O Jornal da Cidade

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Em carta aberta ao governo do estado, 56 associações de geraizeiros - descendentes de indígenas e quilombolas que moram no Cerrado - da cidade de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, pedem socorro às autoridades baianas pelo desmatamento de terra na região. Elas solicitam a revogação da autorização dada à empresa Agronegócio Condomínio Cachoeira do Estrondo, conhecida como Fazenda Estrondo, em 22 de maio de 2019, que legaliza o desmatamento no local.

Segundo o documento, a Fazenda Estrondo nunca conseguiu demonstrar a regularidade fundiária de sua posse e está, ilegalmente, na Reserva Legal dos territórios tradicionais dos geraizeiros, que vivem de forma sustentável do Cerrado. O próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu, novamente, em junho de 2021, após vários recursos, que os geraizeiros são os donos daquela terra. Porém, a Estrondo segue na área com seguranças armados, que já balearam três pessoas da comunidade.

A carta ainda aponta que a empresa pretende desmatar mais de 24 mil hectares de terra, área maior que a cidade do Recife, capital de Pernambuco. Pelas imagens obtidas da Plataforma MapBiomas, 3 mil hectares já foram desmatados, até o dia 17 de agosto de 2021. A Fazenda Estrondo é tida como um dos maiores casos de grilagem verde do Brasil, segundo o Livro Branco da Grilagem de Terras do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em 1999, com 444.306 hectares registrados. A ocupação das terras data do final do governo militar, em 1982.

As associações exigem que o Inema revogue as Autorizações de Supressão de Vegetação (ASV) dada à empresa e que o Instutito realize, com urgência, uma visita in loco, para registrar e averiguar a denúncia, assim como notificar a empresa do desmatamento iniciado. A carta foi enviada à Secretaria do Meio Ambiente (Sema), ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e à Coordenadora Executiva da Coordenação de Desenvolvimento Agrário da Bahia, que regula a questão fundiária no estado, no dia 1 de setembro, mas, até hoje, não teve resposta.

Sem apoio
O presidente da Associação Comunitária da Comunidade Geraizeira de Cachoeira, morador Jossone Leite, que é vizinho da Fazenda Estrondo, diz que desde 1994 que o grupo se estabelece de forma ativa na região. “Eles começaram, desde então, a desmatar e foram avançando cada vez mais. Já não tem mais Cerrado. A gente já fez contato com o Inema, cobramos não sei quantas vezes, mas disseram que está tudo legal. E a gente fica aqui sem receber apoio”, narra Leite.

De acordo com o morador, o conflito entre eles está mais calmo. Porém, ele espera ter a terra de volta, direito reconhecido pelo STJ. “O Cerrado é tudo para a gente, representa nossa vida, a gente depende dele para sobreviver. Se acabar com ele, a gente não tem fonte de renda”, esclarece Leite. As famílias que moram ali vivem de subsistência e vendem o excedente, como frutas e criação de gado.

Quase 2 mil campos de futebol desmatados por mês
Informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que quase 103 milhões de hectares do Cerrado foram desmatados, no Brasil, até 2020. Na Bahia, foram mais de 6 milhões de hectares. Ou seja, o desmatamento no território baiano corresponde a 5,8% do desflorestamento nacional. Ainda não há dados sobre o desmatamento em 2021.

No caso de Formosa do Rio Preto, são 33 mil hectares desmatados, entre maio de 2019, quando a Fazenda Estrondo recebe a ASV do Inema, e dezembro de 2020. Isso dá uma média de 1.941 campos de futebol desmatados por mês. Os números são do sistema de Dados utilizados no programa de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe. Segundo o instituto, a região vem sendo monitorada desde 2018.

Perda da biodiversidade
Considerado a savana brasileira, o Cerrado é o bioma mais biodiverso do planeta, de acordo com o presidente e fundador da Organização sem Fins Lucrativos (ONG) Save Cerrado, Paulo Bellonia. A ONG atua na recuperação e preservação de áreas críticas desse ecossistema. O pesquisador e ativista diz que, a cada 40 segundos, o equivalente a um campo de futebol foi desmatado no Cerrado, no Brasil, em 2020. Isso o torna o bioma o mais desmatado do país, proporcionalmente.

“É considerado um hotspot mundial, que são áreas com alta concentração de biodiversidade e ameaçadas de extinção. Para se ter uma ideia do tamanho da ameaça, somente 2,3% da área do planeta é considerada hotspot, e essas áreas detém 60% da biodiversidade terrestre. São diversos conteúdos demonstrando, internacionalmente, a preocupação e atenção com o Cerrado no Brasil”, afirma Bellonia.

O biólogo Domingos Cardoso, doutor em botânica e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que esteve na Fazenda Estrondo, em 2009, demonstra-se inconformado com a situação. “Além da diversidade de plantas, pudemos coletar espécies novas, que nunca tinham sido coletadas. Infelizmente, o nível de destruição do Cerrado na Bahia chegou a números alarmantes. Se eu voltasse hoje, não veria a mesma exuberância”, conta.

O pesquisador ressalta que a importância do Cerrado vai além da fauna e flora. “As pessoas não têm consciência, pensam que, por ser vegetação baixa e não serem árvores grandes, já está destruído. Mas o Cerrado tem valores imensos, é um grande reservatório, de onde sai um monte de nascente, que irriga bacias. É muito mais frágil e perigoso para a sustentabilidade, ainda mais nesse contexto de crise hídrica”, esclarece. Segundo ele, a Amazônia tem 11.903 espécies de plantas com flores. Já o cerrado, que tem área bem menor, tem 12.025.

Multa e trabalho análogo à escravidão
Uma das 14 empresas donas da Fazenda Estrondo, a Companhia Melhoramentos do Oeste da Bahia (CMOB), já foi inclusive multada no valor de mais de R$ 25 milhões pelo Inema por desmatamento ilegal, em 2014. O documento indica que a empresa desmatou, a corte raso, mais de 25 mil hectares de vegetação nativa do Cerrado, fora de reserva legal, sem autorização do órgão ambiental competente.

Outra polêmica envolvendo a Fazenda foi, em 2005, quando uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 91 trabalhadores em condições análogas à escravidão em duas fazendas da Estrondo, a Indiana e a Austrália. Na primeira, 52 pessoas colhiam algodão em condições precárias. Na segunda, 39 funcionários recebiam R$ 60 por mês na produção de soja.

Além das 14 empresas, existem 41 arrendatários da Estrondo, segundo o site da cooperativa. Dentre eles, investidores até do Japão. A produção da fazenda é dividida em nove sedes, fabricantes de milho, soja e algodão.

O que dizem os órgãos oficiais
A Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) informou que a responsabilidade de responder às perguntas do CORREIO é do Inema. O Inema teve mais de 30 dias para responder, mas não se posicionou, assim como a prefeitura de Formosa do Rio Preto.

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) disse nunca ter concedido direito à terra a empresas e tampouco ajudou-as a conseguirem as ASVs, porque não tem competência para tal. A PGE acrescentou ainda que moveu uma ação discriminatória para que a área ocupada pela Estrondo se constitua como “terras devolutas estaduais”.

O órgão ainda reiterou que “respeita a decisão judicial que reconheceu a posse das comunidades geraizeiras e, juntamente com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, está trabalhando para uma solução consensual do conflito existente entre as comunidades geraizeiras e o Condomínio Estrondo, com a manutenção das comunidades em suas posses tradicionais”, conclui.

O STJ disse que o processo ainda não transitou em julgado e que o agravo de instrumento, requerido por duas empresas da Estrondo, a Colina Paulista e a Delfin Rio S/A Crédito Imobiliário, está com recurso pendente de julgamento.

“Encontra-se concluso ao relator, ainda sem data prevista de julgamento”, declarou o órgão, pela assessoria de imprensa. Sobre as perguntas, o tribunal respondeu que “o Judiciário age conforme provocado. Não cabe à assessoria de imprensa do STJ analisar cenários e confrontá-los com decisões que tenham sido proferidas pelo Tribunal”, acrescenta.

As partes
O advogado Maurício Correia, coordenador executivo da Associação dos Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR) alega que o caso é típico de grilagem verde. “A empresa usurpa domínios alheios para fingir a regularidade ambiental de determinado imóvel”, assegura. Na carta aberta, as associações pontuam que as decisões judiciais que reconhecem a posse das comunidades da área da ASV foram ignoradas.

Advogado da empresa Delfin, umas das donas da Fazenda Estrondo, Bruno Bittar acredita que haja uma ganância dos povos tradicionais para adquirirem a posse das terras. “Em certos momentos, eles alegam ser povos tradicionais, mas, quando o Ministério Público foi dar o direito às terras, eles queriam as escrituras individuais. Tanto é que, no início, eram 11 famílias e, hoje, são 150. Eles estão vendo oportunidade e colocando a empresa, que tem a escritura há mais de 40 anos, como vilã”, defende Bittar.

Informações ainda apontam que o Inema teria notificado a Delfin a prestar esclarecimentos, mas o endereço para a entrega de correspondência é do Rio de Janeiro e as notificação não são entregues.

Em nota, a Delfin Rio S/A disse que possui licença legal emitida pelo Inema desde 2015, "tendo inclusive, recebido parecer favorável do Ministério Público da Bahia quanto à legalidade da emissão da licença pelo órgão ambiental, em 2018, quando houve questionamentos semelhantes por parte de terceiros", informa. Segundo a empresa, a ligação dos vales do Rio Preto e Rio Riachão continua mantida, e a supressão ocorrerá apenas em uma parte da área da Chapada, "com a preservação da vegetação integral dos vales".

A Delfin ainda comunicou que, apesar de, por lei, poder suprimir até 80% da área em questão, planeja desmatar 34,2%. "O que aparece nas imagens são aberturas dos corredores para afugentamento da fauna, que estão sendo acompanhadas por uma equipe multidisciplinar obedecendo as condições da licença ambiental", adiciona. A empresa argumentou que tem amparo legal desde 1981, com registros no Cartório de Registro de Imóveis, Receita Federal, Incra e em cadastros ambientais.

Para participar do Réveillon e do Carnaval de Salvador será preciso ter completado a vacinação contra a covid-19 com as duas doses. Nesta segunda-feira (04), o prefeito Bruno Reis (DEM) informou que vai exigir o certificado de vacinação nos pórticos de acesso à folia. Ele também não descarta adotar outras medidas. Apesar do anúncio, a prefeitura ainda não tem certeza se as duas festas vão ocorrer. A decisão será tomada até o final deste mês.

Bruno Reis participava da entrega de uma escola em Fazenda Grande II, região de Cajazeiras, quando foi questionado se cogita adotar protocolos de proteção contra a covid-19 no Carnaval. O gestor disse que a realização da festa ainda está em análise e vai depender do cenário da pandemia, mas adiantou que as medidas sanitárias que forem pensadas para o Carnaval também serão aplicadas ao Réveillon.

“Ainda no mês de outubro daremos início à discussão sobre as festas de Réveillon e Carnaval. Vamos exigir, para ter acesso, as duas doses da vacina. Disso não abro mão. A festa do Réveillon acontece em um espaço fechado e para as pessoas terem acesso, terão que ter as duas doses. E, no Carnaval, a gente colocará barreiras para fazer as revistas e garantir as restrições das marcas e, se for possível, serão instaladas mais cedo para exigirmos a comprovação da vacinação”, afirmou.

O prefeito disse que não descarta adotar outros protocolos e que os detalhes serão discutidos nos próximos dias. No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes está otimista para a realização das duas festas e disse que vai flexibilizar as medidas de proteção. Segundo O Globo, ele afirmou, no domingo (03), que depois da vacinação a vida vai voltar ao normal.

Bruno Reis, porém, opta pela cautela. “O Rio de Janeiro nunca foi parâmetro para nossas decisões. O Rio durante a pandemia sempre teve permissividade muito maior do que a média dos outros estados e capitais. O Rio, recentemente, foi a cidade mais impactada com a variante delta. Eles restabeleceram leitos e tiveram aumento de casos. Mas, se o prefeito dá uma mensagem nesse sentido é porque a própria variante delta não trouxe as consequências que os cientistas esperavam. Mas eu discordo de não ter protocolos”, disse.

Em Salvador, o Réveillon acontecerá entre os dias 29 de dezembro e 2 de janeiro. Durante evento, em agosto, o prefeito revelou que as atrações estão confirmadas e que serão cinco dias de festa, mas frisou que tudo vai depender dos números da pandemia. Ontem, ele voltou a dizer que o comportamento da variante delta e a taxa de ocupação dos leitos serão considerados na decisão.

Cenário
Apesar da variante delta ter sido confirmada em Salvador, não houve alteração no quadro da pandemia. Atualmente, a ocupação dos leitos clínicos e de UTI na cidade está em 26%. Nos últimos dois meses, o percentual tem ficado abaixo de 30%. Em toda a Bahia, a ocupação nas UTIs também está em 26% e a dos leitos clínicos em 20%. Já os leitos pediátricos têm números maiores: 48% para clínicos e 59% para UTIs.

A vacinação é outro elemento importante na equação. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 2 milhões de pessoas receberam a 1ª dose (93% da população com 18 anos ou mais) e 1,2 milhão recebeu a 2ª (78% do público). Já a dose de reforço aplicada em idosos e profissionais de saúde tem 52 mil registros. A Bahia tem cerca de 15 milhões de habitantes e 5,3 milhões estão completamente imunizados.

Enquanto as autoridades discutem a possibilidade de realizar o Carnaval, a estudante e manicure Ana Luísa Lima, 22, disse que já separou a roupa da folia. Apesar do evento ser em fevereiro, ela já está em contagem regressiva.

“Não aguento mais essa pandemia. Tomei minha vacina, e todo mundo lá em casa também, porque queremos voltar a ter uma vida mais tranquila. A prefeitura faz bem em pensar em algumas medidas”, opina.

No Festival Virada da passagem de 2019 para 2020, o evento reuniu 2 milhões de pessoas nos cinco dias de festa. E o administrador Daniel Ventura, 28, estava na multidão. “Saudades do que a gente já viveu. Espero que a situação melhore, que os números da pandemia caiam ainda mais e que a gente possa dizer de coração ‘adeus ano velho e feliz ano novo’. Depois de tudo o que vivemos e estamos passando, a gente merece”, afirmou.

Festas em números:

Carnaval 2020

16,5 milhões de foliões nas ruas
1,1 milhão nos bairros
2,6 mil horas de música
1.016 apresentações de trios, fanfarras, palcos e blocos
12,7 mil artistas envolvidos na programação
210 atrações em corda
Festival Virada 2019/2020

2 milhões de foliões
1 milhão de foliões no dia 31 de dezembro
49 apresentações
70 horas de música
5 dias de festa
Taxa de ocupação dos leitos:

UTI em Salvador: 26%
Clínicos em Salvador: 26%
UTI na Bahia: 26%
Clínicos na Bahia: 20%
Vacinação em Salvador:

1ª dose: 2 milhões de vacinados
2ª dose: 1,2 milhão de vacinados
3ª dose (reforço): 52 mil vacinados
Bairros com maior número de casos confirmados:

Pituba (7.752 desde o início da pandemia)
Pernambués (6.750)
Brotas (6.480)
Itapuã (5.367)
Fazenda Grande do Retiro (4.570)
Liberdade (4.232)
São Marcos (4.206)
Cabula (3.959)
São Cristóvão (3.914)
Federação (3.866)

Halal é uma palavra árabe que significa lícito, permitido. Mais do que isso, é um conceito que permeia a alimentação e o uso de produtos cosméticos e farmacêuticos por muçulmanos em todo o mundo. Pela sharia, o código de leis islâmico, os seguidores da fé de Maomé só podem consumir produtos que se encaixem nessa categoria porque seriam aqueles permitidos por Deus.

No judaísmo, há uma categoria semelhante: o kosher. Um exemplo é a proibição de consumo de carne de porco, de álcool etílico, sangue e animais de presas longas, considerados haram, ou seja, não permitidos. As carnes de boi, frango, caprinos e ovinos podem ser consumidas, desde que o abate seja feito de forma adequada, em um ritual halal.

A restrição é ligada não apenas a esses itens, mas a qualquer produto que contenha esses ingredientes em sua composição ou que tenha contato com eles. Um carimbo usado em uma carne, por exemplo, não pode ter glicerina de origem suína.

Como isso é levado muito a sério pelos muçulmanos, é preciso garantir que os produtos consumidos realmente tenham sido processados da forma correta. Por isso, as empresas interessadas em servir ao consumidor islâmico precisam ser certificadas.

“Hoje, 1,9 bilhão de consumidores no mundo são muçulmanos. E as estimativas para 2060 é que uma, em cada três pessoas, seja muçulmana. Então você tem um mercado gigantesco, um potencial enorme a ser explorado. Além disso, os consumidores muçulmanos são muito fiéis. Uma vez que eles identificam uma marca certificada, que traz um produto de qualidade, acabam se fidelizando àquela marca”, explica Elaine Franco de Carvalho, coordenadora de qualidade da Fambras Halal, uma das principais certificadoras halal do Brasil.

É um mercado concentrado não apenas no Oriente Médio e norte da África, mas também em países como o próprio Brasil. Na Indonésia, por exemplo, que tem grande população muçulmana e é o maior mercado consumidor de comida halal, a certificação é obrigatória para os exportadores.

“Uma vez que a empresa estiver certificada, ela vai atender a alguns países que antes ela não atendia, por ter a certificação halal como requisito [para exportação] ou por ter a certificação halal com diferencial”, afirma Elaine.

Segundo dados do último Relatório Global do Estado da Economia Islâmica, antes da pandemia o Brasil era o maior exportador mundial de comida halal. Em 2019, o país exportou US$ 16,2 bilhões nesse tipo de produto, 12% a mais do que o segundo colocado, a Índia, que negociou US$ 4,4 bilhões.

Certificação
Segundo Elaine, o processo de certificação envolve inicialmente uma avaliação documental da empresa, na qual se verifica, por exemplo, os ingredientes e materiais usados na fabricação ou beneficiamento do produto e sua origem. “A gente precisa garantir que se aquela empresa usa uma queratina de origem animal, por exemplo, que ela tenha vindo de um animal abatido de acordo com o ritual islâmico”, conta.

A certificadora, então, envia um auditor com conhecimentos técnicos na área de atuação da empresa (que pode ser um veterinário, um engenheiro agrônomo entre outros) e autoridades religiosas para verificar se tudo é feito dentro dos preceitos do islamismo.

No caso do abate bovino, por exemplo, Elaine explica que é preciso que tudo seja feito de acordo com um ritual, que começa com a declamação das palavras Bismillah, Allahu Akbar (“em nome de Deus, Deus é o maior”) e termina com a drenagem do sangue do animal por três minutos.

A faca deve ser bem afiada para seccionar as principais artérias do pescoço em único corte e garantir a morte instantânea do animal. “É um requisito do abate halal que você minimize o sofrimento do animal”, diz Elaine.

O abate deve ser feito por um muçulmano, mas se não houver ninguém disponível, poderá ser executado por um judeu ou um cristão. Já o supervisor do abate precisa ser um seguidor do Islã.

Depois de aprovada, a empresa pode receber uma certificação para todos os lotes de seu produto, com validade de três anos, ou pode receber certificações por lotes. Cerca de 450 empresas brasileiras são certificadas apenas pela Fambras Halal.

Fábrica brasileira
Com produtos presentes no Oriente Médio desde a década de 1970, a indústria alimentícia brasileira BRF decidiu dar um passo adiante, em 2014, de olho no gigantesco mercado halal, ao instalar uma fábrica nos Emirados Árabes Unidos. Localizada na zona industrial de Abu Dhabi, capital do país, a planta processa principalmente produtos de frango e também hambúrguer bovino.

É a primeira indústria alimentícia brasileira a instalar uma fábrica no país e, se depender do governo dos Emirados Árabes, não será a última. No último domingo (3), a ministra de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da nação árabe, Mariam Almheiri, convidou empresas do Brasil a seguir o exemplo da BRF.

Segundo ela, seu país proporciona vantagens como a avançada infraestrutura de transportes e proximidade com o mercado consumidor árabe e asiático. Segundo o vice-presidente de Mercado Internacional da BRF, Patrício Rohner, o mercado halal (ou seja, produtos processados de acordo com as leis islâmicas) representa hoje 25% de todas as vendas da empresa e metade da comercialização no exterior.

Uma das marcas da BRF, a Sadia é uma das líderes em seu segmento nos Emirados Árabes. “Quando você vê um mercado como Kuwait, o Catar, os Emirados Árabes ou a Arábia Saudita, o reconhecimento da marca é maior do que no Brasil”, disse Rohner.

Produtos processados no Brasil
A decisão de montar uma fábrica nos Emirados Árabes, depois de anos exportando produtos processados no Brasil, surgiu ao perceber que os alimentos produzidos no país árabe poderiam estar mais próximos do paladar dos consumidores da região.

“Para desenvolver produtos para o sabor local, não tem nada melhor do que estar próximo ao consumidor. Quando você tenta encontrar os ingredientes que as pessoas se acostumaram a comer ou aprenderam a comer desde pequenas, é muito difícil fazer isso de fora”, explicou Rohner.

Os animais são criados e abatidos no Brasil, onde recebem certificação halal. Só depois, a carne é exportada para os Emirados Árabes, onde é processada (por exemplo, transformada em nuggets, hambúrgueres ou tenderizada e empacotada).

Fábrica da empresa brasileira BRF em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo Rohner, financeiramente é mais viável criar os animais no Brasil, porque o país tem a estrutura para atender ao mercado nacional e ao internacional, além de abundância de grãos (para alimentação dos rebanhos) e de água.

Além da fábrica em Abu Dhabi, a BRF opera outras três unidades processadoras de alimentos no Oriente Médio, uma na Arábia Saudita e duas na Turquia.

Há outras empresas alimentícias que ainda não têm fábrica nos Emirados Árabes, mas que já marcam presença ali, como a JBS, concorrente da BRF, que mantém um escritório comercial no país, e a Tropicool Açaí, rede varejista que oferece produtos da fruta amazônica. Ela tem lojas em Dubai.

Com isso, o instituto afirma que as pessoas seriam mais saudáveis, e o Brasil trabalharia para cumprir o sexto Objetivo do Desenvolvimento Sustentável, firmado pela ONU, de universalizar o acesso à água e aos serviços de esgotamento sanitário, além das metas do novo Marco Legal do Saneamento, Lei 14.026 de 2020 que estipula o prazo até 2033 para 99% da população ter acesso à água tratada e 90% à coleta dos esgotos.

Regiões
O estudo concluiu que as internações por doenças causadas pela falta de saneamento se distribuem pelo país, refletindo as condições sanitárias de cada região, e que a ausência dessa infraestrutura é mais evidente na Região Norte. Lá, apenas 12% da população tem coleta de esgotos e houve 42,3 mil internações por doenças de veiculação hídrica em 2019. De todo volume de esgoto gerado na região – incluindo aquele coletado e o que não é coletado – somente 22% são tratados.

Em seguida, vem o Nordeste, onde somente 28% da população tem coleta de esgotos e o tratamento chega só a 33% do volume total de esgoto gerado. A região teve o maior número de hospitalizações, um total de 113,7 mil.

O Sul foi a terceira pior região no que diz respeito ao saneamento, com 46,3% da população tendo acesso à coleta dos esgotos e 47% do esgoto gerado sendo tratado. No Centro-Oeste, 57,7% da população conta com coleta dos esgotos e há 56,8% de tratamento do volume de esgoto gerado. Essas duas regiões registram 27,7 mil internações cada.

Já o Sudeste apresentou os melhores indicadores, com 79,2% da população com coleta de esgotos, com 55,5% do total de esgoto gerado sendo tratado. Na região, houve 61,7 mil internações por doenças de veiculação hídrica.

Apesar de o Sudeste apresentar números de internação maiores que o Norte, ele tem sete vezes mais habitantes. Portanto, para uma comparação entre bases iguais, o estudo calculou a incidência de internações por 10 mil habitantes. Com isso, observou-se que os estados do Norte e Nordeste concentram os maiores problemas com relação a hospitalizações.

Levando em conta a taxa de incidência por 10 mil habitantes, são 22,9 internações no Norte; 19,9 no Nordeste; 17,2 no Centro-Oeste; 9,26 no Sul; e 6,99 no Sudeste.

As internações desse tipo, de crianças de zero a quatro anos, correspondem a 30% do valor total, com 81,9 mil internações em 2019, sendo 35,2 mil no Nordeste, 17,6 mil no Norte, 15,6 mil no Sudeste, 6,78 no Sul e 6,7 no Centro-Oeste. No mesmo ano, ocorreram 124 mortes de crianças nessa faixa etária, sendo 54 delas no Nordeste, seguido do Norte com 41, Sudeste com 14, Centro-Oeste com 12 e o Sul com apenas três.

Estados
Em números absolutos, o Amapá aparece como a unidade da Federação com menos internações por doenças de veiculação hídrica em 2019, com 861, contra 38,2 mil no Maranhão, que teve o maior número de internações. Ultrapassam a marca de 20 mil internações gerais por doenças de veiculação hídrica os estados de Bahia (23,3 mil), de Minas Gerais (24,7 mil), São Paulo (26 mil) e do Pará (28 mil).

Em relação à taxa de internações por 10 mil habitantes, o Maranhão se mantém como o estado com maiores casos, com 54,4 internados a cada 10 mil, seguido de Pará com 32,62, e Piauí com 29,64. O estado do Rio de Janeiro teve a menor taxa de internações por 10 mil habitantes, com 2,84, seguido por São Paulo com 5,67 e o Rio Grande do Sul com 7,14.

Série histórica
O estudo revelou que, de 2010 a 2019, o país registrou queda nas internações por doenças de veiculação hídrica, passando de 603,6 mil para 273,4 mil. No entanto, houve aumento de cerca de 30 mil internações de 2018 para 2019.

Segundo avaliação da entidade, os resultados mostram que, mesmo distante do ideal, a expansão do saneamento ao longo dos anos, com a ampliação das áreas de cobertura com água tratada e coleta de esgoto, trouxe ganhos à saúde, permitido a redução das doenças e das mortes por veiculação hídrica. Isso porque, em 2010, 54,6% da população não tinha coleta dos esgotos, enquanto nove anos depois, a população sem acesso foi reduzida a 45,9%.

No mesmo período, houve também queda no número de internações de crianças de zero a quatro anos, passando de 200,6 mil em 2010 e para 81,9 mil em 2019.

Dados na pandemia
Sobre a relação entre saneamento e doenças em 2020, o Trata Brasil informou que dados preliminares mostram que o país teve 174 mil internações por doenças de veiculação hídrica, o que representaria uma redução de 35% em relação a 2019. No entanto, a entidade explicou que os dados precisam ser analisados pelas instituições médicas, já que a queda pode estar relacionada ao afastamento das pessoas dos hospitais por medo de contaminação por covid-19.

As mortes por doenças de veiculação hídrica em 2020 foram estimadas em 1,9 mil, o que também representaria uma redução entre 30% e 35% na comparação com o ano anterior.

Um menino de 6 anos, chamado Mason Peoples, viralizou nas redes sociais após se recusar a tirar a máscara na hora da foto no colégio, nos Estados Unidos.

O fotógrafo chegou a pedir para que o garoto retirasse o ítem de proteção, mas foi logo repreendido. "Minha mamãe falou para eu ficar o tempo todo de máscara e só tirar na hora de comer, quando não tiver ninguém por perto", disse ele, que não quis ficar de rosto pelado nem por dois segundinhos. "Sempre ouço minha mãe", disse o rapaz obediente.

A atitude do rapazinho deixou sua mãe muito feliz. "Estou tão orgulhosa por ele ter cumprido sua palavra, mas eu deveria ter sido mais clara sobre as regras desse dia [da foto]", brincou.

O post feito pela mãe narrando a situação viralizou as redes sociais. Diversos internautas se mostraram dispostos a realizar doações para custear a faculdade de Mason futuramente.

A mãe abriu uma vaquinha online, que até este domingo (3) já contou com doações de 1.600 pessoas, que angariaram mais de 33 mil dólares (o equivalente a cerca de 180 mil reais).

"Ele está tão feliz de ver que ficaram orgulhosos de sua atitude", relatou a mãe.

Quando o Pix começou a funcionar, em novembro do ano passado, o estudante de fisioterapia Ângelo Melo, 28 anos, resistiu em aderir a novidade. Quando precisava fazer uma transferência bancária para um banco diferente do dele, o jovem pegava a fila e esperava para ser atendido na boca do caixa, até que um dia ele teve uma urgência. Hoje, ele tem três contas Pix e disse que o serviço é indispensável.

Mas é bom ficar atento porque o sistema terá mudanças. A primeira delas começa nesta segunda-feira (4), quando as transferências noturnas, entre 20h e 6h, não poderão exceder o limite de R$ 1 mil. A determinação é do Banco Central e foi pensada como uma estratégia de segurança para proteger os cerca de 106 milhões de usuários. Para alterar esse limite é preciso contatar o banco.

“É tanta facilidade que a gente cria um certo receio. Eu demorei alguns meses para aderir ao serviço, até que um dia esqueci de pagar uma conta. Estava em cima do prazo e eu estava sem tempo para ir ao banco, foi quando meu amigo, que já usava o serviço, mandou eu deixar de besteira e me convenceu a fazer o cadastro”, contou.

A partir de 16 novembro, as instituições financeiras poderão bloquear contas suspeitas de fraude por até 72 horas. Nesses casos será gerado um aviso para o usuário que receberia o dinheiro. Essas notificações vão permanecer no histórico do cliente e poderão ser usadas para análise de novas transações.

Para Ângelo a iniciativa é positiva, mas ele está cético quanto aos resultados. “Bandidos se reinventam. Bloqueando a conta dele, ele vai usar a chave de um amigo, de um parente, e continuar aplicando golpe. Se ele não vai poder sacar mais de R$ 1mil durante a noite, ele vai permanecer com a vítima por mais tempo até conseguir o que ele quer”, disse.

Até agosto, cerca de 310 milhões de chaves Pix haviam sido cadastradas. Segundo os dados do Banco Central, a maioria dos usuários tem optado pela chave aleatória, 104 milhões. Em seguida, aparece as chaves por CPF (88 milhões), por celular (69 milhões), por e-mail (45 milhões), e por CNPJ (5 milhões). O atendente Anderson Lima, 35, usa o serviço com frequência e contou que está mais tranquilo com as novas medidas.

“Uso Pix para tudo. Pago da conta de internet ao mercadinho aqui do bairro. Minha mãe faz artesanato e recebe muito pagamento por Pix. O serviço é prático, a gente pode transferir de onde estiver, em qualquer horário, e o dinheiro cai de imediato. Bom saber que estão trabalhando para deixar mais seguro”, disse.

Em maio, o CORREIO mostrou que o número de vítimas do chamado Golpe do Pix estava aumentando. Criminosos usam da tecnologia para enganar usuários e consegui informações como senhas, número de cartões e outros dados. Algumas vezes a invasão da conta acontece mesmo sem esses detalhes. Além disso, existem cada vez mais relatos de pessoas que foram obrigadas a transferir dinheiro durante assaltos ou sequestros.

Parte das ações que vão entrar em vigor já havia sido anunciada pelo Banco Central, em agosto, como resposta a esse aumento na criminalidade. Outro ponto importante de mudança está relacionado às empresas. O regulamento do Pix agora deixa claro que as instituições que ofertam o serviço, ou seja, os bancos, serão responsabilizados por fraudes decorrentes de falhas nos seus próprios mecanismos de gerenciamento de riscos.

Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) classificou o cronograma como desafiador, mas disse que as instituições estão se preparando para adotar as medidas. Em nota, afirmou que as empresas investem R$ 2,5 bilhões ao ano para aprimorar e tornar mais seguras as transações financeiras dos usuários.

“Atento e sensível aos recentes fatos envolvendo roubos de celulares e práticas de coação de pessoas, o setor tem prontamente implementado todas as regras determinadas pelo poder público para coibir tais práticas”, diz a nota. A Federação frisou que o limite pode ser ajustado pelos usuários através da internet banking e dos Apps de cada banco.

O Procon também foi procurado, mas não se manifestou.

Confira as novas mudanças do PIX:

Limite – A partir desta segunda-feira (4) transações pelo Pix entre pessoas físicas estarão limitadas a R$ 1 mil, das 20h às 6h. A medida inclui transferências intrabancárias, cartões de débito e liquidação de TEDs. Para alterar esse limite é preciso fazer a solicitação diretamente ao banco;
Bloqueio – A partir de 16 de novembro as instituições financeiras poderão bloquear transações suspeita de fraude por até 72 horas. Quando isso acontecer o usuário será informado imediatamente;
Aviso - A notificação de infração, hoje facultativa, passa a ser obrigatória, além de ser ampliada para transações em que pagador e recebedor possuem conta na mesma instituição e para transações rejeitadas por suspeita de fraude;
Compartilhamento – Quando houver suspeita de fraude a chave Pix, CPF/CNPJ do usuário e o número da conta podem ser marcados. Sempre que uma instituição consultar a chave essas informações serão compartilhadas;
Consulta – As informações contidas na chave Pix poderão ser usadas para análise de fraude dos participantes e também em processos que não estejam diretamente relacionados a esse serviço, como abertura de contas;
Rotina – As instituições financeiras terão que adotar mecanismos iguais aos implementados pelo BC e definirem procedimentos de identificação e de tratamento de casos em que ocorram excessivas consultas de chaves Pix, que não resultem em liquidação ou casos de chaves inválidas;
Responsabilidade - O regulamento do Pix agora deixa claro que as instituições que ofertam o serviço têm o dever de responsabilizar-se por fraudes decorrentes de falhas nos seus próprios mecanismos de gerenciamento de riscos;
Critério - Foi determinado que as instituições devem obrigatoriamente utilizar as informações vinculadas às chaves Pix como um dos fatores a serem considerados para fins de autorização e de rejeição de transações;
*Fonte: Banco Central.

Macaúbas, Uibaí, Iraquara, Lençóis, Barreiras, Riachão das Neves, Barra, Ibotirama, Formosa do Rio Preto e Aroeiras. Todos esses municípios enfrentam incêndios florestais e estão na rota da Operação Florestal Bahia 2021, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (Cbm).

Atualmente, o Programa Bahia Sem Fogo, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema), conta com a atuação de 148 bombeiros, oito aeronaves modelo Air Tractor e brigadistas voluntários, além de técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), que estão em campo com operações de fiscalização e educação ambiental.

De acordo com o governo do Estado, o ser humano é o principal responsável pelos incêndios, seja de maneira proposital ou acidental. Uma das maiores causadores de incêndio na Bahia são as limpezas de pastagem utilizando fogo. Queima de lixo e atitudes similares são outros fatores de destaque.

Major do Corpo de Bombeiros, Márcio Jansen também afirma que o período de seca, baixa umidade relativa do ar e os ventos muito fortes podem potencializar o poder do fogo, fazendo com que os incêndios ganhem proporções gigantescas.

Os brigadistas são fundamentais para ajudar no combate aos incêndios. Presidente da Brigada Voluntária de Lençóis (BVL) e brigadista desde 2009, Marcelo Penteado Cardoso afirmou que o foco de incêndio que mais preocupa no momento é nos Ferais do Vieira, localidade na Chapada Diamantina que fica no caminho para o Vale do Pati. A BVL tem cerca de 40 membros atuantes, mas só possui EPIs para 16 voluntários atuarem simultaneamente.

"Temos carência de EPIs e ferramentas de combate, além do clima muito quente que favorece a propagação dos incêndios. E a falta de fiscalização, investigação e impunidade deixam os piromaníacos à vontade. A BVL conta com brigadistas voluntários, que não ganham nada para defender a natureza. Nossa atuação se dá a partir do momento que localizamos algum foco em área que atuamos, e sempre mantemos contato com outras brigadas voluntárias e ICMBio para traçar a melhor estratégia de combate", afirmou.

Marcelo afirma que a Brigada atuou em mais incêndios neste ano. Houve um grande foco entre fevereiro e março, na região do Pai Inácio, Mucugezinho e Capitinga, antes dos dois grandes focos na área do Vale do Pati, que não é Lençóis, onde a equipe é radicada.

"Neste ano a seca está mais severa, muito calor. São criminosos [os incêndios]? Não podemos afirmar nada nesse sentido, pode ser acidental também. Só temos a certeza de que não são causas naturais", disse o brigadista.

Voluntário da Brigada de Resgate Ambientalista de Lençóis (Bral) há mais de 20 anos, Augusto Galinaris conta que a maioria dos brigadistas que conhece são guias de turismo, abnegados pela causa de proteger a natureza. Ele também atua no combate ao incêndio nos Gerais dos Vieiras.

No Oeste baiano, bombeiros e brigadistas lutam contra focos de incêndio na região de Barreiras. De acordo com o CBM, foram extintos os incêndios na localidade da cachoeira Acaba Vida e no povoado Vau Novo.

Em Serra Talhada os bombeiros estão realizando o combate direto e indireto, com a confecção de aceitos, numa linha de fogo de 2 quilômetros num terreno pedregoso. Tratores de moradores locais estão dando apoio no combate.

Coordenador da Unidade Regional do Inema em Barreiras, Saul Cavalcane afirma que o uso irregular do fogo nas áreas urbana e rural é um dos principais fatores que podem provocar os incêndios florestais e que, para evitar essas ocorrências, o Inema realiza um trabalho de fiscalização para identificar infratores.

“Essa é uma atividade que depende de prévia autorização a ser obtida pelo interessado junto ao órgão ambiental, mas, neste período crítico, está proibida nos municípios que registraram, nos últimos 10 anos, maiores incidências de incêndios florestais na Bahia”, afirmou o coordenador.

A qualquer sinal de incêndio, as pessoas devem ligar para o 193. As denúncias de queimadas ilegais e outros crimes ambientais podem ser feitas pelo telefone 0800 071 1400.

Criado em 2010 para tornar mais efetivas as ações de prevenção, combate e monitoramento a incêndios no estado, oferecendo infraestrutura e logística adequadas, o Bahia Sem Fogo é coordenado pela Sema, que integra e coordena o Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Bahia.

Veja a situação de municípios atingidos por incêndios florestais
Macaúbas - Os bombeiros vão acessar novos focos identificados através do monitoramento por drone. A área é íngreme, o que dificulta o acesso da guarnição.

Uibaí - Na região do Cânion e na região da Casa do Vaqueiro não há sinal de incêndio. Naárea próxima a Carreiro do Boi, foi realizado o combate direto e indireto de novos focos, com o apoio de aeronaves.

Iraquara - O combate acontece na região de água do carrapato, no povoado do Riacho do Mel. Na região do rio da Piroca os bombeiros também realizam o combate numa região de mata densa e bastante íngreme.

Lençóis - No povoado de Currais, os bombeiros conseguiram proteger casas e currais das chamas realizando combate direto e a confecção de aceiros.

Barreiras - O incêndio está extinto na localidade da cachoeira Acaba Vida. No povoado Vau Novo, o incêndio está extinto. Em Serra Talhada os bombeiros estão realizando o combate direto e indireto, com a confecção de aceitos, numa linha de fogo de 2 quilômetros num terreno pedregoso. Tratores de moradores locais estão dando apoio no combate.

Riachão das Neves - Na região de Cariparé foi realizado o combate de um novo foco. Em Barrinha as aeronaves realizaram sobrevôo para a identificação das áreas atingidas pelas chamas.

Barra - Na comunidade do Igarité o combate continua de forma direta e indireta. Os bombeiros estão realizando aceiros com o apoio de tratores cedidos pela prefeitura local.

Ibotirama - Na região do Cercado a guarnição impediu que o incêndio atingisse as residências próximas através do combate direto, no sábado (2). Neste domingo os bombeiros continuam realizando o combate na localidade.

Formosa do Rio Preto - No vilarejo Pavão foi realizado o monitoramento e não foram encontrados novo a focos. Os bombeiros também combateram o incêndio em vegetação no perímetro da cidade neste sábado (2).

Caracol-PI/Aroeiras-BA - Os bombeiros estão divididos duas equipes de trabalho. Uma está realizando o monitoramento em Baixãozinho e a outra está realizando o combate em Angico dos Dias.

Na Bahia, cerca de 70% da frota de carros não têm algum tipo de seguro. São 1,3 milhão de motoristas que estão expostos a passar por algum problema no veículo e ter que arcar com o prejuízo. O levantamento foi feito com dados do Sindicato das Seguradoras nos estados da Bahia, de Sergipe e de Tocantins (Sindseg BA/SE/TO) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Essa última até estabeleceu novas regras para o setor, com o objetivo de tentar baratear e ampliar o acesso do seguro.

É que o valor dos seguros é apontado como um dos motivos que afastam os motoristas do serviço. O preço médio do seguro dos dez veículos mais vendidos em agosto, de acordo com levantamento realizado pela corretora Minuto Seguros, foi de R$ 3.040 para homens e R$ 2.725 para mulheres. O conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA) e educador financeiro, Edval Landulfo, diz que, com esse valor, muitos não conseguem encaixar o seguro dentro do orçamento familiar.

"Só que um planejamento financeiro não pode ter apenas alimentação e despesas básicas. Tem que considerar impostos, eventualidades e um bom seguro”, diz. Ainda para o especialista, existem fatores que elevam o preço do seguro, como aumento constante da violência, falta de investimento no transporte público e falta de educação no trânsito.

“Os especialistas usam toda uma estatística para saber os riscos de determinados modelos, em determinados locais. O preço não é um achismo. Até o perfil do cliente é estudado: um homem jovem solteiro tem seguro mais caro do que uma mulher, por exemplo. Para reduzir os preços, é preciso políticas públicas para diminuir a violência, influenciar o uso do transporte público, para que o carro não seja uma prioridade, e aumentar a educação no trânsito para reduzir os acidentes”, defende.

Seguro evita dor de cabeça nos momentos de mais dificuldade
Quem teve problemas com um carro sem seguro sabe bem a dor de cabeça que tem de enfrentar. Os sogros do corretor de imóveis Orlando Dias tiveram o carro assaltado no início de setembro, enquanto eles foram abastecer num posto de combustível na região do Vale do Ogunjá, em Salvador. O veículo, um Fiat Siena 2010, não tinha seguro. “Fazia um mês que o contrato tinha encerrado e eles estavam no período para renovação”, lembra.

O casal ainda perdeu anel, telefone celular e pertences pessoais. Eles registraram o assalto na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos, mas o veículo ainda não foi encontrado. Por enquanto, fica o trauma do que foi vivido e o prejuízo avaliado em R$ 20 mil. “Eles estão com dificuldade para sair de casa. Uma vez tiveram que sair de transporte público e não finalizaram a viagem por medo de assalto no ônibus. A violência traumatiza muito”, lamenta o genro.

A administradora Bruna Cunha, 32 anos, também viveu situação semelhante. No dia 17 de janeiro de 2021, quando saía da casa de uma amiga, em Mussurunga, ela teve seu carro assaltado, um Uno Vivace usado. “Era do meu pai e, desde que passou para minha mão, parou de ter seguro. Eu achava que ele não era visado por ser usado. Pensei que fosse tranquilo”, lamenta.

Hoje Bruna já tem outro carro e, dessa vez, com seguro. “Tenho bloqueador e tudo que é possível para aumentar minha sensação de segurança. Também evito sair à noite e, quando saio, é com o alerta no máximo, pois ficou o trauma e está demorando para passar”, disse. Contando com o notebook, óculos e outros pertences que tinham no veículo, Bruna estima que o prejuízo foi de R$ 20 mil.

Já o professor Mauro Borges, 46 anos, teve um golpe de azar e sorte em pouco espaço de tempo. Em dezembro de 2020, ele comprou um Chevrolet Cobalt 2013 e colocou imediatamente no seguro.

“No entanto, em janeiro, eu instalei o kit gás no carro e, ao comunicar a seguradora, tive a apólice cancelada e todo o dinheiro devolvido. Na mesma semana em que isso aconteceu, o carro foi roubado em Lauro de Freitas”, lembra.

O prejuízo do rapaz seria de R$ 32 mil caso o veículo não fosse encontrado, duas semanas depois, em Mussurunga. “Eu já estava pesquisando um novo carro e tinha dado aquele como perdido. Eles abandonaram o veículo e não tiraram nada, só pertences como mochila, celular e carteira. O carro não tinha um arranhão”, conta o professor, que diz ter aprendido a lição de não tirar mais o carro da garagem quando ele está sem seguro. “Já coloquei novamente e estou com tudo regularizado”, garante.

Novas regras querem que seguro alcance os que insistem em não utilizar
Mesmo com esses exemplos, tem quem não se incomode em andar de carro sem seguro. Larissa (nome alterado a pedido do entrevistado) vive no interior, na cidade de Ribeira do Pombal, nordeste da Bahia, e não optou pelo item. “Quando eu morava em Salvador e era motorista de aplicativo, tinha seguro, mas quando vim para o interior e troquei de carro, senti dificuldade com as seguradoras para fazer um bom contrato. O valor é muito alto para um veículo que não vale tanto. Eu também o deixo mais na garagem e uso mais a moto por causa do preço da gasolina. Não vale a pena pagar seguro nesse caso”, argumenta.

Os especialistas do setor não pensam como a jovem. Como educador financeiro, Edval Landulfo conhece bem o perfil dos brasileiros quando o assunto é seguro. “Não só os de automóveis, mas quanto ao seguro de vida e residencial, é uma característica do brasileiro, em geral, ter receio de adquirir, pois convencionou-se de que isso é um agouro”, explica. É como se as pessoas pensassem que, só por contratar um seguro, estaria atraindo alguma fatalidade. Juntando isso ao preço caro da apólice, não há estímulo para a compra.

O conjunto de novas regras e modalidades estabelecidas pela Susep, em setembro, quer diminuir esse problema. Agora está permitido, por exemplo, mais flexibilização das apólices de seguro, de modo que os serviços oferecidos sejam cada vez mais personalizados às necessidades do motorista. É possível, por exemplo, que os corretores negociem seguros que cobrem parcialmente o automóvel e não ele todo. Além disso, o cliente pode apontar os riscos que mais corre e deseja contratar: furto, roubo, colisão, incêndio, etc. e não mais adquirir na forma de pacote.

“Isso vai ser saudável para as associadas ampliarem a competitividade e trazerem ao mercado mais produtos personalizados. Para os 30% que já contratam uma apólice, não vai mudar muito, a não ser que seja uma condição muito específica. O benefício da normativa é permitir que a gente alcance um novo público, os 70% que não têm acesso ao seguro por causa do valor”, explica Alexandro Barbosa, presidente do SindSeg BA/SE/TO.

A superintendente da Susep, Solange Vieira, tem a mesma linha de pensamento. “Temos trabalhado para que o seguro seja cada vez mais uma opção para que o cidadão possa se proteger e proteger seu patrimônio. As mudanças no seguro auto propiciarão muitas oportunidades para o mercado e, principalmente, para novos consumidores de seguro. Trata-se de oferecer mais acesso e possibilidade de escolhas”, afirma.

Entre as mudanças implementadas pela autarquia está também a possibilidade do seguro ser contratado sem a identificação exata do veículo. Esta medida deve aumentar o acesso a motoristas de aplicativos e condutores que adotam o compartilhamento de automóveis, utilizam carros por assinatura ou alugados. Além disso, será possível a contratação de coberturas de responsabilidade civil facultativa, assistência e acidentes pessoais de passageiros vinculados ao condutor, independente de quem seja o proprietário do veículo.

Corretores não gostaram das novidades
Para a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), ao contrário do que argumenta a Susep, as mudanças não trarão necessariamente uma redução dos preços médios do seguro de veículos. “Na prática, o que a autarquia classifica como redução de preço, dependendo das condições contratuais e dos novos produtos oferecidos pelas seguradoras, na verdade, será apenas uma consequência da contratação de um volume menor de coberturas, o que deixará o consumidor exposto ao risco e não adequadamente protegido”, denuncia.

Nesse contexto, pode haver situações em que o cliente tenha prejuízos ou perdas expressivas, que impactarão negativamente na reparação do seu patrimônio, segundo a Fenacor. “A recomendação é para o corretor analisar cuidadosamente qual a melhor opção para cada cliente. Ele deve alertar para os diversos riscos a que estarão expostos seus clientes”, pede.

O corretor Marcelo Borges, dono da Apoio Bahia Corretagem de Seguros, localizada em Feira de Santana, concorda com a Fenacor. “As regras propõem coberturas que as pessoas não têm interesse. Como eu vou aconselhar meu cliente a ter um produto de menos qualidade só por causa do preço?”, questiona. Ele acredita que o cenário só torna a figura do corretor de seguros cada vez mais importante.

“É esse profissional que vai fazer uma consultoria e alertar os clientes a não caírem em ofertas que podem dar mais dor de cabeça”, argumenta. A Fenacor também pensa assim.

“Esse novo marco aumenta consideravelmente a responsabilidade do Corretor de Seguros e, ao mesmo tempo, fortalece a imagem desse profissional no processo de contratação de uma proteção para o seu patrimônio, sendo devidamente orientado a optar por aquelas coberturas que, de fato, atendem suas reais necessidades”, disse.

O corretor Ariedson Cordeiro de Oliveira, dono da Caraíba Corretora de Seguros, localizada em Serrinha, disse ainda estar avaliando as novas regras. “Só depois dessa análise que vou implementar ou não alguma mudança. Mas, no geral, estou ouvindo os colegas criticarem bastante as mudanças”, relata.

Setor de seguros deve acelerar crescimento
Em 2019, a superintendência calculou que o total de veículos segurados na Bahia era de 566.455, o que representa 30% dos 1,9 milhão de automóveis no estado naquela época, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual de carros com seguro no estado é o mesmo do nacional, de acordo com o Sindseg BA/SE/TO.

Por causa da pandemia, não há dados de números de apólices válidas em 2020, mas outros dados da Susep informados pelo sindicato mostram que, no primeiro semestre de 2020, as empresas baianas do setor arrecadaram R$ 507,16 milhões, o que representa uma queda de 13,1% em comparação com o mesmo período de 2019.

Em 2021, o setor começou a se recuperar dos efeitos da pandemia e arrecadou R$ 542,63 milhões, uma alta de 6,9%. A nível nacional, foram arrecadados R$ 17,43 bilhões no primeiro semestre do ano, 6,8% a mais do que o mesmo período de 2020. Para Barbosa, os números são um reflexo de que as pessoas já estão contratando mais o serviço.

“Com a pandemia, teve uma queda na procura por seguro, mas já retomamos o crescimento. O aumento é real, mas não é ainda um reflexo da nova norma, que só começou a operar em setembro. Vamos crescer mais ainda o faturamento com essas regras”, projeta.

A Susep também prevê desenvolvimento do setor. “Esperamos um crescimento significativo do mercado nos próximos anos, com ampliação de cobertura, inclusão e, principalmente, inovação. E, a partir de agora, as bases para um ambiente favorável à competição e novos negócios, com menos restrições regulatórias, estão lançadas”, afirma o diretor da Susep, Rafael Scherre.

Esse crescimento não vai ser imediato, pois o setor tem um período de adaptação que precisa ser respeitado. "Nós já estamos no período de adaptação. As regras estão flexibilizadas, mas as seguradoras não são obrigadas a oferecer produtos mais acessíveis imediatamente. Acredito que, aos poucos, veremos elas oferecem produtos mais populares, simples e com menos cobertura”, explica Alexandro Barbosa.

Começa nesta sexta-feira (1º) a Campanha Nacional de Multivacinação, que disponibilizará, em 45 mil postos em todas as 27 unidades federativas e seus respectivos municípios, 18 tipos de vacinas que protegem crianças e adolescentes de doenças como poliomielite, sarampo, catapora e caxumba.

A campanha foi lançada oficialmente ontem (30) pelo Ministério da Saúde e vai durar até o dia 29 de outubro. O público-alvo é formado de crianças e adolescentes até 15 anos.

Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) oferte imunizantes contra todas essas enfermidades, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, alertou para a queda da cobertura vacinal nos últimos anos. “Percebemos que desde 2015 a cobertura vacinal no Brasil vem diminuindo - reflexo do próprio processo pandêmico nos últimos dois anos. Precisamos melhorar esta cobertura. Ampliar a cobertura vacinal e proteger a população é uma prioridade do governo federal. Manter a vacinação em dia é também um dever dos pais e responsáveis. Leve seu filho, sua criança e adolescente”, pediu o secretário.

O Brasil, que registrava índices de vacinação acima de 90% por décadas, viu esse patamar se reduzir nos últimos anos, baixando para cerca de 60% de cobertura vacinal, levando preocupação às autoridades sanitárias. Doenças que eram consideradas erradicadas no país, como sarampo, por exemplo, voltaram a registrar casos, o que tirou do Brasil a condição de país livre do sarampo pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em parte, a baixa cobertura, segundo autoridades do Ministério da Saúde, é explicado pela disseminação de notícias falsas (fake news) e pela atuação de grupos antivacinas.

Entre as vacinas que estarão disponíveis nos postos durante campanha estão: BCG, Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba), Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).

Estarão disponíveis para atualização da caderneta de adolescentes as vacinas HPV, dT (dupla adulto), Febre amarela, Tríplice viral, Hepatite B, dTpa e Meningocócica ACWY (conjugada).

A Procuradoria Geral da República (PGR) citou nominalmente o presidente Jair Bolsonaro dentro do inquérito que investiga os atos antidemocráticos do último dia 7 de setembro. A PGR indica que as manifestações aconteceram após uma convocação do presidente, segundo reportagem do jornal O Globo.

A citação está em um documento sigiloso enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 4 de setembro. O procedimento ainda não deixa claro, entretanto, se o presidente é investigado neste caso. Também não m descreve quais seriam os eventuais crimes cometidos por ele em função de seu vínculo com os atos.

O órgão também tenta rastrear a participação de ministros do governo na organização desses atos. Para a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, responsável pelo caso, a convocação para ataques às instituições democráticas teve início no dia 15 de agosto, quando Bolsonaro teria divulgado uma mensagem para seus contatos no WhatsApp defendendo a organização de um “contragolpe” às manifestações contrárias à sua gestão.

O documento cita uma entrevista do presidente. “A princípio, a organização da realização de prováveis atos de ataque à democracia e às instituições iniciou-se com entrevista do presidente da República informando que haveria ‘contragolpe’ aos atos entendidos como contrários à sua gestão, em 15 de agosto do presente ano”, escreveu Lindôra.