O Instituto Butantan detalhou os dados da vacina Coronavac, afirmando que os estudos feitos no Brasil mostraram eficácia de 50,38% contra a covid-19. Na semana passada, houve controvérsia com os números divulgados, que traziam recorte específico do grupo de voluntários que manifestaram casos leves de covid, mas com necessidade de atendimento médico. .

O dado informado hoje já foi comunicado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no pedido feito para registro emergencial da vacina. O valor está acima dos 50% requeridos universalmente para que uma vacina seja considerável válida e viável.

Na semana passada, o Butantan informou eficácia de 78% na prevenção de casos leves e 100% de pacientes moderados, graves ou mortos evitados pela Coronavac. O número atua inclui pessoas que foram infectadas pelo coronavírus, mas não tiveram sintomas que precisassem de atenção na fase 3 do estudo no Brasil. O imunizante foi testado em 13.060 voluntários no país. Ao longo do ensaio, que começou em julho, 218 pessoas foram infectadas. Destas, 160 tinham recebido placebo e 60 a vacina. Todos os voluntários, profissionais de saúde no ensaio brasileiro, foram testados para o novo coronavírus.

Ricardo Palácios, diretor médico de pesquisa clínica do Butantã, afirmou que a taxa de eficácia menor do que a apresentada inicialmente foi uma “decisão consciente” para que os estudos da fase 3 atingissem de forma mais rápido o número mínimo de casos positivos exigidos: “A vantagem é termos um estudo mais rápido. Estávamos sacrificando eficácia para aumentarmos o número de casos e termos uma resposta mais rápida. Foi uma decisão arriscada, mas precisávamos dessa resposta rápido”.

De acordo com Alex Precioso, diretor do centro de segurança clínica e gestão de risco farmacoepidemiológica do Butantã, a Coronavac não registrou eventos adversos graves, além de dor no local da aplicação. Apenas 0,3% dos voluntários tiveram reações alérgicas, taxa que foi igualmente registrada entre quem recebeu o imunizante e quem recebeu o placebo. "É uma vacina que tem mantido o seu perfil de segurança ao longo do tempo”, explicou.

A Organização Mundial da Saúde define uma escala de 0 a 10 de sintomas, zero sendo o assintomáticos, 1 a 3 leves, 4 e 5 moderados, 6 a 9, graves e 10, fatalidades. O Butantan enfatizou, na divulgação da semana passada, a eficácia da Coronavac para todos os grupos acima de 1.

Críticas
Logo após a coletiva na semana passada, vários cientistas criticaram a falta de transparência do Butantan ao não divulgar a eficácia geral e outros detalhes dos testes clínicos. O número de casos de covid registrados em cada grupo do estudo (placebo e vacinado) só foi divulgado após questionamento do Estadão na coletiva de imprensa. Os dados informados pelo diretor do Butantã, Dimas Covas, após a pergunta apontam eficácia de 63% – calculada com base no registro de 218 casos de covid entre voluntários, sendo 160 no grupo que recebeu placebo e pouco menos de 60 entre os vacinados.

Após as críticas, o governo anunciou que faria a coletiva de imprensa hoje para apresentar tais dados. Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, os dados sobre eficácia geral da Coronavac estão em posse exclusiva do Butantã e da Anvisa. “As pessoas estão cobrando mais transparência, mas nem eu nem o governador sabemos qual é esse número.”

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A Bahia registrou 915 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com as informações divulgadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) na tarde desta segunda-feira (11).

Segundo dados do boletim, 29 mortes foram registradas em datas diversas. O estado contabiliza 513.756 pessoas atingidas pela doença e 9.453 mortes desde o início da pandemia, o que representa uma letalidade de 1,84%. Do total de casos, 497.735 são considerados recuperados e 6.568 encontram-se ativos.

Nas últimas 24 horas houve um crescimento de 0,2% no número de casos positivos, assim como foi contabilizado um aumento de 0,2% de pacientes recuperados da doença.

Salvador é a cidade onde há o maior número de casos proporcionais de pessoas atingidas pela doença: 22,34% do total. Dentre os municípios com maior incidência por 100 mil habitantes, as cidades que registram o maior coeficiente são Ibirataia (10.527,69), Muniz Ferreira (8.649,96), Conceição do Coité (8.533,00), Jucuruçu (8.174,45) e Itabuna (8.114,04).

Casos descartados
De acordo com a Sesab, o boletim epidemiológico contabiliza ainda 898.105 casos descartados e 123.632 aguardam resultado. Os dados representam notificações oficiais do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), junto com os Cievs municipais e as bases do Ministério da Saúde até às 17h desta segunda-feira.

As informações detalhadas no boletim podem ser acessadas no site da secretaria e também em uma plataforma disponibilizada pelo órgão na internet . Segundo o mesmo documento, 37.713 profissionais da Saúde testaram positivo para a Covid-19 em todo o estado.

Mortes por raça, cor e sexo
Dentre os óbitos registrados na Bahia, 56,49% foram em pessoas do sexo masculino e 43,51%, do sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 55,04% das mortes ocorreram em pessoas consideradas pardas, 19,25 em pessoas brancas, 14,68% em pretas, 0,66% em amarelas e 0,13% autodeclaradas como indígenas. Não há informação sobre raça de 10,24% das pessoas que morreram vítimas da Covid-19 no estado.

O número de casos com comorbidade chegou a 70,89%, sendo o maior percentual o de pessoas com doenças cardíacas e crônicas: 73,62%.

Número de leitos
Dos 2.036 leitos disponíveis no estado, 1.278 estão ocupados, o que representa uma ocupação geral de 63%.

Do total de leitos na Bahia, 974 são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e, neles, a ocupação é de 73% (714). A ocupação nos leitos de UTI pediátrica é de 60%, com 21 das 35 unidades ocupadas.

Já as unidades de enfermaria adulto estão com 52% da ocupação (511 leitos ocupados) e a pediátrica, com 68% (32 leitos ocupados).

Em Salvador, 72% dos leitos de UTI adulto estão ocupados e 70% das UTIs pediátricas encontram-se em uso. As enfermarias na capital baiana registram uma ocupação de 69% para adulto e 81% para pacientes da pediatria.

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A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 1.649 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%) e 1.570 recuperados (+0,3%). Os números foram atualizados no boletim epidemiológico deste domingo (10).

Além disso, houve 32 óbitos notificados no mesmo período. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), dos 512.841 casos confirmados desde o início da pandemia, 496.542 já são considerados recuperados e 6.875 estão ativos.

Ao todo, o boletim epidemiológico contabiliza ainda 902.102 casos descartados e 121.681 em investigação. Em todo o estado, 37.642 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da Covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,37%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (10.514,63), Muniz Ferreira (8.636,49), Conceição do Coité (8.533,00), Jucuruçu (8.163,49) e Pintadas (8.096,20).

Mortes
De acordo com o boletim epidemiológico deste domingo contabiliza 32 mortes por covid-19. Os óbitos ocorreram em diversas datas.

A Sesab afirma que existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.

Além disso, outra explicação seria o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

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Uma mulher de Salvador é o primeiro caso confirmado de reinfecção no Brasil com uma mutação do coronavírus encontrada inicialmente na África do Sul e que ligou o alerta das autoridades de saúde no mundo. A linhagem com a mutação da Bahia é a mesma identificada pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro, cuja descoberta foi anunciada em dezembro.

Segundo O Globo, a linhagem brasileira e a sul-africana são diferentes, mas compartilham a mutação E484K.

Essa mutação preocupa porque atinge uma região crucial do coronavírus. Com isso, em tese, ela pode tornar o vírus mais transmissível. Essa mesma mutação afeta também a região do vírus alvo da maioria das vacinas.

Até então não há evidências que ela afeta a eficácia dos imunizantes, mas isso será investigado. Uma outra mutação da linhagem encontrada no Reino Unido e que já se espalhou por mais de 30 países atinge a mesma região do coronavírus.

Liderado por Bruno Solano, do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (IDOR) e do Hospital São Rafael, em Salvador, o estudo foi submetido à revista Lancet. A descoberta já foi comunicada ao Ministério da Saúde e às autoridades de saúde da Bahia.

"Esse tipo de estudo é essencial para compreender a propagação da pandemia e identificar a tempo mudanças no vírus que possam ter impacto na transmissão e nas vacinas", destaca Solano.

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A Bahia registrou nas últimas 24 horas mais 2980 casos de covid-19, uma taxa de crescimento de 0,6%. O boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (7) traz ainda mais 29 óbitos, que aconteceram em diferentes datas, mas tiveram a confirmação agora. Ao todo, o estado teve 505.918 casos desde o início da pandemia, com 490.725 já considerados recuperados e 5.860 ainda ativos.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da covid-19. Já os casos ativos são contabilizados subtraindo os óbitos e recuperados do número de casos totais. Essas contas são feitas de maneira automática.

Além destes, há 123.275 casos sendo investigados. Outros 895.305 foram descartados. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas de hoje.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,45%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100 mil habitantes foram Ibirataia (10.442,79), Muniz Ferreira (8.609,54), Conceição do Coité (8.517,98), Jucuruçu (8.152,53) e Pintadas (8.096,20).

O número total de óbitos por covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.333, representando uma letalidade de 1,84%. Dentre os óbitos, 56,49% ocorreram no sexo masculino e 43,51% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,77% corresponderam à parda, seguidos por branca com 19,11%, preta com 14,63%, amarela com 0,66%, indígena com 0,13% e não há informação em 10,69% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 70,81%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,58%).

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A Bahia ultrapassou nesta quarta-feira (6) a marca de meio milhão de pessoas infectadas pelo coronavírus nos dez meses de pandemia. Nas últimas 24h, foram registrados mais 3.038 casos da covid-19 no estado, com 28 mortes confirmadas. Dos 502.938 casos confirmados, 5.340 estão ativos agora. O estado teve ainda 9.304 mortes pela doença.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,47%). Os municípios com menos casos por 100 mil habitantes foram Ibirataia (10.436,26), Muniz Ferreira (8.582,59), Conceição do Coité (8.498,47), Jucuruçu (8.152,53) e Pintadas (8.086,61).

Segundo o boletim epidemiológico, 123.193 casos permanecem em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta quarta-feira (6).

Mortes
As 28 mortes registradas neste boletim aconteceram em várias datas, mas a confirmação aconteceu agora. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19. segundo a Sesab Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

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Após quase 10 meses de pandemia, sobraram apenas 20 cidades na Bahia que não registraram mortes por covid-19. A estimativa foi levantada pelo CORREIO com os dados abertos da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e confirmado com os boletins epidemiológicos emitidos pelas prefeituras. Todos esses municípios - confira a lista completa no final do texto - possuem características em comum: são pequenos, apenas um com mais de 20 mil habitantes, e com baixa infraestrutura de saúde.

Esse é o caso de Novo Horizonte, escondida na Chapada Diamantina, a mais de 500 quilômetros de distância de Salvador. A cidade já tinha entrado para a história por ser a última de toda região Nordeste a registrar um caso de covid-19, fato que só veio a ocorrer no dia 22 de setembro, segundo os dados da Sesab. Foram mais de seis meses livre do coronavírus e, se pelo menos depender do que espera o prefeito Djalma Abreu dos Anjos (PP), a cidade não verá mortes por causa da doença.

“A minha meta é passar por isso, até vir uma vacina, sem ter que registrar nenhum óbito no município”, diz o gestor. Para conseguir isso, o prefeito conta com a localização geográfica privilegiada de Novo Horizonte, cortada apenas por uma rodovia, a BA-152. “O fluxo de carros aqui é pequeno e isso ajuda muito. Para chegar até a entrada principal do município, o motorista ainda tem que passar por Ibitiara, que também fica na BA-152. Ou seja, nós somos a última cidade da estrada, a mais escondida”, explica.

Mesmo assim, o prefeito garante que o local onde a cidade está no mapa não diminuiu os cuidados da população de 12,5 mil habitantes para não se contaminarem com o vírus. “A dificuldade que nós temos, como em qualquer lugar, é com o pessoal mais jovem, que não quer distanciamento e uso de máscara. Mas os adultos e idosos são melhores. Nós continuamos com o trabalho de desinfecção e com a barreira sanitária funcionando”, conta Djalma.

Outra cidade que está com fiscalização na entrada do município e 24h por dia, segundo o prefeito Fernando Teixeira (PT), é Abaré, localizada no norte da Bahia, já na divisa com Pernambuco, a cerca de 550 quilômetros de distância de Salvador. “Nós sempre focamos em prevenção e cuidados. A barreira impede que pessoas com sintomas entre no nosso meio, como já tentaram. Temos quatro grupos que se revezam lá durante 6h cada”, diz Teixeira.

Abaré é a única cidade da lista que possui mais de 20 mil habitantes, são 20,3 mil, no total. Lá, 156 pessoas já foram contaminadas com o vírus, segundo a Sesab. “O caso mais grave foi de uma pessoa que nem era da cidade e, sim, de Belo Horizonte. Ele estava viajando, foi abordado pela barreira e estava contaminado”, explicou o gestor. Ao contrário de Novo Horizonte, Abaré é cortada pela maior rodovia brasileira, a BR-116, o que aumenta o fluxo de pessoas na cidade e costuma ser um fator que gera crescimento no número de casos.

Subnotificação
Para o professor Gesil Sampaio Amarante, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e membro do grupo de estudos Geovid-19, a baixa população dessas cidades é um fator que contribui na ausência de óbitos, mas é preciso levar em conta o problema da subnotificação. “É importante lembrar que a gente nunca sabe exatamente o número de infectados, pois existem casos que não são notificados, não chegam aos conhecimentos das autoridades de saúde. É mais difícil ter subnotificação de morte, mas tem casos de pessoas que foram buscar atendimento médico em outra cidade e o óbito acaba não sendo registrado no local de residência do doente”, explica.

Esse tipo de erro na notificação apontado pelo professor acontece atualmente. O boletim da Sesab, por exemplo, aponta que 27 cidades não registraram óbitos, mas o CORREIO confirmou que pelo menos sete dessas já tiveram alguma morte, o que reduz o número de municípios sem morte para 20. Por exemplo, Antas, no nordeste da Bahia, teve apenas uma morte, que aconteceu no dia 9 de agosto de 2020, mas que na declaração de óbito aponta Tucano como município de residência. Por esse motivo a morte foi declarada como sendo da cidade vizinha, pelo menos no boletim estadual.

“Uma das principais coisas que precisamos aprender nessa pandemia é a importância de termos um sistema de documentação uniformizado, que facilitaria esse processo de notificação. Isso ajuda os cientistas a fazerem previsões e análises que permitem que as medidas de proteção e combate a pandemia sejam feitas. O máximo de informação possível ajuda a planejar e hoje nós temos poucos dados”, desabafa o professor, que lembrou que dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que, em 2020, o Brasil pode ter tido 60 mil mortes de covid-19 sequer notificadas.

Nova gestão
Nas cidades de Novo Horizonte e Abaré, os prefeitos que tomaram posse no início de 2021 são os mesmos que estavam no cargo no ano passado, o que não muda a forma como as prefeituras lidam com a pandemia. Mas nem todas 20 cidades baianas sem mortes tem essa realidade. Esse é o caso de Cipó, de 17 mil habitantes, localizada no nordeste da Bahia. Lá o atual prefeito Marquinhos do Itapicuru (PDT) venceu o anterior Abel Araújo (PP) nas eleições de 2020.

Mudou o prefeito, mas a meta de não ter óbitos por covid-19 na cidade continua a mesma, garante Marquinhos. “Estamos reestruturando o centro de covid-19, visando apoiar à população com a realização de testes e identificação precoce de casos positivos”, disse o prefeito, que pretende ainda realizar parcerias com Guarda Municipal e Polícia Militar para fiscalizar e evitar aglomerações na cidade.

“O nosso grande desafio é promover a conscientização da população sobre o uso de máscaras e distanciamento social. Mas promoveremos ações educativas na rádio comunitária, feira livre em locais de grande concentração de pessoas, reforçando a importância do uso da máscara, higienização das mãos e distanciamento social”, explica o gestor.

Das cidades sem mortes, Cipó é a que tem mais casos confirmados de covid-19. São 312, no total. Estatisticamente, por a taxa de mortalidade da doença ser de 2,53%, em tese, dos 312 infectados, oito pessoas morreriam em Cipó, calculou o pesquisador Gesil Sampaio. “Mas na prática não é bem assim, pois existem outras varianças. Para compensar esse dado, em outro lugar morreu mais do que a média. Mas aí reforço que é preciso lembrar que pode ter gente que morreu e não foi registrado como covid e isso tende a acontecer mais em cidade pequena pela ausência de infraestrutura de saúde, de testagem”, explicou.

 

Lista das 20 cidades baianas sem óbitos: 

Cidade 

População (mil) 

Casos de covid-19 (Sesab) 

Abaré 

20,3 

156 

Cipó 

17,3 

312 

Sátiro Dias 

17,3 

134 

Central 

17,3 

189 

Rio de Contas 

12,9 

129 

Novo Horizonte 

12,5 

42 

Mortugaba 

12,1 

60 

Anguera 

11,3 

128 

Brotas de Macaúbas 

10,1 

45 

Bom Jesus da Serra 

9,8 

150 

Ibiassucê 

9,0 

67 

Lamarão 

8,2 

103 

Irajuba 

7,3 

138 

Jussiape 

6,0 

91 

Cravolândia 

5,3 

70 

Gavião 

4,4 

246 

Ibiquera 

4,0 

24 

Lajedão 

4,0 

202 

Lajedinho 

3,8 

70 

Catolândia 

3,6 

58 

 

Lista das 20 cidades baianas sem óbitos: 

Cidade 

População (mil) 

Casos de covid-19 (Sesab) 

Abaré 

20,3 

156 

Cipó 

17,3 

312 

Sátiro Dias 

17,3 

134 

Central 

17,3 

189 

Rio de Contas 

12,9 

129 

Novo Horizonte 

12,5 

42 

Mortugaba 

12,1 

60 

Anguera 

11,3 

128 

Brotas de Macaúbas 

10,1 

45 

Bom Jesus da Serra 

9,8 

150 

Ibiassucê 

9,0 

67 

Lamarão 

8,2 

103 

Irajuba 

7,3 

138 

Jussiape 

6,0 

91 

Cravolândia 

5,3 

70 

Gavião 

4,4 

246 

Ibiquera 

4,0 

24 

Lajedão 

4,0 

202 

Lajedinho 

3,8 

70 

Catolândia 

3,6 

58 

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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou nesta terça-feira, 5, que não há proibição do governo da Índia para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) importe 2 milhões de doses prontas da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. As dúvidas sobre a vinda do produto ao Brasil surgiram após o CEO do Instituto Serum da Índia, onde as doses foram fabricadas, Adar Poonawalla, afirmar que o governo local impediria exportações de vacinas contra a covid-19.

"O Governo brasileiro, por meio dos Ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, esclarece que não há qualquer tipo de proibição oficial do Governo da Índia para exportação de doses de vacina contra o novo coronavírus produzidas por farmacêuticas indianas", afirma o MRE em nota. O ministério diz ainda que a negociação para importação está em "estágio avançado, com provável data de entrega em meados de janeiro".

A importação de 2 milhões de doses prontas da AstraZeneca foi autorizada no dia 31 de dezembro pela Anvisa. Trata-se da principal aposta do governo federal para vacinar já em 20 de janeiro, data apontada como "cenário mais otimista" para começo da campanha contra a covid-19. Antes, a Fiocruz pretendia apenas receber o insumo farmacêutico neste mês e completar a fabricação das doses no Brasil, que só seriam liberadas em fevereiro, num primeiro lote de 30 milhões de unidades. No total, a Fiocruz espera produzir e distribuir 210,4 milhões de doses desta vacina em 2021.

O MRE afirma que o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, teve reunião na segunda-feira, 4, com a Embaixada da Índia em Brasília para tratar da importação. Como se trata de importação excepcional, a Anvisa exige que as vacinas fiquem sob a guarda da Fiocruz até que seja dado o registro ou aval de uso emergencial. O mesmo processo foi autorizado ao Instituto Butantan, que afirma ter 10,8 milhões de doses de unidades da Coronavac estocadas, à espera da autorização para o uso.

As vacinas vindas da Índia devem ser aplicadas após aval para uso emergencial do produto. A Fiocruz teve nova reunião com a Anvisa nesta terça-feira, 5, mas o laboratório ainda não pediu esta permissão. A ideia é apresentar a solicitação até o fim desta semana. A Anvisa estima que levará até 10 dias para concluir a análise.

O governo investiu cerca de R$ 2 bilhões para a compra de ingredientes para as doses e transferência de tecnologia para a Fiocruz. No plano nacional de imunização, o governo prevê aplicar doses desta vacina em cerca de 50 milhões de brasileiros de grupos prioritários ainda no primeiro semestre.

A falta de transparência sobre os dados da vacina de Oxford e AstraZeneca gerou críticas na comunidade científica. Um erro de dosagem levou a dois resultados de eficácia do produto: 62% quando aplicada em um regime de duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra completa. Há ainda dúvidas sobre os resultados para pessoas acima de 55 anos.

Responsável por coordenar o estudo clínico da vacina no Brasil, a médica Lily Yin Weckx disse ao Estadão que a primeira dose da vacina já mostra eficácia de cerca de 70% contra a doença, mas em intervalo curto. "A gente ainda pode ficar com a média de eficácia de 70%. O estudo continua; teremos um ano de segmento para ver a persistência da proteção, dos anticorpos, de segurança, etc".

Segundo Lily, "o que é importante é que temos uma vacina segura, eficaz e que pode fazer a diferença na pandemia. Esses número de 60%, 70%, 80% é de proteção contra a doença covid. Mas se considerarmos doenças graves e hospitalização, a vacina foi capaz de evitar quase 100%". Ela diz que entre as pessoas que foram vacinadas, nenhuma teve uma doença grave ou ficou hospitalizada por covid. Todas as hospitalizações ocorreram no grupo controle.

 

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Depois de 12 dias da noite de Natal, a cidade de Feira de Santana inicia o ano de 2021 beirando os 100% de ocupação nos leitos de UTI reservados para a covid-19. No Hospital Geral Clériston Andrade, todos os 40 leitos estavam ocupados. Já no Hospital de Campanha, administrado pela prefeitura e exclusivo para pacientes da cidade, há apenas dois leitos livres e uma taxa de ocupação de 89%, mas que já chegou a atingir 100% nos últimos dias.

Para Francisco Mota, diretor do hospital de campanha, não há dúvidas de que os dados obtidos agora são um reflexo da festa natalina. “Esse aumento é por conta das aglomerações de Natal. A gente tem uma resposta das aglomerações de oito a 15 dias”, explica o médico, que está ainda mais preocupado com o possível reflexo das comemorações de Ano-Novo, que devem impactar mais ainda o sistema.

“Muito provavelmente não vamos ter como acolher mais doentes. Até há espaço para abertura de leitos, mas o processo não é rápido. Infelizmente, não caiu a ficha da população que a doença é contra o sistema de saúde. Enquanto a população não tiver consciência da importância das medidas de segurança, a gente pode abrir o maior número de leitos possíveis, mas tem uma hora que vai faltar profissional, medicamentos, materiais... o problema é a falta de conscientização”, declarou Mota.

Coordenadora do Comitê Gestor Municipal de Controle ao Coronavírus em Feira, a infectologista Melissa Falcão também se vê preocupada com o cenário que é agravado pela chamada segunda onda, marcada pela alta taxa de transmissão da doença na cidade. “Desde dezembro, nós estamos vendo alta taxa de ocupação nos leitos e uma incidência grande de casos. Só que o Ano-Novo é mais preocupante do que o Natal, pois teve muita gente viajando, fazendo festas. Estamos preocupados em como estará a situação daqui as duas semanas”, diz.

Mesmo com essa realidade, não é discutido pela prefeitura a realização de algum tipo de lockdown ou mesmo fechamento do comércio. A infectologista explica o motivo: “Não é cogitado fechamento do comércio, a não ser que saia muito do controle. Não existe possibilidade de lockdown, pois como a taxa de transmissão está muito grande e espalhada, as pessoas se contaminariam em casa”, explica Falcão.

Medidas anunciadas pela prefeitura em dezembro, quando a cidade já registrava o pior momento da pandemia desde julho, continuam valendo: houve aumento do número de realizações de exames, mesmo das pessoas assintomáticas; fechamento de bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h; e aumento da fiscalização.

Os estabelecimentos são obrigados a manter os protocolos sanitários, como disponibilizar álcool a 70%, sabão e papel toalha para clientes e funcionários; não permitir mais de quatro pessoas em uma mesma mesa; e utilizar apenas 50% da área total.

Segundo a assessoria da prefeitura, estão em vigor ainda a proibição de bebidas alcoólicas em espaços públicos e a proibição de shows e apresentações musicais e de transmissão de jogos de futebol.

Progressão da doença
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o "período de incubação do coronavírus" se refere ao tempo entre a infecção do ser humano pelo vírus e o início dos sintomas da doença, intervalo que pode variar de 1 a 14 dias. Outros estudos apontam que se leva cerca de 14,5 dias do início dos sintomas até a intubação, que é quando o paciente já está no leito de UTI. Uma vez intubado, os casos podem evoluir a óbito de 4 a 5 dias.

Se no Natal e Ano-Novo muitas pessoas foram contaminadas, o reflexo disso no sistema de saúde - com aumento de internação e número de óbitos - só será sentido ao longo de janeiro. “Nós já vivemos um período em que os pacientes da rede particular começaram a ser transferidos para a rede pública, devido à alta ocupação. Se Feira não conseguir dar conta, essas pessoas terão que ir para outras cidades. Hoje, observamos ainda aumento na contaminação e internação de idosos. As pessoas estão tendo menos cuidado e levando o vírus para casa”, aponta a infectologista Melissa Falcão.

Segundo o diretor médico do Hospital de Campanha de Feira, há relatos de que a ocupação dos leitos de UTI na rede particular da cidade está acima de 90%. Já o Hospital Estadual da Criança, localizado na cidade, possui cinco leitos pediátricos voltados para covid-19 e apenas um ocupado. Em outras cidades também do centro-leste baiano, onde Feira de Santana está localizada, a ocupação nos leitos de UTI é de 80% no Hospital Regional da Chapada, em Seabra, e de 70% nos hospitais da Chapada, em Itaberaba, e Municipal, em Serrinha.

Tudo isso ajuda a pressionar o sistema de saúde feirense. Mesmo assim, para Francisco Mota, ainda não é possível falar que podemos chegar a um colapso. “O que eu posso dizer é que, quando os hospitais lotam, os pacientes vão ficar nas UPAs [unidades de pronto-atendimento] e policlínicas, esperando atendimento, ou serão remanejados para hospitais de outras regiões. O colapso pode acontecer quando esse remanejamento não for mais possível”, explica.

Dezembro já foi o mês com maior número de casos de covid-19 em Feira de Santana desde que começou a pandemia. No total, foram 4,9 mil casos confirmados no último mês de 2020, o que representa 25% de todos os casos notificados desde o início da pandemia, segundo o boletim epidemiológico municipal. Feira também já registrou 354 mortes; 1,5 mil pessoas ainda aguardam o resultado do exame para saberem se estão contaminados pelo vírus. Mais de 20 mil casos da doença já foram confirmados.

Lista dos hospitais que estão com mais taxa de ocupação na Bahia:

Hospital Geral Clériston Andrade (Feira de Santana) - 100%
Hospital Santa Helena (Camaçari) – 100%
Hospital São Pedro (Remanso) - 100%
Hospital Municipal Dom Antonio Monteiro (Senhor do Bonfim) - 100%
Hospital São Vicente (Jequié) 100%
Hospital Regional Costa do Cacau (Ilhéus) - 93%
Hospital de Ilhéus - 91%
Hospital Regional Dr Mario Dourado Sobrinho (Irece) - 90%
Hospital de Tratamento Covid19 de Eunápolis – 90%
Promatre de Juazeiro – 90%
Hospital São Vicente de Paulo (Vitoria Da Conquista) 90%
Vida Memorial (Ilhéus) - 90%
Hospital de Campanha de Feira de Santana – 89%

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A Bahia registrou 28 mortes e 815 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda, 4. No mesmo período, 1.236 pacientes foram considerados curados da doença (+0%). Dos 496.823 casos confirmados desde o início da pandemia, 483.275 já são considerados recuperados, 4.302 encontram-se ativos.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,46%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (10.344,83), Muniz Ferreira (8.515,23), Conceição do Coité (8.445,93), Jucuruçu (8.152,53), Pintadas (8.019,55).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 886.572 casos descartados e 122.447 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta segunda-feira (04). Na Bahia, 36.841 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Óbitos

O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 28 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.246, representando uma letalidade de 1,86%.

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