O Jornal da Cidade

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A Bahia registrou 45 mortes e 2.237 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,8%) nas últimas 24 horas, de acordo com boletim divulgado no final da tarde desta quarta-feira (16).

Ao todo, 2.490 foram consideradas curadas (+0,9%) no mesmo período. Com isso, a queda no número de casos ativos continua, chegando a 6.983.

Dos 287.685 casos confirmados desde o início da pandemia, em março, 274.617 já são considerados curados.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 416 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (28,85%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (6.223,88), Almadina (6.131,04), Itabuna (5.535,99), Madre de Deus (5.210,26), Dário Meira (5.023,34). Apenas Novo Horizonte não tem registros.

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 564.654 casos descartados e 69.822 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta quarta-feira (16).

Na Bahia, 24.333 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 45 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19.
Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada.

Perfis
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 6.085, representando uma letalidade de 2,12%. Dentre os óbitos, 55,84% ocorreram no sexo masculino e 44,16% no sexo feminino.

Em relação ao quesito raça e cor, 52,79% corresponderam a parda, seguidos por branca com 16,75%, preta com 15,53%, amarela com 0,84%, indígena com 0,10% e não há informação em 14,00% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 74,68%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (76,08%).

A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.

O número de casos de feminicídio no estado aumentou no primeiro semestre de 2020 em comparação com os primeiros seis meses do ano passado. Os números do Monitor da Violência divulgados nesta terça-feira (15), mostram 57 casos este ano contra 48 em 2019.

Os números colocam a Bahia em terceiro lugar no ranking de estados com mais casos de feminicídio em 2020, ficando atrás apenas de São Paulo (88) e Minas Gerais (61).

Em abril a ferramenta já tinha divulgado que o estado tinha registrado a maior quantidade de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) nos dois primeiros meses de 2020.São considerados CVLI os homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

Outros números divulgados pela ferramenta mostram que Bahia teve uma pequena redução en alguns desses delitos. Cairam os números de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica, estupro consumado e estupro de vulnerável consumado.

Nos primeiros seis meses de 2020, a Bahia registrou 4.738 casos de lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica. No mesmo período, em, 2019 foram 5.312.

No caso do estupro consumado, a Bahia foi o 12° estado que mais registrou ocorrências entre janeiro e junho de 2020. Foram 201 casos, contra 274 mesmo periodo do ano anterior.

O Monitor da Violência é uma parceria do Portal G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está com covid-19. Ele recebeu o resultado do exame nesta quarta-feira,16, e disse ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que está bem.

Maia é a terceira autoridade que compareceu à posse do ministro Luiz Fux como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, e que contraiu a doença.

Os ministros Luís Felipe Salomão e Antonio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também testaram positivo para covid-19 depois do evento.

Com a confirmação, todas as maiores lideranças políticas do País testaram positivo para o novo coronavírus.

O primeiro foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), seguido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e Fux.

Um presidiário comandava, de dentro do Complexo Penitenciário da Mata Escura, cerca de 30% dos roubos de veículos na capital baiana e Região Metropolitana. Ele foi identificado na operação batizada de 'ZapCar', realizada pelas forças das Secretarias da Segurança Pública (SSP) e de Administração Penitenciária (Seap), nesta terça-feira (15).

Dez celulares, acessórios e faca foram apreendidos, no início da noite desta terça-feira (15), em celas do prédio principal do presídio de Salvador. As equipes também localizaram duas baterias, cinco carregadores, seis fones, dois USB, uma faca e anotações diversas.

De acordo com o coordenador de Inteligência Prisional da Seap, Cyro Freitas, os criminosos, que já estão presos pelo mesmo delito, indicavam os veículos a serem roubados para serem fraudados e depois comercializados como lícitos através de aplicativos de mensagens.

O comandante de Policiamento Especializado (CPE), coronel Sérgio Freire, revelou que, em agosto, um comparsa dos criminosos foi alcançado por equipes da Operação Apolo enquanto fazia uma chamada de vídeo com o preso. “Ele pegava orientações sobre o destino que deveria dar para veículo roubado”, detalhou.

Os presidiários foram transferidos para uma unidade com maior segurança para recebimento de presos de alta periculosidade.

Integraram a operação coordenada pelo Grupo de Segurança Institucional (GSI) da Seap, policiais do Batalhão de Guardas (BG), da Operação Apolo, ambas da Polícia Militar, e da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) da Polícia Civil.

Quarta, 16 Setembro 2020 12:22

A vantagem de virar bicho

Lendas de homens e deuses que se transformam em bichos povoam várias mitologias. Na grega, esse era um dos recursos preferidos de Zeus para seduzir suas conquistas. Algumas escapadas do chefe do olimpo mostram esse artifício como no episódio em que ele virou um touro para atrair Europa e num Cisne para seduzir Leda.

Noutra ocasião, transformou a amante em carneiro parta escondê-la da esposa, Hera. Certa feita Zeus também se apaixonou por Ganimedes, príncipe troiano e se metamorfoseou em uma águia para raptá-lo. Na Amazônia, a lenda do boto rosa trata de estratégia semelhante. A entidade sobrenatural do rio se transforma em homem para engravidar as mulheres ou aparece em forma de mulher para levar os homens a uma aldeia no fundo das águas.

Existem duas lendas desse tipo de transformação originária do período da escravidão que não tratam de sedução. Ao contrário reforçam o caráter infame do comércio de seres humanos. O historiador português Antonio de Oliveira Cadornega, radicado em Angola no século 17, conta que nas veredas do reino do Congo, na África, havia uma raça de macacos que procurava mulheres para se acasalar e dessa união nascia um ser híbrido, com mais característica de humano que de animal, inclusive com a habilidade de falar. No entanto, ao perceber que se começasse a falar seria capturado, transformado em escravo e deportado para o Brasil, essa raça permaneceu calada, fingindo ser macaco para escapar da escravidão.

Um padre se refere a lenda semelhante, um século depois, que ocorreria na Amazônia. Tribos da região garantiam que existiam macacos amazonenses semelhantes a pessoas e, do mesmo modo como seus parentes do Congo, não falavam justamente para escapar da escravidão evitando atuar num trabalho compulsório e penoso existente na região, realizado pelos índios: ser remador nas canoas dos homens brancos.

O grande jurista Sobral Pinto nos deu exemplo significativo de que às vezes é vantajoso o homem virar bicho. Embora crítico do regime comunista, aceitou ser o advogado dos comunistas Luiz Carlos Prestes e Harry Berger, presos pela ditadura de Getúlio Vargas. Como Berger tinha sido barbaramente torturado, apresentou uma petição no Tribunal de Segurança Nacional exigindo a aplicação do artigo 14 da Lei de Proteção aos Animais para que o prisioneiro tivesse um tratamento minimamente adequado.

 

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Biaggio Talento é jornalista, e colaborador do O Jornal da Cidade.

Um menino de 1 ano e 8 meses residente do povoado de Lagoa do Boi, no município de Araci, morreu e outras 21 pessoas da mesma localidade foram internadas com suspeita de contaminação pela água, segundo a Secretaria de Saúde da cidade que fica no Nordeste da Bahia. Dos internados, 19 são pacientes infantis e dois são adultos. Já receberam alta seis crianças.

Amostras do líquido são analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).

Os casos começaram a aparecer na última quarta-feira (9), quando o bebê de um ano foi levado para o hospital passando mal. O menino chegou a ser encaminhado para o Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana, mas acabou morrendo no trajeto. Os sintomas da suposta contaminação são vômito, diarreia, dores abdominais e febre.

Novos casos foram descobertos com a visita de agentes da pasta da saúde ao povoado de Lagoa de Boi, na última sexta (11), onde foram identificadas outras nove crianças com sintomas. Os outros casos deram entrada com o decorrer dos dias. O Hospital Estadual da Criança recebeu 11 pacientes infantis, dos quais seis já tiveram alta. Outras 8 crianças estão hospitalizadas na rede de saúde do próprio município.

Ainda são 22 adultos doentes, a maioria com sintomas leves. Apenas dois estão internados no Hospital Português, em Salvador. Equipes de saúde da família do município acompanham a situação em Lagoa do Boi.

A pedido da prefeitura, o abastecimento de água nos povoados de Lagoa do Boi, Lagoa dos Cavalos e Jurema foi suspenso na sexta. Por causa da suspensão da água, foram disponibilizados carros-pipa para abastecer os moradores da região.

Ao fim das investigações e com o retorno de operação do sistema, o prazo de regularização do abastecimento é de 24h nos três povoados afetados.

Análises
Os testes realizados em amostras coletadas na região pela Embasa descartam a contaminação da água com microrganismos nocivos à saúde e que ofereçam riscos à população. A companhia pública informa que o abastecimento permanece suspenso até que sejam concluídas todas as análises previstas pela legislação de potabilidade da água. Já o Lacen recebeu as amostras do líquido nesta terça-feira (15) e deve obter os resultados em até uma semana.

O município espera o resultado do Lacen para confirmar ou descartar a suposta causa das enfermidades, informa a secretária de saúde do município, Ana Ofélia Marques. A água é apontada como a causadora do mal estar por ser o único vínculo entre os doentes.

“Após a investigação da vigilância epidemiológica e sanitária sobre a fonte da contaminação, identificamos que o único produto comum entre os infectados é a água. Coletamos amostras da água, que foram enviadas ao Lacen”, afirma a secretária de saúde de Araci.

Em nota, a Embasa ressalta que sua responsabilidade se limita à água distribuída pela empresa, “que esta água passa por controle de qualidade criterioso”. “Vale destacar que o manancial de onde a Embasa capta água para abastecer Lagoa do Boi, tem água de excelente qualidade que também abastece cerca de 50 localidades nos municípios de Araci, Tucano e Santaluz e em nenhuma delas foi registrada qualquer anormalidade que coloque em risco a saúde da população”, completa a companhia.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta terça-feira (15), os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019 e os números não são animadores: a Bahia teve o terceiro pior desempenho do Brasil entre os alunos do Ensino Médio. Empatado com o Rio Grande do Norte, a nota dos baianos - 3,5 - só foi pior do que a dos estudantes do Amapá e Pará (3,4) e está longe da meta estipulada para este ano, que era de 4,5. A média brasileira foi de 4,2, também abaixo do previsto, de 5,0.

Nos anos finais do Ensino Fundamental, a Bahia ocupa o penúltimo lugar no ranking, ao lado de Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará, com uma nota de 4,1. A avaliação está abaixo do planejamento estadual, de 4,5. A pior média foi do Amapá, de 4,0, e somente sete estados conseguiram alcançar o objetivo.

No que tange aos anos iniciais do Ensino Fundamental, o cenário melhora um pouco - o estado baiano subiu e ficou com a sexta pior avaliação, com uma nota de 5,3, isto é, 5 décimos acima do objetivo do estado, de 4,7. Os piores resultados estão no Rio Grande do Norte (5,2), Sergipe (5,1), Maranhão (5,0), Pará e Amapá (4,9). O Brasil atingiu a média desejada somente nos anos iniciais, registrando 5,9. Já no anos finais, a nota ficou em 4,9 - três décimos abaixo da meta.

Por outro lado, mesmo ainda que esteja em posições ruins, a Bahia vem melhorando nos últimos anos. O secretário de educação da Bahia Jerônimo Rodrigues ressalta para os esforços feitos na rede estadual de ensino no últimos anos, que se mostraram nos números: na rede estadual de ensino, a nota foi de 2,7 para 3,2 entre os alunos do Ensino Médio. “Nós investimos na formação de professores, temos agora um coordenador pedagógico e reativamos o sistema estadual de avaliação. Somos o estado que mais cresceu no Nordeste”, ratifica o secretário.

O Ideb é um índice utilizado pelo MEC para avaliar o desempenho dos estudantes de escolas públicas - redes estadual, municipal, e federal - e privadas, em três níveis: no 5º ano, que se refere às notas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, no 9º ano (anos finais do Ensino Fundamental), e no 3º ano do Ensino Médio. O índice, que vai de 0 a 10, é calculado com base na aprovação escolar e nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ao qual os alunos são submetidos a provas de Matemática e Língua Portuguesa.

Ao final da matéria, você encontra as escolas baianas com as piores e melhores avaliações. A melhor nota, de 7,1, foi do Colégio Militar, e a pior foi do colégio estadual Batista Neves, de 2,3. No relatório divulgado pelo Ministério, somentes as escolas públicas estaduais estavam com os dados do Ideb 2019 atualizados. Os idebs mencionados de caráter nacional referem-se aos dados totais, que incluem escolas públicas e privadas da zonas urbana e rural. Já os regionais incluem as escolas da redes pública e privada somente da zona urbana.

A pesquisadora e gestora de projetos educacionais Patrícia Mota Guedes, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, alerta que, apesar dos números não tão promissores, existe uma luz no fim do túnel, pois o Ideb baiano vem aumentando nos últimos anos nos três níveis. “É preciso olhar a evolução daquele estado em relação a suas metas. Nesse sentido, temos algumas boa notícias, porque a Bahia superou a meta do Ideb para os anos iniciais”, analisa a pesquisadora.

Guedes sinaliza ainda que, apesar da importância do índice, existem alguns critérios subjetivos de avaliação que escapam aos números. “É um termômetro importante, mas sozinho não dá os caminhos necessários para apoiar os professores, para fazer um planejamento pedagógico, para analisar a granularidade das diferenças em sala de aula”, pontua.

Educar em tempo integral

Para progredir no ranking e na qualidade do nível de ensino, a sugestão do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), o professor Rui Oliveira, é investir mais em escolas de tempo integral, a fim de fixar a aprendizagem em sala de aula com atividades lúdicas no turno oposto. Além disso, com esse método, a defasagem entre os alunos poderia ser reduzida, acredita o professor.

“Os alunos do fundamental vêm com muitas dificuldades e deficiências, e você pode corrigir esse contratempo com escolas de tempo integral. Educação não se resume a sala de aula e a escola é um espaço onde vai tornar você um homem crítico”, defendeu o professor e presidente da APLB. Oliveira citou como exemplo Pernambuco, estado que tem investido nessa prática e ganhou destaque no Nordeste, assim como o Ceará.

Salvador cresce no Ideb
Mais uma vez, Salvador cresce em qualidade de educação. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019 divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Ensino Fundamental I, Salvador cresceu de 5,3 em 2017 para 5,6 em 2019 - índice superior à meta estabelecida para 2021. No Ensino Fundamental II, esses números passaram de 3,9 em 2017 para 4,3 em 2019, ultrapassando a meta estabelecida pelo MEC. Se comparados a 2013, os índices dos dois segmentos registraram crescimento acima de 40%. Salvador está entre as três capitais que mais avançaram no IDEB nos dois segmentos nesse período.

O município subiu duas posições no ranking entre as capitais passando para o 16° lugar no Ensino Fundamental II. E avançou uma posição no Fundamental I, ficando no 15° lugar. Em 2013, Salvador estava na última colocação. "São conquistas a serem comemoradas. Salvador vem mudando o cenário da educação municipal desde 2013 e o Ideb é reflexo disso", comemora o secretário municipal da Educação, Bruno Barral. A cada dois anos o ensino das escolas públicas de todo o Brasil é avaliado nos aspectos aprendizagem dos alunos (através da Prova Brasil) e rendimento escolar (taxa de aprovação), que compõem o cálculo do Ideb.

Na avaliação de Barral, o resultado positivo é fruto de uma série de ações adotadas pela Prefeitura desde o início da primeira gestão do prefeito ACM Neto. Ele cita os investimentos na requalificação da infraestrutura escolares, que resultou em mais de 60% das unidades completamente reformadas, construídas ou reconstruídas. "O ambiente físico das escolas é um fator que influencia na aprendizagem. Assim, além das obras investimos também na instalação de ar condicionado, no mobiliário, em parques infantis. Tudo para que alunos se sintam bem, em um ambiente agradável e acolhedor", diz.

Na parte pedagógica, entre outras ações, o trabalho focou na construção do material próprio Nossa Rede, que valoriza a cultura e hábitos locais o que traz identificação e pertencimento, refletindo no aprendizado. Para corrigir a distorção idade/ano, foram implantados os programas Se liga e Acelera, junto com o Instituto Ayrton Senna. No combate à evasão, a Prefeitura e o Parque Social criaram o Agente da Educação.

O secretário cita, ainda, a Prova Salvador (Prosa) que consiste na avaliação dos alunos por uma consultoria externa. São aplicadas duas provas, uma no início do ano e outra no final. "Com base nesses dados, a Smed, em trabalho conjunto com professores, coordenadores e gestores, constroi estratégias para melhorar o aprendizado. Podemos dizer que é um trabalho cirúrgico, que se debruça em cada um dos descritores para que o processo educacional ganhe cada vez mais qualidade."

A Smed adquiriu material didático específico voltado para o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) tanto para alunos quanto para professores. O material tem como foco a compreensão leitora e o desenvolvimento da competência matemática. Segundo Barral, outro instrumento importante nesse processo foi a implantação do Sistema de Monitoramento e Acompanhamento (SMA), que permite o acompanhamento individual dos alunos em vários aspectos além das notas, como frequência e livros lidos. "É mais um instrumento que traz informações importantes para o planejamento e tomada de decisões pedagógicas e que compõe esse arcabouço de ações e projetos que estão fazendo de Salvador a capital que mais avança em educação", conclui.

ENSINO FUNDAMENTAL Anos Iniciais - Nota nacional: 5,9 (meta: 5,7)
Alunos são: 79,2% da rede municipal e 20,5% (privada) e 0,3% estadual.
Bahia - 5,3 (meta 4,7) - sexto pior estado do Brasil. Somente 53,8% dos municípios baianos atingiram a meta.
Ranking nacional ordem decrescente - São Paulo (6,7), Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais (6,5), Ceará (6,4), Goiás (6,2), Espírito Santo (6,1), Rio Grande do Sul (6,0), Mato Grosso e Acre (5,9), Rio de Janeiro (5,8), Mato Grosso do Sul, Piauí e Roraima (5,7), Alagoas, Tocantins, Rondônia (5,6), Pernambuco e Amazonas (5,5), Paraíba (5,4), Bahia (5,3), Rio Grande do Norte (5,2), Sergipe (5,1), Maranhão (5,0), Pará e Amapá (4,9)
IDEB nacional últimos anos - 2005 (3,8), 2007 (4,2), 2009 (4,6), 2011 (5,0), 2013 (5,2), 2015 (5,5), 2017 (5,8) e 2019 (5,9)
IDEB Bahia últimos anos - 2,7 (2005) 3,4 (2007) 3,8 (2009) 4,2 (2011) 4,3 (2013) 4,7 (2015) 5,1 (2017), 5,3 (2019)

ENSINO FUNDAMENTAL Anos Finais - Nota nacional: 4,9 (meta: 5,2)
Alunos são: 71,1% rede municipal, 15,3% rede estadual e 13,5% escolas privadas.
BAHIA - 4,1 (Meta: 4,5). Somente 17,1% dos municípios baianos atingiram a meta. Bahia só perde para Amapá e empata com Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará.
Ranking nacional ordem decrescente - São Paulo (5,5), Ceara (5,4), Goiás e Paraná (5,3), Distrito Federal e Santa Catarina (5,1), Espírito Santo e Piauí (5,0), Rio de Janeiro, Minas Gerais, Acre e Rondônia (4,9), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande so Sul, Pernambuco (4,8), Alagoas, Tocantins (4,7) Amazonas (4,6), Paraíba e Roraima (4,3), Maranhão (4,2), Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará (4,1), Amapá (4,0,).
IDEB nacional últimos anos - 2005 (3,5), 2007 (3,8), 2009 (4,0), 2011 (4,1), 2013 (4,2), 2015 (4,5), 2017 (4,7) e 2019 (4,9)
IDEB Bahia últimos anos - 2,8 (2005) 3,0 (2007) 3,1 (2009) 3,3 (2011) 3,4 (2013) 3,7 (2015) 3,7 (2017), 4,1 (2019)

ENSINO MÉDIO - Nota nacional: 4,2 (meta: 5,0)
Alunos são: 87,3% rede estadual, 2,7% Federal, 9,4% rede privada, 0,6% rede municipal.
Bahia - 3,5 (meta 4,5) - só perdeu para Amapá e Pará, empatou com Rio Grande do Norte.
Ranking nacional - Goiás e Espírito Santo (4,8), Paraná (4,7), São Paulo (4,6), Distrito Federal e Pernambuco (4,5), Ceará (4,4), Rondônia (4,3), Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais (4,2), Rio de Janeiro (4,1), Paraíba, Tocantins e Piauí (4,0), Alagoas, Roraima e Acre (3,9), Maranhão (3,8), Sergipe (3,7), Mato Grosso e Amazonas (3,6), Bahia e Rio Grande do Norte (3,5), Amapá e Pará (3,4).
IDEB nacional últimos anos - 2005 (3,4), 2007 (3,5), 2009 (3,6), 2011 (3,7), 2013 (3,7), 2015 (3,7), 2017 (3,8) e 2019 (4,2)
IDEB Bahia últimos anos - 2,9 (2005) 3,0 (2007) 3,3 (2009) 3,2 (2011) 3,0 (2013) 3,1 (2015) 3,0, (2017) 3,5 (2019)

TOP 10 Escolas com maior nota pelo ideb 2019
COLÉGIO MILITAR DE SALVADOR - 7,1
COLEGIO DA POLICIA MILITAR - UNIDADE II CPM LOBATO - 5,5
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM MÚSICA - 4,9
COLEGIO DA POLICIA MILITAR - CPM JOAO FLORENCIO GOMES - 4,7
COLEGIO ESTADUAL CPM LUIZ TARQUINIO - 4,6
COLEGIO ESTADUAL YPIRANGA - TEMPO INTEGRAL - 4,4
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA ELISABETH CHAVES VELOSO - 4,2
COLEGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA ANITA - 4,2
COLÉGIO ESTADUAL CONSELHEIRO VICENTE PACHECO DE OLIVEIRA - TEMPO INTEGRAL - 4.1
COLEGIO ESTADUAL SATELITE - 4,1

TOP 12 escolas com menor nota no ideb 2019
COLEGIO ESTADUAL BATISTA NEVES - 2,3.
COLEGIO ESTADUAL ALBERTO SANTOS DUMONT - 2,4
COLEGIO ESTADUAL HELENA CELESTINO MAGALHAES - TEMPO INTEGRAL - 2,6
COLEGIO ESTADUAL DOUTOR JOAO PEDRO DOS SANTOS - 2,7
COLEGIO ESTADUAL ANA CRISTINA PRAZERES MATA PIRES - 2,7
COLEGIO ESTADUAL RAYMUNDO MATTA - 2,8
COLEGIO ESTADUAL SARA VIOLETA DE MELLO KERTESZ - 2,8
COLEGIO ESTADUAL ALIPIO FRANCA - 2,9
COLEGIO ESTADUAL PROFESSORA NOEMIA REGO - 2,9
COLEGIO ESTADUAL POLIVALENTE SAN DIEGO - 3,0
COLEGIO ESTADUAL PROFESSOR CARLOS ALBERTO CERQUEIRA - 3,0
COLEGIO ESTADUAL SETE DE SETEMBRO - 3,0

A tão sonhada vacina para a covid-19 deve demorar. Ela só deve começar a ser aplicada nos baianos a partir de março de 2021. A estimativa foi feita por Fábio Vilas-Boas, secretário da Saúde da Bahia, nesta terça-feira (15) no programa Saúde & Bem-Estar, apresentado pelo jornalista Jorge Gauthier no Instagram do jornal CORREIO (@correio24horas). Apesar da Bahia ter a parceria com a Rússia em andamento para a distribuição de 50 milhões de doses da vacina, o secretário destacou que o prazo para o início da imunização ainda depende da aprovação e registro da vacina junto à Anvisa. Além disso, reforçou que, na rede pública, a vacina não terá como contemplar todos os baianos. “A prioridade serão as pessoas que são grupos de risco”.

Vilas-Boas destacou ainda que não acha seguro o retorno das aulas sem vacina, que os hospitais de campanha devem ser desativados progressivamente e reforçou a necessidade das pessoas continuarem usando as máscaras pois há um risco de uma segunda onda da pandemia a exemplo do que já aconteceu em países da Europa. O secretário falou também do legado de infraestrutura para a saúde do estado com a intenção de manutenção de 60% dos atuais leitos de UTI.

Confira os principais pontos da entrevista e confira a live completa abaixo:

Estamos completando 6 meses do início da pandemia no estado e ultrapassamos ontem os 6 mil mortos. Quais os principais acertos e o que poderia ter sido feito diferente?

Nós nos programamos com muita antecedência. Desde janeiro o estado foi preparado para a pandemia. Primeiro, cuidamos da parte diagnóstica, com o Laboratório Central do Estado para podermos fazer o mais importante: obter o diagnóstico correto. Por conta disso, pudemos tomar decisões de maneira rápida, com bases diárias. Isso impediu que houvesse um lockdown geral do estado, o que causaria uma fadiga precoce e possível desobediência da população, que colaborou desde o início, respeitando as medidas preventivas. Foi fundamental a junção do governo, prefeituras, população e apoio da imprensa durante este período.

Estamos entre os últimos estados do Brasil em número de taxa de letalidade - somos o 22°. Ninguém ficou sem atendimento por falta de estrutura em nenhuma cidade do estado. Se nós pudéssemos ter previsto a pandemia com antecedência, teríamos adquirido equipamentos mais precocemente, não teríamos tido momentos onde ficamos ‘apertados’. Apesar disso, mesmo com dificuldades, essa impossibilidade de prever a pandemia e correria para organizar tudo, não gerou consequências graves.

Há uma percepção de que a população tem relaxado ultimamente, que esqueceu da pandemia. Muitas aglomerações e muitas vezes sem máscara. Dá uma sensação de ‘enxugando gelo’?

Se você for a São Paulo ou ao Rio de Janeiro, você vai ver uma fração das pessoas fazendo uso de máscaras. O que a gente vê na Bahia, de forma universal, é algo daqui. A gente não percebe porque não estamos saindo daqui. São Paulo só decretou o uso obrigatório de máscara há cerca de 2 meses. Na Bahia, foi desde março. Movimentamos a indústria têxtil para ter quantidade suficiente de máscaras para obrigar o seu uso universal nas ruas e ambientes públicos já nas primeiras semanas.

Quando vejo uma pequena parcela da população começando a desrespeitar o distanciamento, fico preocupado porque esse grupo pode colocar em risco pessoas que não se expuseram ao vírus. É lamentável algumas situações, como paredões e pessoas andando em lojas sem máscaras. Mas as prefeituras têm trabalhado para dissolver estes focos de rebeldia. Em comércios, tem sempre alguém na porta que não deixa você entrar sem o uso da máscara. Existe uma consciência coletiva aqui que não existe em outros estados do Brasil.

Não é hora de relaxar, se nós hoje estamos com taxas de internação menores do que 50%, foi fruto de esforço coletivo. Não é hora de colocar tudo a perder. É importante frisar que ainda há regiões com taxas maiores, pois a pandemia é heterogênea. Temos que estar atentos e observando sinais de retomada. É possível que haja uma segunda onda da doença, pois foi o que aconteceu em todo o mundo. Estamos preparados, com leitos disponíveis, caso isso aconteça.

Há um desejo/pensamento das pessoas de que teremos vacina em outubro. Qual o cronograma real de planejamento em relação à vacina? Qual o panorama atual?

As vacinas estão em fase de teste. Todos os fabricantes, seja a alemã da Pfizer, seja a vacina de Oxford, as vacinas russa e chinesa, nenhuma está aprovada para uso em lugar nenhum do mundo, ainda. E todos os fabricantes, confiantes, já estão produzindo e estocando. Caso dê certo, eles estarão alguns meses na frente. Quando a vacina estiver aprovada, lá em novembro, a prioridade de vacinação será para aqueles que enfrentam um maior risco. A primeira será população do Hemisfério Norte, que estará confinada em casa com temperaturas muito frias fora. Depois, a população do Hemisfério Sul, que tem o seu inverno no meio do ano. É impossível vacinar a população toda rapidamente. Os grupos de risco serão prioridade.

Na Bahia, teve uma ação inteligente e oportuna do [governador] Rui Costa: quando todos tinham preconceito com a vacina russa, devido a propagandas enganosas do Ocidente, ele firmou uma parceira com ela. Através da Bahia, o Brasil terá prioridade de 50 milhões de doses. E ela só será vendida no país depois de aprovada pela Anvisa. A agência só aprova a partir de resultados clínicos positivos. A previsão mais racional é que a vacinação comece aqui apenas em março de 2021. E será uma vacina de duas doses - com intervalo estimado de 21 dias entre as doses. O que é preocupante, pois aderência à segunda dose, que acontecerá cerca de um mês depois, geralmente é menor. E vai faltar seringa no mundo, mas a Bahia já está se preparando.

Vai ter vacina para todos os baianos?

A vacina é apenas para o grupo de risco, que tem maior chance de morrer. Não haverá vacina para todo mundo em um primeiro momento, é desnecessário. Segue a mesma lógica da gripe H1N1. No Brasil a vacina será gratuita, a partir do Programa de Imunização Nacional.

É possível voltar às aulas de uma forma segura ainda este ano?

Depende da escola e da região. Eu não sei como a educação poderá montar um esquema de calendário homogêneo para regiões heterogêneas. Uma série de variáveis precisa ser avaliada: taxas de ocupação de leitos, escolas com ar condicionado split - que renova o ar da própria sala -, disponibilidade de pias para lavar as mãos… De acordo com uma pesquisa recente feita por nós no Subúrbio de Salvador há 5% de alunos e professores assintomáticos com o vírus. Na escola isso seria uma alta taxa de transmissão.

Como estão sendo planejadas as ações em caso de segunda onda do vírus como já tem acontecido em países da Europa e até mesmo uma terceira onda na Ásia?

Estamos mantendo uma reserva ampla de leitos de UTI. Estamos desmobilizando leitos, mas a infraestrutura está presente. Não faz sentido pagar 100 leitos e usar 10, 20. Então eles serão transformados em leitos para outras doenças - como cirurgias eletivas, que estão voltando a ser feitas. Caso haja uma segunda onda, os leitos serão reativados e não haverá necessidade de obras físicas, como no início da pandemia no Brasil, entre abril e junho. Hoje, o mercado brasileiro conseguiu atingir uma capacidade de suprimentos suficiente para conseguir atender à demanda da pandemia.

Qual será o efeito da disseminação do coronavírus com as eleições municipais de novembro?

Nós fizemos um planejamento da reabertura durante 45 dias. Vai existir risco. Mas se a população seguir as determinações, o risco é pequeno. O fato de ir votar com máscara e respeitando o distanciamento, torna o risco pequeno. O vírus depende de gotículas. Estas ficam retidas dentro da máscara. A pessoa com máscaras não consegue expeli-las para fora. Espero que no momento da eleição não seja permitido o acesso sem máscara. E os candidatos que forem flagrados patrocinando ou tomando parte de eventos que desrespeitem as determinações de saúde serão punidos.

Quando os hospitais de campanha serão desativados se continuarmos nessa progressão de menor taxa de transmissão? E o que vai ser feito com os equipamentos?

Existem dois tipos de hospital: o de campanha, que é provisório, e leitos de UTI construídos dentro de hospitais. Os de campanha foram o montado na Fonte Nova, com 100 leitos de UTI e 90 de enfermaria; uma tenda do lado de fora do hospital do subúrbio, com 60 leitos; e outro em Teixeira de Freitas, com 100 leitos. Foram criados leitos de UTI nos hospitais Ernesto Simões; Couto Maia; Clériston Andrade; Alaíde Costa. Estamos avaliando quais e quantos leitos das UTIs novas que foram criadas serão mantidos como leitos de UTI regulares daqui para frente. Temos que ver como bancar isso: cada leito custa R$1,6 mil por dia. Espero conseguir deixar um legado positivo de expansão de UTIs no estado. Antes da pandemia tínhamos 1,3 mil leitos de UTI no estado. Hoje são cerca de 2600 sem contar os contratados pela prefeitura de Salvador.

Quantos desses 2600 leitos de UTI podem ser mantidos pós-pandemia?

O governo abriu cerca de mil leitos e pretende manter cerca de 60% deles. Abrimos novas UTIs em várias cidades do interior da Bahia. Investimentos que podem ser mantidos para sempre. A infraestrutura de oxigênio não vai ser retirado dos hospitais e dos lugares onde foi montada. Assim, caso haja uma nova pandemia, estaremos prontos. A chance de acontecer uma nova pandemia é real. A questão não é se vai acontecer, mas quando. Isso será consequência do processo de urbanização acelerado atual na China. E estaremos preparados. Esse vírus veio para nos ensinar. Ele teve a taxa de mortalidade relativamente baixa, mas não sabemos como será o próximo.

Qual será o maior gargalo da saúde pública depois da pandemia?

O acúmulo de cirurgias eletivas. Uma quantidade muito grande de procedimentos que precisam ser feitos. Nós temos um sistema criado - lista única - organizando as demandas. Há prédios com centenas de pessoas gerando indicadores e dados. Com base nessas informações, estamos organizando este momento. Em 2021, a infraestrutura de hospitais da Bahia vai dar um salto. Todos os hospitais do Governo do Estado estão sendo reformados e muitos estão sendo ampliados. Teremos capacidade de absorver essa demandas reprimidas de forma tranquila.

Em relação à saúde mental, como estamos no preparando para o momento pós-pandemia?

Nós nos preocupamos muito com isso. há linhas de suporte psicológico para quem está confinado em casa. Nós estamos lidando com isso e vamos lidar com as consequências neurológicas da Covid. O vírus tem modificado o funcionamento do sistema nervoso central e causado sequelas. Ele não é tão benigno como achado no começo da pandemia.

Há um aumento de taxas de transmissão na região Oeste. Existe expectativa de aumento em função da volta do transporte intermunicipal liberado recentemente?

Oeste está com 76% de taxa de ocupação. Tem leitos sobrando no Hospital do Oeste. Foram construídos 30 novos leitos. Leitos de enfermagem foram transformados em leitos de UTI. Por conta disso, hoje, a situação está tranquila. Existirá o risco de aumentar. Mas há riscos e benefícios. Chega um momento que a sociedade não aguenta. Teriam transportes clandestinos e perigosos. É melhor que seja feito de maneira legal, fiscalizada e segura.

Surpreendida com a soltura do influenciador digital Iuri dos Santos Abrão Silva, apelidado de Iuri Sheik, que agora responde em liberdade pela morte de William Oliveira, 28, a auxiliar de cozinha Nélia de Oliveira, 51 anos, foi tomada mais uma vez pelo pânico e decidiu às pressas mudar de casa pela terceira vez. “A gente tem medo e por isso vive se mudando. Ele é frio e já demonstrou isso matando o meu filho. Poderá se vingar na gente. Já me mudei duas vezes e agora vou sair de novo”, disse ela, na manhã dessa terça-feira (15), ao CORREIO.

Nélia afirmou que a preocupação maior dela é com as três netas, fruto de dois relacionamentos de William, empresário morto a tiros no São João de 2019, na cidade de Santo Antônio de Jesus. “Temo pela vida de minhas netas. São crianças e não têm como se defender. Meu filho, que era maior e mais forte que ele não teve chance de defesa, imagina elas. Ele é um assassino confesso. Tirou a vida do meu filho porque tinha muita inveja dele, porque meu filho era mais querido, porque as pessoas sabiam que o meu filho era um homem de caráter, honesto e trabalhador, ao contrário de quem o matou covardemente. Todo mundo sabe, mas tem medo de falar dele”, desabafou.

Iuri Sheik teve habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) e deixou o Complexo da Mata Escura no início da tarde dessa segunda-feira (14). Ele estava preso de maneira preventiva desde junho do ano passado por uma acusação de homicídio. O habeas corpus foi deferido pelo desembargador Eserval Rocha, do TJ-BA.

“Como é que o Ministério Público diz uma coisa e a Justiça faz outra? Na semana retrasada, a Justiça havia negado o habeas corpus. Todo mês ele pedia, alegando pneumonia, por conta do coronavírus. Quero que a Justiça seja justa!”, desabafou mais uma vez a mãe de William.

Através de uma nota, a assessoria do Ministério Público do Estado informou que "a decisão judicial será analisada para a adoção das medidas que se fizerem cabíveis".

Autor confesso, Iuri Sheik deixou a cadeia por volta das 12h30, indo a pé até o carro de um advogado, que o esperava em frente à prisão. "A Justiça baiana vai saber a verdade", disse ele assim que saiu. Questionado se estava arrependido, ele respondeu: "Jamais. Deus é comigo". As declarações do influenciador digital à imprensa revoltaram Nélia. “Ele é arrogante, zombando de nossa família. Foi por isso que meu filho não quis cumprimentá-lo, não quis dar a mão a ele, porque ele é arrogante e sempre teve inveja de William. Meu filho era bonito por dentro e por fora, uma pessoa simples. Não tinha besteira. Meu filho só não ficou rico, porque era uma pessoa bondosa, ajudava todo mundo”, disse a mãe do empresário.

O medo de sofrer uma represália não paira somente em Nélia, mas sim na família toda. William deixou três filhas, duas delas de um relacionamento. As irmãs de dez e oito anos tomaram conhecimento da notícia através da imprensa. “Fiquei sabendo que ele (Iuri) estava soltou por uma de minhas filhas. É um medo, desespero. Estamos todos com medo. Esperamos que a justiça fosse feita. Minhas filhas voltaram a ter pânico e terão que retomar os tratamentos médicos. A mais nova não desgruda de mim desde ontem. Estamos em pânico do que ele pode fazer solto agora”, declarou a mãe das meninas, Eniele Santos, 32.

O CORREIO tentou entrevistar Iuri Sheik, sem sucesso. A reportagem havia combinado com um dos defensores de Iuri, o advogado Victor Valente, de entrevistar o digital influencer às 10h30 desta terça-feira (15), mas eles desistiram de se manifestar sobre o caso.

Relembre

O influenciador digital foi acusado, e confessou, ter atirado contra William Oliveira, 28 anos, ex-sócio da banda de pagode Black Style. O fato aconteceu na noite de 23 de junho de 2019, em uma festa de paredão em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano. A vítima foi atingida no peito duas vezes, chegou a ser internada, mas morreu três dias depois. William deixou três filhas: a mais velha de 13 anos, uma de 11 e a caçula, que na época tinha apenas 40 dias de vida.

Conforme noticiado pelo CORREIO na data do ocorrido, Iuri teria disparado contra William porque este tinha recusado a cumprimentá-lo. “Inicialmente, a versão que chegou para nós foi que havia acontecido uma briga de trânsito. No entanto, foi ouvindo as testemunhas que chegamos à nova versão do fato. Todos ouvidos até agora contam que Iuri estendeu a mão e William disse: ‘não vou dar a mão porque não gosto de você’. Então, Iuri foi no carro, pegou a arma e atirou”, contou o delegado Edilson Magalhães.

A recusa de William seria por causa de uma rixa antiga com o digital influencer. “Parece que foi coisa de fofoca, picuinha no meio artístico. O porquê da rixa não é o mais importante. O importante é o fato do cara ter atirado porque o outro não o cumprimentou. Isso é o fato imediato. Temos testemunhas que viram ele atirando”, complementou Magalhães.

O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (Democratas), testou positivo para coronavírus nesta terça-feira (15) e ficará em isolamento domiciliar pelos próximos 15 dias. Ele fez um novo teste nesta segunda-feira (14) após apresentar alguns sintomas, como febre e tosse.

Com o resultado, Elinaldo está seguindo todas as orientações médicas e acompanhando os sintomas, que inicialmente são leves. “Me sinto bem e estou em isolamento social desde ontem para evitar uma possível contaminação de outras pessoas. Minha família também está em isolamento. Agora, vou seguir as orientações médicas e acompanhar atentamente a evolução do quadro”, disse o prefeito.

Ele informou que seguirá com suas atividades na gestão de maneira virtual, seguindo todas as orientações médicas. “Obviamente, preciso repousar e me cuidar, pois agora sinto na pele os efeitos da covid-19. Contudo, sigo atento e farei o que puder para continuar trabalhando por Camaçari”, afirmou.

“Estou na linha de frente desta pandemia desde o começo e sabia que este era um risco. Sabemos que o vírus ainda está entre nós e, por isso, ainda devemos nos manter vigilantes, usar máscara e evitar aglomerações. Nós que estamos na linha de frente estamos mais suscetíveis, mas quem não está pode e deve se cuidar ainda mais”, complementou.

Fonte: Ascom / PMC