A Bahia registrou 29 mortes e 1.423 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira (25). No mesmo período, 2.214 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).

Dos 566.743 casos confirmados desde o início da pandemia, 546.205 já são considerados recuperados, 10.652 encontram-se ativos.Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (21,98%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (11.494,25), Itororó (9.729,17), Itabuna (8.931,96), Muniz Ferreira (8.919,43) e Conceição do Coité (8.834,74). Na Bahia, 39.325 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 29 óbitos que ocorreram em diversas datas.A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.886, representando uma letalidade de 1,74%.

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A Bahia registrou 4.455 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com as informações divulgadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) na noite desta quinta-feira (21).

Ainda de acordo com o boletim, o estado contabiliza 553.770 casos confirmados desde o início da pandemia, 533.460 já são considerados recuperados e 10.550 encontram-se ativos. Também desde o início da pandemia, foram registradas 9.760 mortes, o que representa uma letalidade de 1,76%. De acordo com os dados do boletim desta quinta, 32 pessoas morreram em datas diversas.

Nas últimas 24 horas houve um crescimento de 0,8% tanto no número de casos positivos como de pacientes recuperados da doença.

Salvador é a cidade onde há o maior número de casos proporcionais de pessoas atingidas pela doença: 22,14% do total. Dentre os municípios com maior incidência por 100 mil habitantes, as cidades que registram o maior coeficiente são Ibirataia (10.906,48), Itororó ( 9.174,76), Muniz Ferreira (8.879,01), Conceição do Coité (8.728,16) e Itabuna (8.631,81).

De acordo com a Sesab, o boletim epidemiológico contabiliza ainda 945.800 casos descartados e 137.029 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta quinta-feira.

As informações detalhadas no boletim podem ser acessadas no site da secretaria e também em uma plataforma disponibilizada pelo órgão na internet. Segundo o mesmo documento, 38.926 profissionais da Saúde testaram positivo para a Covid-19 em todo o estado.

Vacinas
As primeiras doses da vacina contra a Covid-19 já foram enviadas pela Sesab para os 417 municípios baianos. Do total de cidades, 417 já informaram o total de vacinas aplicadas. Até às 14h desta quinta-feira (21), 36.097 doses já haviam sido aplicadas em profissionais de saúde, indígenas aldeados, idosos em instituições de longa permanência e pessoas com deficiência.

Para ter acesso ao quantitativo de vacinas por município, o cidadão pode acessar o sistema que também está disponível no portal da Secretaria da Saúde.

Mortes por raça, cor e sexo
Dentre os óbitos registrados na Bahia, 56,58% ocorreram no sexo masculino e 43,42% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 55,09% corresponderam a parda, seguidos por branca com 19,40%, preta com 14,71%, amarela com 0,64%, indígena com 0,13% e não há informação em 10,03% dos óbitos.

O percentual de casos com comorbidade foi de 70,77%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,84%).

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O governo da Índia liberou as exportações comerciais de vacinas covid--19, e o Brasil vai receber as primeiras remessas ao lado do Marrocos, segundo disse nesta quinta-feira (21) o ministro de Relações Exteriores do país à agência de notícias Reuters. O envio já tem previsão para essa sexta (22).

O Serum Intitute, na Índia, está produzindo a vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, ambas da Inglaterra. O instituto é o maior produtor mundial de vacinas e tem pedidos de doses de vários países do mundo.

Para priorizar a imunização dos seus grupos prioritários, o governo indiano havia suspendido a exportação de doses. No início da semana, o país enviou suprimentos para países vizinhos, como Butão, Bangladesh e Nepal, valorizando sua região.

“O fornecimento das quantidades comercialmente contratadas também começará a partir de amanhã, começando pelo Brasil e Marrocos, seguidos da África do Sul e Arábia Saudita”, disse o Hardh Vardhan Shringla.

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O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, usou seu Twitter para reclamar publicamente da fabricante de vacinas contra covid-19 Pfizer. Segundo ele, a empresa está se recusando a vender o imunizante ao estado.

Fábio lembrou que a vacina foi testada em 1.500 voluntários baianos e que havia conversas, em 2020, para a Bahia comprar doses.

"A Pfizer usou a boa fé de 1.500 voluntários baianos e agora recusa-se a vender a vacina para a Bahia. Em 2020 reuniram-se oficialmente com o governador Rui Costa para vender a vacina e a partir dali no preparamos. Apoiamos o centro de pesquisas da OSID (Irmã Dulce), investimos na montagem de uma rede de ultracongeladores e, agora, nos informam que venderam tudo pra outros países", relata.

Na cobrança o secretário também tuitou mensagens e inglês, sempre marcando o perfil oficial da empresa e mencionando Carlos Murillo, presidente da Pfizer Brasil.

Voluntários no escuro
Nesta quarta-feira (20), o CORREIO publicou uma matéria mostrando que os baianos participantes dos estudos envolvendo as vacinas da Oxford e Pfizer ainda estão sem saber se foram imunizados ou não. A dúvida acontece porque apenas metade dos voluntários receberam a vacina, enquanto outra parte recebeu um placebo.

Quando os laboratórios começaram a recrutar pessoas para testar seus imunizantes em desenvolvimento, uma das promessas é que os voluntários que receberam placebo seriam vacinados tão logo a substância em questão estivesse liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Pfizer ainda não foi aprovada no Brasil, mas muitos voluntários não sabem se podem – ou devem – tomar a Coronavac.

Já nesta quinta-feira, a Pfizer anunciou que todos os brasileiros que participaram do estudo serão vacinados ainda neste mês. Os baianos precisam buscar a Osid para receberem o imunizante.

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A Bahia registrou 31 mortes e 4.991 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,9%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quarta (20). Desde o último 12, a Bahia tem registrado uma crescente no número de casos - com exceção dos números de finais de semana, quando os registros são menores. De acordo com a Sesab, a alta se explica por conta das festas de final de ano.

Ainda de acordo com o boletim desta quarta, 4.864 pacientes foram considerados curados da doença (+0,9%) nas últimas 24horas. Dos 549.315 casos confirmados desde o início da pandemia, 529.058 já são considerados recuperados e 10.529 encontram-se ativos

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,24%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (10.756,27), Itororó (8.944,17), Muniz Ferreira (8.879,01), Conceição do Coité (8.663,60) e Itabuna (8.552,08).Na Bahia, 38.809 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 31 óbitos que ocorreram em diversas datas. Na publicação desta quarta chama atenção os números de óbitos nos dias 16 e 17 de janeiro, mas somente contabilizados nesta quarta. Diferente dos outros dias que têm variação entre 1 e 3 mortes, as datas de 16 e 17 de janeiro registram 7 e 6 mortes, respectivamente.

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O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Jorge Mussi, determinou nesta terça-feira, 19, que o governo do Amazonas e prefeitos do Estado prestem informações, em até 48 horas, sobre o recebimento e uso de recursos federais para o combate à pandemia da Covid-19. Os gestores também terão de apontar quando tiveram conhecimento do risco de desabastecimento de oxigênio nas unidades de saúde.

A decisão foi proferida a pedido do Ministério Público Federal (MPF), no âmbito do inquérito instaurado na corte para apurar supostas fraudes envolvendo a instalação de um hospital de campanha em Manaus. A investigação corre sob sigilo e as informações foram divulgadas pelo STJ.

No sábado, dia 16, o procurador-geral da República, Augusto Aras pediu abertura de inquérito no STJ para apurar suposta omissão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e da prefeitura de Manaus quanto à adoção das medidas de combate à covid-19, especialmente o fornecimento de oxigênio.

Ao analisar a solicitação, Jorge Mussi, no exercício da presidência do STJ, considerou haver possibilidade "de que tenha havido ilegalidades diversas no emprego de recursos federais destinados ao enfrentamento da pandemia" no Amazonas, justificando a conexão com o pedido no inquérito já em andamento

O ministro ordenou o fornecimento de uma série de informações: valor total de recursos federais recebidos; as ações adotadas no combate à pandemia; o número de leitos clínicos e de UTI à disposição; e o número de profissionais envolvidos nas ações de combate à pandemia, além de outros dados técnicos sobre as ações de saúde pública desenvolvidas pelo SUS.

O ministro ainda determinou que sejam prestadas informações detalhadas sobre o fornecimento de oxigênio para Amazonas, dados sobre as empresas fornecedoras, cópias dos procedimentos de contratação, critérios técnicos utilizados para a aferição da necessidade de oxigênio para as unidades de saúde do Estado e dados sobre a periodicidade das entregas e os setores responsáveis pela demanda.

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As dificuldades de encontrar vacinas disponíveis para uso imediato e os entraves impostos pela China e Índia em liberar para o Brasil os insumos usados na fabricação dos imunizantes, levaram o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), a defender o uso da vacina russa Sputnik V, posição também tomada pelo governo do estado. Usada tambén na Argentina, a Sputnik aguarda a liberação de uso emergencial no Brasil por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As dificuldades na importação de doses e de insumos para produzir vacinas são uma grande ameaça à campanha de imunização brasileira, iniciada no último domingo, em São Paulo. Para especialistas, há risco real de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida em pouco tempo, por falta total de imunizantes.

O plano de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China. Outros dois milhões de doses do imunizante de Oxford, produzidas na Índia, já deveriam ter chegado. Mas, depois de dois adiamentos, o governo desistiu de fixar nova data para receber o produto. O volume disponível não é suficiente nem mesmo para vacinar os profissionais de saúde, que somam cinco milhões de pessoas no Brasil.

Daí a necessidade de contar com outros imunizantes, como é o caso da Sputnik V. "A aquisição de vacinas é hoje um problema mundial. Por isso, a prefeitura se associa ao Estado nessa luta e também está disposta a utilizar recursos próprios para a aquisição da Sputnik. Somente com a imunização das pessoas vamos conseguir retomar a normalidade. Graças à pandemia, Salvador, que estaria vivendo agora o seu melhor verão, teve que se reinventar", declarou Bruno Reis, ontem pela manhã, durante a solenidade que marcou o início da campanha de vacinação contra o novo coronavírus na capital baiana.

A indústria farmacêutica União Química solicitou à Anvisa a autorização do uso emergencial da vacina russa Sputnik V. Mas a agência não atendeu ao pedido. “A Anvisa restituiu os documentos para a empresa. Não chegamos a analisar o pedido de uso emergencial por entender que os critérios essenciais não estavam atendidos”, respondeu a Anvisa ao CORREIO.

No comunicado divulgado no último sábado (16), a Anvisa citou a falta de estudos clínicos da fase três da vacina. Na semana passada, a agência determinou como um dos critérios para pedido e uso emergencial que o laboratório realize a fase três dos estudos no Brasil. Até o momento, o imunizante da Sputnik não iniciou esta etapa do processo em território brasileiro.

No dia 31 de dezembro, a União Química solicitou à Anvisa a autorização para a condução dos ensaios clínicos da fase três no Brasil. O processo foi analisado pela Anvisa, mas foi identificada a falta de documentos. A agência pediu, no dia 4 de janeiro, que o laboratório apresentasse as informações faltantes e complementares e afirmou ao CORREIO que ainda não recebeu os documentos. Em nota divulgada no domingo a empresa afirmou que as informações adicionais “serão fornecidas em breve”.

A União Química afirmou que, se o uso for autorizado, ela terá condições de fornecer 10 milhões de doses ainda no primeiro trimestre de 2021. A empresa tem acordo de exclusividade com o Fundo Russo de Investimento Direto para a produção e distribuição da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya para o Brasil e países da América Latina. Contudo, sem a aprovação do uso emergencial do imunizante, o estoque pode ser exportado do Brasil para países vizinhos como a Argentina e a Bolívia.

Segundo o governo do estado, a Bahia tem um acordo de acesso prioritário a 50 milhões de doses do imunizante russo, mas esbarra na falta de liberação da Anvisa para utilizá-las. Para tentar resolver este impasse, o executivo baiano entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como relator o ministro Ricardo Lewandowski, para garantir a liberação do imunizante.

A ação, ajuizada no último sábado, solicita que seja permitido aos estados comprar e distribuir vacinas contra covid que não tenham registro da Anvisa, mas que tenham autorização de alguma agência reguladora de referência de outro país certificada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas).

Com isso, caso alguma vacina contra covid tenha sido registrada por agência sanitária certificada pela Opas, como é o caso da Sputnik V, utilizada na Rússia e na Argentina, torna-se dispensável o registro da Anvisa, que deverá autorizar a importação e distribuição. "Temos pressa, isso é urgente. A burocracia, as ideologias e o ódio precisam ser colocados de lado para salvar vidas humanas”, declarou o governador Rui Costa.

De acordo com ele, a quantidade de doses da vacina Coronavac recebidas até agora pelos estados é pequena. No caso da Bahia, vai possibilitar a vacinação de apenas cerca de 180 mil pessoas. “Sou contra qualquer tipo de politicagem envolvendo a vacinação, portanto nossa ação no STF para liberação da compra da Sputnik V não tem como objetivo gerar qualquer tipo de ganho político para quem quer que seja. Nosso objetivo é que a compra seja liberada para que mais brasileiros e brasileiras possam ser vacinados”, aponta Rui Costa.

Rui Costa ainda acrescenta: “O governo federal não se mostrou célere como precisava diante da crise gravíssima que vivemos, então não podíamos continuar assistindo tantas mortes pela covid-19 no Brasil de braços cruzados”.

Cenário

O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, resume o cenário atual: “Estamos 100% dependentes da Coronavac, cuja produção integral é na China. A outra vacina aprovada, a de Oxford, não há sinais de que o governo federal vá conseguir adquirir no curto prazo", afirmou o secretário. No Brasil, além da Bahia, o governo do Paraná assinou um memorando de cooperação para ter acesso à Sputnik V.

Enquanto o Brasil espera, já chegou à Argentina, sábado passado, o segundo lote da vacina russa. O desembarque de cerca de 300 mil doses do imunizante aconteceu no Aeroporto Internacional de Buenos Aires. O país foi o terceiro a aprovar o uso da medicação, depois de Rússia e Belarus. Segundo a União Química, a Sputnik V já está registrada na Sérvia, Belarus, Argentina, Bolívia, Argélia, Palestina, Venezuela e Paraguai e o registro em mais dois países é aguardado para a próxima semana.

Financiada pelo Fundo para Investimentos Diretos da Rússia (RDIF, na sigla em inglês), a Sputnik V é a primeira vacina registrada do mundo. Sua eficácia confirmada, segundo o governo russo, é de 91,4% com base na análise de dados do ponto de controle final dos ensaios clínicos. Já a eficácia contra casos graves de coronavírus é de 100%, segundo a farmecêutica. A vacina leva o nome do primeiro satélite espacial soviético.

Outras vacinas

No domingo (17) a Anvisa aprovou o uso emergencial da CoronaVac e da vacina da Universidade de Oxford. O pedido sobre a CoronaVac foi apresentado em 8 de janeiro pelo Instituto Butantan e é referente a 6 milhões de doses importadas da China. O Butantan também desenvolve a vacina no Brasil. Essas doses foram distribuídas por todo o Brasil nesta segunda-feira (18) e a vacinação já começou em todos os estados do país.

O pedido sobre a vacina de Oxford foi apresentado em 8 de janeiro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e é referente a 2 milhões de doses importadas do laboratório Serum, da Índia, que produz a vacina desenvolvida pela universidade do Reino Unido e pelo laboratório AstraZeneca. A Fiocruz também desenvolve a vacina no Brasil.

Mas a vacina de Oxford, mesmo já tendo a aprovação, não pode já ser aplicada porque não há doses disponíveis em solo brasileiro, elas devem chegar da Índia. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou em entrevista coletiva ontem (18) no Palácio do Planalto que a conclusão da viagem para trazer o carregamento de vacinas importadas deve ter uma resolução ainda nesta semana.

Além disso, o Instituto Butantan pediu nesta segunda-feira (18) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nova autorização para uso emergencial de mais de 4 milhões de doses da CoronaVac. Este segundo lote foi envasado em São Paulo, a partir do princípio ativo enviado da China e já está pronto para utilização. Procurada pelo CORREIO, a Anvisa informou que a análise deve ser concluída até 10 dias após o pedido.

 

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A Bahia registrou 30 mortes e 4.004 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta terça-feira (19).

No mesmo período, 4.534 pacientes foram considerados curados da doença (+0,9%). Dos 544.324 casos confirmados desde o início da pandemia, 524.194 já são considerados recuperados e 10.433 encontram-se ativos.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,31%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (10.756,27), Muniz Ferreira (8.879,01), Itororó (8.796,98), Conceição do Coité (8.641,09) e Itabuna (8.503,30). Na Bahia, 38.723 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 30 óbitos que ocorreram em diversas datas. O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 9.697, representando uma letalidade de 1,78%.

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A vacinação contra o novo coronavírus começou na Bahia, nesta terça-feira (19), pelas Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador. Os baianos receberam 376 mil medicamentos e foi o quarto estado da Federação com maior quantidade de doses, atrás apenas de São Paulo (1,3 milhão), Minas Gerais (561 mil), e Rio de Janeiro (487 mil). Ainda assim, é sabido que a quantidade é insuficiente para proteger os 15 milhões de habitantes. E agora, José?

O prefeito Bruno Reis e o governador Rui Costa compareceram à vacinação na Cidade Baixa, nesta terça (19), e comentaram sobre o assunto. De uma maneira geral, existe a promessa do envio de novas doses pelo Governo Federal, mas sem data precisa.

Havia uma expectativa em relação ao governador para saber novidades da ação judicial que o Governo do Estado está movendo para consegui autorização para usar a vacina Sputnik, da Rússia, na imunização dos baianos. O uso do imunizante ainda não foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a vacina foi aprovada por outros órgãos de fiscalização no mundo.

O governo da Bahia entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para consegui autorização para usar as 10 milhões de doses que estão disponíveis para compra.

“A informação que a PGE me deu é de que já foi sorteado o relator, o ministro Lewandowisk, e espero que a justiça ajude a acelerar a autorização, até porque vários países já estão utilizando em larga escala essa vacina. Essa é mais uma vacina disponível para garantir a imunização das pessoas”, contou.

Rui Costa frisou que as pesquisas apontam que a Sputnik tem eficácia de mais de 90% e que ela tem disponibilidade contratual. “Ela começou uma produção no Brasil na sexta-feira, em parceria com um laboratório brasileiro”, disse.

Município
Bruno Reis segue na mesma linha que Rui Costa. Ele informou que está disposto a se conveniar ao estado para comprar as vacinas da Sputnik já que outras negociações foram atravessadas pelo Governo Federal. Ele citou como exemplo o imunizante da Janssen (Johnson e Johnson) com quem vinha negociando. A União adquiriu toda a planta de 2021, inviabilizado a compra direta pelo Município.

“O Instituto Butantan solicitou autorização para liberação de mais 4 milhões e 800 mil doses [da CoronaVac]. Tem mais as 2 milhões de doses que estão por vir da Astrazenica em parceria com a Fiocruz. Então, temos no radar mais ou menos o mesmo quantitativo que foi da primeira remessa. Sendo liberado, as gente estaria recebendo algo entorno de 376 mil doses e Salvador mais 42 mil. Nossa expectativa é que nos próximos dias possa estar chegando mais outra remessa e a gente possa continuar imunizando mais pessoas”, disse.

Desenvolvida através de uma parceria entre a farmacêutica chinesa SinoVac e o laboratório brasileiro do Instituto Butantan, a CoronaVac foi alvo de uma queda de braço entre o Governo Federal, outras autoridades públicas e cientistas, até que a novela chegou ao fim no domingo (17) com a aprovação pela Anvisa para uso da medicação em todo o país.

A eficácia dela é de 100% para casos graves, 78% para casos moderados e de 50% de para casos leves. Em Salvador, as 42 mil doses possibilitam imunizar 21 mil pessoas, já que para ter eficácia é necessário duas doses para cada paciente. A expectativa é imunizar idosos abrigados nas Obras Sociais Irmã Dulce, trabalhadores que atuam na Base Central do Samu 192, no Pau Miúdo, na UPA e Gripário de Pirajá/Santo Inácio, bem como na UPA e Gripário Barris, na UPA e Gripário Brotas, no Hospital Municipal de Salvador (HMS) e no abrigo Dom Pedro II.

Veja divisão das doses da Coronavac para cada estado:

Região Norte
Rondônia - 33.040
Acre - 13.840
Amazonas - 69.880
Roraima - 10.360
Pará - 124.560
Amapá - 15.000
Tocantins - 29.840
Total de doses - 296.520

Região Nordeste
Maranhão - 123.040
Piauí - 61.160
Ceará - 186.720
Rio Grande do Norte - 82.440
Paraíba - 92.960
Pernambuco - 215.280
Alagoas - 71.080
Sergipe - 48.360
Bahia - 376.600
Total de doses - 1.200.560

Região Sudeste
Minas Gerais - 561.120
Espírito Santo - 95.440
Rio de Janeiro - 487.520
São Paulo - 1.349.200
Total de doses - 2.493.280

Região Sul
Paraná - 242.880
Santa Catarina - 126.560
Rio Grande do Sul - 311.680
Total de doses - 681.120

Região Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul - 61.760
Mato Grosso - 65.760
Goiás - 182.400
Distrito Federal - 105.960
Total de doses - 415.880

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Numa aldeia iluminada pelo luar em Euclides da Cunha, no sertão baiano, a menina Vanuza Kaimbé lia o que estava escrito nas estrelas. Os astros diziam lá no céu que sua missão era a de ajudar pessoas, indígenas assim como ela. Levaria humanidade, vontade de sonhar e muito trabalho por onde passasse. Deixou o sertão e foi para São Paulo aos 12 anos, junto com sua família. O objetivo era bem definido: 'vou juntar dinheiro, estudar e voltar para ajudar meu povo'.

Assim foi feito: a menina cresceu, deixou de lado o sonho de ser médica e se tornou assistente social. Ajudou grupos indígenas em todo país, criando o Projeto Pindorama, financiando bolsas de estudos para indígenas entrarem na universidade. Líder da aldeia multiétnica Filhos Dessa Terra em Guarulhos-SP, ela viu sua atuação se tornar ainda mais importante durante a pandemia, quando seu trabalho ajudou a encontrar financiamento para realização de testagens nas aldeias e encaminhar indígenas a hospitais, além de conseguir alimentos e fazer com que os seus não passem necessidade. Ela tem nome e sobrenome: Vanuza Kaimbé. Indígena. Mulher. Guerreira. E a primeira baiana a ser vacinada no Brasil contra o novo coronavírus.

Além de assistente social, Vanuza, 50, é técnica de enfermagem e recebeu no último domingo (17) a primeira dose da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã e que teve utilização emergencial aprovada pela Anvisa no mesmo dia. Enquanto estava sentada, com suas vestes e cocar, e recebia a vacina, ela conta que só conseguia pensar numa coisa: como era estranho sentir esperança depois de um ano tão difícil e como ela quer que outras pessoas tenham a mesma oportunidade que estava tendo ali.

"Eu senti uma gratidão pela ciência, que tem sido tão atacada nos últimos anos. Depois disso, pensei que foi um sonho, mas me senti solidária pelas pessoas que não tiveram a oportunidade que tive de estar imunizada. Ficou a esperança para que isso venha para outros brasileiros também. Foi uma emoção imensa", disse em entrevista ao CORREIO.

Os quase 12 meses que já se passaram desde o início da pandemia no Brasil foram muito difíceis para Vanuza. Entre os vários perrengues que via o país passar, teve os seus próprios. Testar positivo para a doença se tornou pequeno comparado ao fato de ter escutado a voz do primo no telefone, em abril de 2020, ligando para avisar que iria morrer. Aquele não foi o único familiar que ela perdeu desde então: outro primo moreu num leito de UTI e um tio morreu com as sequelas deixadaspela enfermidade. Vendo tudo isso, chegou a pensar que ninguém sobraria vivo no país.

Os momentos de morte também eram doloridos. Por conta da necessidade de isolamento, os rituais não podiam ser realizados e isso dói muito na assistente social. A voz embarga e o lamento é sincero quando toca no assunto.

A aldeia onde vive foi fundada pela própria Vanuza em 2002. Multiétnica, a ideia há quase duas décadas era criar uma aldeia fora do convencional, recebendo indígenas pobres. Ainda hoje, muitos vivem trabalhando na construção civil ou dependem de eventos e artesanato para levar dinheiro para dentro de casa.

Atividades praticamente paralisadas durante a pandemia, comprometendo diretamente a vida de 20 famílias e aproximadamente 75 pessoas. "Mobilizei a minha rede de amigos para fazer a testagem. 70 pessoas moram lá, 45 foram testadas e 7 deram positivos. Eu inclusive. Também fizemos campanha para testar os indígenas que moram fora das aldeias. Houve aldeia que quase 50% das pessoas testaram positivo", disse.

Segundo os dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), 45.807 indígenas foram infectados e 923 morreram em 161 povos no país. Vanuza acredita que esse número seja extremamente subnotificado: não são raros os casos de indígenas que dão entrada em hospitais e acabam registrados como pardos ou brancos.

"É uma tristeza muito grande a gente não enterrar nossos mortos, com nossos virtuais e ver na certidão de óbito que não somos indígenas. Tá lá: pardo, branco. Isso é muito doloroso, muito triste para nosso povo", afirmou.

Por conta de todo este cenário de tristeza e desespero, a vacina surge na vida de Vanuza como um símbolo de esperança. Não somente para ela, como para todo o povo brasileiro. Um dia após ser vacinada, ela contou que não sentiu nenhum efeito colateral e passa longe de uma metamorfose para virar jacaré. Por conta disso, aconselha: quem tiver a oportunidade de se imunizar, que o faça.

"Eu sou otimista. Acredito que o povo brasileiro vai acordar, nós vamos valorizar a educação, a ciência porque no momento valorizamos desinformação e políticos ineficientes. Seremos um país acolhedor, solidário, guerreiro e trabalhador novamente"

Bahia no peito

Euclides da Cunha é um município que tem na luta uma parte fundamental da sua história. O nome do município é em homenagem ao jornalista e escritor que relatou as sangrentas batalhas da Guerra de Canudos, mais especificamente a quarta expedição militar que foi até o distrito, à época fazendo parte do município de Monte Santos, para derrubar as forças do revolucionário Antônio Conselheiro. Tudo está descrito no livro Os Sertões, clássico da literatura brasileira.

Foi neste município onde Vanuza nasceu e começou a sua adolescência. Sua aldeia, Massacara, de etnia Kaimbé, fica por lá. Sempre que pode, ela junta uma grana e retorna para suas origens, de onde saiu há quase 33 anos: o lugar favorito no mundo, conforme diz a própria Vanuza.

Logo depois da sua terra, um outro lugar ocupa o coração da assistente social. E enche seu peito de paz e alegria: a Aldeia Hippie de Arembepe, no Litoral Norte. "Não são meu povo, mas a aldeia hippie é meu lugar preferido. Lá não tem energia elétrica, se vive de forma mais simples e então meu coração bate forte quando chego à Aldeia", diz.

A Aldeia Hippie tem cerca de 50 anos de existência e já recebeu uma série de visitantes ilustres: desde ícones estrangeiros como a cantora Janis Joplin e o vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, até estrelas nacionais como Caetano, Gil, Rita Lee, e, agora a primeira baiana vacinada contra o coronavírus. Ainda hoje o espaço serve como inspiração para quem busca se afastar das metrópoles e seguir a famosa filosofia do paz e amor. Cerca de 40 pessoas compõem a população da Aldeia.

Foi por lá onde ela passou a virada de ano. Passeou pelas praias do Litoral Norte: entre Guarajuba, Arempebe e Barra do Jacuípe. Com o barulho do mar, ou dos rios, aproveita para sonhar com um futuro melhor, se reconectar com aqueles que já foram e criar fôlego. Afinal de contas, há sempre mais uma batalha para lutar.

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