O Jornal da Cidade
Incêndio em hotel de Nova Délhi, na Índia, mata 17 pessoas
Um incêndio no hotel Arpit Palace, em Nova Délhi, na Índia, matou 17 pessoas hoje (12). De acordo com o Estadão, o vice-comissário da polícia local, Mandeep Singh Randhawa, informou que pelo menos outras quatro pessoas ficaram feridas.
Os bombeiros conseguiram resgatar cerca de 35 pessoas do hotel localizado no bairro Karol Bagh, uma região na capital indiana em que ficam lojas e onde muitos turistas ficam hospedados.
Vinte e cinco carros de bombeiros foram encaminhados ao local para combater o incêndio, que destruiu praticamente todo o prédio de cinco andares, sendo preservado apenas o térreo. As chamas já foram debeladas, mas ainda não há conhecimento sobre a causa do fogo.
Ninho do Urubu passa por vistoria para apurar supostas irregularidades
Autoridades realizam uma inspeção no centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, na manhã desta terça-feira (12), para definir se há necessidade de interdição. O Corpo de Bombeiros e a Prefeitura do Rio chegaram ao local antes das 10h. A Polícia Civil e o Ministério do Trabalho também participam. O objetivo é apurar possíveis irregularidades no local, onde dez garotos morreram e outros três ficaram feridos em um incêndio na última sexta-feira (8).
O caso está sendo investigado pela 42ªDP (Recreio dos Bandeirantes). Os investigadores devem ouvir os depoimentos de funcionários do Flamengo que estavam no local na hora do incêndio. O gerente de patrimônio do clube e outros três profissionais devem falar aos policiais. A expectativa é que eles esclareçam quais eram as equipes que prestavam serviços ao Ninho do Urubu e sobre as condições das instalações.
Representantes da empresa responsável pela construção dos módulos onde as vítimas dormiam também devem prestar depoimento.
O incêndio atingiu o alojamento dos atletas da divisão de base do futebol do clube, que ficava em uma área de estacionamento do centro de treinamento.
O meio-campo Diego Ribas, uma das estrelas do time principal, falou em entrevista coletiva pouco antes da vistoria que chegou a usar a estrutura provisória do clube. Ele chegou a se emocionar durante a declaração.
“Em relação às estruturas do Flamengo é nítido e claro que é um clube que tem procurado evoluir diariamente e tem demonstrado isso. Não só para os profissionais, mas pra base. Cheguei em 2016, era tudo de container: usei toda essa estrutura. Acompanhei a evolução do clube. Não estou aqui para falar das questões técnicas e burocráticas. Se alcançou o ideal ou não, não cabe a mim dizer. É uma tragédia. A maior do clube. Quem está aqui vai carregar isso,” destacou o atleta, que visitou os sobreviventes na segunda.
Entre os três atletas feridos, Jhonata Ventura permanece internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do centro de queimados do Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste. Ele não está mais sedado.
Francisco Dyogo segue internado no Hospital Vitória e continua no CTI, pois precisa da ajuda de aparelhos para respirar. Ele teve uma melhora no quadro de saúde. Cauan Emanuel teve alta e está com a família em um hotel. Quando estiver bem, ele deve ir para Fortaleza com a família.
Em uma reunião no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) na tarde de segunda, o Flamengo comunicou a decisão de suspender o pernoite de qualquer pessoa, inclusive de atletas, no Ninho do Urubu.
O clube também prometeu trabalhar para a liberação de indenizações aos familiares das vítimas "o mais rápido possível" e afirmou que não está "poupando esforços" para atender os parentes.
Dois projetos enviados pelo Clube de Regatas do Flamengo à Prefeitura do Rio – um em 2010 e o outro em 2018 – não previam o módulo de contêineres que pegou fogo. A TV Globo obteve as plantas com exclusividade.
No papel, a área do alojamento receberia outros usos: no Bloco 7, ficariam depósitos e uma lavanderia; no Bloco 8, um escritório da administração; espaços em branco foram assinalados como estacionamento.
Na atualização da planta em 2018, os contêineres onde dormiam atletas das categorias de base também não apareciam. Mas houve algumas novidades no projeto. As mudanças previstas pelo Flamengo aumentariam o estacionamento, que ocuparia as áreas onde ficariam a lavanderia e a administração.
Em nota, a prefeitura explicou que a licença obtida em abril pelo Flamengo com esse novo projeto permitia apenas a construção de prédios, e não a utilização.
Para a prefeitura, o CT ainda estava em construção; por isso, não tinha o habite-se - a certidão atestando que o local está pronto pra ser habitado e que foi construído conforme as exigências estabelecidas pelo município.
O Ninho do Urubu também não tinha alvará de funcionamento e chegou a ser interditado em outubro de 2017 e, desde então, foi multado 31 vezes. O Flamengo pagou 21 dessas multas.
Fonte:G1
Brumadinho: Documentos indicam que Vale sabia das chances de rompimento da barragem desde 2017
Dois relatórios da Vale, um de 2017 e outro de 2018, indicam que a mineradora sabia dos riscos de rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Documento interno da Vale de novembro de 2017 afirma que a barragem, já naquela época, tinha uma chance de colapso duas vezes maior que o nível máximo de risco individual tolerável.
Outro documento, de outubro de 2018, indicava que além de ter duas vezes mais chances de se romper do que nível máximo tolerado pela política de segurança da empresa, a barragem estava em uma "zona de atenção".
A informação foi publicada pela agência de notícias Reuters e confirmada por fontes ligadas à investigação.
Até a segunda-feira (11), 165 corpos já haviam sido resgatados da lama. Destes, 160 foram identificados. O número de desaparecidos é de 155 pessoas, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais.
Em nota, a Vale diz que não existe em nenhum relatório, laudo ou estudo conhecido, qualquer menção a risco de colapso iminente da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Além disso, a mineradora diz que "a barragem possuía todos os certificados de estabilidade e seguranças nacionais e internacionais". A nota da mineradora afirma também que a barragem "estava dentro do limite de risco".
Zona de atenção
O Ministério Público de Minas Gerais afirmou na segunda-feira (11), que além da Mina Córrego do Feijão, outras oito barragens da Vale estão em zona de atenção (Alarp Zone).
As barragens estão situadas em áreas próximas a núcleos urbanos, havendo pessoas residentes/transitando na zona de autossalvamento, ou seja, na região do vale a jusante da barragem a uma distância que corresponda a um tempo de chegada da onda de inundação (lama) igual a trinta minutos ou 10 km”.
Expansão de atividades
Embora os documentos indiquem que a Vale sabia do risco de rompimento, a mineradora seguiu com o plano de expansão das atividades do Complexo Paraopeba, onde fica a barragem que se rompeu.
Como o G1 revelou, a Vale obteve em dezembro de 2018 autorização do governo de MG para um conjunto de obras que ampliaram em 70% a produção do complexo. A solicitação havia sido feita em 2015.
Fonte: G1
Irmãs baianas criam 'bafômetro' que detecta ao menos 15 doenças através do sopro
Duas irmãs da cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, criaram um dispositivo capaz de detectar ao menos 15 tipos de doenças a partir do sopro. O aparelho, que funciona como uma espécie de bafômetro, surgiu a partir de pesquisas das estudantes Júlia, 26 anos, e Nathália Nascimento, 31.
Aluna do curso de Biotecnologia, Júlia explica que o OrientaMed foi desenvolvido inicialmente por meio de aplicações de inteligência artificial de um trabalho científico da irmã, que atualmente faz doutorado em Computação.
"O início foi com base no mestrado da Nathália. Quando ela foi apresentar na UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro], onde eu estudo, eu percebi que tinha um mercado muito grande na área de saúde e uma aplicação que fazia sentido para a minha área de pesquisa também".
Ela então viu a chance das duas desenvolverem o dispositivo junto com outro estudante, o paulista Rheyller Vargas, que também é pesquisador na área.
Irmãs Júlia e Nathália Nascimento viram a chance de desenvolverem o dispositivo junto com outro estudante, o paulista Rheyller Vargas, que também é pesquisador na área. — Foto: Arquivo pessoal Irmãs Júlia e Nathália Nascimento viram a chance de desenvolverem o dispositivo junto com outro estudante, o paulista Rheyller Vargas, que também é pesquisador na área.
"Apareceu a oportunidade de ir para um evento de "hackathon" [maratona hacker], e eu chamei o colega para participar e formarmos uma equipe. Lá, a gente viu quais eram as aplicabilidades do dispositivo. No início, a gente pensou em algo para detectar gastrite, mas durante pesquisas aprofundadas, criação de bancos de dados, descobrimos outras aplicações", conta.
O uso do OrientaMed é simples e facilita a triagem de doenças. O paciente assopra e o aparelho devolve o resultado em cerca de cinco minutos, sem precisar de refrigeração ou do uso de produtos químicos.
Com a elaboração do banco de dados e o aprofundamento das pesquisas, as irmãs chegaram à média de detecção de 15 doenças infecciosas e crônicas, entre elas a gastrite, intolerância à lactose, pneumonia, Doença de Crohn e diabetes.
"Ele [aparelho] captura o sopro da pessoa, e a gente envia esses dados para o computador. O resultado sai pouco tempo depois, porque o nosso objetivo é que ele seja um teste rápido para orientar os médicos a quais exames devem ser feitos para aquela determinada doença. Hoje, os resultados só saem via computador, mas a nossa expectativa de pesquisas é para que o próprio dispositivo mostre no display", explicou Júlia.
A estudante detalha ainda que as doenças são detectadas a partir da análise dos gases que contém no sopro.
"Muitas doenças que deixam uma marca biológica, principalmente através das bactérias, com as doenças infecciosas. Algumas dessas doenças deixam a marca no corpo, que faz com que as pessoas exalem alguns tipos de gases diferentes, específicos. É com base nesse gás que a gente faz a análise".
A fabricação do OrientaMed custa em torno de R$ 2.500, segundo Júlia. A perspectiva das irmãs baianas, junto com o paulista Rheyller Vargas, é fabricar o produto em maior escala, para que ele se torne mais viável.
"Nós já temos alguns parceiros em vista, para desenvolver o aparelho em fase escalonada. Neste momento, estamos buscando parceria com hospitais, para pesquisar de forma mais ampla. A partir disso, a gente vai conseguir ter uma precisão boa da quantidade de doenças que conseguiremos detectar".
Fonte: G1/ Bahia
PF deflagra operação em Salvador, Feira de Santana, Juazeiro e outras cidades
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã de hoje (12) em Salvador, Aracaju, Feira de Santana, Juazeiro e Petrolina, a Operação Acesso Negado - Game Over, com o objetivo de desarticular organização criminosa responsável por desvio de recursos públicos.
Essa é a segunda fase da Operação Acesso Negado, desencadeada em novembro de 2015, e fruto de mais de três anos de trabalho investigativo, que confirmou irregularidades na contratação, pelo Município de Canindé de São Francisco, da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
As apurações indicam que, após se sagrar vencedora de um concurso de projetos eivado de vícios do qual resultou a sua contratação pela Prefeitura de Canindé de São Francisco, o ISES celebrou diversos contratos superfaturados com pessoas físicas e jurídicas integrantes de seu próprio grupo econômico, que, por sua vez, não prestavam os serviços a que estavam obrigados, de forma que a organização criminosa apenas recolhia para si os vultosos valores pagos pelo ente municipal.
São cumpridos 18 mandados de busca e apreensão. Houve bloqueio de R$ 1.300.000,00 do patrimônio dos investigados.
Os envolvidos responderão pelos delitos de participação em organização criminosa, desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro.
Fonte: METRO1
Apontado como o mais procurado de Salvador, Seis de Ouros do Baralho do Crime é preso no RJ
O homem apontado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) como o mais procurado pela polícia de Salvador, suspeito de liderar organização criminosa que atua em diversos bairros da capital baiana, foi preso na cidade de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (12).
Thiago Adílio dos Santos, o "Coruja", ocupava a carta Seis de Ouros do Baralho do Crime e estava com mandado de prisão aberto. Ele era investigado desde 2010 por tráfico de drogas, determinar mortes, roubos e distribuição de drogas, além de participar de chacina ocorrida em 2013.
Ainda de acordo com a SSP, o homem se tornou alvo prioritário da polícia após a chacina, quando cinco pessoas foram mortas na Avenida Peixe, no bairro da Liberdade, em Salvador.
A prisão de Thiago foi resultado de operação conjunta entre as Secretarias da Segurança Pública da Bahia e do Rio de Janeiro, além da Polícia Federal da Bahia. Ainda segundo a SSP-BA, Thiago será encaminhado para Salvador, entretanto a data e horário não serão divulgados.
Fonte: G1/Bahia
Corpo de Boechat deve ser cremado em cerimônia reservada à família
O corpo do jornalista Ricardo Boechat deve ser cremado hoje (12) em cerimônia reservada para parentes e amigos próximos, segundo informações do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Até as 14h ocorre o velório no Museu da Imagem e do Som (MIS), no bairro Jardim Europa, na capital paulista.
O jornalista do Grupo Bandeirantes morreu na queda de um helicóptero na Rodovia Anhanguera, quando retornava de uma palestra em Campinas. O helicóptero caiu em cima de um caminhão no km 22 da Rodovia Anhanguera, sentido interior, com o Rodoanel, e acabou explodindo. O motorista do caminhão conseguiu escapar com vida.
O acidente ocorreu no início da tarde de ontem (11). O piloto da aeronave, Ronaldo Quatrucci, também morreu.
A pedido do presidente Jair Bolsonaro, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, irá representá-lo no velório do jornalista. Bolsonaro disse que ele e Boechat eram amigos “há mais de 30 anos” e que apelidou o jornalista de “Jacaré”.
Boechat tinha 66 anos, era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e tinha uma coluna semanal na revista ISTOÉ.
Dono de um humor ácido, usava essa característica para noticiar fatos e criticar situações. O tom era frequente nos comentários de rádio, televisão e também na imprensa escrita. Autoridades dos três Poderes vieram a público para lamentar a morte do jornalista.
Boechat deixa mulher, cinco filhas e um filho
Fonte: Agência Brasil
Helicóptero que levava Boechat não tinha autorização para fazer táxi aéreo
O helicóptero que caiu nesta segunda-feira provocando a morte do jornalista Ricardo Boechat e do piloto Ronaldo Quattrucci não tinha autorização para fazer o serviço de taxi aéreo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) , a dona da aeronave — a RQ Serviços Aéreos Especializados — não poderia fazer nenhuma atividade remunerada , a não ser de "aerofotografia, aeroreportagem, aerofilmagem, entre outros do mesmo ramo".
O helicóptero caiu no início da tarde na Rodovia Anhanguera, na região do Rodoanel. Os dois ocupantes da aeronave morreram no local.
A Anac informou ainda que abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente.
Em 2011, a empresa RQ Serviços Aéreos Especializados foi multada em R$ 20 mil por oferecer, a R$ 250, voos panorâmicos no site de compras coletivas Groupon. Na decisão, a ANAC reitera que a empresa não é certificada e autorizada para realizar transporte de passageiros.
Na ocasião, a defesa alegou que se tratava de um engano da plataforma, pois “o contrato feito com o site foi direcionado a enviar um email para empresas de aeropublicidade, fotógrafos, construtoras e agências de publicidade com o intuito de filmagens e fotografias aéreas”, o que está dentro das atribuições da empresa.
A RQ ressaltou ainda que, uma vez que a promoção foi divulgada, entrou imediatamente em contato com a Groupon, que teria reconhecido o erro e retirado a promoção. Acrescentou também que o voo panorâmico citado no auto de infração ocorreu “em caráter pessoal, cedido gratuitamente pelo proprietário”. Atualmente, porém, em seu site oficial, a RQ ainda anuncia que realiza o serviço turístico.
Na descrição na página da companhia, fica claro como os serviços extras eram feitos. A RQ é detalhada como "especializada em trabalhos aéreos tais como filmagens, fotografias e reportagens", mas acrescenta que "conta com parceria com outras empresas que completam o quadro de atuação dentro do segmento".
Na página que descreve os serviços, é informado que "através de parcerias" são oferecidos os serviços de táxi, buscas, inspeções e escoltas aéreas, bem como vôos panorâmicos, participação em casamentos e transportes de valores. Já ao oferecer para os clientes os serviços de fotografias, filmagens e reportagens, a RQ descreve que ela mesma "disponibiliza os recursos aéreos" para cumprir as tarefas citadas.
A Libbs, empresa farmacêutica para a qual Boechat concedeu sua última palestra ainda nesta segunda-feira, informou que o serviço de transporte foi contratado pela empresa Zum Brasil, responsável pela organização do evento. A assessoria da Zum informou que consultou informações na Anac e que a aeronave aparecia em situação regular.
A seguir, a íntegra da nota divulgada pela Anac: "A aeronave de matrícula PT-HPG, acidentada hoje, em São Paulo, era operada e pertencia à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA. A empresa possui autorização da ANAC para prestar Serviços Aéreos Especializados (SAE), que incluem aerofotografia, aeroreportagem, aerofilmagem, entre outros do mesmo ramo. A aeronave acidentada também estava certificada na categoria SAE. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada. Tendo em vista essas informações, a ANAC abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente".
O capitão Augusto Paiva, da Polícia Rodoviária, explicou que o helicóptero tentou fazer um pouso de emergência na rodovia quando foi atingido pelo caminhão, que havia acabado de passar pela cancela de cobrança automática do pedágio instalado na ligação entre o rodoanel e a Anhanguera.
O Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai investigar o acidente.
Fonte: Jornal O Globo
Após ameaças, promotor pede afastamento do Caso Cabula
O promotor Davi Gallo pediu afastamento do processo que investiga a Chacina do Cabula – como ficou conhecida a operação das Rondas Especiais (Rondesp) da Polícia Militar que resultou na morte de 12 pessoas, na localidade da Vila Moisés, em 6 de fevereiro de 2015. O promotor solicitou, nesta segunda-feira (11), a revogação da redesignação do Ministério Público do Estado (MP-BA) que determinava que ele acompanhasse o caso.
Gallo era responsável pelo processo na época em que a denúncia foi oferecida, ainda em 2015. No entanto, ao ser nomeado para outra vara – saiu do 2º Juízo da 1ª Vara do Júri para ser o titular do 1º Juízo da 1ª Vara do Júri –, o MP designou que ele continuasse acompanhando o processo, mesmo após a mudança.
Desde que o órgão ofereceu a denúncia contra nove PMs, Davi Gallo recebia ameaças de morte. Vivendo sob escolta 24 horas por dia, ele contou, ao CORREIO, que tanto o Conselho de Segurança do MP quanto familiares aconselharam que ele deixasse o Caso Cabula.
“Essa questão do Cabula é uma questão mais funcional. Não tenho mais atribuição nesse processo. Ele ficou no passado e não é mais minha atribuição. Ou seja, é um risco desnecessário. Se eu ainda estivesse na vara, eu continuaria”, explicou.
Gallo preferiu não dizer quanto tempo as ameaças duraram, nem entrar em detalhes sobre o teor delas. No entanto, garantiu que eram feitas por diferentes autores e que o MP, em conjunto com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA), está investigando o caso.
Crime organizado
Mas as tentativas de intimidação relacionadas à Chacina do Cabula não são as únicas. Hoje, o promotor afirma continua recebendo ameaças, mas vindas do crime organizado. Seriam feitas por algumas das principais facções do estado: BDM, Caveira e Comando da Paz. Gallo participou de julgamentos de alguns dos líderes dessas facções.
Mesmo assim, ele diz que se sente seguro e não pretende pedir afastamento desses processos. “Meu trabalho é esse. Se eu sair, meus colegas vão sair também. No meu trabalho, vai ter ameaça sempre. Não só a mim, mas aos meus colegas”, pondera.
Para ele, o “grande problema” hoje nem mesmo é a Chacina do Cabula. “O problema é que tenho que administrar ameaças, que são das facções criminosas e são veladas”, completou.
Através da assessoria, o MP-BA informou que não poderia divulgar quantos promotores têm escolta, em todo o estado. “Informamos que existe no âmbito do MP-BA um Comitê Gestor de Segurança (CGS), que é responsável pela definição e acompanhamento da escolta dos membros da instituição, e que as informações sobre a atividade são sigilosas, por questões de segurança”, afirmaram, em nota. O MP também disse que não vai se pronunciar sobre o Caso Cabula até que haja alguma decisão da Justiça.
Já o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-BA) explicou que o processo corre no primeiro grau, em segredo de Justiça. No segundo grau, no dia 5 de setembro do ano passado, foi acolhida a preliminar de nulidade da sentença absolutória e determinada a baixa dos autos para prosseguimento da instrução criminal.
Como nenhuma das partes ingressou com recurso, ocorreu o trânsito em julgado da decisão, seguido da baixa definitiva, em 7 de dezembro de 2018. Os autos foram remetidos ao 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri para continuidade da instrução processual, com produção de provas e audiência.
Em novembro, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não iria federalizar o julgamento do chacina.
Fonte: Correio24horas