O Jornal da Cidade

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A Prefeitura iniciou, nesta quinta-feira (07), a vigilância das praias da capital com ênfase na fiscalização de surfistas. A operação, intitulada Praia de Bulhosa, pretende inibir a presença de cidadãos tanto na faixa de areia quanto no mar durante o período de isolamento social.

Fruto de uma parceria entre a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar), a operação conta com abordagens aos surfistas no mar. O procedimento é efetuado por meio dos salva-vidas com uso de botes, pranchas e jet skis. Os profissionais orientam praticantes e banhistas sobre a necessidade de deixar o local para a preservação da saúde coletiva.

De acordo com o inspetor geral da GCM, Marcelo Silva, apesar de haver alguns pontos em que a prática do surfe é mais frequente, a exemplo do trecho próximo ao Barravento (Barra), e das praias de Piatã e Jaguaribe, a operação não é estanque e vai se adaptar constantemente. A proposta, segundo Silva, é que essa operação seja efetuada enquanto houver a presença de pessoas na praia, sejam surfistas ou não, durante a quarentena.

A Salvamar é responsável pela definição dos horários das abordagens com base na tábua da maré, recurso que os praticantes do esporte usam para programar os treinos. Já a Guarda Municipal vai intensificar o patrulhamento feito rotineiramente em toda a orla, além de dar apoio aos salva-vidas durante as abordagens.

Desde o fim de março, o acesso às praias foi vetado por meio de decreto municipal. Apenas pescadores, já que dependem da atividade para o sustento da família, seguem com livre acesso às praias de Salvador. No entanto, estes trabalhadores devem evitar aglomeração na faixa de areia e nas colônias de pesca espalhadas pela orla.

A Bahia chegou a 161 mortes por covid-19, uma a mais do que o último balanço, segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (7) pela Secretaria da Saúde (Sesab). São 4.466 casos confirmados da doença, 1.030 pacientes recuperados e outras 3.275 pessoas que permanecem monitoradas pela vigilância epidemiológica por apresentarem sintomas.

A morte pelo novo coronavírus que foi confirmada hoje aconteceu na última segunda (4). A vítima é um idoso de 70 anos que tinha diabetes. Ele morava em Capim Grosso e morreu em um hospital público da cidade, onde deu entrada no dia 29 de abril.

O boletim epidemiológico registra ainda 10.712 casos descartados e 18.803 notificações. Até o momento, 215 profissionais de saúde tiveram diagnóstico positivo para Covid-19. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais.

As mortes aconteceram nas cidades de Adustina (1); Água Fria (1); Araci (1); Belmonte (1); Buerarema (3); Camaçari (1); Capim Grosso (2); Catu (1); Coaraci (1); Feira de Santana (2); Gandu (1); Gongogi (2); Ibirataia (1); Ilhéus (11); Ipiaú (2); Itabuna (6); Itagibá (1); Itapé (1); Itapetinga (2); Jequié (1); Juazeiro (1); Lauro de Freitas (5); Maraú (1); Nilo Peçanha (1); Salvador (98); Ribeiro do Pombal (1); São Francisco do Conde (1); Ubaitaba (1); Uruçuca (4); Utinga (1); Vereda (1); Vitória da Conquista (4). Estes números contabilizam todos os registros de janeiro até 12 horas desta quinta-feira (7).

A plataforma de streaming de música Spotify apresentou na noite desta quarta-feira (6) vários problemas para usuários, principalmente os que usam iPhone e o sistema de operação iOs. Ao tentar abrir o aplicativo, ele é imediatamente fechado.

Segundo o site Downdetector, que identifica problemas em sites e aplicativos, as reclamações quanto ao serviço se concentram nos Estados Unidos, no Brasil e em parte da Europa. A empresa ainda não se pronunciou sobre o caso.

O Downdetector também está relatando interrupções para vários serviços populares da internet – incluindo também Tiktok, Pinterest, Tinder, Waze, Venmo, Bumble, SoundCloud, Nextdoor, The New York Times, Walmart, Viber, Pandora e UPS, de acordo com o rastreamento do sistema.

Na web, alguns desenvolvedores estão culpando uma atualização do SDK do Facebook, o kit de desenvolvimento de software, pelo problema.

Isso deixou diversos usuários bastante irritados. “Estava ouvindo meu Spotify, do nada ele fechou sozinho, e agora não quer abrir” escreveu um usuário. Confira outras reações dos internautas.

A Bahia registrou, nas últimas horas, 54 novos casos confirmados de coronavírus. De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde (Sesab) no início da noite desta quarta-feira (6), o estado totaliza 4.301 pessoas contaminadas com a doença, com 160 mortes, 14 a mais do que os números apresentados na última terça-feira (5).

Segundo informações da Sesab, o 152º óbito foi de uma mulher, de 53 anos, com histórico de imunossupressão, residente em Coaraci. A paciente estava internada em hospital filantrópico de Itabuna. Ela deu entrada dia 18 de abril e morreu no dia 1° de maio.

Já a 153ª morte foi de uma idosa de 71 anos, residente em Salvador, com histórico de diabetes e hipertensão arterial. Ela estava internada em um hospital público da capital. Ela deu entrada no dia 12 de abril e morreu na segunda-feira (4).

De acordo com a Sesab, o 154º óbito foi de um homem, de 41 anos, residente em Gandu, com histórico de insuficiência renal aguda, doença hepática crônica. O paciente estava internado em hospital público de Ilhéus, desde o dia 15 de abril e também morreu no dia 1° de maio.

A 155ª morte foi de uma idosa de 70 anos, residente em Ilhéus, com histórico de doença cardiovascular, diabetes e pneumonia crônica. Ela deu entrada no dia 28 de abril e morreu um dia depois, no dia 29.

Já o 156º óbito foi de um idoso de 80 anos, residente em Ilhéus, com doença cardiovascular crônica. O paciente foi internado em um hospital público de Ilhéus no dia 18 de abril e morreu um dia depois, no dia 19.

Ainda de acordo com a Sesab o 157º óbito foi de um homem, de 52 anos, também residente em Ilhéus, com histórico de cardiopatia. Ele foi internado em um hospital público de Ilhéus no dia 15 de abril e morreu no dia 29 do mesmo mês.

Já a 158ª morte foi de uma mulher, de 42 anos, residente em Ilhéus, com histórico de hepatopatia crônica. A paciente foi internada em um hospital público de Ilhéus, no dia 14 de abril e morreu no dia 25.

O 159º óbito foi de um idoso, de 65 anos, residente em Ilhéus, sem doenças preexistentes. O paciente foi internado em um hospital público de Ilhéus no dia 29 de abril e morreu um dia depois, no dia 30.

Já a 160º morte foi de um idoso, de 65 anos, residente em Ilhéus, com histórico de cardiopatia e pneumonia crônica. O paciente foi internado em um hospital público de Ilhéus no dia 4 de abril e morreu um dia depois, no dia 5.

Ao comparar os boletins divulgados pela Sesab às 17h da terça-feira (5) e o desta quarta, é possível perceber que houve 14 mortes e 261 casos confirmados no estado nas últimas 24 horas. Por volta das 12h, o órgão divulgou os quatro primeiros óbitos registrados nesta quarta e 207 casos.

Do número total de mortes, 98 ocorreram em Salvador. As demais estão distribuídas pelos seguintes municípios: Adustina (1); Água Fria (1); Araci (1); Belmonte (1); Buerarema (3); Camaçari (1); Capim Grosso (1); Catu* (1); Coaraci (1); Feira de Santana (2); Gandu (1); Gongogi (2); Ibirataia (1); Ilhéus (11); Ipiaú (2); Itabuna (6); Itagibá (1); Itapé (1); Itapetinga (2); Jequié* (1); Juazeiro (1); Lauro de Freitas (5); Maraú (1); Nilo Peçanha (1); Ribeiro do Pombal (1); São Francisco do Conde (1); Ubaitaba (1); Uruçuca (4); Utinga (1); Vereda* (1); Vitória da Conquista (4). Estes números contabilizam todos os registros de janeiro até 17 horas desta quarta-feira (6).

De acordo com a Sesab, na Bahia, dos 752 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para Covid-19, 424 possuem pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 56%. No que se refere aos leitos de UTI adulto e pediátrico, dos 349 leitos exclusivos para o coronavírus, 223 possuem pacientes internados, compreendendo uma taxa de ocupação de 64%. Cabe ressaltar que novos leitos serão abertos progressivamente mediante o aumento da demanda.

Os casos confirmados estão distribuídos em 155 municípios do estado, com maior proporção em Salvador (63,85%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 1.000.000 habitantes são Ipiaú (1.983,74), Ilhéus (1.644,83), Uruçuca (1.510,79), Itabuna (1.205,31) e Coaraci (1.059,26).

Segundo a Sesab, no período de 27 de março a 6 de maio houve um aumento do número de casos confirmados laboratorialmente de Covid-19 na Bahia, com incremento de 3.396,75 casos no período.

Ainda segundo o boletim da Sesab, sete casos confirmados que anteriormente haviam sido notificados nas cidades de Amargosa, Bom Jesus da Lapa, Guanambi, Cristópolis, Saubara, Ponto Novo e Saúde tinham como registro do provável local de infecção a cidade de Salvador.

Um caso foi registrado em Vereda e tem registro do provável local de infecção a cidade de Ilhéus e outro foi registrado em Cruz das Almas com localidade provável de infecção no Rio de Janeiro. Nesta terça (5), a Sesaab informou que um caso foi registrado em Guaratinga como registro provável em Ipiaú.

Na dia 23 de abril, a cidade de Cruz das Almas aparecia com um caso notificado como registro do provável local de infecção a cidade de Salvador. Depois, a Sesab confirmou que o caso é do Rio de Janeiro.

O mesmo acontece com 21 casos de residentes de outros estados que foram notificados em cidades baianas. Até o 9° caso, a Sesab confirmou que dois foram notificados em Salvador, cinco em Feira de Santana e dois de Lauro de Freitas. A partir do 10° caso, o órgão não detalhou mais os locais onde os pacientes foram registrados.

De acordo com o órgão de saúde, um caso confirmado que anteriormente havia sido notificado na cidade de Irecê está em investigação para saber o provável local de infecção. Esse caso segue sem a informação confirmada.

A Sesab também informou que cinco dos casos confirmados do município de Castro Alves foram confirmados por Teste Rápido. Após a investigação epidemiológica foi identificado que um paciente que foi confirmado no domingo (3) em Seabra é residente do estado do Tocantins.

Dos 4.301 casos confirmados, 818 já encontram-se recuperados e 3.223 casos encontram-se ativos. A Sesab também informou que o Lacen realizou, no período de 1º de março a 14h15 desta quarta, o total de 23.114 exames de vírus respiratórios, cujos resultados já foram liberados. No momento, há 1.958 exames em análise.

Perfil dos pacientes
De acordo com a Sesab, a faixa etária mais acometida foi a de 30 a 39 anos, representando 24,23% do total. Quanto ao sexo dos casos confirmados, o órgão informou que 50,40% são do sexo feminino.

Nesta terça, a Sesab informou que o coeficiente de incidência por 1.000.000 habitantes foi maior na faixa etária de mais de 80 anos (573,08/1.000.000 habitantes), indicando que o risco de adoecer foi maior nesta faixa, seguida de 30 a 39 anos (454,20/1.000.000 habitantes).

Mortes nesta quarta
Quatorze pessoas infectadas pela Covid-19 tiveram mortes divulgadas nesta quarta. Confira os cinco primeiros casos informados no boletim das 12h:

Das cinco mortes registradas no boletim, quatro foram de pacientes com mais de 80 anos. O mais velho deles foi um homem de 92 anos, residente em Buerarema, com histórico de hipertensão arterial e diabetes. Ele é considerado um caso de notificação tardia, já que deu entrada em um hospital filantrópico no dia 28 e morreu no dia seguinte.

As demais mortes também são casos de notificação tardia. Um homem de 84 anos, sem comorbidades, morreu no dia 24 de abril, mesmo dia em que deu entrada em um hospital público de Salvador.

De acordo com o boletim, um homem de 90 anos, também sem comorbidades, morreu após cinco dias internado em um hospital público de Salvador. Ele faleceu no dia 29. Um homem de 84 anos, residente em Ribeira do Pombal, com histórico de Doença de Parkinson, diabetes e hipertensão, morreu após seis dias internado em um hospital do município.

A última morte registrada no boletim divulgado pela Sesab foi a de um homem de 42 anos, que morava em Itajuípe e não possuía comorbidades. Ele deu entrada em um hospital público de Itabuna na última sexta-feira (1) e morreu no domingo (3).

O isolamento obrigatório dos moradores por conta da pandemia do novo coronavírus, o chamado lockdown, vai acontecer em Salvador de forma parcelada. A partir de sábado (9), algumas regiões da cidade serão interditadas pela prefeitura e bairros inteiros podem ser isolados. O objetivo é frear o avanço da contaminação e retardar ao máximo a saturação dos leitos, prevista para acontecer em 20 de maio.

O anuncio do isolamento obrigatório em alguns bairros de Salvador foi feito na manhã desta quarta-feira (6), pelo prefeito ACM Neto, durante a inauguração de um posto de distribuição de alimentos, em Itapuã. O gestor frisou que o lockdown na cidade toda depende do apoio do governo do estado para acontecer e que essa hipótese já está sendo discutida. A ideia é que a ação por bairro sirva de termômetro para decidir os próximos passos.

“O lockdown total foi tratado como uma hipótese durante reunião entre a prefeitura e o governo do estado na segunda-feira (4). No entanto, o diálogo vem acontecendo diariamente e, se for preciso, vamos adotar as medidas necessárias. Vamos observar o comportamento das pessoas durante o isolamento que faremos de algumas áreas da cidade, a partir de sábado, e então analisar se haverá a necessidade de estender a ação para toda a cidade”, afirmou.

ACM Neto disse que o planejamento para o lockdown parcial será finalizado nesta quarta-feira e que, por isso, os locais que terão interdição ainda não foram informados. A lista das regiões e ações que serão desenvolvidas será divulgada nesta quinta-feira (7). Ele adiantou que serão fechadas ruas e avenidas, e que algumas atividades serão suspensas nessas localidades.

O transporte público também passará por alterações porque houve um aumento no número de passageiros na última semana. Antes, apenas 28% dos usuários estavam usando o sistema, mas esse número saltou para 35% nos últimos dias. A maior circulação de pessoas justamente quando o vírus está mais ativo na cidade preocupa as autoridades.

Crise
O vice-prefeito, Bruno Reis, atualizou os números. Até a manhã desta quarta, Salvador estava com 128 leitos de UTI e 238 leitos clínicos ocupados. Juntos, município, estado e rede privada oferecem 489 acomodações de UTI e 444 clínicas. Até a manhã desta quarta, havia 2.599 casos confirmados do novo coronavírus apenas em Salvador. Em toda a Bahia, são 4.247 pacientes.

Segundo as previsões, se a taxa de contaminação continuar em 7%, a partir do dia 14 não haverá mais leitos clínicos disponíveis, e em 20 de maio acabam os de UTI. O pico da crise vai se estender até 23 de junho, quando a curva de contaminação finalmente vai começar a baixar.

“É impressionante a precisão dos dados. Os números de casos confirmados e de óbitos estão se confirmando dia a dia com as projeções. Agora, mais do que nunca, é preciso que a população siga as recomendações de ficar em casa, usar máscaras, e fazer uso do álcool gel. A máscara tem que fazer parte do nosso vestuário, além do distanciamento para evitar a contaminação. Precisamos que a população faça a sua parte”, afirmou Bruno Reis.

A Pituba é o bairro com o maior número de infectados em Salvador até o momento. Na segunda-feira (4), a Secretaria Municipal da Saúde divulgou a lista das regiões mais afetadas da cidade. Na Pituba são 65 casos confirmados, sendo seguida por Brotas (52), Patamares (37), Bonfim (31), Federação (29), Liberdade (25), Engenho Velho de Brotas (24), Imbuí (24), e Uruguai (24). Em bairros populares o movimento de pessoas nas ruas é maior e isso também tem chamado à atenção das autoridades.

Enquanto aguardava para pegar a refeição que estava sendo entregue no centro de distribuição, em Itapuã, a diarista Ivonete Lima, 46 anos, disse que está preocupada com a pandemia. “Primeiro, estou com medo de pegar a doença e passar para meus pais, que são idosos ou para minha neta que é um bebê. Depois, estou com medo de não conseguir trabalho logo e aí não sei com vai ser. São seis bocas para alimentar”, disse.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que ainda não há motivo para o lockdown total em Salvador, mas que isso pode ocorrer caso não cheguem novos respiradores para abrir leitos de UTI, não haja profissionais suficientes para abrir novos leitos, e aumente a taxa de crescimento de novos casos. A pasta reassaltou que o governo tem realizado um planejamento para abertura de novos leitos em toda a Bahia.

Filas da Caixa
Durante o mesmo evento, o prefeito ACM Neto disse também que a prefeitura fez um levantamento sobre as filas nas dez maiores agências da Caixa Econômica Federal em Salvador, e que até quinta-feira (7) o município vai pensar alternativas para ajudar a Caixa a reduzir as aglomerações nesses espaços.

Atualmente, a Guarda Municipal tem feito esse trabalho, mas a demanda está maior do que o efetivo pode resolver. Por isso, está sendo elaborado um planejamento para ter mais pessoal, o que pode resultar também em novas contratações. Neto frisou que as filas são de responsabilidade do Governo Federal e criticou a falta e ação da União.

O Instituto de Israel para a Investigação Biotecnológica, do Ministério da Defesa, anunciou que desenvolveu um anticorpo para o coronavírus e que prepara a patente para depois entrar em contato com empresas farmacêuticas, com o objetivo de produzir em escala comercial.

Em comunicado, o instituto assegura que o anticorpo desenvolvido ataca e neutraliza o vírus nas pessoas doentes.

"De acordo com os pesquisadores, liderados pelo professor Shmuel Shapiro, a fase de desenvolvimento do anticorpo foi concluída", acrescenta a nota.

O ministro da Defesa de Israel, Naftali Benet, visitou o laboratório do instituto em Nezz Ziona, ao sul de Tel Aviv, onde tomou conhecimento da pesquisa. Ele afirmou que o "anticorpo ataca o vírus de forma monoclonal" qualificando o trabalho desenvolvido como "grande conquista".

"Estou orgulhoso do pessoal do Instituto de Biotecnologia por esse avanço. A criatividade e o pensamento judaico atingiram grande resultado", disse o ministro na nota. O texto não especifica se foram realizados testes em seres humanos.

Altos cargos do setor da defesa e da segurança israelita disseram que a descoberta é a "primeia desse tipo em nível mundial".

De acordo com a publicação digital Times of Israel, no mundo há cerca de uma centena de equipes de investigação à procura de uma vacina para o novo coronavírus, que provocou a pandemia, sendo que cerca de uma dezena estão, neste momento, em fase de teste em seres humanos.

Especialistas avisaram, em março, que o processo após o desenvolvimento de uma vacina em laboratório pode demorar pelo menos 18 meses.

O Instituto para a Investigação e Biotecnologia de Israel dedica-se, entre outras atividades, a investigar armas químicas, procurando antídotos contra novas substâncias.

Em março, o jornal Haaretz publicou que o centro tinha conseguido avançar nas investigações sobre a vacina, tendo o Ministério da Defesa desmentido a informação.

Em nível global, segundo balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortes e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello determinou que a gravação de uma reunião, realizada no dia 22 de abril, entre o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão, ministros e presidentes de bancos públicos seja enviada à Corte em 72 horas.

No despacho proferido ontem (5), o ministro pediu a cópia da gravação à Secretaria-Geral e à Secretaria de Comunicação da Presidência da República ao atender o pedido de diligência feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura as declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro sobre suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF). A reunião foi citada por Moro em depoimento à PF na semana passada.

“As autoridades destinatárias de tais ofícios deverão preservar a integridade do conteúdo de referida gravação ambiental (com sinais de áudio e de vídeo), em ordem a impedir que os elementos nela contidos possam ser alterados, modificados ou, até mesmo, suprimidos, eis que mencionada gravação constitui material probatório destinado a instruir, a pedido do senhor procurador-geral da República, procedimento de natureza criminal” decidiu o ministro.

Uma mulher foi agredida e expulsa a chutes de um ônibus na região da Estação Pirajá. O caso aconteceu nesta quarta-feira (6) e foi registrado por um vídeo da câmera de segurança do coletivo. Nas imagens, é possível ver passageiros revoltados com o fato da mulher estar sem máscara e a desproporcional reação de um deles, que comanda os ataques. Tanto o agressor quanto a vítima ainda não foram identificados.

A Polícia Militar informou que tomou conhecimento da situação pela imprensa e que enviou uma equipe da 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Sussuarana) por volta das 13h30 para averiguar a situação. "No entanto, após realizar rondas e buscas no local a procura dos envolvidos, ninguém foi encontrado", disse a corporação, por meio de nota.

A máscara é de uso obrigatório em Salvador desde o dia 23 de abril, quando foi publicado um decreto no Diário Oficial do Município (DOM) prevendo a possibilidade de os passageiros sem o equipamento terem o acesso proibido.

No vídeo, um homem mais exaltado empurra a mulher para fora do veículo a chutes e puxa a mão dela de uma das barras de ferro do coletivo, para que ela não retorne. Aos gritos, ele manda ela tirar o pé da porta, para que o motorista possa fechá-la e seguir viagem. Um homem que está na rua tenta conter a mulher e retirá-la da entrada lateral do ônibus.

Na confusão, outros passageiros gritam e pedem para que o motorista vá logo embora com o coletivo, que seguia da Estação Pirajá para a Mata Escura.

O Consórcio Integra, empresa que administra o transporte público de Salvador, informou que a mulher agredida entrou no ônibus usando máscara e, após passar pela catraca, resolveu tirar o equipamento de proteção. Alguns passageiros ficaram revoltados, alegaram medo de contaminação pelo novo coronavírus e pediram que ela colocasse novamente a máscara, o que não foi feito. Diante da recusa, ela acabou agredida e expulsa do veículo pelos próprios passageiros.

Quarta, 06 Maio 2020 13:32

Usando o medo do além pra pecar

O medo de queimar no inferno ou purgar os pecados por longo tempo no purgatório não foi apenas usado por sacerdotes para tentar corrigir o comportamento das pessoas. Certos frades inescrupulosos se aproveitavam da ingenuidade de alguns fiéis para arquitetar aventuras amorosas. Estamos falando no contexto do livro Decamerão, de Giovanni Boccaccio, escrito no século XIV, em Florença, norte da Itália, após uma pandemia de peste bubônica. Em algumas das cem novelas do livro, o escritor se esmerou em mostrar a hipocrisia de parte dos religiosos da época, principalmente integrantes das ordens mendicantes franciscana e dominicana. E a própria salvação da alma entrou como estratégia para engendrar atos adúlteros.

A quarta novela da terceira jornada do Decamerão, relata a história de um homem bondoso e rico, chamado Puccio di Rinieri, que resolveu se dedicar totalmente às coisas do espírito e tornou-se membro da confraria leiga Ordem Terceira de São Francisco. A mulher dele, que se chamava Isabetta, jovem ainda, viçosa e bela, lamentava o desinteresse do marido por ela. Nisso, um jovem monge chamado dom Felice tornou-se amigo de Puccio e, em pouco tempo, chamou-lhe a atenção a beleza de Isabetta. O frade passou a cortejá-la e logo arrumou um plano pra tirar o marido do caminho. Apresentou uma penitência infalível pra o futuro corno salvar a alma. Instruiu Puccio a arrumar um lugar na casa onde à noite pudesse ver o céu e, encostado numa tábua, se manter na posição de um crucificado. Assim, deveria rezar até o sol nascer. Isso durante 40 dias. Incontinenti, Puccio, com medo do pós-vida, armou sua tábua na varanda do quarto e iniciou sua penitência. Enquanto isso, Isabetta destrancou a porta de casa no horário acertado com dom Felice, que entrou sorrateiramente. Enquanto Puccio permanecia rezando para escapar do purgatório, os amantes chegavam ao paraíso na cama.

Plano mais audacioso foi a de certo abade da Toscana que também se aproveitou do medo da morte do comerciante Ferondo - outro personagem que preferia se preocupar mais com a vida religiosa do que com sua bela mulher. O religioso resolveu simular uma visita de Ferondo ao purgatório. Sem entender muito o plano, a mulher do comerciante concordou, pois, seduzida pelo abade, não aguentava mais os ciúmes do marido. Assim, o abade colocou um pó na bebida de Ferondo que o fez dormir três dias. Considerado morto, o comerciante foi pranteado e sepultado no mosteiro do abade. Seguindo o plano, o abade com a ajuda de um frade amigo, retirou Ferondo da sepultura e o colocou numa cela do mosteiro totalmente escura e sem luz. Quando o comerciante acordou o cúmplice do abate entrou na cela e, armado com uma vara, passou a espancar Ferondo, alegando com voz fantasmagórica que ele havia morrido e estava no purgatório cumprindo penitência pelo fato de ser muito ciumento. Durou 40 dias a pena de Ferondo no falso purgatório, enquanto o abade aproveitava as delícias da vida terrena com a mulher do comerciante. Mas não vou contar o fim dessa história pra que quem não leu o Decamerão possa aproveitá-la.

Apesar dos ataques pesados de Boccaccio contra a Igreja, não consta que ele tenha sido chamado pela Inquisição para se explicar. No entanto, o Decamerão foi incluído no index Librorum Prohibitorum, a lista de autores proibidos da Igreja, cuja primeira versão foi promulgada pelo Papa Paulo IV em 1559 , portanto 184 anos depois da morte de Boccaccio.

 

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Biaggio Talento é jornalista, e colaborador do O Jornal da Cidade.

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro prestou depoimento de mais de oito horas neste sábado (2) na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba.

No depoimento, ele foi questionado sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos relacionados a familiares. As acusações foram feitas pelo ex-ministro quando ele anunciou sua saída do governo, em 24 de abril.

O inquérito foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar se as acusações de Moro são verdadeiras. Se não forem, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.

O depoimento foi determinado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso, e foi colhido presencialmente por delegados da PF e acompanhado pelos procuradores que tiveram autorização do ministro do STF. São eles: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.

Leia, abaixo, o depoimento de Moro à PF:
Na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba no Estado do Paraná, onde presente se encontrava CHRISTIANE CORREA MACHADO, Delegada de Polícia Federal, Matr. 10.568, Chefe do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado - DICOR, e WEDSON CAJÉ LOPES, Delegado de Polícia Federal, lotado no SINQ/DICOR, compareceu Sergio Fernando Moro, sexo masculino, naturalidade brasileira, casado(a), filho(a) de ODETE STARKE MORO e DALTON AUREO MORO, nascido(a) aos 01/08/1972, natural de Maringa/PR, instrução ensino superior – mestrado, documento de identidade nº 36748567 SSP/PR, CPF 863.270.629-20. Cientificado acerca dos seus direitos constitucionais, inclusive o de permanecer em silêncio, inquirido a respeito dos fatos pela Autoridade Policial, RESPONDEU:

QUE tomou conhecimento pela imprensa sobre a determinação do Ministro Celso de Mello sobre a sua oitiva, tendo se colocado à disposição para prestar declarações, informando o fato à Polícia Federal;

QUE perguntado sobre sua definição sobre interferência política do Poder Executivo em cargos de chefia no âmbito da Polícia Judiciária, respondeu que entende que seja uma interferência sem uma causa apontada e portanto arbitrária;

QUE durante o período que esteve à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, houve solicitações do Presidente da República para substituição do Superintendente do Rio de Janeiro, com a indicação de um nome por ele, e depois para substituição do Diretor da Polícia Federal, e, novamente, do Superintendente da Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro, que teria substituído o anterior, novamente com indicação de nomes pelo presidente;

QUE, durante sua gestão, apenas concordou com a primeira substituição, pois, circunstancialmente, o Superintendente do RJ, RICARDO SAAD, havia manifestado interesse de sair, por questões familiares, e a sua troca já estava planejada pelo Diretor Geral, sendo nomeado um nome com autonomia pela própria Polícia Federal, o que garantia a continuidade regular dos serviços de Polícia Judiciária;

QUE na sua gestão preservou a autonomia da Polícia Federal, em relação a interferência política e pediu demissão no dia 24 de abril de 2020, com o mesmo objetivo;

QUE durante a sua coletiva ocorrida em 24 de abril de 2020 narrou fatos verdadeiros, cujo objetivo era esclarecer os motivos de sua saída, preservar autonomia da Polícia Federal, da substituição de Diretor e de Superintendentes, sem causa e com desvio de finalidade, como reconhecimento posteriormente pelo próprio Supremo Tribunal Federal em decisão proferida no dia 29 de abril que suspendeu a posse do DPF ALEXANDRE RAMAGEM;

QUE perguntado se identificava nos fatos apresentados em sua coletiva alguma prática de crime por parte do Exmo. Presidente da República, esclarece que os fatos ali narrados são verdadeiros, que, não obstante, não afirmou que o presidente teria cometido algum crime;

QUE quem falou em crime foi a Procuradoria Geral da República na requisição de abertura de inquérito e agora entende que essa avaliação, quanto a prática de crime cabe às Instituições competentes;

QUE em agosto de 2019 houve uma solicitação por parte do Exmo. Presidente da República de substituição do Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, RICARDO SAAD;

QUE essa solicitação se deu de forma verbal, no Palácio do Planalto;

QUE não se recorda se houve troca de mensagens sobre esse assunto;

QUE não se recorda se alguém, além do declarante e do Exmo. Presidente da República tenha presenciado essa solicitação;

QUE no entanto, reportou esse fato tanto ao Diretor da Polícia Federal, MAURÍCIO VALEIXO, como ao Dr. SAAD;

QUE os motivos dessa solicitação devem ser indagados ao Presidente da República;

QUE, após muita resistência, houve, como dito acima, concordância do Declarante e do Dr. VALEIXO, com a substituição;

QUE o presidente, após a concordância, declarou publicamente que havia mandado trocar o SR/RJ por motivo de produtividade;

QUE para o Declarante não havia esse motivo e a própria Polícia Federal emitiu nota pública, informando a qualidade do serviço da SR/RJ, o que também pode ser verificado por dados objetivos de produtividade;

QUE só concordou com a substituição porque o novo SR, CARLOS HENRIQUE foi uma escolha da PF e isso garantia a continuidade regular dos serviços da SR/RJ e a própria Polícia Federal informou na nota acima que ele seria o substituto;

QUE o Presidente, contrariado, deu nova declaração pública afirmando que era ele quem mandava e que o novo Superintendente seria ALEXANDRE SARAIVA;

QUE o Diretor da Polícia Federal ameaçou se demitir e que o Declarante conseguiu demover o Presidente;

QUE tem presente que ALEXANDRE SARAIVA é um bom profissional, no entanto não era o nome escolhido pela Polícia Federal;

QUE o presidente já havia indicado ao Declarante a intenção de indicar ALEXANDRE SARAIVA, mas que da sua parte entendia que a escolha deveria ser da Polícia Federal;

QUE mesmo antes, mas, principalmente, a partir dessa época o Presidente passou a insistir na substituição do Diretor da PF, MAURÍCIO VALEIXO;

QUE essa pressão foi, inclusive, objeto de diversas matérias na imprensa;

QUE conseguiu demover o presidente dessa substituição por algum tempo;

QUE o assunto retornou com força em janeiro de 2020, quando o Presidente disse ao Declarante que gostaria de nomear ALEXANDRE RAMAGEM no cargo de Diretor Geral da Polícia Federal e VALEIXO iria, então, para uma Adidância;

QUE isso foi dito verbalmente no Palácio do Planalto;

QUE, eventualmente o General Heleno se fazia presente;

QUE esse assunto era conhecido no Palácio do Planalto por várias pessoas;

QUE pensou em concordar para evitar um conflito desnecessário, mas que chegou à conclusão que não poderia trocar o Diretor Geral sem que houvesse uma causa e que como RAMAGEM tinha ligações próximas com a família do Presidente isso afetaria a credibilidade da Polícia Federal e do próprio Governo, prejudicando até o Presidente;

QUE essas ligações são notórias, iniciadas quando RAMAGEM trabalhou na organização da segurança pessoal do presidente durante a campanha eleitoral;

QUE os motivos pelos quais o Presidente queria substituir VALEIXO por RAMAGEM devem ser indagados ao Presidente;

QUE RAMAGEM, pela questão da proximidade, o Declarante afirma que o presidente, nessa época, lhe dizia que era uma questão de confiança;

QUE o presidente chegou a sugerir dois outros nomes para Diretor Geral da Polícia Federal, ao invés de RAMAGEM, mas que os nomes não tinham a qualificação necessária, segundo a opinião do Declarante;

QUE, ainda em janeiro, o Declarante sugeriu dois nomes para o Presidente, FABIANO BORDIGNON e DISNEY ROSSETI para substituir VALEIXO;

QUE a troca geraria desgaste para o Declarante, mas, pelo menos, não abalaria a credibilidade da Polícia Federal ou do Governo;

QUE a substituição sem causa do DG e a indicação de uma pessoa ligada ao Presidente e a sua família seriam uma interferência política na PF;

QUE os dois outros nomes eram ANDERSON TORRES e CARRIJO e ambos não tinham história profissional na Polícia Federal que os habilitassem ao cargo, além de também serem próximos à família do presidente;

QUE no começo de março de 2020, estava em Washington, em missão oficial com o Dr. VALEIXO;

QUE recebeu mensagem pelo aplicativo Whatsapp do Presidente da República, solicitando, novamente, a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro, agora CARLOS HENRIQUE;

QUE a mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: “Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”;

QUE esclarece que não nomeou e não era consultado sobre as escolhas dos Superintendentes; QUE essa escolha cabia, exclusivamente, à Direção Geral da Polícia Federal;

QUE nem mesmo indicou o Superintendente da Polícia Federal do Paraná;

QUE os motivos para essa solicitação entende que devem ser indagados ao Presidente da República; QUE falou sobre a solicitação de troca do Diretor VALEIXO, ainda em Washington;

QUE até aventaram a possibilidade de atender ao Presidente para evitar uma crise;

QUE, no entanto, o Diretor VALEIXO afirmou que não poderia ficar no cargo se houvesse uma nova substituição sem causa do SR/RJ por um nome indicado pelo Presidente da República;

QUE o Diretor VALEIXO declarou que estava cansado da pressão para a sua substituição e para a troca do SR/RJ; QUE por esse motivo e também para evitar conflito entre o Presidente e o Ministro o Diretor VALEIXO disse que concordaria em sair;

QUE nesse momento não havia nenhuma solicitação sobre interferência ou informação de inquéritos que tramitavam no Rio de Janeiro;

QUE, por esse motivo, o Declarante, apesar da resistência, cogitou aceitar as trocas, desde que o substituto do Diretor Geral fosse de sua escolha técnica e pessoa não tão próxima ao presidente;

QUE depois, porém, entendeu que também não poderia aceitar a troca do SR/RJ sem causa;

QUE a partir de então cresceram as insistências do PR para a substituição tanto do Diretor Geral quanto do SR/RJ;

QUE, certa feita, provavelmente, no mês de março o PR passou a reclamar da indicação da Superintendente de Pernambuco;

QUE essas reclamações sobre o superintendente no Estado de Pernambuco não ocorreram anteriormente;

QUE entende que os motivos da reclamação devem ser indagados ao Presidente da República;

QUE é oportuno destacar que as indicações para Superintendentes vêm da Direção Geral, mas passam pelo crivo da Casa Civil e que não houve nenhum óbice apontado em relação a esses nomes;

QUE o Presidente não interferiu, ou interferia, ou solicitava mudanças em chefias de outras Secretarias ou órgãos vinculados ao Ministério da Justiça, como, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal, DEPEN, Força Nacional;

QUE o presidente, apenas uma vez, solicitou a revogação da nomeação de Ilona Szabo para o Conselho Nacional de Política Criminal do Ministério da Justiça, órgão consultivo, e que o Declarante, após relutar, concordou em aceitar a solicitação;

QUE o Declarante perguntado se as trocas solicitadas estavam relacionadas à deflagração de operações policiais contra pessoas próximas ao Presidente ou ao seu grupo político disse que desconhece, mas observa que não tinha acesso às investigações enquanto ainda evoluíam;

QUE crescendo as pressões para as substituições, o Presidente lhe relatou verbalmente no Palácio do Planalto que precisava de pessoas de sua confiança, para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência;

QUE perguntado se havia desconfiança em relação ao Diretor VALEIXO, o Declarante respondeu que isso deve ser indagado ao Presidente; QUE o próprio Presidente cobrou em reunião do conselho de ministros, ocorrida em 22 de abril de 2020, quando foi apresentado o PRÓ-BRASIL, a substituição do SR/RJ, do Diretor Geral e de relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal;

QUE o presidente afirmou que iria interferir em todos os Ministérios e quanto ao MJSP, se não pudesse trocar o Superintendente do Rio de Janeiro, trocaria o Diretor Geral e o próprio Ministro da Justiça;

QUE ressalta que essas reuniões eram gravadas, como regra, e o próprio Presidente, na corrente semana, ameaçou divulgar um vídeo contra o Declarante de uma dessas reuniões;

QUE nessas reuniões de conselho de ministros participavam todos os ministros e servidores da assessoria do Planalto;

QUE a afirmação do Presidente de que não recebia informações ou relatórios de inteligência da Polícia Federal não era verdadeira;

QUE o Declarante, em relação ao trabalho da Polícia Federal, informava as ações realizadas, resguardado o sigilo das investigações;

QUE o Declarante, por exemplo, fazia como ministros do passado e comunicava operações sensíveis da Polícia Federal, após a deflagração das operações com buscas e prisões;

QUE o Declarante fez isso inúmeras vezes e há mensagens de Whatsapp a esse respeito ora disponibilizadas;

QUE ilustrativamente, isso aconteceu após as buscas e prisões envolvendo o atual Ministro do Turismo e o Senador Fernando Bezerra, mas que essas informações não abrangiam dados sigilosos dos inquéritos;

QUE pontualmente comunicou essas operações antecipadamente, em casos sensíveis e que demandavam um apoio do presidente, como na expulsão do integrante do PCC, vulgo "FUMINHO" de Moçambique;

QUE quanto a relatórios de inteligência, esclarece que a PF não é órgão de produção direta de inteligência para a Presidência da República;

QUE quanto a relatórios de inteligência, esclarece que a PF não é órgão de produção direta de inteligência para a Presidência da República;

QUE os relatórios de inteligência da Polícia Federal sobre assuntos estratégicos e de Segurança Nacional são inseridos pela sua diretoria de Inteligência no SISBIN e que a ABIN consolida essas informações de inteligência, juntamente, com dados de outros órgãos e as apresenta ao Presidente da República;

QUE o próprio Declarante já recebeu relatórios de inteligência da ABIN que continham dados certamente produzidos pela inteligência da Polícia Federal;

QUE o próprio Presidente da República em seu pronunciamento na sexta-feira, dia 24 de abril de 2020, declarou que um dos motivos para a a demissão do Diretor Geral da PF seria a falta de recebimento de relatórios de inteligência de fatos nas últimas 24 horas;

QUE o argumento não procede, pois os relatórios de inteligência estratégica da Polícia Federal eram disponibilizados ao Presidente da República via SISBIN e ABIN;

QUE também não justificaria a demissão do Diretor VALEIXO a suposta falta de disponibilização dessa inteligência, já que cobrada pelo Presidente ao Declarante dois dias anteriores à exoneração do Diretor;

QUE o presidente nunca solicitou ao Declarante a produção de um relatório de inteligência estratégico da PF sobre um conteúdo específico, causando estranheza que isso tenha sido invocado como motivo da demissão do Diretor Geral da PF;

QUE perguntado se o presidente da República, em algum momento lhe solicitou relatórios de inteligência que subsidiavam investigações policiais, o Declarante respondeu que o Presidente nunca lhe pediu até porque o Declarante ou o Diretor VALEIXO jamais violariam sigilo de investigação policial;

QUE na quinta-feira, dia 23 de abril de 2020, o Presidente enviou ao Declarante por mensagem de Whatsapp um link de notícia do site "oantagonista" informando que a PF estaria no encalço de Deputados Bolsonaristas, QUE antes que o Declarante pudesse responder, o Presidente mandou outra mensagem afirmando que este seria mais um motivo para a troca da PF;

QUE o Declarante ficou apreensivo com a mensagem;

QUE o Declarante reuniu-se com o Presidente às 9h do dia 23 de abril de 2020, e trataram da substituição do Diretor Geral da Polícia Federal;

QUE o Presidente lhe disse que VALEIXO seria exonerado, a pedido, ou de ofício, e que nomearia o DPF ALEXANDRE RAMAGEM, porque seria uma pessoa de confiança do Presidente, com o qual ele poderia interagir;

QUE o Declarante informou ao Presidente que isso representaria uma interferência política na PF, com o abalo da credibilidade do governo, isso tudo, durante uma pandemia;

QUE o Declarante também disse poderia trocar o Diretor VALEIXO desde que houvesse uma causa, como uma insuficiência de desempenho ou erro grave, mas não havia nada disso;

QUE o Declarante pediu ao Presidente que reconsiderasse, mas que se isso não ocorresse o Declarante seria obrigado a sair e a declarar a verdade sobre a substituição;

QUE o Presidente lamentou, mas disse que a decisão estava tomada;

QUE o Declarante reuniu-se em seguida com os ministros militares do Palácio do Plananto e relatou a reunião com o Presidente;

QUE a reunião foi com os Ministros Generais RAMOS, HELENO e BRAGA NETTO;

QUE o Declarante informou os motivos pelos quais não podia aceitar a substituição e também declarou que sairia do governo e seria obrigado a falar a verdade;

QUE na ocasião o Declarante falou dos pedidos do Presidente de obtenção de Relatórios de Inteligência da PF, que inclusive havia sido objeto de cobrança pelo Presidente na reunião de conselho de ministros, oportunidade na qual o Ministro HELENO afirmou que o tipo de relatório de inteligência que o Presidente queria não tinha como ser fornecido;

QUE os Ministros se comprometeram a tentar demover o Presidente,

QUE o Declarante retornou ao MJSP na esperança de a questão ser solucionada;

QUE logo depois vazou na imprensa que o Planalto substituiria VALEIXO e que, em decorrência, o Declarante sairia do governo;

QUE o MJSP foi contatado por muitos jornalistas e políticos querendo confirmar, mas que o Declarante entendia que não poderia confirmar, já que tinha esperança de que o Presidente mudaria de idéia;

QUE à tarde do dia 23 de abril de 2020, recebeu uma ligação do Ministro RAMOS indagando se seria possível uma solução intermediária, com a saída de VALEIXO, mas a nomeação de um dos nomes que o Declarante já havia informado antes, a saber: FABIANO BORDIGNON ou DISNEY ROSSETI;

QUE o Declarante informou que haveria um impacto ao governo e à sua credibilidade, mas que, garantida a nomeação técnica e de pessoa não proximamente ligada à familia do presidente, a solução seria aceitável;