O Jornal da Cidade

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O presidente Jair Bolsonaro deve entregar para a Justiça resultados de todos os exames para diagnosticar o coronavírus que ele realizou em até 48h a partir desta quarta-feira (30). A decisão é da juíza Ana Lúcia Petri Betto, que rejeitou os relatórios médicos enviados pela Advocacia-Geral da União (AGU). As informações são do Estado de São Paulo.

A magistrada considera que os documentos enviados não atendem de forma integral ao que foi decretado pela Justiça na última segunda-feira (27). Caso o prazo não seja cumprido, há a possibilidade de multa de R$ 5 mil por dia de omissão injustificada.

Ao invés de enviar os laudos dos exames, a Advocacia-Geral da União informou que encaminhou à Justiça um relatório médico de 18 de março no qual atesta que Bolsonaro se encontra “assintomático” e teve resultado negativo para os testes do novo coronavírus realizados no mês passado.

De acordo com o Estado de São Paulo, a juíza também negou o pedido do governo para que o caso tramite sob sigilo por envolver informações consideradas pessoais do presidente. “Indefiro o pedido de sigilo documental”, decidiu a juíza.

O Hospital Riverside, em Lauro de Freitas, vai receber, a partir de desta sexta (1º), os primeiros pacientes com diagnóstico de coronavírus (Covid-19), bem como casos suspeitos. O governador Rui Costa e o secretário da Saude, Fabio Vilas-Boas, visitaram a unidade nesta quinta-feira (30)

O Hospital Riverside é uma unidade de retaguarda que possui 110 leitos clínicos, que serão ocupados mediante encaminhamento da Central Estadual de Regulação, o que significa que não receberá pacientes por demanda espontânea.

Segundo o governador, a unidade vai funcionar como um Centro de Atendimento Clínico. "Aqui serão atendidos pacientes que chegam ainda com a situação de saúde menos preocupante e pacientes que já saíram da UTI e estejam já em recuperação. O paciente quando sai da UTI, não vai direto para casa. Ele tem que passar por um leito clínico, para ficar plenamente recuperado e ser liberado para voltar para casa. Com isso nós abrimos leitos nos hospitais propriamente ditos, Couto Maia, espanhol, atendendo mais pessoas".

Rui informou que mais leitos são abertos progressivamente. "Hoje estamos entregando aqui leitos clínicos e, meu desejo é que na semana que vem nós recebamos novas máquina e, respiradores, para os leitos de UTI que faltam para completar a nossa meta".

A edificação do Riverside foi adquirida pelo Governo do Estado em 2019 e por se tratar de um hotel, passou por adequações estruturais para ser transformada em uma unidade hospitalar, cujo investimento apenas em obras foi superior a R$ 2,2 milhões.

Mais leitos

Na terça-feira (5) será a vez dos hospitais Santa Clara, em Salvador, e do Hospital das Clínicas de Vitória da Conquista iniciarem a operação. Juntas, as três unidades oferecem 209 leitos para pacientes infectados pela Covid-19.

O secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, destacou os novos leitos que serão entregues na semana que vem. "O Hospital das Clínicas, em Vitória da Conquista, vai oferecer 20 leitos de UTI e mais 20 de enfermaria. Em Salvador, o Hospital Santa Clara, que terá oito leitos de UTI e mais 40 leitos de retaguarda Clínica. Conquista é uma região que atrai pessoas de vários municípios, nós estamos abrindo leitos no Hospital das Clínicas, no Hospital Geral de Vitória da Conquista e estamos avaliando a contratação de leitos também no hospital do IBR".

O superintendente da Fundação da Associação Bahiana de Medicina (Fabamed), José Saturnino Rodrigues, informa que a instituição será a responsável pela administração dos hospitais Riverside e Santa Clara. "As duas unidades juntas vão operar com cerca de 400 funcionários, sendo 360 pessoas no corpo de enfermagem, técnicos, limpeza e segurança e outros 40 médicos de diversas especialidades", afirma.

Ainda segundo Rodrigues, caso haja um agravamento do quadro clínico dos pacientes durante o internamento, eles serão estabilizados e regulados para unidades de maior complexidade, a exemplo do Instituto Couto Maia, Hospital Geral Ernesto Simões ou Hospital Espanhol, por exemplo.

De acordo com o secretário da Saúde do Estado, estes leitos ampliarão a nossa capacidade de absorver pacientes que necessitem de internação. "Hoje, dos 785 leitos disponíveis do Sistema único de Saúde (SUS) exclusivos para Covid-19, 276 possuem pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 35%. Progressivamente vamos abrir novos leitos, como esses 209, mediante o aumento da demanda por internação", afirma.

Vitória da Conquista

A infectologista do Hospital das Clínicas de Vitória da Conquista, Carolina Palmeira Teixeira Martins, comenta que a unidade vai oferecer 40 leitos, sendo 20 clínicos e 20 de UTI. "Vitória da Conquista é o terceiro maior município do estado e conta também com um aeroporto. Amanhã (1º) será o primeiro dia de treinamento da equipe, quando serão apresentados os coordenadores para os funcionários". Uma vantagem da unidade, segundo Carolina Palmeira, é que o andar da UTI do hospital ainda não havia sido inaugurado. "É um hospital limpo, não temos outros pacientes, com outras doenças, isso é mais segurança para os pacientes".

De acordo com o administrador do Hospital das Clínicas de Vitória da Conquista, Felipe Nery, o segundo e o terceiro andar da unidade foram isolados para pacientes de coronavírus, inclusive com acessos separados, tanto para pacientes como para profissionais. "No segundo andar vão funcionar os leitos clínicos e, no terceiro, os de UTI. Nosso ar condicionado da UTI é central e com uso do filtro tipo Hepa para a renovação. O ar contaminado é filtrado para depois ser devolvido à atmosfera. Por isso é o ar condicionado mais adequado para pacientes do coronavírus. Nosso hospital foi todo reformado, com investimento de mais de R$ 2,5 milhões para atender alta complexidade".

Para atender esta demanda de pacientes com Covid-19, o hospital precisou contratar mais de 80 profissionais em diversas áreas, como técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, psicóloga, assistente social, auxiliar administrativo e reforçar a equipe de serviços gerais.

Descentralização da testagem

Vitória da Conquista também vai realizar testes para detectar o coronavírus. Segundo a diretora-geral do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), Arabela Leal, com a atualização do protocolo da máquina que já faz a testagem de HIV em Conquista, será possível fazer mais de 90 testes da Covid-19 de uma só vez.

A coordenadora técnica do Núcleo Regional de Saúde do Sudoeste, Karoline Rebouças, conta que a unidade recebe uma média diária de 30 a 50 testes, provenientes de 74 municípios. "Não vamos mais enviar para o Lacen de Salvador. Hoje, as nossas coletas enviadas para Salvador demoravam até sete dias para ter o resultado. Agora, teremos resultados em até 48 horas".

Além de Vitória da Conquista, o Governo do Estado pretende descentralizar a testagem do tipo RT-PCR, que é o padrão ouro na identificação do vírus, já que capta o genoma viral, para os municípios de Porto Seguro, Barreiras, Jequié e Paulo Afonso.

Em uma semana das blitze de verificação do uso da máscara por motoristas e passageiros, a Prefeitura, através da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), abordou 369 veículos em diversos pontos da capital baiana. Durante as ações, 384 ocupantes, entre condutores e passageiros, foram flagrados sem a máscara, enquanto que 230 faziam uso do item de proteção.

A princípio, a fiscalização tem caráter apenas educativo. A medida visa levar ao conhecimento da população sobre a obrigatoriedade das máscaras, determinada no decreto municipal 32.357, publicado no último dia 20 e com vigência desde a quinta-feira passada (23). De acordo com a lei sancionada pelo prefeito ACM Neto, a determinação vale para veículos que estiverem com mais de um ocupante, incluindo o motorista. Ou seja, qualquer meio de transporte com mais de uma pessoa, condutor e passageiro precisam utilizar o item de proteção.

Ao longo dessa semana, as ações de fiscalização foram realizadas nas avenidas Presidente Costa e Silva (Dique do Tororó), Centenário, Mário Leal Ferreira (Bonocô), Dom João VI, Jequitaia, Rótula do Abacaxi, Ribeira e nas imediações do Shopping Bela Vista. Além da orientação verbal, os agentes do órgão de trânsito distribuem panfletos com informações sobre a determinação municipal, que torna o uso do material obrigatório e, ainda, com dicas para a prevenção da Covid-19.

Para o superintendente da Transalvador, Fabrizio Muller, a população precisa compreender que o uso de máscaras neste momento é importante para ajudar a reduzir o contágio do coronavírus. "Nessas blitze, temos percebido que as pessoas têm adotado o uso das máscaras e, no decorrer dos dias, os ocupantes sem o item de proteção tem diminuído. Nas nossas abordagens, os agentes orientam e distribuem materiais educativos destacando a importância de fazer uso do equipamento de segurança", esclarece.

Ônibus – Desde a última sexta-feira (24), a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) tem distribuído máscaras nas estações de transbordo e planos inclinados de Salvador, com o intuito de disponibilizar o material para quem ainda não tem.

A medida permite que a população se proteja contra a proliferação do coronavírus e cumpra a determinação de obrigatoriedade do uso de máscaras no transporte público, prevista em decreto e em vigor desde a segunda-feira (27). A utilização do equipamento de proteção individual é uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para inibir a transmissão da Covid-19.

A Bahia tem 2.851 casos confirmados de covid-19, com 104 mortes pela doença, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (30) pela Secretaria da Saúde (Sesab). São quatro novos óbitos em relação ao último bala da pasta.

A morte de número 101 do estado foi de uma idosa de 85 anos de Salvador que tinha doença cardiovascular crônica e neurológica além de diabetes. Ela estava internada em um hospital público da cidade e morreu ontem.

Outra morte foi de um idoso de 73 anos também de Salvador que tinha doença respiratória crônica. Ele estava em um hospital público da cidade e morreu no dia 27.

O 103º óbito foi de um homem de 66 anos, também morador de Salvador. Com quadro de desnutrição, ele foi atendido no último dia 21 em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da capital, mas morreu no mesmo dia.

A última morte confirmada por covid-19 no estado é de uma idosa de 88 anos, moradora de Salvador. Ela tinha hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica e Alzheimer e estava internada em um hospital público da cidade, morrendo no dia 27.

As 104 mortes aconteceram em Adustina (1); Água Fria (1); Araci (1); Belmonte (1); Camaçari (1); Capim Grosso (1); Catu (1), sendo que a paciente foi contaminada na capital baiana; Feira de Santana (1); Gongogi (2); Ilhéus (4); Ipiaú (2); Itabuna (3); Itagibá (1); Itapé (1); Itapetinga (2); Juazeiro (1); Lauro de Freitas (5), um dos óbitos era residente no Rio de Janeiro; Nilo Peçanha (1); Salvador (66); Uruçuca (4); Utinga (1); Vitória da Conquista (3). Estes números contabilizam todos os registros de janeiro até às 12h horas desta quarta-feira (29).Estes números contabilizam todos os registros de janeiro até às 12h horas desta quinta-feira (30).

O balanço informa que ainda há 2.165 pessoas que permanecem monitoradas pela vigilância epidemiológica com sintomas da covid-19, em casos considerados ativos. Há 582 pacientes recuperados, 7.929 casos descartados e 14.481 notificações. Há também 203 profissionais de saúde com diagnóstico positivo para a covid-19.

A via-crúcis enfrentada por quem necessita receber o auxílio emergencial do governo federal nas agências da Caixa Econômica Fedral peverá ser mais sofrível nos próximos dias. Isso porque o Ministério Público Federal (MPF), que vem acompanhando as imensas filas nos acessos às agências bancárias - que muitas vezes dobram quarteirões - decidiu que adotará uma medida contra a Caixa até o dia 6 de maio, próxima quarta-feira.

O prazo foi estipulado pelo procurador da República Leandro Bastos Nunes, que até lá vai definir qual será a medida. “Estamos numa pandemia e uma das medidas para minimizar os impactos da covid-19 é a não-aglomeração e isso não está sendo realizado quando as pessoas vão em busca dos auxílios. O que se vê é um amontado de gente em filas intermináveis”, declarou o procurador, na manhã desta quinta-feira (30).

O CORREIO vem acomanhando o drama de quem vive essa extensa agonia. Nesta quarta (29) foi a vez dos nascidos em maio e junho receberem suas parcelas do pagamento do benefício emergencial oferecido pela União e o cenário não foi diferente dos outros dias: fila imensa e insatisfação na agência da Caixa do Largo do Tanque. Também nesta quarta-feira, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sedur) fez vistorias em duas agências bancárias de Salvador, com apoio da Guarda Civil Municipal.

A decisão por adotar uma medida foi tomada, segundo o MPF, diante do silêncio da Caixa à recomendação do órgão federal e do Ministério Público Estadual (MP-BA) encaminhado no início deste mês, requerendo a efetiva adoção de medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus.

“A recomendação foi a realizada antes dos anúncios dos auxílios e os bancos responderam que estão adotando medidas para evitar a disseminação da covid-19. No entanto, a Caixa já não tinha se manifestado antes e nem agora. Então, diante da situação, resolvemos adotar uma medida até o dia 6 de maio, podendo ser até antes, por que isso é um caso de urgência”, disse o procurador.

Segundo o procurador, existem dois caminhos que poderão evitar as filas e responsabilizar a Caixa diante do descumprimento da recomendação assinada pelo MPF e MP-BA: um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) ou ação judicial.

“A Caixa aceitando o TAC, um acordo, a multa diária pelo descumprimento das medidas será estabelecida pelo MPF. Mas, caso não queira acordo, daremos início a uma ação judicial e um juiz irá estipular o valor da multa quando houver descumprimento das medidas e normalmente essa multa da ação é maior em relação ao valor da penalidade estabelecia no acordo”, explicou Leandro.

A Caixa foi procurada pelo CORREIO, mas ainda não se pronunciou.

Recomendação
No início do mês de abril, os ministérios públicos Federal (MPF) e da Bahia (MP-BA) expediram recomendação conjunta aos bancos e instituições financeiras com sede no estado, pedindo a efetiva adoção de medidas de prevenção do contágio pelo novo coronavírus. A atuação dos órgãos foi motivada por notícias concretas que relatam aglomerações e desrespeito à distância mínima de um metro entre as pessoas durante o atendimento e a espera em agências bancárias e casas lotéricas.

A recomendação solicitou a adoção da sinalização horizontal com faixas no chão, a fim de garantir o espaçamento mínimo em todos os locais de atendimento presencial à população. MPF e MP/BA requerem, ainda, que as instituições sigam outras medidas estabelecidas pelo poder público e orientadas por entidades da área de Saúde, visando minimizar os efeitos da propagação do vírus.

As recomendações são documentos emitidos a órgãos públicos, para que cumpram determinados dispositivos constitucionais ou legais. As recomendações são expedidas para orientar sobre a necessidade de observar as normas e visam a adoção de medidas práticas para sanar questões pelo órgão competente. Acatar a recomendação pode evitar que os destinatários seja acionado judicialmente.

Em menos de dois meses de fiscalizações para monitorar o cumprimento das medidas de prevenção e controle do coronavírus, a Prefeitura já realizou 1.037 interdições de estabelecimentos comerciais em Salvador. As fiscalizações são feitas por uma força-tarefa formada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) e Vigilância Sanitária de Salvador (Visa), com o apoio da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Polícia Militar.

Os estabelecimentos interditados são aqueles que descumprem as determinações previstas em decreto municipal para conter a proliferação da Covid-19, como academias, casas de eventos, shoppings, bares, barbearias, salões de belezas e lojas com mais de 200 m² de área que estejam em funcionamento. Entram também na lista restaurantes que não estejam funcionando exclusivamente para delivery e demais pontos que provoquem a aglomeração de pessoas.

Já foram interditados bares, depósitos de bebidas, restaurantes, barbearias, salões de beleza, clínicas de estética, casas de evento, academias, supermercados, lojas de variedades, lojas de móveis, barracas de chapa, lanchonetes, quadras de esporte, campo de futebol, agências bancárias, sauna e obras irregulares, entre outros.

"A atuação firme da Sedur tem gerado um resultado muito positivo e os proprietários dos estabelecimentos estão se conscientizando sobre a importância de os manterem fechados. Aqueles estabelecimentos que insistirem em funcionar de forma irregular sofrerão as penalidades", afirma o diretor de fiscalização da Sedur, Átila Brandão Júnior.

Números – Desde o dia 18 de março, quando as fiscalizações foram iniciadas, até a quarta-feira (29), além das 1.037 interdições, também foram realizadas 14.944 vistorias e a cassação de alvará de funcionamento de 84 estabelecimentos. Apenas em três dias desta semana (27 a 29), a força-tarefa da Prefeitura vistoriou 1.354 pontos de comércio, esporte e lazer na cidade e interditou 44 desses estabelecimentos vistoriados.

As vistorias dessa semana ocorreram em 444 bares e restaurantes; 12 academias, 120 clínicas de estética, salões de beleza e barbearia; 52 supermercados; 587 lojas em comércio de rua; seis shoppings e centros comerciais; sete obras; dez órgãos públicos municipais, cinco órgãos públicos estaduais, uma agência dos Correios, um terminal marítimo, duas clínicas odontológicas, sete oficinas mecânicas, 19 agências bancárias e lotéricas, oito quadras e campos de futebol e três postos de combustível em diversos bairros da cidade.

Um equipamento simples, mas que pode salvar muitas vidas nesse período de enfrentamento à Covid-19 por diminuir bastante a transmissão do coronavírus. As máscaras reutilizáveis foram alvo de mais uma etapa de entregas gratuitas para a população de Salvador, promovida pela Prefeitura em pontos estratégicos da cidade. Nesta quinta-feira (30), a ação realizada no Largo dos Paranhos, em Brotas, foi acompanhada pelo prefeito ACM Neto e pelo vice Bruno Reis; o comandante do 2º Distrito Naval, André Luiz Silva Lima; corpo técnico e imprensa.

De acordo com o prefeito, a meta é distribuir três milhões de máscaras no total em toda a cidade – até amanhã (1º), deverão ter sido entregues quase 40 mil unidades. Além das principais estações de transbordo – Lapa, Mussurunga, Pirajá e Acesso Norte –, há outros 80 pontos de distribuição do material. Desde o último dia 27, está em vigor o decreto que determina a obrigatoriedade do uso de máscaras no transporte público e em veículos com mais de uma pessoa.

A expectativa é de que, a partir da próxima semana, sejam entregues também kits com duas máscaras em cada cesta básica distribuída pela Prefeitura, além da entrega específica deste equipamento de proteção individual para ambulantes e para as comunidades, através dos Núcleos de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs). O chefe do Executivo municipal ainda ressaltou a necessidade do uso do material por todos os cidadãos.

"Não adianta a Prefeitura determinar a regra e as pessoas não cumprirem. A gente ainda tem presenciado pessoas no próprio bairro sem usar máscara. Se puder, não saia de casa, mas, caso seja necessário, só coloque os pés fora de casa usando máscara. É um material simples, existem até tutoriais de como fazer utilizando tecido e elástico de cabelo. Infelizmente, o quadro que se avizinha é de preocupação e não podemos relaxar agora", alertou ACM Neto.

Cestas básicas – Além das máscaras, o Largo dos Paranhos também é um dos 12 pontos de distribuição das quase 25 mil cestas básicas municipais a pessoas que não tenham sido contempladas em qualquer ação municipal durante o período da pandemia. Essas pessoas foram ou estão sendo contactadas diretamente pela Prefeitura

A iniciativa, que tem apoio das Forças Armadas, Polícia Militar da Bahia (PM-BA) e Guarda Civil Municipal (GCM), já foi encerrada no Parque da Cidade, Valéria e Base Naval. Os demais locais, que incluem Canabrava, Coutos, Boca do Rio, Águas Claras, San Martin, Cabula e Cajazeiras X, deverão ter a entrega concluída nesta sexta-feira (1º) em primeira etapa.

O prefeito informou que algumas famílias selecionadas ainda não foram buscar os alimentos e solicitou que fiquem atentas ao contato da Prefeitura por telefone, SMS ou Correios, além do site www. salvadorportodos. salvador. ba. gov. br/ cestabasica e o Disque Coronavírus, no número 160.

Nos locais de distribuição das cestas, também há um posto de informações montado pela Ouvidoria Geral do Município (OGM) e Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), através dos Centros de Referência e Assistência Social (Cras), que orienta os cidadãos que não estão presentes na lista e encaminha-os a outros serviços socioassistenciais, se for necessário.

A Procuradoria Geral do Estado solicitou, junto ao Supremo Tribunal Federal, a suspensão e prorrogação das prestações da dívida do Estado da Bahia com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). O valor médio das prestações, relativas a dois contratos, é de R$ 26 milhões.

Através de uma Ação Cível Originária, o procurador do Estado Jamil Cabus solicitou a suspensão e prorrogação das prestações com vencimento em 15 de abril de 2020 e 15 de outubro de 2020, para pagamento no final do contrato, com manutenção dos mesmos encargos financeiros previstos contratualmente.

As prestações são relativas a dois contratos de empréstimos firmados pelo Estado com o BIRD, com garantia da União, para aplicação em programas nas área de saúde, recursos hídricos e desenvolvimento rural sustentável.

"As prestações se tornaram excessivamente onerosas para o Estado, em razão do surgimento de despesas extraordinários e imprevisíveis, da necessidade do direcionamento de recursos para a área de saúde, a fim de conter a pandemia do coronavírus e fornecer tratamento adequado à população, e da queda na arrecadação do ICMS", explicou o procurador.

Os contratos estão vinculados a garantia prestada pela União ao BIRD, e correspondente contragarantia prestada pelo Estado a União, de forma que, em caso de não pagamento de alguma parcela, a União assume o ônus perante o BIRD e pode utilizar recursos próprios do Estado e transferências constitucionais para se ressarcir.

Além do pedido de suspensão das prestações, o procurador apresentou também pedido subsidiário para que a União, por si ou através do Banco do Brasil S/A, se abstenha de executar a contragarantia e de promover qualquer retenção de receitas próprias do Estado ou decorrentes de transferências constitucionais.

O posto móvel de vacinação contra H1N1 montado no Centro de Abastecimento do Estado (Ceasa) encerrou os dois dias de vacinação com saldo positivo de 120 doses aplicadas. As pessoas foram vacinadas na segunda (27) e quarta (29), na área de frutas, respeitando as regras de distanciamento e segurança por causa da pandemia do coronavírus.

Segundo o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico, toda ação que contribua no combate da pandemia é bem-vinda. "Temos certa movimentação de público no Ceasa e grande circulação de caminhoneiros. Imunizar contra o H1N1 ajuda na hora do diagnóstico da Covid-19", afirma.

O foco da ação foi o grupo prioritário para 1ª e 2ª fase da campanha: idosos acima de 60 anos, trabalhadores de saúde, profissionais das forças de segurança e salvamento, portadores de doenças crônicas não transmissíveis, funcionários do sistema prisional, caminhoneiros, profissional de transporte coletivo, trabalhadores portuários, gestantes e puérperas (mulheres que estão no período de até 45 dias após o parto).

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO - Food and Agriculture Organization) alertou hoje (29), em seu novo relatório, para as consequências da pandemia do novo coronavírus na América Latina e no Caribe.

A região, que observou uma piora na segurança alimentar nos últimos anos, deve ter aumento da fome e da pobreza. A FAO apela aos governos para que declarem oficialmente a alimentação e a agricultura como atividades estratégicas fundamentais, que requerem atenção e apoio especiais de todos os órgãos do estado, bem como da população em geral.

"Manter o sistema alimentar vivo é essencial para que a crise da saúde não se transforme em crise alimentar”, disse Julio Berdegue, representante regional da FAO.

A América Latina e o Caribe produzem e têm reservas suficientes para alimentar de forma adequada os seus habitantes nos próximos meses. Para a FAO, no entanto, o principal risco no curto prazo é não conseguir garantir o acesso à alimentação da população mais vulnerável, que está cumprindo as medidas de segurança sanitária e que, em muitos casos, perdeu sua principal fonte de renda.

Em 2020, o número de pessoas pobres na região deve passar de 186 para 214 milhões de pessoas, enquanto o número de pessoas em extrema pobreza poderá aumentar de 67,5 para 83,4 milhões. Isso significaria que entre 2019 e 2020 a taxa de pobreza regional passou de 30,3% para 34,7% e a taxa de pobreza extrema de 11,0% para 13,5%. As estimativas são da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, a Cepal.

A previsão para 2020 é de contração da economia regional em 5,3%, com quedas de 5,2% na América do Sul, 5,5% na Mesoamérica e 2,5% no Caribe. O Brasil deve sofrer retração de 5,2%.

Insegurança Alimentar
Uma pessoa sofre de insegurança alimentar quando não tem acesso físico, social e econômico a alimentos seguros e nutritivos suficientes para atender suas necessidades e preferências alimentares e levar uma vida ativa e saudável.

De acordo com o relatório, a expressão mais extrema da insegurança alimentar é a fome, que em 2018 afetou 42,5 milhões de pessoas na região.

"Se adicionarmos a essa população as pessoas que enfrentam incertezas quanto a sua capacidade de obter alimentos e, portanto, foram forçadas a reduzir a qualidade ou quantidade dos alimentos que consomem, então descobrimos que, no mesmo ano, 188 milhões, isto é, um terço da população da América Latina e do Caribe, sofriam de insegurança alimentar antes do aparecimento dos primeiros casos da covid-19", diz o texto.

Os efeitos da disseminação do novo coronavírus na segurança alimentar variarão de acordo com as estratégias de saúde desenvolvidas em cada um dos países, e serão mais profundos quanto maior for a ausência de políticas complementares. As limitações orçamentárias, os desafios logísticos e a urgência da situação exigem iniciativas de alto impacto dos governos nacionais.

A FAO afirmou que a região deve iniciar estratégias "pós-covid-19" o mais rápido possível, com o objetivo de retomar o caminho do crescimento sustentável e inclusivo que permita alcançar os objetivos da Agenda de Desenvolvimento Sustentável para 2030.

O organismo também recomenda a reativação do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional (Plano SAN Celac), adaptando-o ao novo contexto, e o fortalecimento de acordos políticos para impulsionar o comércio de alimentos entre os países da região. "O Plano SAN Celac 2 deve enfatizar o apoio aos países membros para acelerar a recuperação e o pleno funcionamento de seus sistemas agrícolas e alimentares, para não perder a ambição de alcançar o objetivo dos ODS-2, que é Fome Zero em 2030", afirma o relatório.

Medidas
Na caso específico do Brasil, o documento reforça a importância de assegurar a continuidade das merendas oferecidas aos estudantes que participam dos programas de alimentação escolar e ressalta iniciativa vigente: "estudantes de escolas públicas e beneficiários do programa Bolsa Família recebem, para suprir a alimentação, o valor de R$ 3,98 que serão transferidos para as famílias de acordo com a situação de cada aluno que está no registro do Departamento Educação, ou seja, em três faixas: alunos que recebem uma refeição na escola terão direito ao valor de R$ 59,70 pelos 15 dias de suspensão; os estudantes que recebem duas refeições têm direito a R$ 119,40; e quem recebe três refeições terá direito a R$ 179,10. O dinheiro estará disponível através do Cartão de Material Escolar. No total, cerca de 70 mil famílias receberão o benefício".

O relatório sugere ainda outras medidas para redução do impacto da pandemia. Entre elas, estão a entrega de alimentos para as comunidades e territórios mais vulneráveis, em coordenação com agências governamentais autorizadas ou cooperação internacional; a isenção de impostos sobre alimentos básicos para famílias com crianças idade escolar, especialmente para trabalhadores dos setores mais econômicos afetados; e distribuição em domicílio de alimentos frescos, se possível da agricultura familiar.

Além disso, para garantir a oferta de alimentos, a FAO recomenda facilitar o transporte e o acesso econômico a insumos produtivos (sementes, fertilizantes, alimentos para animais, etc.), máquinas e infraestrutura.

As medidas políticas devem ser focadas principalmente em "garantir acesso de produtores e produtos aos mercados, fornecimento de material sanitário para proteger os atores da cadeia (em fazendas, agronegócios, mercados atacadistas, lojas e supermercados), implementação de medidas de segurança e limpeza nos pontos de armazenamento e venda, flexibilidade à operação das redes de supermercados e outras infraestruturas essenciais para facilitar o transporte de produtos frescos. A promoção do comércio eletrônico e a distribuição de alimentos em casa, também é uma estratégia importante", ressalta o informe.

Os impactos na oferta e na demanda de alimentos durante a pandemia dependerão das estruturas produtivas e comerciais dos países, de seus níveis e grau de desigualdade de renda e de fatores externos relacionados aos mercados de energia e crédito, e às taxas de câmbio. Para a FAO, os problemas que atingem a região não conhecem fronteiras e, portanto, devem ser enfrentados conjuntamente.

O relatório destaca, ainda, a importância de que os países desenvolvam políticas comerciais e fiscais que mantenham o comércio mundial aberto, para evitar mudanças nos preços domésticos ou reduções na oferta de alimentos. O documento foi desenvolvido a pedido da Presidência Pro Tempore do México para a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac).