nós contra um adversário como o Uruguai. Vou continuar dando o meu melhor, tentando jogar bem para ajudar a Seleção Brasileira”, disse o volante Fabinho.

A partida, vale lembrar, acontece em meio a uma preocupação com Neymar. Nesta semana, o craque falou sobre a possibilidade da Copa do Mundo de 2022 ser a última da sua carreira. Aos 29 anos - em fevereiro, completa 30 -, ele estará com 34 no Mundial de 2026, que será realizado em conjunto por EUA, Canadá e México.

“Acho que é minha última Copa do Mundo (2022). Eu encaro como a minha última porque não sei se terei mais condições, de cabeça, de aguentar mais futebol. Então vou fazer de tudo para chegar muito bem, fazer de tudo para ganhar com meu país. Para realizar o meu sonho desde pequeno e espero poder conseguir”, afirmou o astro.

Após o desabafo, vários jogadores saíram em defesa do craque. “A gente torce que ele fique por muito tempo na Seleção, pela qualidade do futebol, pelo grande jogador que é. Torcemos para que fique muitos anos com a gente. Difícil falar mentalmente de outra pessoa. O cara às vezes tem pressão muito forte”, comentou o volante Fred.

Tite e a comissão técnica também estão se mostrando preocupados com o lado emocional dos atletas. Após o empate em 0x0 com a Colômbia, o treinador saiu em defesa de Neymar e atribuiu a atuação ruim do camisa 10 à boa marcação adversária.

“Talvez as expectativas em cima dele sejam que faça toda hora excepcionalidades e toda hora faça a diferença. É um jogador excepcional, porque faz jogadas excepcionais, excepcionalmente. E não corriqueiramente. É sim um jogador diferenciado, sabemos dessa condição. Foi muito bem marcado também, por vezes dobrada a marcação em cima dele, num contexto geral”, explicou.

Escalação
Por enquanto, Neymar segue como titular absoluto da Seleção Brasileira e será um dos 11 primeiros diante do Uruguai. A equipe, porém, não contará com o zagueiro Éder Militão, que teve lesão no músculo posterior da coxa direita confirmada pela CBF, após exames de imagem.

Assim, Tite montará a dupla de zaga com Thiago Silva e Lucas Veríssimo, deixando Marquinhos na reserva. Mas essa não será a única alteração. Ainda na defesa, Emerson Royal ficará com a vaga de Danilo na lateral direita, enquanto o goleiro Alisson dará espaço para Ederson. No ataque, Raphinha entra no lugar de Gabigol.

A escalação para o clássico tem: Ederson, Emerson Royal, Lucas Veríssimo, Thiago Silva e Alex Sandro; Fabinho, Fred e Lucas Paquetá; Raphinha, Gabriel Jesus e Neymar.

Uruguai

Adversário do Brasil desta quinta-feira (14), o Uruguai passa por um momento turbulento e rondado por questionamentos. Principalmente após a decepcionante derrota por 3x0 para a Argentina, fora de casa, no último domingo. Foi o segundo jogo seguido que a Celeste não fez um gol sequer.

Pressionado por melhores resultados, o técnico Óscar Tabarez deve fazer mudanças no time titular. Edinson Cavani, que ficou no banco nos últimos dois jogos, pode voltar a formar a dupla de ataque com Luis Suárez. Os dois, aliás, não marcam nas Eliminatórias há oito jogos.

Além disso, o lateral-esquerdo Piquerez deve ganhar chance, no lugar de Matías Viña. Bentancur, que cumpriu suspensão diante da Argentina, também deve começar jogando. Já o zagueiro Ronald Araujo, machucado, será desfalque.

A provável escalação do Uruguai tem: Muslera, Nández, Coates, Godín, Piquerez; Valverde, Vecino, Bentancur, Nicolás De la Cruz; Suárez e Cavani.

“Não vamos nos apoiar na ideia de que o Brasil está mal, porque não acredito nisso. Foram os primeiros pontos que eles perderam. Vamos nos preparar dentro do que podemos fazer em tão pouco tempo, pensando que vamos dar tudo de nós, sem que nos encontrem descuidados”, disse Tabarez.

Atualmente, a Celeste é a quarta colocada das Eliminatórias, com 16 pontos. São 12 a menos que o Brasil, líder com 28.

 

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Halal é uma palavra árabe que significa lícito, permitido. Mais do que isso, é um conceito que permeia a alimentação e o uso de produtos cosméticos e farmacêuticos por muçulmanos em todo o mundo. Pela sharia, o código de leis islâmico, os seguidores da fé de Maomé só podem consumir produtos que se encaixem nessa categoria porque seriam aqueles permitidos por Deus.

No judaísmo, há uma categoria semelhante: o kosher. Um exemplo é a proibição de consumo de carne de porco, de álcool etílico, sangue e animais de presas longas, considerados haram, ou seja, não permitidos. As carnes de boi, frango, caprinos e ovinos podem ser consumidas, desde que o abate seja feito de forma adequada, em um ritual halal.

A restrição é ligada não apenas a esses itens, mas a qualquer produto que contenha esses ingredientes em sua composição ou que tenha contato com eles. Um carimbo usado em uma carne, por exemplo, não pode ter glicerina de origem suína.

Como isso é levado muito a sério pelos muçulmanos, é preciso garantir que os produtos consumidos realmente tenham sido processados da forma correta. Por isso, as empresas interessadas em servir ao consumidor islâmico precisam ser certificadas.

“Hoje, 1,9 bilhão de consumidores no mundo são muçulmanos. E as estimativas para 2060 é que uma, em cada três pessoas, seja muçulmana. Então você tem um mercado gigantesco, um potencial enorme a ser explorado. Além disso, os consumidores muçulmanos são muito fiéis. Uma vez que eles identificam uma marca certificada, que traz um produto de qualidade, acabam se fidelizando àquela marca”, explica Elaine Franco de Carvalho, coordenadora de qualidade da Fambras Halal, uma das principais certificadoras halal do Brasil.

É um mercado concentrado não apenas no Oriente Médio e norte da África, mas também em países como o próprio Brasil. Na Indonésia, por exemplo, que tem grande população muçulmana e é o maior mercado consumidor de comida halal, a certificação é obrigatória para os exportadores.

“Uma vez que a empresa estiver certificada, ela vai atender a alguns países que antes ela não atendia, por ter a certificação halal como requisito [para exportação] ou por ter a certificação halal com diferencial”, afirma Elaine.

Segundo dados do último Relatório Global do Estado da Economia Islâmica, antes da pandemia o Brasil era o maior exportador mundial de comida halal. Em 2019, o país exportou US$ 16,2 bilhões nesse tipo de produto, 12% a mais do que o segundo colocado, a Índia, que negociou US$ 4,4 bilhões.

Certificação
Segundo Elaine, o processo de certificação envolve inicialmente uma avaliação documental da empresa, na qual se verifica, por exemplo, os ingredientes e materiais usados na fabricação ou beneficiamento do produto e sua origem. “A gente precisa garantir que se aquela empresa usa uma queratina de origem animal, por exemplo, que ela tenha vindo de um animal abatido de acordo com o ritual islâmico”, conta.

A certificadora, então, envia um auditor com conhecimentos técnicos na área de atuação da empresa (que pode ser um veterinário, um engenheiro agrônomo entre outros) e autoridades religiosas para verificar se tudo é feito dentro dos preceitos do islamismo.

No caso do abate bovino, por exemplo, Elaine explica que é preciso que tudo seja feito de acordo com um ritual, que começa com a declamação das palavras Bismillah, Allahu Akbar (“em nome de Deus, Deus é o maior”) e termina com a drenagem do sangue do animal por três minutos.

A faca deve ser bem afiada para seccionar as principais artérias do pescoço em único corte e garantir a morte instantânea do animal. “É um requisito do abate halal que você minimize o sofrimento do animal”, diz Elaine.

O abate deve ser feito por um muçulmano, mas se não houver ninguém disponível, poderá ser executado por um judeu ou um cristão. Já o supervisor do abate precisa ser um seguidor do Islã.

Depois de aprovada, a empresa pode receber uma certificação para todos os lotes de seu produto, com validade de três anos, ou pode receber certificações por lotes. Cerca de 450 empresas brasileiras são certificadas apenas pela Fambras Halal.

Fábrica brasileira
Com produtos presentes no Oriente Médio desde a década de 1970, a indústria alimentícia brasileira BRF decidiu dar um passo adiante, em 2014, de olho no gigantesco mercado halal, ao instalar uma fábrica nos Emirados Árabes Unidos. Localizada na zona industrial de Abu Dhabi, capital do país, a planta processa principalmente produtos de frango e também hambúrguer bovino.

É a primeira indústria alimentícia brasileira a instalar uma fábrica no país e, se depender do governo dos Emirados Árabes, não será a última. No último domingo (3), a ministra de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da nação árabe, Mariam Almheiri, convidou empresas do Brasil a seguir o exemplo da BRF.

Segundo ela, seu país proporciona vantagens como a avançada infraestrutura de transportes e proximidade com o mercado consumidor árabe e asiático. Segundo o vice-presidente de Mercado Internacional da BRF, Patrício Rohner, o mercado halal (ou seja, produtos processados de acordo com as leis islâmicas) representa hoje 25% de todas as vendas da empresa e metade da comercialização no exterior.

Uma das marcas da BRF, a Sadia é uma das líderes em seu segmento nos Emirados Árabes. “Quando você vê um mercado como Kuwait, o Catar, os Emirados Árabes ou a Arábia Saudita, o reconhecimento da marca é maior do que no Brasil”, disse Rohner.

Produtos processados no Brasil
A decisão de montar uma fábrica nos Emirados Árabes, depois de anos exportando produtos processados no Brasil, surgiu ao perceber que os alimentos produzidos no país árabe poderiam estar mais próximos do paladar dos consumidores da região.

“Para desenvolver produtos para o sabor local, não tem nada melhor do que estar próximo ao consumidor. Quando você tenta encontrar os ingredientes que as pessoas se acostumaram a comer ou aprenderam a comer desde pequenas, é muito difícil fazer isso de fora”, explicou Rohner.

Os animais são criados e abatidos no Brasil, onde recebem certificação halal. Só depois, a carne é exportada para os Emirados Árabes, onde é processada (por exemplo, transformada em nuggets, hambúrgueres ou tenderizada e empacotada).

Fábrica da empresa brasileira BRF em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo Rohner, financeiramente é mais viável criar os animais no Brasil, porque o país tem a estrutura para atender ao mercado nacional e ao internacional, além de abundância de grãos (para alimentação dos rebanhos) e de água.

Além da fábrica em Abu Dhabi, a BRF opera outras três unidades processadoras de alimentos no Oriente Médio, uma na Arábia Saudita e duas na Turquia.

Há outras empresas alimentícias que ainda não têm fábrica nos Emirados Árabes, mas que já marcam presença ali, como a JBS, concorrente da BRF, que mantém um escritório comercial no país, e a Tropicool Açaí, rede varejista que oferece produtos da fruta amazônica. Ela tem lojas em Dubai.

Publicado em Brasil

Com isso, o instituto afirma que as pessoas seriam mais saudáveis, e o Brasil trabalharia para cumprir o sexto Objetivo do Desenvolvimento Sustentável, firmado pela ONU, de universalizar o acesso à água e aos serviços de esgotamento sanitário, além das metas do novo Marco Legal do Saneamento, Lei 14.026 de 2020 que estipula o prazo até 2033 para 99% da população ter acesso à água tratada e 90% à coleta dos esgotos.

Regiões
O estudo concluiu que as internações por doenças causadas pela falta de saneamento se distribuem pelo país, refletindo as condições sanitárias de cada região, e que a ausência dessa infraestrutura é mais evidente na Região Norte. Lá, apenas 12% da população tem coleta de esgotos e houve 42,3 mil internações por doenças de veiculação hídrica em 2019. De todo volume de esgoto gerado na região – incluindo aquele coletado e o que não é coletado – somente 22% são tratados.

Em seguida, vem o Nordeste, onde somente 28% da população tem coleta de esgotos e o tratamento chega só a 33% do volume total de esgoto gerado. A região teve o maior número de hospitalizações, um total de 113,7 mil.

O Sul foi a terceira pior região no que diz respeito ao saneamento, com 46,3% da população tendo acesso à coleta dos esgotos e 47% do esgoto gerado sendo tratado. No Centro-Oeste, 57,7% da população conta com coleta dos esgotos e há 56,8% de tratamento do volume de esgoto gerado. Essas duas regiões registram 27,7 mil internações cada.

Já o Sudeste apresentou os melhores indicadores, com 79,2% da população com coleta de esgotos, com 55,5% do total de esgoto gerado sendo tratado. Na região, houve 61,7 mil internações por doenças de veiculação hídrica.

Apesar de o Sudeste apresentar números de internação maiores que o Norte, ele tem sete vezes mais habitantes. Portanto, para uma comparação entre bases iguais, o estudo calculou a incidência de internações por 10 mil habitantes. Com isso, observou-se que os estados do Norte e Nordeste concentram os maiores problemas com relação a hospitalizações.

Levando em conta a taxa de incidência por 10 mil habitantes, são 22,9 internações no Norte; 19,9 no Nordeste; 17,2 no Centro-Oeste; 9,26 no Sul; e 6,99 no Sudeste.

As internações desse tipo, de crianças de zero a quatro anos, correspondem a 30% do valor total, com 81,9 mil internações em 2019, sendo 35,2 mil no Nordeste, 17,6 mil no Norte, 15,6 mil no Sudeste, 6,78 no Sul e 6,7 no Centro-Oeste. No mesmo ano, ocorreram 124 mortes de crianças nessa faixa etária, sendo 54 delas no Nordeste, seguido do Norte com 41, Sudeste com 14, Centro-Oeste com 12 e o Sul com apenas três.

Estados
Em números absolutos, o Amapá aparece como a unidade da Federação com menos internações por doenças de veiculação hídrica em 2019, com 861, contra 38,2 mil no Maranhão, que teve o maior número de internações. Ultrapassam a marca de 20 mil internações gerais por doenças de veiculação hídrica os estados de Bahia (23,3 mil), de Minas Gerais (24,7 mil), São Paulo (26 mil) e do Pará (28 mil).

Em relação à taxa de internações por 10 mil habitantes, o Maranhão se mantém como o estado com maiores casos, com 54,4 internados a cada 10 mil, seguido de Pará com 32,62, e Piauí com 29,64. O estado do Rio de Janeiro teve a menor taxa de internações por 10 mil habitantes, com 2,84, seguido por São Paulo com 5,67 e o Rio Grande do Sul com 7,14.

Série histórica
O estudo revelou que, de 2010 a 2019, o país registrou queda nas internações por doenças de veiculação hídrica, passando de 603,6 mil para 273,4 mil. No entanto, houve aumento de cerca de 30 mil internações de 2018 para 2019.

Segundo avaliação da entidade, os resultados mostram que, mesmo distante do ideal, a expansão do saneamento ao longo dos anos, com a ampliação das áreas de cobertura com água tratada e coleta de esgoto, trouxe ganhos à saúde, permitido a redução das doenças e das mortes por veiculação hídrica. Isso porque, em 2010, 54,6% da população não tinha coleta dos esgotos, enquanto nove anos depois, a população sem acesso foi reduzida a 45,9%.

No mesmo período, houve também queda no número de internações de crianças de zero a quatro anos, passando de 200,6 mil em 2010 e para 81,9 mil em 2019.

Dados na pandemia
Sobre a relação entre saneamento e doenças em 2020, o Trata Brasil informou que dados preliminares mostram que o país teve 174 mil internações por doenças de veiculação hídrica, o que representaria uma redução de 35% em relação a 2019. No entanto, a entidade explicou que os dados precisam ser analisados pelas instituições médicas, já que a queda pode estar relacionada ao afastamento das pessoas dos hospitais por medo de contaminação por covid-19.

As mortes por doenças de veiculação hídrica em 2020 foram estimadas em 1,9 mil, o que também representaria uma redução entre 30% e 35% na comparação com o ano anterior.

Publicado em Brasil

Três integrantes de uma quadrilha especializada em enviar cocaína da América do Sul para a Europa foram presos nessa quinta-feira (30) em ação conjunta da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal (DRE), da Polícia Federal.

Segundo a Secretaria de Polícia Civil, os criminosos foram localizados em um galpão no município de Itaguaí, na Baixada Fluminense, no estado do Rio. Lá, os agentes apreenderam mais de meia tonelada da droga escondida em mangas colocadas em caixas. Também foi apreendida uma pistola.

Mangas escondiam droga
Conforme as investigações, era por meio de um contêiner refrigerado que a quadrilha transportava a droga para a Europa. A cocaína saía de outros estados em fardos de açúcar e, posteriormente, era escondida em mangas exportadas para vários países.

As informações sobre a operação serão apresentadas ainda nesta manhã, em entrevista, na Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro, pelo diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, delegado Felipe Curi; pelo titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, delegado Vinícius Domingos; e pela Polícia Federal.

 

Publicado em Polícia

O Congresso Nacional rejeitou no final da noite desta segunda-feira, 27, o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei que permite a criação de federações partidárias. A decisão representou derrota para o Palácio do Planalto. O veto já havia sido derrubado pelos senadores e a decisão foi confirmada pelos deputados por 353 votos a 110. Partidos como PCdoB, Rede, PV e Cidadania correm risco de extinção a partir de 2022 e pressionaram pela derrubada do veto.

Com as federações, dois ou mais partidos podem se juntar e formar um bloco durante a eleição, mas terão de atuar juntos no Congresso e nos Legislativos de todo o País nos quatro anos seguintes.

As federações deverão atuar como se fossem uma única agremiação partidária. Dessa forma, legendas menores poderão se unir a partidos maiores e manter representantes que não seriam eleitos no modelo atual.

O argumento dos defensores da medida é viabilizar a união de partidos políticos com identidade programática, diferente das coligações eleitorais, que poderiam unir legendas de campos diferentes de forma fisiológica para aumentar bancadas. O PT e o PCdoB, por exemplo, planejam formar uma federação para atuarem juntos no Congresso e nas Assembleias Legislativas a partir das próximas eleições. A mesma conversa ocorre entre o PSDB e o Cidadania.

"Quero ressaltar a importância de derrubar o veto da federação. Diferente da coligação, (as federações) têm princípios, une partidos que são ideologicamente parecidos. Por isso, derrubar o veto da federação é uma oportunidade de diminuir o quadro partidário, mas dar condições de sobrevivência a todos aqueles que têm programas ideológicos", disse o líder do Cidadania na Câmara, deputado Alex Manente (SP).

Publicado em Política

Todo ano é a mesma coisa. A professora aposentada Anete Dias, 75 anos, pega a muleta, entra no carro e vai até a agência bancária mais próxima do bairro dos Barris, onde ela mora, para provar que está viva. Pega a senha, aguarda na fila, encontra o gerente e entrega a documentação. O funcionário checa os dados, devolve os documentos, a idosa retoma as muletas e volta para casa.

Por conta da pandemia, esse ritual foi interrompido no ano passado, mas desde junho o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retomou o serviço de prova de vida, obrigatório para quem é aposentado ou pensionista. O prazo para fazer essa comprovação encerra em outubro, mas 483.875 baianos ainda não fizeram o procedimento. Quem não prova que está vivo tem o benefício bloqueado, depois suspenso e pode ser até cancelado.

Dona Anete, que fará a prova em outubro, disse que o procedimento é burocrático, mas defendeu a checagem. “Eu concordo porque já fui testemunha de um caso de fraude. Uma pessoa usava o cartão de outra pessoa, que tinha falecido, para retirar o benefício. Então, esse procedimento ajuda a evitar essas situações”, disse.

Ela contou que a mãe dela foi aposentada pelo INSS e também fazia a comprovação, assim como um irmão dela que tinha Síndrome de Down e era beneficiário. Quando ele morreu a professora ouviu um conselho que nunca esqueceu. “Uma pessoa disse para a gente continuar sacando o dinheiro como se ele ainda estivesse vivo. Existe muita gente sem caráter nesse mundo”, afirmou.

Segundo o INSS, é para combater golpes como esse que a prova de vida existe. No ano passado, o procedimento não foi exigido, mas, mesmo assim, 418.657 baianos fizeram a comprovação. Este ano, mais 1.674.684 de pessoas procuraram as agências na Bahia e regularizaram a situação. Alguns bancos disponibilizaram o serviço de forma virtual para facilitar o procedimento e a estudante Maria Alice Souza, 31, aproveitou a oportunidade.

“Minha tia precisava fazer a comprovação. Nos deram a opção de fazer presencial ou através de um aplicativo. Baixei o APP e fiz o procedimento. Ele pediu para fazer a leitura facial em vários ângulos, como por exemplo virar a cabeça para a direita, piscar duas vezes, olhar para cima etc. Por enquanto os dados dela estão atualizados e o banco não pediu para a gente comparecer no presencial”, disse.

Consequências
Desde junho, o Instituto voltou a exigir essa confirmação e para evitar aglomerações dividiu o público por datas. Até o dia 30 de setembro devem comparecer às agências os beneficiários que deveriam ter comprovado estar vivos em setembro ou outubro de 2020. No mês que vem, será a vez daqueles que deveriam ter ido às agências em novembro e dezembro do ano passado.

Os beneficiários que deveriam ter comprovado estar vivo entre março e agosto de 2020 tiveram até agosto deste ano para procurar as agências. Quem perdeu o prazo pode ir ao banco regularizar a situação, mas até isso acontecer o benefício fica bloqueado. Caso o beneficiário não procure a agência bancária em até 30 dias, o pagamento fica suspenso e será necessário ir até uma agência do INSS para resolver.

O chefe da Divisão de Cadastro do Segurado Especial do INSS, Marcelo Caetano, não soube precisar quantos golpes esse tipo de procedimento conseguiu evitar, mas disse que a prova de vida é uma proteção para todos, tanto para os cofres público como também para o beneficiário.

“É uma medida que protege o dinheiro público, mas também o segurado. Hoje, os cartórios informam os óbitos diariamente, então, situações de pessoas recebendo o benefício por alguém que já morreu são menos comuns. Mas existem casos de pessoas que se apossam dos cartões do beneficiário, sem procuração, e ficam com o pagamento. A prova de vida serve para resolver também essas questões”, contou.

Caetano disse que as agências bancárias têm autonomia para adotar as ferramentas que julgar mais adequadas, por isso, a recomendação do INSS é que o beneficiário entre em contato com o banco para saber quais serviços estão disponíveis.

“Alguns estão oferecendo aplicativos, outros estão dando opção de fazer a prova de vida no caixa eletrônico, e tem aqueles que estão agendando horários específicos para atender exclusivamente esse público. É preciso checar com o seu banco”, disse.

Todo aposentado ou pensionista precisa fazer a prova de vida pelo menos uma vez por ano. Pessoas com dificuldade de locomoção ou com mais de 80 anos podem solicitar o atendimento domiciliar. Outras dúvidas podem ser esclarecidas através do App Meu INSS ou do telefone 135.

Golpe
Uma investigação de fraude ao INSS levou equipes da Polícia Federal até dois endereços, em Camaçari e em Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, nesta quinta-feira (23). Eles cumpriram mandados de busca e apreensão contra duas pessoas suspeitas de criar falsos segurados para receber benefícios.

Os bandidos usavam documentação falsa e contavam com a ajuda de idosos que fingiam ser os beneficiários. A ação é continuidade da Operação Heterônimo que levou às prisões, em junho deste ano, de duas pessoas em flagrante, no interior de uma agência bancária de Salvador, que tentavam sacar R$ 30 mil de um benefício fraudulento. Desta vez, uma arma foi apreendida.

Os envolvidos vão ser processados por associação criminosa, estelionato previdenciário, falsificação de documento público e uso de documento falso. Somada, as penas podem chegar a mais de 25 anos de prisão. A investigação é realizada em conjunto pela Polícia Federal e a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT) do Ministério do Trabalho e da Previdência.

Como fazer a prova de vida:

O procedimento é realizado no banco onde você recebe o pagamento;
Entre em contato com o seu banco para saber as opções disponíveis. Alguns estão oferecendo aplicativos, agendamento e até o procedimento em caixa eletrônico;
Verifique a documentação exigida pelo banco e fique atento aos prazos;
Pessoas acamadas, hospitalizadas, com mais de 80 anos ou dificuldade de locomoção podem solicitar atendimento domiciliar;
Quem não comparecer dentro do prazo terá o benefício bloqueado, mas a situação pode ser regularizada indo até o banco ou em contato com o INSS;
Confira o cronograma:

Calendário de 2020:
Quem deveria ter feito em setembro e outubro de 2020: 31 de setembro de 2021
Quem deveria ter feito em novembro e dezembro de 2020: 30 de outubro de 2021

Calendário de 2021:
Quem deveria ter feito em janeiro e fevereiro de 2021: novembro 2021
Quem deveria ter feito em março e abril de 2021: dezembro de 2021
Quem deveria ter feito em maio e junho de 2021: janeiro de 2022
Quem deveria ter feito em julho e agosto de 2021: fevereiro de 2022
Quem deveria ter feito em setembro e outubro de 2021: março de 2022
Quem deveria ter feito em novembro e dezembro de 2021: abril de 2022

*Fonte INSS.

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A Seleção Brasileira vai nesta quinta-feira (9) em busca da oitava vitória nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. Quatro dias depois de ter a partida contra a Argentina suspensa, a equipe do técnico Tite volta a entrar em campo às 21h30, dessa vez contra o Peru, na Arena Pernambuco, em duelo válido pela 10ª rodada da competição.

Se o clássico contra os hermanos botaria, frente a frente, as seleções líder e vice-líder do torneio, o jogo contra a Blanquirroja tem um cenário bem diferente. Enquanto o Brasil é líder isolado, com 21 pontos e 100% de aproveitamento, os peruanos aparecem na 7ª posição, com oito pontos.

Não é só na tabela que a equipe canarinha leva vantagem. Nos últimos três encontros, três vitórias brasileiras. O mais recente aconteceu há pouco mais de dois meses, na semifinal da Copa América, com triunfo por 1x0 no Engenhão. Antes, pela fase de grupos da competição, o estádio no Rio de Janeiro já havia sido palco da goleada por 4x0 sobre a rival.

Na atual edição das Eliminatórias, as duas seleções também já se enfrentaram, mas no Nacional de Lima. E o Brasil também se deu melhor, com triunfo por 4x2, de virada. A última vitória do time de Ricardo Gareca foi há quase um ano, em um amistoso em Los Angeles, por 1x0.

“Foram muitos Brasil x Peru e, apesar da gente ter vencido a maioria, sempre foram jogos complicados. Além de serem aguerridos, taticamente são muito bem organizados. Dificultam nosso jogo”, afirmou o lateral direito Danilo.

Escalações
Na última quarta-feira (8) pela tarde, a Seleção encerrou a preparação para a partida de hoje. Na Arena Pernambuco, Tite comandou um treino em campo reduzido, com duas equipes com 11 jogadores. Não houve divisão entre reservas e titulares.

Na sequência, o técnico orientou um trabalho tático com os atletas que iniciarão a partida, mas esta parte da atividade não foi exibida pela CBF TV.

Neste próximo embate, é esperado que o comandante faça algo inédito nestas sete partidas - e seis minutos do jogo anulado - das Eliminatórias: repetir uma escalação. Até aqui, o único jogador presente em todas as partidas foi Danilo.

Para enfrentar o Peru, é provável que o treinador escolha os mesmos 11 titulares que atuariam contra a Argentina, no último domingo. Gerson e Everton Ribeiro são as principais novidades no meio de campo da equipe. Na zaga, Lucas Veríssimo entra no lugar de Marquinhos. O jogador foi liberado pela CBF já que não teve garantias que a suspensão tinha sido cumprida no jogo contra os hermanos.

Assim, Tite deve optar por: Weverton, Danilo, Lucas Veríssimo, Éder Militão e Alex Sandro; Casemiro, Gerson, Everton Ribeiro e Lucas Paquetá; Neymar e Gabigol.

O Peru, por sua vez, terá o desfalque do centroavante Paolo Guerrero, do Internacional. O jogador recebeu cartão amarelo na vitória sobre a Venezuela, no domingo passado (5), e estará suspenso diante do Brasil.

Uma provável escalação tem: Gallese, Advíncula, Santamaría, Callens e Marcos López; Tapia, Yotún, Carrillo, Cueva e Édison Flores; Lapadula.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) julga até esta sexta-feira, 3, um pedido para reabrir as inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021, após a prova registrar queda de 46,2% no número total de candidatos inscritos. Até o início da noite desta quinta, cinco ministros do Supremo já haviam proferido voto favorável à reabertura das inscrições para conceder isenção na taxa paga pelos candidatos. A redução no número de inscritos é puxada pela diminuição na presença de jovens negros entre os candidatos, o que é atribuído à cobrança de taxa de inscrição dos alunos ausentes na edição passada.

A participação de pretos entre os inscritos nesta edição do exame é a menor desde 2011. A ação no STF pede a reabertura de prazo para conceder isenção aos candidatos. A prova está marcada para os dias 21 e 28 de novembro deste ano. O Enem 2020, realizado em janeiro deste ano em meio à pandemia, teve recorde de abstenção de estudantes. Mais de metade dos inscritos faltou, por medo de contaminação, dificuldade de se preparar para a prova ou necessidade de trabalhar. Os estudantes ausentes na edição passada tiveram dificuldades para pedir isenção da taxa de inscrição neste ano, já que o Ministério da Educação (MEC) exigiu documento com justificativa para o não comparecimento na prova passada.

Em 2020, o Enem concedeu 3,6 milhões de isenções por declaração de carência. Em 2021, só foram 822.854 declarações de carência aceitas. A taxa para participar da prova é de R$ 85. A edição passada do exame, principal porta de entrada para o ensino superior, teve 5,7 milhões de inscritos. Já a deste ano registrou 3,1 milhões de inscrições, o que significa uma redução de 46,2%.

A diminuição é mais acentuada entre os jovens pobres e negros, segundo um levantamento realizado pelo Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil. O estudo mostrou que o número de alunos inscritos não pagantes teve queda de 77,44% e o de inscritos pagantes subiu 39,2%. Também apontou que, entre os estudantes pretos, a diminuição de inscritos foi de 53%, porcentual semelhante ao verificado entre os alunos pardos (51,7%) e indígenas (54,8%). Já entre os brancos, a redução do número de inscritos foi bem menor: de 35,7%.

Na última década, o número de inscritos negros vinha aumentando ano a ano em relação ao total de candidatos no Enem. Este ano, porém, houve reversão dessa tendência. A participação de alunos pretos entre os inscritos caiu de 13,3% em 2020 para 11,7% em 2021. Este é o menor porcentual desde o ano de 2011. Em 2009, a taxa era de 6,3%, subiu para 11,7% no ano seguinte e, depois disso, vinha crescendo.

Já a presença de pardos entre os inscritos teve redução de 47% para 42,2%, o menor índice desde 2012. Por outro lado, a participação de brancos entre os inscritos subiu de 34,7% para 41,5% neste ano. Desde 2012, o Enem não tinha tantos inscritos brancos, em relação ao total de candidatos.

Exemplo
Para conseguir fazer a inscrição, alunos pobres pediram dinheiro a amigos e parentes, e entidades estudantis organizaram até mutirão de vaquinha. Apesar da mobilização, muitos perderam a chance de fazer a prova este ano. Paloma Liberato, de 19 anos, não conseguiu isenção da taxa este ano. E, sem condições de pagar, acabou de fora do Enem 2021. "Me inscrevi no Enem e tinha toda aquela instrução de não aglomerar, manter seguro quem estava na área de risco. Minha mãe tem problema cardíaco e hipertensão, faltei para não colocá-la em risco", diz a jovem, de São José, na região metropolitana de Florianópolis.

Nesta quinta, o ministro Dias Toffoli, relator do processo, votou a favor da reabertura do prazo para pedir isenção de taxa. Para Toffoli, o "contexto excepcional de agravamento da pandemia" no Enem 2020 justifica que, excepcionalmente, "se dispense a justificativa de ausência na prova para a isenção ". Na sequência, os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia acompanharam o voto de Toffoli.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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