O Jornal da Cidade

O Jornal da Cidade

Com a pandemia, nos últimos dois anos, 29 mil alunos se matricularam em escolas administradas pela prefeitura. A Secretaria Estadual de Educação (SEC) foi questionada através da sua assessoria sobre o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta edição, às 23h de ontem.

Thales Fernando, 13 anos, sente que não consegue aprender da mesma maneira que antes. A escola é diferente, diz. Tem muito mais colegas na sala de aula. Estas são as principais impressões de um aluno no 8º ano do ensino fundamental que teve o primeiro contato com a rede pública estadual de ensino.

A mãe dele, Tereza Batista, 38, conta que tem feito de tudo para auxiliar o filho no processo de adaptação e diz que conta com a boa vontade da direção da unidade escolar, “são todos sempre solícitos”. A maior preocupação, acrescenta, é a falta de professores em algumas disciplinas, por conta dos períodos de licença dos profissionais.

Foi a questão financeira que motivou a migração do filho para a rede pública, conta Tereza. E a família dela está longe de estar sozinha neste cenário. Um exemplo do que aconteceu nos últimos dois anos pode ser percebido pelo movimento registrado na rede municipal de Salvador nesse período. Até 2020, o número de novos alunos que solicitavam ingresso no ensino fundamental da rede municipal variava entre 500 e 1 mil por ano.

“Minhas notas estão mais baixas, minha mãe está tentando me ensinar para tentar compensar”, conta Thales. Apesar das preocupações do filho, Tereza avalia que ainda é cedo para tirar conclusões a respeito do processo de aprendizagem dele. “Eu acho que ainda é cedo porque tem pouco tempo no colégio e já tem uma deficiência por conta dos dois anos em casa. Acho que esta questão vai impactar tanto as escolas públicas quanto particulares”, diz.

O fato é que até a chegada da pandemia havia diferenças nos desempenhos do ensino fundamental 2 nas redes municipal e estadual em Salvador. Enquanto a rede estadual registrou uma média de 3,5 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), quando a meta era de 4,5, a rede municipal de Salvador alcançou 4,3 pontos de média, acima da meta estabelecida, que era de 4,2.

No decorrer dos últimos anos, o indicador que mede a qualidade do ensino na capital vem crescendo e aparecendo acima da meta apresentada pelo Ministério da Educação. O índice estadual, apesar de ter aumentado, aparece abaixo da meta proposta.

Aprendizado
Não existe uma fórmula mágica para promover o aprendizado do aluno, mas algumas ações são consagradas como eficazes no auxílio a este processo, destaca o secretário municipal de Educação, Marcelo Oliveira. Entre as medidas adotadas pela Prefeitura de Salvador para melhorar o Ideb , ele destaca a necessidade de que a rede de ensino tenha uma matriz curricular, que funcione como referência para o que será ensinado.

Ele explica que a Base Nacional Curricular oferece uma referência, mas este conteúdo precisa ser adequado a cada rede. “Os professores precisam saber o que devem ensinar aos alunos, ajustando isso às realidades regionais”, defende. Outro aspecto igualmente importante, relacionado ao primeiro, é a formação dos professores, além de fornecer apoio aos profissionais. E, por fim, Marcelo Oliveira ressalta a necessidade de avaliação do processo de aprendizado. “A partir de uma avaliação podemos constatar se o aluno está aprendendo, se o profissional da educação está bem preparado e se a escola está no caminho certo”, explica.

“Um ponto muito importante é que nós temos materiais didáticos que vão além do que é fornecido pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Temos um produto desenvolvido dentro da rede municipal de Salvador, que é de excelente qualidade”, destaca.

Marcelo Oliveira acrescenta ainda que Salvador tem trabalhado cada vez mais para aproximar as famílias dos alunos e as escolas. “Ainda que a escola ofereça um suporte que vai do livro didático, ao fardamento e passa por alimentação, a formação demanda um esforço da família no acompanhamento. Nós entendemos que não é possível fazer isso sozinhos”, aponta.

A demanda por vagas na rede municipal de ensino em Salvador cresceu de maneira exponencial durante a pandemia, conta o secretário municipal de Educação, Marcelo Oliveira. “Até 2020, entre 500 e 1 mil novos alunos ingressavam em nossa rede. Mas nestes dois últimos anos, 29 mil alunos procuraram as escolas do município e todos foram acolhidos”, destaca. “Nós sabemos que a imensa maioria destes estudantes vieram das escolas privadas, que fecharam as portas porque muitos pais perderam renda, enquanto outros não viram cabimento em pagar mensalidade numa escola privada com os filhos em casa”, analisa.

Segundo o secretário, Salvador propôs no ano passado um processo gradual de municipalização das escolas dos anos finais do ensino fundamental que estão sob a gestão do estado. “É um processo complexo, nós sugerimos fazer isso em etapas, já tínhamos um acordo para agregar à nossa rede 18 escolas e 10 mil alunos do ensino fundamental 2, que passariam para nossa rede”, conta. Segundo Marcelo Oliveira, o projeto foi paralisado após a mudança de comando na Secretaria Estadual de Educação. “É algo que continua em nossa pauta, queremos atender a toda a população de estudantes do 1º ao 9º ano porque entendemos que podemos oferecer um ensino qualificado para este público, como já atendemos a totalidade dos alunos entre 2 e 5 anos”, acredita.

“Nós temos maior capacidade de promover uma educação eficaz para estas crianças, o aprendizado efetivo. É algo que eu imagino que deveria ser do interesse do estado, para que possa se dedicar ao ensino médio”, avalia Oliveira.

O governo estadual assumiu parte do ensino fundamental em Salvador há muitos anos, conta o secretário municipal de educação de Salvador. Segundo ele, isso aconteceu porque antigas gestões municipais indicavam não ter condições de gerir o sistema adequadamente. Isso mudou há pouco mais de 10 anos, assegura.

“De 2012 para cá, nos tornamos a capital que mais avançou no ensino infantil, conquistando a universalidade do acesso das nossas crianças nesta faixa, dos 2 aos 5 anos, atendendo plenamente”, conta.

O secretário municipal de educação de Salvador, Marcelo Oliveira, explica que a Rede Municipal de Salvador, é mais robusta que a das outras cidades baianas e que, por isso, a falta de articulação por parte da rede estadual não causa grandes dificuldades. “Temos um sistema de trabalho sólido, com um quadro de funcionários bem preparados, qualificados, e tem um planejamento autônomo, no sentido de termos nossos projetos e planos”, destaca.

“A carência de uma articulação conosco é pouco evidente. Mas é claro que municípios menores e com poucos recursos, como muitos que a Bahia tem, sentem muita falta desse apoio para oferecer um melhor serviço aos seus alunos, principalmente na alfabetização, que é o momento mais importante da formação de qualquer indivíduo”, pondera. “Salvador hoje tem um projeto voltado para a conquista da alfabetização plena dos nossos alunos aos 6 anos, o que significa que a criança deve terminar o primeiro ano do ensino fundamental sabendo ler e escrever”, diz.

No primeiro momento, a meta do município é de alcançar 80% de alunos aos 6 anos e trabalhar com os 20% restantes, que tiverem mais dificuldades, no decorrer do ano seguinte. “O processo de alfabetização é algo que tem dominado a nossa atenção porque entendemos que é muito melhor investir numa base melhor no início do processo, do que ter que corrigir depois”, aponta.

Contexto desafiador
“O contexto educacional da Bahia é muito desafiador, está entre os piores ensinos médios do país e no ensino fundamental possui números bem preocupantes”, avalia Ivan Gontijo coordenador de políticas educacionais do movimento Todos pela Educação.

Ele rechaça a situação socioeconômica como principal explicação para os problemas enfrentados pela educação estadual e lembra que estados nordestinos e que têm contextos semelhantes aos da Bahia conseguem desempenhos melhores. Entre os grandes desafios que a Bahia precisa superar na área, ele destaca a questão da alfabetização de crianças. Não apenas no que diz respeito ao alcance, mas sobretudo em relação à qualidade do processo.

Segundo ele, provas de proficiência realizadas com estudantes do 2º ano do ensino fundamental, quando se espera que a criança já esteja alfabetizada, mostram que o nível de domínio da língua portuguesa no estado atinge um indicador de 738, abaixo da média nacional, de 750 pontos. “Em matemática, o cenário é ainda pior. A média do Brasil também é 750 e o resultado da Bahia é de 737, colocando o estado em 18º lugar”, diz.

“A gente compreende que o nível socioeconômico dos estudantes tem uma influência, ninguém fecha os olhos para isso. Estados mais pobres tendem a ter um número de analfabetos maior, mas isso não define tudo. O Ceará é o estado que tem a melhor pontuação nestes testes de proficiência”, compara.

A diferença, complementa, é que o governo cearense criou um programa para apoiar os municípios no processo de alfabetização. Outros estados do Nordeste destacados como exemplos por ele são Alagoas e Pernambuco.

Ivan Gontijo fala sobre a importância de uma articulação entre os diversos entes federativos em prol de melhorias do sistema educacional. O que se vê hoje, completa, é cada um preocupado com a sua própria rede. “O que a gente percebe é que olhar apenas para a própria rede não funciona. O governo estadual precisa ter um olhar para o território, não para a rede. Até porque o aluno que está na rede municipal, no ensino fundamental, vai ingressar na rede estadual para fazer o ensino médio. Se não for bem alfabetizado, vai carregando estas dificuldades ao longo de toda sua trajetória”, diz.

“A Bahia tem muitos municípios pequenos, não adianta imaginar que estas prefeituras menores vão conseguir dar conta da formação de professores, de fornecer materiais incríveis para a alfabetização porque faltam recursos e uma estrutura mais robusta”, avisa. “O governo estadual precisa assumir o compromisso de liderar este processo”, indica.

Com base na experiência cearense, ele conta que o estado pode assumir a formação dos professores, da produção do material didático, além de criar políticas próprias para estimular o desenvolvimento das redes municipais. Cita como exemplo o ICMS Educação, criado no Ceará e hoje implantado no Acre, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Piauí. A ideia do “imposto da educação” é direcionar parte da arrecadação destinada aos municípios para aqueles que conseguirem melhorar os desempenhos educacionais. Quem se sai melhor, recebe cotas adicionais de tributos como o ICMS, por exemplo.

Ivan Gontijo explica que as transformações nas políticas educacionais costumam levar tempo para serem percebidas, mas acredita que os últimos 15 anos de seguidas administrações petistas poderiam ter rendido uma mudança significativa no cenário aqui na Bahia. “Às vezes a gente pensa que os resultados são muito a longo prazo, mas os dados mostram que é possível obter resultados com duas ou três gestões fazendo um bom trabalho de maneira contínua”, diz.

“A Bahia vem de um período de continuidade política, indo para 16 anos com um mesmo grupo. O problema é que não conseguiu estruturar um sistema robusto nem de educação, nem de apoio aos municípios na alfabetização. É um cenário muito desafiador”, avalia. “Hoje, a Bahia está muito atrás”.

Sem uma boa política, sem um projeto para a área, nem mesmo a destinação de grandes volumes de recursos podem resolver os problemas, acredita. “Não adianta colocar o Maicon Phelps numa piscina que não tem água e também não adianta me colocar numa piscina cheia de água. É preciso ter financiamento e gestão ao longo do tempo”, acredita.

Citando ainda o Ceará como exemplo, ele aponta que o estado tem um dos menores investimentos por aluno e ainda assim consegue bons resultados. “Dinheiro é importante, mas não dá para achar que é só colocar dinheiro e tudo se resolve”, aponta.

No mais recente diagnóstico da Educação produzido pelo Instituto Airton Senna, em 2019, a Bahia aparece como o 5º estado brasileiro com pior média de escolaridade entre a população ocupada. Por aqui, o trabalhador estuda pouco mais de 7 anos antes de ingressar no mercado de trabalho. No Distrito Federal, unidade da federação com o melhor desempenho, a média sobe para quase 10,5 anos.

Como consequência, o estado tem a quarta pior média de produtividade por trabalhador, indica o mesmo estudo, à frente apenas do Pará, Maranhão e Piauí. A análise de Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor da Cátedra Instituto Ayrton Senna no Insper, no estudo, é que estas condições fazem da Bahia um estado "importador" de mão de obra qualificada. Segundo o estudo, 20% dos trabalhadores que emigraram para o estado têm nível superior.

Em relação a matrículas de crianças na pré-escola, o estado se posiciona como o 6º melhor do país. O mesmo cenário se repete entre as crianças entre 4 e 5 anos. Quando a análise passa para a faixa etária entre 15 e 17 anos, o desempenho cai para o nível mediano, com o estado caindo para a 16ª colocação.

No que diz respeito à qualidade do ensino, o Instituto Airton Senna indica que menos de 30% dos estudantes baianos apresentam um nível suficiente de proficiência em leitura e em escrita, colocando o estado como o 6º pior do país. O mesmo resultado se repete em relação ao ensino de matemática. Ao concluir o ensino fundamental, os alunos baianos aprendem apenas 45% do que deveriam em matemática e 58% em português, aponta o estudo.

O desempenho ruim se repete no ensino médio, quando o estado aparece como o 3º pior no ensino de matemática e o 2º pior em língua portuguesa. Pelos dados do Ideb, a Bahia possui o pior ensino médio do Brasil.

A Bahia é o terceiro estado com o menor nível de estadualização dos anos iniciais do ensino fundamental, à frente apenas do Pará e do Rio de Janeiro. Nos anos finais do ensino fundamental, o estado aparece com o quarto menor índice, responsável por pouco mais de 20% da rede.

Sistema Nacional de Educação avança no Congresso
As discussões para a criação do Sistema Nacional de Educação estão avançando no Congresso Nacional. No último mês de maio, o Projeto de Lei Complementar (PLP 235/2019), que cria o SNE, foi aprovado no Senado Federal. A proposta está agora em análise na Câmara dos Deputados.

O sistema deve possibilitar a integração de políticas e ações educacionais da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Entre os objetivos estão a universalização do acesso à educação básica de qualidade, garantia de infraestrutura adequada para as escolas públicas e o cumprimento do piso salarial profissional nacional para o magistério público da educação básica.

Modelo semelhante já é encontrado em outras áreas, como no Sistema Único de Saúde, o SUS, e o Sistema Único de Assistência Social, o SUAS.

Pelo texto, a ideia é universalizar o acesso à educação básica e garantir padrão de qualidade; erradicar o analfabetismo; assegurar as oportunidades educacionais; articular níveis, etapas e modalidades de ensino; cumprir planos de educação nos entes federativos; e valorizar os profissionais da educação, entre outras ações.

Como princípios e diretrizes do SNE, são mencionadas a igualdade de condições para acesso e permanência na escola, na alocação de recursos e na definição de iniciativas; a articulação entre escola, trabalho e prática social; e ações inclusivas para alunos e populações de comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas.

Estados, Distrito Federal e municípios terão até dois anos para aprovar legislação específica para criação dos respectivos sistemas estaduais, distrital e municipais de educação. O Ministério da Educação deverá prestar assistência a todos.

“O Sistema Nacional de Educação poderá representar um estímulo ao princípio da colaboração entre governos na adoção de políticas educacionais”, afirmou o autor da proposta, senador Flávio Arns (Podemos-PR), ao defender as mudanças.

Saiba mais:
O que é?
O “sistema dos sistemas”, ou ainda o “SUS da educação”, em uma analogia com o Sistema Único de Saúde. A ideia é favorecer a cooperação das redes de educação por meio de ações da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios coordenadas por comissões intergestores nos âmbitos nacional e subnacional

Por quê?
O SNE foi previsto no atual Plano Nacional de Educação e, pela legislação, deveria ter sido implantado em 2016. Atualmente, não há um sistema nacional que coordene e distribua as responsabilidades pela Educação brasileira, mas isso não significa que sua criação não seja debatida. Na Constituição Federal de 1988, por exemplo, há a previsão de uma lei complementar para garantir o estabelecimento desse sistema.

Quais os principais pontos?
Pelo texto do Senado, universalizar o acesso à educação básica e garantir padrão de qualidade; erradicar o analfabetismo; assegurar oportunidades educacionais; articular níveis, etapas e modalidades de ensino; cumprir planos de educação nos entes federativos; e valorizar os profissionais da educação, entre outras ações

E os próximos passos?
O PLP 235/19, do Senado, será analisado pelas comissões da Câmara, e não há data para ser votado pelo Plenário. Se virar lei, os estados, o Distrito Federal e os municípios ainda terão até dois anos para aprovar normas específicas locais, e o Ministério da Educação deverá prestar assistência a todos nessa tarefa

Numa realidade de desemprego e poucas oportunidades, a realização dos concursos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) abrem oportunidades para quem deseja ingressar num cargo público. No total, serão 768 vagas, para diversos níveis de escolaridade e remuneração que pode chegar até R$ 6.060,00.

No caso do Ibama, a seleção atenderá ao critério de simplificada emergencial e contratará novos funcionários temporários que ocupem as posições de Brigadista, Chefe de Esquadrão, Chefe de Brigada, Supervisor de Brigadas Estadual e Supervisor de Brigadas Federal para atuar no Prevfogo. Os salários variam de R$ 1.212,00 a R$ 6.060,00, com escolaridade do fundamental ao superior e faixa etária de 18 a 59 anos.

Os aprovados receberão ainda auxílio-alimentação, auxílio pré-escolar (quando couber), auxílio-transporte (quando couber) e seguro acidente e terão um vínculo de seis meses, podendo ser lotados em cidades e/ou localidades de estados como: Acre, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rondônia e Rio de Janeiro. Clique aqui para acessar o edital.

De acordo com o professor do curso preparatório Impacto, Marcus Vinicius Mendes, o Marcão, a banca organizadora do certame do Ibama é a Cebraspe, conhecida por ser extremamente rigorosa. “O critério dela é: um erro elimina um acerto, então, o candidato tem que ter certeza nas respostas para não perder pontos nas questões certas”, orienta.

O professor, no entanto, salienta que apesar do critério rigoroso, as provas são bem objetivas nas perguntas e não possuem como características a presença de pegadinhas.

Médio e superior
A seleção para a Adab preencherá 184 vagas para profissionais de níveis médio e superior, com oportunidades reservadas para pessoas com deficiência (PcD) e para candidatos negros. Os aprovados também terão contratos temporários por um período de até 36 meses, com possibilidade de renovação por igual período, apenas uma vez. O concurso ficará válido por um ano a partir da data da publicação da homologação, havendo a possibilidade de prorrogação por igual período.

Para os candidatos com nível médio, serão disponibilizadas 80 vagas destinadas à função de Auxiliar de Fiscalização. Já para nível superior, serão 83 vagas para a função de Médico Veterinário e 21 vagas para Engenheiro Agrônomo.

Aos profissionais de nível superior, será exigida a comprovação de graduação na área e o registro no respectivo conselho profissional. As inscrições poderão ser feitas entre os dias 30 de maio e 03 de junho de 2022 no site: http://selecao.ba.gov.br/

A atuação será uma jornada de 40 horas semanais, com remuneração de R$ 2.460,45 para a função de nível médio e de R$ 2.996,90 para as funções de nível superior. Também será concedido auxílio-transporte e auxílio-alimentação no valor de R$ 12,00 por dia útil trabalhado.

Provas
O professor Marcão destaca que a banca aplicará uma prova objetiva, de múltipla escolha, em português, matemática e conhecimentos específicos. “Vale salientar que este concurso é de regime especial, no qual os aprovados serão contratados no período de 36 meses, podendo ser renovado por igual período”, reforça.

Independente da seleção escolhida, a dica do professor é que os candidatos estudem o quanto antes, possibilitando o contato com todo o conteúdo programático antes das provas. “A melhor forma é seguindo a ordem do edital; assim haverá um estudo de forma mais organizada e eficiente”, ensina.

O professor Marcão sugere que os candidatos não percam tempo e comecem a estudar seguindo a ordem do edital para ter contato com todo o conteúdo (Foto: Arquivo pessoal)

Para o professor, também é importante se debruçar sobre a resolução de questões das bancas organizadoras. “Assim, o candidato vai se familiarizando com as questões e terá uma maior probabilidade de ter êxitos nos processos seletivos”.

Ibama
Os candidatos devem atentar para as inscrições que ocorrem em datas e horários específicos para cada tipo de ocupação. Vale salientar que não há taxa de inscrição.

Edital 3/2022
• Iatetê/BA – de 16 a 31 de maio de 2022;

Edital 8/2022
• Itaetê/BA – 16 de maio a 03 de junho de 2022;
• Salvador/BA – 16 de maio a 03 de junho de 2022;

Programa Prevfogo:

• Brigadista: R$ 1.212,00 mensais;
• Chefe de Esquadrão: R$ 1.818,00 mensais;
• Chefe de Brigada: R$ 2.424,00 mensais;
• Supervisor de Brigadas Estadual: R$ 4.848,00;
• Supervisor de Brigadas Federal: R$ 6.060,00.

ADAB

Cidades de lotação
• Abaré;
• Alagoinhas;
• Amargosa;
• Barreiras;
• Correntina;
• Cruz das Almas;
• Encruzilhada;
• Formosa do Rio Preto;
• Gandu;
• Glória;
• Guanambi;
• Ibotirama;
• Irecê;
• Itaberaba;
• Itabuna;
• Jequié;
• Juazeiro;
• Luis Eduardo Magalhães;
• Mucugê;
• Mucuri;
• Remanso;
• Rio Real;
• Santa Rita de Cássia;
• Simões Filho;
• Teixeira de Freitas;
• Urandi;
• Bom Jesus da Lapa;
• Eunápolis;
• Santa Maria da Vitoria;
• Andaraí;
• Barra;
• Brumado;
• Caetité;
• Cocos;
• Conceição de Feira;
• Condeúba;
• Feira de Santana;
• Ilhéus;
• Ipiaú;
• Inhambupe;
• Ipirá;
• Itamaraju;
• Itapetinga;
• Jacobina;
• Jaguaquara;
• Jeremoabo;
• Macaúbas;
• Maracás;
• Miguel Calmon;
• Paramirim;
• Paulo Afonso;
• Pintadas;
• Prado;
• Riachão do Jacuípe;
• Ribeira do Pombal;
• Ruy Barbosa;
• Salvador;
• Santa Bárbara;
• Santana;
• São Gonçalo dos Campos;
• Seabra;
• Senhor do Bonfim;
• Serrinha;
• Valença;
• Vitória da Conquista;
• Xique-xique.

Os postos SAC Barra, Pau da Lima, Pituaçu e Salvador Shopping realizam um atendimento especial para Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em Pau da Lima e Pituaçu, as unidades vão abrir, excepcionalmente, neste sábado (28) somente para a ação, que vai acontecer, em ambos os postos, de 8h às 12h. No Barra e Salvador Shopping, que já abrem normalmente aos sábados de 9h às 13h, o atendimento especial será estendido até às 15h.

O SAC Pau da Lima fica no Maxxi Atacado; e o SAC Pituaçu funciona no Terminal de Integração, próxima à estação de metrô Pituaçu. Para agendar o atendimento, é só baixar o aplicativo SAC Digital ou acessar www.sacdigital.ba.gov.br e selecionar o horário para se dirigir ao posto escolhido.

Para ter acesso aos serviços da Rede SAC é necessário apresentar comprovante de vacinação completa contra a covid-19 (incluindo a dose de reforço). Para outras informações, a Secretaria da Administração (Saeb) disponibiliza também o site institucional do SAC (www.sac.ba.gov.br), além do call center: (71) 4020-5353 (ligação de celular) ou 0800 071 5353 (ligação de fixo).

Confira os postos do atendimento especial de CNH no próximo sábado (28):

SAC Pau da Lima
(Maxxi Atacado) 8h às 12h

SAC Pituaçu
(Terminal de Integração Pituaçu) 8h às 12h

SAC Barra
(Shopping Barra) 13h às 15h

SAC Salvador Shopping
(Salvador Shopping) 13h às 15h

O Tribunal de Justiça da Bahia determinou, nesta sexta-feira (27), a suspensão da greve dos professores em Salvador e o retorno imediato dos profissionais às salas de aula. A decisão diz que "a greve tem claros indícios de ilegalidade e abusividade" e proíbe que a APLB Sindicato faça bloqueios para impedir o acesso de servidores às repartições públicas e escolas.

A decisão determina que a APLB se abstenha de praticar qualquer outro ato capaz de prejudicar o funcionamento, ainda que parcial, dos serviços públicos em questão, no prazo máximo de 24 horas. A multa em caso de descumprimento é de R$ 20 mil por dia.

O texto argumenta que o direito de greve, embora incorporado ao patrimônio jurídico dos servidores públicos, não se trata de direito absoluto, "sendo necessário observar a natureza da atividade exercida, e a sua relevância social".

"Logo, observa-se que a greve deflagrada pelo Demandado possui claros indícios de ilegalidade e abusividade, especialmente porque ocasiona enormes prejuízos para os administrados, que se veem privados dos serviços educacionais, além de sofrerem com a falta de alimentação de alunos, através do fornecimento de merenda escolar, dentre outras dificuldades enfrentadas pelos discentes e seus familiares, em virtude do não cumprimento do calendário letivo", diz trecho da sentença.

"O perigo de lesão para a municipalidade mostra-se latente, especialmente para os alunos da rede pública de ensino, a ensejar, portanto, a imprescindibilidade da concessão da tutela de urgência, a fim de obstar a suspensão das atividades escolares, enquanto não se mostrar inequívoco o preenchimento dos requisitos de validade do movimento paredista", informa outro trecho.

A prefeitura afirma que tem mantido diálogo com a categoria e construiu em mesa de negociação uma proposta de majoração salarial correspondente 11,37% de reajuste. A Secretaria Municipal de Educação ainda não enviou posicionamento sobre o assunto.

Procurada para um posicionamento, a direção da APLB, Rui Oliveira, afirma que não foi notificada sobre a decisão.

Nove dias de greve

A greve dos professores de Salvador completa nove dias nesta sexta-feira (27). Em uma nova assembleia realizada hoje, a categoria novamente votou pela manutenção do movimento, que tem como principal pauta o reajuste salarial dos profissionais da educação. Na quarta-feira (25), o grupo havia decidido por encaminhar ao Executivo municipal uma nova proposta, com solicitação de reajuste de 23% mais duas referências. O cumprimento do piso nacional aos servidores da educação na capital também é motivo de divergência nas negociações com o Executivo.

Termina nesta sexta-feira (27) o prazo para o pagamento da taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. O pagamento da taxa de R$ 85 é obrigatório para quem não obteve isenção.

Pela primeira vez, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) possibilitou o pagamento por meio de Pix e cartão de crédito, além do tradicional boleto – Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança).

As provas do Enem 2022, nas versões impressa e digital, serão realizadas nos dias 13 e 20 de novembro, de acordo com o Inep.

Nome social
Para os candidatos que querem ser identificados pelo nome social e não têm esse nome cadastrado na Receita, o Inep orienta que seja feita a solicitação de tratamento após a inscrição, no período de 23 a 28 de junho, pela Página do Participante.

Para esse procedimento, será necessário apresentar lista de documentos de comprovação das condições que o motivam: foto atual, nítida, individual, colorida, com fundo branco que enquadre desde a cabeça até os ombros, de rosto inteiro, sem uso de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, viseira, gorro ou similares); e cópia digitalizada, frente e verso, de um dos documentos de identificação oficiais com foto, válido. Documentos enviados fora do prazo ou externos à Página do Participante não serão aceitos. Toda a documentação deverá ser anexada e enviada em formato PDF, PNG ou JPG, com tamanho máximo de 2 MB.

Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, tornou-se uma das principais portas de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni). Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes.

Os resultados são usados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso aos auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Em meio a uma semana agitada, totalmente voltada para a comemoração dos seu 50 anos, que se completam hoje, Ivete Sangalo gentilmente encontrou um tempo na agenda concorrida para falar com o CORREIO. A estrela está às voltas com o show que acontece nesta sexta (27) e promete parar sua cidade natal, Juazeiro, e que terá transmissão para todo o Brasil pela TV Globo e pelo Multishow.

No auge da carreira, considerada uma das maiores cantoras do Brasil e amada pelo público, Ivete Maria Dias de Sangalo Cady é pura festa. Casada com o nutricionista Daniel Cady e mãe de Marcelo - o primogênito que toca em sua banda - e das gêmeas Helena e Marina, ela está radiante. E não é para menos. Desde que a realização de shows após a pandemia foi liberada, ela não tem parado. Voa o Brasil de um lado para outro se apresentando nos mais diversos cantos, com a turnê do seu novo show Tudo Colorido.

Depois de Juazeiro, a maratona a maratona segue com show fechado para comemorar o aniversário do Shopping Salvador (1 de junho) e no dia 3, para inaugurar a mais nova casa de shows da cidade, a Armazém Convention, no Parque Shopping, em Lauro de Freitas.

Nessa conversa descontraída, Ivete fez um balanço de sua carreira e fala sobre seu trabalho na televisão, onde estourou com a franquia The Masked Singer Brasil, de sua relação com Juazeiro e da sintonia com o Rock in Rio. Sobre o aniversário, ela diz diz que não se preparou para a data marcante, mas diz que está certa de que a maturidade de 50 anos é confortável.

Que balanço você faz de sua carreira ao longo desses anos?

O balanço que eu faço é o seguinte: é impressionante o quanto agora, depois de tantos anos de carreira, eu me reconheço nas minhas personalidades musicais, nas coisas que eu gosto de fazer, nas tendências que eu geralmente me encontro. Eu fiz as minhas escolhas tão a partir da minha vontade, do meu coração. Eu acreditei tanto nas coisas que eu fiz, não deixei nunca me levar por qualquer influência que não fosse a minha vontade, o meu coração, a minha intuição musical, que o balanço que eu faço é que as minhas escolhas foram fundamentais pra minha felicidade profissional. Quando eu subo no palco pra cantar as minhas escolhas, são aquelas que eu de fato quis e que me fazem muito feliz. Então, meu balanço é muito positivo, das minhas escolhas versos os desafios e os dilemas de qualquer artista.

Até que ponto completar 50 anos interfere na sua vida como mulher e mãe?

É uma pergunta muito recorrente, sobre como eu me preparei pros cinquenta anos, e eu não me recordo de ter me preparado pra nenhum momento assim de 20 ou 30. Eu não me preparei pra completar cinquenta anos. Mas se tem uma coisa que eu tenho clareza, é que a maturidade de 50 anos é confortável. Eu tenho minhas inseguranças, tenho minhas dúvidas, meus medos, mas eles são infinitamente menores do que alguns anos atrás. Eu me sinto muito mais confortável hoje, mais confiante e mais segura, do que há trinta anos, por exemplo. As transformações que a idade traz, às vezes podem parecer difíceis, mas acho que elas são mais leves, por conta dessa maturidade. Então as transformações são inevitáveis, né? Na vida de qualquer pessoa. E elas só existem porque a gente está na lida, na vida. Só vivendo, tendo a experiência da vida pra sentir os sabores das transformações. Eu acho isso completamente bem-vindo.

O que a levou a escolher Juazeiro para comemorar seu aniversário. E o que seus conterrâneos podem esperar desse show que já é considerado histórico?

Juazeiro é uma fonte inesgotável para eu recobrar as minhas as minhas origens. Eu habitualmente falo que minha memória de uma vida, minha memória afetiva mais forte, é essa primeira infância e aconteceu tudo em Juazeiro. A minha relação intensa com a minha família, meus irmãos, o meu lugar, o lugar onde eu nasci, a relação com o Rio São Francisco, a relação com a minha cidade, as memórias que me construíram, muito do que eu sou vem dessas memórias. Fechar um ciclo e começar outro, eu acho que Juazeiro é o lugar que predomina na minha cabeça, como uma maneira de eu ter os reencontros comigo mesma. Então, foi a primeiro lugar que eu imaginei que eu pudesse ir e vivenciar essa experiência de estar na minha data de aniversário naquele lugar que me alimenta emocionalmente, em várias frentes. E vai ser um show lindo e de muita emoção, é um show que eu estou levando pra estrada, o Tudo Colorido, que é como eu me sinto, dentro da minha vida, então eu quero levar o meu melhor sempre, como levo a todos os cantos, e a Juazeiro, esse lugar especial.

Além de cantar e atuar você vem se destacando como apresentadora. Num futuro próximo, teríamos uma Ivete mais nas telas da TV do que no palco?

A televisão me chama, né? Eu tenho uma atração fortíssima pela televisão, não só do ponto de vista como cantora, pois eu me apresento e a televisão fomenta muito a minha carreira, mas também como atriz, que é uma delícia, que eu tenho verdadeira paixão por atuar e obviamente apresentar programas e estar à frente. Tudo que move a comunicação me atrai muito. Então não descarto nenhum projeto e eu já estou na televisão, estou à frente do The Masked Singer como apresentadora e não vou parar por aí. É um prazer enorme e só estou começando.

Depois do show de Juazeiro, você vai encarar outra edição do Rock in Rio em Lisboa. Em setembro, tem o Rock in Rio no Brasil. Como é sua relação com esse evento?

Esse evento tem uma relação comigo familiar. É um canto que eu me sinto dentro de casa, me sinto junto a uma família. Como falei, ele faz parte dessa construção, desses meus cinquenta anos de idade e quase trinta de carreira. O Rock in Rio é uma parte fundamental na construção desse sonho. Não só eu como espectadora, mas também como cantora. Então o Rock in Rio é uma parte importantíssima. Como é que eu me sinto com o Rock in Rio? Eu me sinto assim todas as vezes que eu vou fazer alguma coisa relacionada com essa marca e com essa ideia, minha entrega é total e cheia de muita alegria, de muita emoção.

A classe artística foi uma das mais atingidas pela crise causada pela covid-19. Como você enfrentou esse período difícil?

O covid veio pra nos desestruturar, em todos os aspectos. Profissionalmente, emocionalmente, a falta de perspectiva, a gente ainda está meio que entendendo qual o propósito disso na vida da gente, mas sem dúvida foi um momento muito complicado e muito difícil. Eu tentei me equilibrar fazendo trabalhos dentro de casa, fomentando lives, fomentando outras frentes profissionais que eu tenho, me fortalecendo junto às marcas que trabalho, que foram muito parceiras nesse momento, não só para me dar uma assistência como artista, mas também para assistir a outros grupos do ambiente artístico. E isso foi fundamental, exercitamos muita coisa importante nesse período, mas foi um período muito turbulento, especialmente pra área do entretenimento.

Dois anos depois, o Carnaval de Salvador estará voltando em 2023. O que Ivete espera encontrar na avenida?

Com relação ao Carnaval, existe uma euforia contida, porque a festa não aconteceu no ano passado nem esse ano. O que eu espero do Carnaval 2023? Eu acho que vai ser o Carnaval mais incrível de todos os tempos. Eu acho que vai ser o Carnaval onde a gente vai desaguar ali todas as emoções. O Carnaval de Salvador é muito tradicional pra nós todos. Ele tem uma simbologia também, tipo um reorganizou, estamos de volta, estamos nos trilhos de novo. Porque se o Carnaval de Salvador vai acontecer é porque está tudo organizado.

Show será transmitido após Pantanal
Com apresentação do ator Érico Brás, o show Tudo Colorido será transmitido pela TV Globo para todo o Brasil, hoje, depois da novela Pantanal, e também pelo Multishow. O evento está movimentando a cidade de Juazeiro, e outras próximas, como a pernambucana Petrolina.

Moradores da cidade que conversaram com o CORREIO informaram que não há mais vagas nos hotéis, o comércio está aquecido e fãs de todo o Brasil estão se deslocando para lá. O palco foi montado pelo mago da arquitetura, Giussepe Mazoni, responsável por eventos como o Festival de Verão.

O palco tem 40 metros de largura e 14 de altura, com um painel de led com 215 metros. Para que tudo saia nos conformes, foram recrutados 400 profissionais, sendo 150 são da Rede Globo, que se deslocaram do Rio de Janeiro e São Paulo para a captação de som e imagens que serão transmitidos para todo o Brasil.

Com essa festa grandiosa, Ivete mais uma vez prova porque está no topo. Desde que despontou para o Brasil no comando da Banda Eva, e depois já em carreira-solo, ela se apresentou nas edições do Rock in Rio Lisboa, Brasil, Madrid e até Las Vegas. Também fez o Brazilian Day e gravou um disco no Madison Square Garden ambos em New York.

Foi dada a largada para a 1ª Ultramaratona da Independência, que será realizada entre os dias 2 e 3 de julho, na orla da Boca do Rio. O evento é uma novidade pensada para celebrar o bicentenário da Independência do Bahia e terá duração de 12 horas. As inscrições já estão abertas. Os competidores podem participar de forma individual, em duplas, quartetos ou sextetos.

Os detalhes da nova competição foram apresentados em um evento no Teatro Gregório de Mattos, na Praça Castro Alves, na terça-feira (24). O prefeito Bruno Reis disse que o evento dará um fôlego ao setor turístico, pois será permanente no calendário festivo da capital.

“É mais um produto que a cidade desenvolveu para estimular o turismo e a vida saudável. Ao longo desses últimos anos, conseguimos elaborar produtos que estão ajudando Salvador a se consolidar como um dos principais destinos turísticos. A gente sabe o potencial do turismo esportivo. Lá atrás concebemos a Maratona Salvador. Agora, a Ultramaratona. Esses eventos têm a capacidade de atrair milhares de visitantes para a nossa cidade”, afirmou o gestor.

A corrida é uma parceria da prefeitura com a Federação Bahiana de Atletismo (FBA) e o local da disputa será na região do Parque dos Ventos, na orla. A pista escolhida foi a de piso intertravado que fica à beira mar. Os atletas terão direito a kits para participar da corrida e serão permitidas até mil inscrições. Os valores alternam de R$ 89 (individual) a R$ 480 (sexteto). A largada acontecerá às 18h do dia 2 de julho e a competição será finalizada às 6h do dia seguinte.

Cada equipe deverá ter um capitão que será responsável pelo ordenamento dos participantes e o revezamento dos atletas deverá ser feito obrigatoriamente nos locais determinados pela organização, conhecidos como Postos de Controle. O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Fehba), Silvio Pessoa, acredita que o evento terá impacto direto no turismo.

“Os atletas terão que se hospedar na cidade, trarão patrocinadores e jornalistas. E nesse momento nós precisamos de publicidade. A situação melhorou, tivemos um mês de abril parecido com o pré-pandemia, mas é preciso lembrar que no pré-pandemia a economia já estava em crise. Salvador precisa de eventos para atrair turistas, então essa ação é bem-vinda”, comemorou.

A vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav-BA), Ângela Carvalho, concorda. Ela acredita que eventos esportivos estimulam os negócios e é também um nicho que precisa ser mais explorado.

“Quase não temos eventos desse tipo e eles são importantes para movimentar a economia. O turista vem praticar esporte, mas ele também sai para conhecer a cidade. Frequenta restaurantes, precisa se transportar, visita pontos turísticos e tudo isso gera receita e movimenta o turismo”, lembrou.

Todos os atletas que completarem o percurso receberão medalhas, no entanto apenas os três primeiros colocados em cada categoria (solo, dupla, quarteto e sexteto) ganharão troféu. A organização do evento informou também que os dez atletas que percorrerem as maiores distâncias individualmente receberão uma premiação especial, mesmo que façam parte de equipes diferentes.

O presidente da FBA, Antônio Luiz Paranhos, participou do lançamento e destacou o impacto da competição na economia. “Por ser um evento novo e desafiador, é de grande importância para o turismo, pois atrai pessoas de diversas regiões, as famílias soteropolitanas e o comércio local. Atletismo é a base para todos os esportes. É um evento certeiro, que trará muitas contribuições para a cidade”.

Maratona está de volta
Também foi confirmada ontem a retomada da Maratona Salvador, que este ano acontecerá no dia 25 de setembro. A competição existe desde 2017 e teve a quarta edição anunciada para 2020, mas o evento foi suspenso por conta da pandemia. A última disputa, em 2019, atraiu cerca de 5 mil participantes de 197 cidades baianas e 24 estados brasileiros.

O presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, contou que os detalhes da prova serão anunciados no próximo mês.

“Estamos estruturando os últimos pontos e faremos um grande lançamento. Tivemos 5 mil participantes na última edição e nossa meta é ultrapassar essa marca, estamos trabalhando para isso, mas posso adiantar que ela está confirmadíssima”, avisou Edington.

Na última edição, 36% dos inscritos foram mulheres e a corrida teve quatro modalidades (5km, 10km, 21km e 42 km), sendo que 17% dos competidores fizeram a inscrição para disputar o maior percurso, indo do Farol da Barra até Itapuã e retornando.

A Ultramaratona de julho também terá 42 km. Diego Lessa, diretor da prova e corredor, deu algumas dicas para quem pretende entrar nesse tipo de disputa.

“É preciso estar bem alimentado e descansado, porque a corrida vai requerer muito esforço físico. O ideal é que o atleta ou participante fique de 12h a 24h sem praticar atividade física antes da prova. Sem uma recuperação adequada, ele pode ter uma lesão ou aumento do ácido láctico e não conseguir terminar a prova por conta de o músculo travar ou falta de nutrientes”, explicou.

Ele aconselhou os competidores a escolher um calçado confortável e trabalhar o psicológico, porque interfere no resultado. Além disso, deu a dica de que é preciso estar concentrado e determinado durante a competição.

Falta ainda um mês para o São João, mas já tem muita gente de olho nos quitutes juninos e criando estratégias para comprar sem pesar tanto no bolso. E é bom se preparar mesmo, porque alguns itens estão mais caros. O campeão de aumentos é o coco seco médio que, de 2021 para 2022, subiu 66,6%. No ano passado, o cento custava R$ 120, agora está custando R$ 200. Empatados em segundo lugar estão o milho branco do mungunzá e a farinha de mandioca, com 50% de aumento. Os valores são os praticados na Central de Abastecimento de Salvador (Ceasa).

“É oferta e demanda. Quando o São João vai se aproximando, os itens juninos vão ficando mais caros. A expectativa para este ano é de que o aumento seja dentro do padrão porque tivemos boas chuvas e acreditamos que os preços vão ficar equilibrados”, diz Márcio Roberto Almeida, presidente da Associação dos Permissionários da Ceasa (Aspec),

No ano passado, 10 kg de milho branco custavam R$ 50. Agora, a mesma quantidade sai por R$75. O saco de 50 kg da farinha de mandioca era vendido por R$ 160 e aumentou para R$ 240. Márcio Roberto alerta que os preços devem subir ainda mais em junho.

Em janeiro deste ano, o cento do coco seco médio custava R$ 150. Em cinco meses, o produto variou entre R$ 180 (em março) e R$ 250 (em abril). Apesar da alta, houve uma redução de 25% do mês passado para este mês. O milho branco custava R$ 70 nos dois primeiros meses deste ano. O preço subiu para R$ 75 em março e se mantém até hoje.

A farinha de mandioca começou o ano custando R$ 200 o saco de 50 quilos, chegou a R$ 230 em fevereiro e sofreu uma nova alta em março, de R$ 10, que ainda se mantém. De janeiro a maio, o preço variou 20%. O reajuste do aipim foi o menor, de 16%, de R$ 50 em janeiro para R$ 60 em maio, segundo a Aspec.

Agricultura familiar

A maior parte da produção dos alimentos juninos vem da agricultura familiar. Apesar disso, como são produtos que o país também exporta, o coco e o milho tendem a aumentar sempre que o preço internacional é mais atrativo, como explica o economista Antônio Carvalho, professor e consultor de economia e finanças.

“Como o preço internacional é melhor, por conta do aumento do dólar, todo produto exportável fica mais interessante vender para fora e logo acaba aumentando dentro do país, como aconteceu com a carne e outros produtos que exportamos”, esclarece.

O mesmo ocorre com o milho. “O milho branco pega carona no milho, que também exportamos. Mas o principal fator do aumento ainda é a demanda do período. Nós, que somos baianos, sabemos o que acontece com o quiabo no período festivo”, completa.

Mais baratos

Nem só de carestia vive a ceia junina, também há itens que tiveram queda de preço. O saco de 20 kg de amendoim, por exemplo, sofreu uma redução de 42,8% de 2021 para 2022. De R$ 140, o preço foi para R$ 80. O saco de 25 kg da laranja pera grande, que custava R$ 35 em maio de 2021, baixou para R$ 30 em maio deste ano.

“A laranja e o amendoim, apesar de bem consumidos na época, não são produtos de exportação. Somado à superprodução propiciada pelas chuvas em períodos favoráveis ao plantio, a produção foi favorável", destaca o economista.

Dona Anita Borges, 72, é cozinheira e, nas festas juninas, faz bolos, canjica e pamonha para a família. “O pessoal adora, vem todo mundo da família para cá no São João. Dizem que o que eu faço é mais gostoso”, conta, rindo.

Para ela, nos mercados e feiras os preços não estão assustando tanto, ao menos por enquanto, mas faz a ressalva para o preço do amendoim, contrariando a diminuição do valor do produto na Ceasa. Em Feira de Santana, ela afirma que encontra 12 espigas de milho por R$ 10 e o quilo do amendoim por R$ 9. “Estou achando os preços equilibrados, só o amendoim que acho que está um pouco caro”, comenta.

Nice Guimarães, 56, é dona de um buffet que, para o São João, adiciona ao cardápio os itens juninos. Ela diz que já está sentindo bastante o aumento dos preços. “Eu comprei no mês passado aipim de R$ 3,99. Nessa semana, estava de R$ 6,99. O coco eu comprava por R$ 2,90 e agora está R$ 7,49. Quatro jenipapos eram R$ 2,00 e agora subiu para R$ 4,50. Isso sem falar do gás de cozinha que eu estou comprando por R$ 120 e na época junina não dura nem 15 dias porque esses itens todos consomem muito. Os bolos de aipim e carimã levam muito tempo no forno, as caldas, o jenipapo”, enumera.

Ela conta que busca estratégias para driblar os preços elevados, como comprar em quantidade maior e com antecedência. “Eu compro o carimã, aipim, milho, por exemplo, e congelo. Agora, o coco eu não gosto de congelar porque ele ralado, no freezer, fica com um cheiro ruim”, diz. Outra estratégia que passou a adotar foi iniciar a produção própria de licor, em vez de terceirizar.

Substituição

Para aliviar o bolso de quem trabalha vendendo ou de quem pretende fazer os pratos juninos em casa, Nice dá dicas de como substituir os ingredientes mais caros por outros mais baratos.

Na hora de preparar o bolo de coco, a mistura de leite de coco industrializado, leite integral e coco ralado industrializado pode entrar no lugar do produto 66% mais caro. “Precisei testar a receita para não deixar de vender este ano e todo mundo está falando bem”, conta a empresária.

Para não faltar o mungunzá na mesa, a dica é substituir o milho branco pelo arroz branco, ou seja, trocar mungunzá por arroz doce. O produto também pode substituir a farinha de mandioca. “O mingau de arroz, o bolo de arroz e o doce de arroz de corte ficam uma delícia como opção para entrar no lugar do milho branco”, garante Nice.

Licor inflacionado
Patrícia, 42, e Stephanie Rios de Almeida, 24, são mãe e filha e vendem licor em Salvador e Mairi, interior da Bahia. Stephanie é dona da Maria Sampaio Confeitaria e, no período de festas juninas, conta com a ajuda da mãe para vender também licores.

“Minha avó sempre fez licor e resolvi trazer essa tradição familiar para a empresa”, conta Stephanie. A expectativa para 2022 é de crescimento, já que a volta das festas vai atrair turistas para Mairi.

Stephanie diz que está sentindo o impacto dos preços elevados e colocando tudo na ponta do lápis para traçar um plano. “O aumento médio nos custos foi de 40%. Alguns dos campeões de aumento são leite condensado, creme de leite, cachaça 51, chocolate e até as frutas. Ainda não divulgamos o cardápio junino porque estamos fazendo as contas, pensando em estratégias”.

As alternativas vão desde a pesquisa de preço até a iniciativa de repensar a maneira como o produto final é ofertado. “Estamos fazendo muita pesquisa de preço, comprando em atacado, buscando promoções. Tem etiqueta, embalagens, etc, então estamos tentando fechar pacotes maiores com as gráficas para sair mais barato. Outra coisa que estamos pensando é oferecer outras opções de tamanho das garrafas de licor, em vez de somente as de 1 litro, a gente colocar também de 700 ml”, explica Patrícia.

Mariane Camandaroba, 44, tem junto com a mãe, Maria Alecia, 71, e a filha, Roberta, 23, a empresa Licor De Mainha. As vendas acontecem durante todo o ano e aquecem no período de São João. “No finalzinho de abril as vendas já começam a crescer e, em maio, já está bombando”, diz Mariane.

Ela conta que também percebe o aumento dos custos e que, por isso, deve aumentar o valor da venda dos licores.

“Estamos segurando para não passar para o cliente, até o momento estamos mantendo o mesmo preço do ano passado, mas o aumento deve acontecer em junho e a previsão é de, no máximo, acrescentar R$ 2 por licor. A nossa base é de leite condensado e esse item está muito caro”, explica.

Assim como percebido por Patrícia e Stephanie, Mariane conta que o que está pesando mais no bolso, além do já citado leite condensado, são as frutas. “Ano passado, eu comprei uma saca de maracujá de R$ 25 e hoje está R$ 45”, conta.

Por isso, ela também adota estratégias. “Uma alternativa para aumentar o nosso lucro e também atender uma demanda dos clientes foi a inserção de garrafinhas de 250 ml, que podem compor kits e fica bem legal até para presentear”, finaliza.

Preços dos itens juninos na Ceasa no dia 23 de maio de 2022:

Milho branco (10 kg) - R$75
Milho amarelo (30 kg) - R$65
Milho verde (cento) - R$40
Coco seco médio (cento) - R$200
Laranja Pera grande (25 kg) - R$30
Laranja Pera média (25 kg) - R$27
Laranja Lima (25 kg) - R$45
Laranja Bahia grande (24 kg) - R$45
Aipim (30 kg) - R$50
Amendoim (20 kg) - R$80
Farinha de mandioca (50 kg) - R$240

Preços dos itens juninos na Ceasa no dia 17 de maio de 2021:

Milho branco (10 kg) - R$50
Milho amarelo (30 kg) - R$65
Milho verde (cento) - R$50
Coco seco médio (cento) - R$120
Laranja Pera grande (25 kg) - R$40
Laranja Pera média (25 kg) - R$35
Laranja Lima (25 kg) - R$40
Laranja Bahia grande (24 kg) - R$55
Aipim (30 kg) - R$45
Amendoim (20 kg) - R$140
Farinha de mandioca (50 kg) - R$160

Variação de preços de 2021 para 2022:

Milho branco (10 kg): aumento de 50%
Milho amarelo (30 kg): mesmo preço
Milho verde (cento): diminuição de 20%
Coco seco médio (cento): aumento de 66,6%
Laranja Pera grande (25 kg): diminuição de 25%
Laranja Pera média (25 kg): diminuição de 22,8%
Laranja Lima (25 kg): aumento de 12,5%
Laranja Bahia grande (24 kg): diminuição de 18,2%
Aipim (30 kg): aumento de 11,1%
Amendoim (20 kg): diminuição de 42,8%
Farinha de mandioca (50 kg): aumento de 50%

Os médicos peritos do INSS retomaram nesta segunda-feira as atividades após 52 dias de greve em todo o país. Na Bahia, cerca de 22 mil consultas de perícia terão que ser reagendadas após a paralisação. Os pacientes precisam entrar em contato com o órgão para remarcar através do telefone 135 ou do aplicativo e site Meu INSS. Os profissionais prometeram fazer mutirões para atender a demanda reprimida.

A greve começou pela reivindicação de melhores condições de trabalho, reajuste salarial e sobrecarga por conta da defasagem no quadro de servidores. Na semana passada, a categoria conseguiu fechar um acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência. Segundo Rosileide Tavares, coordenadora da Perícia Região Nordeste e representante da Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP), os resultados da greve foram satisfatórios para a categoria.

“Ainda não foi concedido reajuste, a gente fez um acordo de greve, porque o reajuste depende do Ministério da Economia. No documento, ficou acordado que se o governo for conceder 5% de reajuste para todas as categorias, nós também vamos aceitar. Mas se o governo resolver diferenciar as categorias, vamos querer o reajuste da inflação, que é 19,9%”, explicou.

De acordo com a associação, atualmente o Brasil tem um déficit de 3 mil peritos médicos e o Ministério se comprometeu a fazer novo concurso para preencher as vagas. No estado, os profissionais atuam em 140 postos e agências do INSS.

A reposição dos atendimentos deverá ocorrer de forma presencial, exceto nos casos em que isso não seja possível. O governo concordou em devolver os valores cortados dos contracheques durante a greve de forma integral, desde que os médicos cumpram a meta de atender a demanda reprimida nos próximos oito meses.

O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou uma nota, na semana passada, informando sobre o fim da greve. Ficou definido que cada perito poderá realizar, no máximo, 12 atendimentos diários (ordinários) e que eles receberão R$ 61,72 por perícia extraordinária, que exceda essa quantidade máxima de atendimentos por dia.

A perícia médica é exigida para todos aqueles que desejam dar entrada no auxílio-acidente, auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), e aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez). A avaliação é obrigatória também para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), aposentadoria da pessoa com deficiência e aposentadoria especial.

Movimento tranquilo

O primeiro dia de retomada das perícias teve movimento tranquilo em Salvador. Na segunda-feira (23), as agências da Avenida Sete de Setembro, do Comércio e do Bonfim não apresentaram filas durante a manhã. Em Brotas, houve movimentação intensa, mas sem grandes aglomerações. O atendimento ainda é exclusivo para quem já estava agendado.

Márcio Nascimento, 59 anos, trabalhou 28 anos como vigilante até sentir uma dor no peito ao subir uma ladeira e passar mal. No hospital, os médicos descobriram que ele tinha um problema cardíaco grave. O paciente precisou fazer cirurgias, colocou uma ponte de safena, ficou impedido de trabalhar e conseguiu receber um auxílio do governo. Ele procurou a agência do Bonfim, na Cidade Baixa, ontem.

“Quando vi que a perícia tinha sido retomada, vim logo, porque pensei que a minha era para maio, mas na verdade é para julho, errei nas contas. Vou voltar para casa, marcar logo a data e aguardar”, contou.

Já a cozinheira Maria Helena Sousa, 66 anos, conseguiu fazer o procedimento no mesmo dia. “Ainda bem que a greve acabou bem na época da minha perícia. Estava com medo de não conseguir fazer, mas foi tranquilo, a agência está vazia”.

A uma semana do fim do prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda (IR), cerca de 412 mil contribuintes baianos ainda não acertaram as contas com o Leão do IR. É o seu caso? Ainda há tempo de recolher as informações necessárias para quitar a obrigação anual e passar ileso de penalidades que podem incluir multa, suspensão do CPF e até investigação por sonegação fiscal. A data limite para a declaração do Imposto de Renda 2022, referente às movimentações fiscais do ano passado, termina no dia 31 de maio e há nove situações em que o cidadão é obrigado a declarar (veja a lista completa no quadro ao lado).

Quem é obrigado a declarar e atrasar a entrega pagará uma multa mínima de R$ 165,74, limitada a 20% do imposto devido no ano. A Receita Federal espera receber, até o fim do prazo, 1.377.470 declarações na Bahia. Mas o número era de 965.122 até ontem à noite. No Brasil, foram 22.529.929 declarações enviadas até o último dia 16 - a projeção do Fisco é de que 34,1 milhões de pessoas declarem até o dia 31.

“O que eu percebo é essa cultura de postergar nossas obrigações fiscais, obrigações que também geram direitos, para nós e para os outros”, explica Tatiane Feijó, coordenadora do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) da Unifacs.

A professora se refere ao fato de, desde 1979, o IR ser o primeiro em arrecadação para o cofres públicos brasileiros. Isso significa que o valor recolhido nas arrecadações compõe a receita do país e financia políticas públicas de diversos setores, como saúde e educação.

Em resumo, o IR funciona da seguinte forma: uma pessoa física ou pessoa jurídica (microempresários ou empresários, por exemplo) pagam parte da sua renda ao governo. Anualmente, o governo precisa realizar uma espécie de “reajuste anual”, explica Feijó, para verificar se o valor do imposto retido foi menor ou maior do que o devido.

Se foi menor, o contribuinte precisa pagar. Se foi maior, ele recebe um pagamento – oficialmente chamado de Restituição do Imposto de Renda. A Receita Federal já divulgou o calendário previsto para as restituições: entre o último dia previsto para a entrega das declarações e setembro, serão distribuídos os cinco lotes de restituição.

Especialista enviar declaração do IR até quarta-feira

A diversificação nos investimentos deixou a advogada Fernanda Serra, 28 anos, confusa quanto à quantidade de documentos que precisava levantar para enviar a declaração completa.

"Na primeira vez que eu declarei, não encontrei dificuldade, porque minha renda vinha de um lugar só", conta a advogada e empreendedora, que não pretende deixar até o último dia para completar o envio.

O imposto incorre, por exemplo, sobre o salário, os gastos com saúde, educação, pensão alimentícia e dependentes. No caso de Fernanda, como de outros contribuintes, a quantidade de informações necessárias para enviar a declaração cresce porque as fontes de rendimento também subiram.

Para evitar situações como essa, de dificuldade de compreender quais e quantos documentos são necessários para enviar o IR, o ideal é se preparar para a declaração ao longo do ano.

Essa estratégia pode ser possível por meio do armazenando em pastas (virtuais ou físicas) dos documentos necessários para a declaração – como notas fiscais geradas no pagamento ou na venda de serviços e informes de rendimento disponibilizados pelas instituições financeiras.

Como isso nem sempre acontece, Feijó, a coordenadora do NAF, recomenda que os contribuintes não deixem para declarar no último dia. Se isso acontecer, os riscos de enviar uma declaração com inconsistências aumentam.

Isso deixa o cidadão mais suscetível a ser flagrado pelo "leão", como é comum se referir às situações em que brasileiros são flagrados com irregularidades fiscais, depois de uma campanha publicitária dos anos 80, que associou um leão ao fisco.

Os possíveis erros de quem declarou podem ser reparados depois do prazo - é a declaração retificadora. Mas, nesse intervalo de tempo, também há o risco de uma suspeita de fraude ser analisada pelo governo. Ou seja, é melhor evitar.

“Historicamente, existe lentidão no sistema, porque são milhares de pessoas que vão deixar para fazer o no último minuto”, explica a coordenadora do NAF, que prestou auxílio gratuito a pelo menos 350 pessoas de baixa renda que precisam declarar seus rendimentos.

Foram 26 estudantes, além da professora, envolvidos no envio das declarações. “Nós mesmos vamos enviar tudo até quarta-feira”. Quem não declarar o IR ainda pode ficar sujeito a punições que incluem até a suspensão do CPF, que impede o acesso a serviços básicos – como matrículas em instituições de ensino, inscrição em concurso públicos e problemas com as contas correntes e poupança.

Dúvidas frequentes

A economista e professora do curso de Ciências Contábeis da Unijorge Débora Guimarães, realizou este ano, através da instituição, uma campanha de consultoria gratuita para os declarantes do IR.

De acordo com ela, as dúvidas mais frequentes no momento da declaração estão relacionadas ao valor de rendimento que determina a obrigatoriedade de declarar, à documentação necessária, à declaração de dependentes e à declaração de bens. (confira no final da matéria)

Onde obter ajuda gartuita para declarar

O Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), da Faculdade de Ciências Contabéis da Universidade Federal da Bahia (Ufba) estará realizando declarações de Imposto de Renda até o dia 31 de maio. Os interessados podem buscar o apoio de maneira remota, por meio o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou presencialmente às sextas, na instituição.

QUEM É OBRIGADO A DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA?*

1) Recebeu rendimentos tributáveis acima do limite (R$ 28.559,70);
2) Recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima do limite (R$ 40.000,00).

3) Obteve receita bruta anual decorrente de atividade rural em valor acima do limite (R$ 142.798,50);
4) Pretenda compensar prejuízos da atividade rural deste ou de anos anteriores com as receitas deste ou de anos futuros.

5) Teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro do ano-calendário, de bens ou direitos, inclusive terra nua, acima do limite (R$ 300.000,00).

6) Obteve ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto;
7) Optou pela isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro, no prazo de 180 dias;

8) Realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas.

9) Passou à condição de residente no Brasil, em qualquer mês, e nessa condição se encontrava em 31 de dezembro do ano-calendário.

COMO DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA?*

1) Acesse o sistema ou baixe o programa, preencha as informações que devem ser declaradas e envie à Receita Federal.

2) Se não for possível fazer a declaração por celular (IOS ou Android) tablet, baixe o programa e instale no seu computador.

3) Acompanhar o processamento da declaração para verificar a situação da entrega.

4) Se a situação da declaração indicar que está retida em malha, consulte as pendências e, se for o caso, corrija as informações enviando uma nova declaração (retificadora).

QUAIS DOCUMENTOS DEVO TER (PESSOA FÍSICA) PARA DECLARAR O IR?

1) Endereço atualizado;
2) Dados bancários;
3) Atividade profissional exercida atualmente;
4) Número do título de eleitor;

5) Declaração enviado no ano anterior - caso você tenha perdido, é possível emití-la via o portal e-CAC da Receita Federal;

6) Informe de rendimento relacionado a salários, pensões, pró-labore, aposentadoria, distribuição de lucros etc.;
7) Recibos ou informes de rendimentos relacionados a aluguéis;
8) comprovantes de recebimento de outras rendas ocorrido em 2021, tais como doações, pensões, heranças etc.

QUEM PODE SER DEPENDENTE NA DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA?

Filhos e enteados podem ser dependentes na declaração, desde que tenham até 21 anos de idade ou, em qualquer idade, se forem incapacitados física ou mentalmente para o trabalho. Se o filho completou 22 anos em 2022, ainda pode ser declarado como dependente neste ano.

*Fonte: Receita Federal.