O Jornal da Cidade

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Como diria a parlenda, o domingo “pede cachimbo”. Mas ontem a sensação é de que na verdade a gente é fraco e, literalmente, pode cair num buraco. Se o buraco é fundo, então, “acabou-se o mundo”. Foi o que pensaram os moradores de diversas cidades baianas, após sentirem um terremoto histórico no estado, que abalou casas, pessoas e a fé delas.

Na região do Recôncavo, portões, janelas e camas trepidaram, enquanto as pessoas tentavam entender o que acontecia. Algumas, ligando para os seus compadres, outras escutando hinos evangélicos sobre o apocalipse nas alturas. “As placas tectônicas se movimentam, causando maremotos e destruições...”, entoava a JBL da dona de casa Ana Celeste Santos, 51, de Santo Antônio de Jesus.

Às 14h33 minutos do domingo, pelo menos 50 mil pessoas já haviam pesquisado no Google por “terremoto na Bahia”. No mesmo horário, o Centro Integrado de Comunicação da Polícia Militar do estado, no Recôncavo, mantinha aberta a ocorrência com a identificação “sinistro”, ou seja, à espera de informações sobre danos patrimoniais em cidades atingidas por um dos maiores tremores já sentidos no estado.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, às 07:44:31, foi registrado um tremor de 4.6 na escala Richter, a 6 km a sul para sudoeste de Mutuípe e com 10 km de profundidade. “O nosso laboratório e a Universidade de São Paulo (USP) recalcularam o número e o resultado deu muito parecido; foi um pouco menor: 4.2”, afirma Áderson Nascimento, coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O Centro de Sismologia da USP registrou ao todo sete tremores na região de Amargosa até a noite do domingo. O maior, de magnitude 4.2. Autoridades não reportaram vítimas do terremoto. “O maior problema não é saber a magnitude e, sim, o efeito sentido pelas pessoas”, ressalta o pesquisador da UFRN. O tremor sentido, principalmente em cidades como São Miguel das Matas, Varzedo, Castro Alves, Cruz das Almas, Valença e Camamu levou moradores a buscarem lugares abertos e grupos do WhatsApp , na tentativa de compreender o que acontecia. Houve relatos do tremor também em Salvador e região Metropolitana; em Feira de Santana, Euclides da Cunha e Itabuna, destinos distantes entre 100 e 400 km de Amargosa e Mutuípe.

Em Feira de Santana, o estudante de engenharia Valdivam Figueiredo, 26, trabalhava em seu notebook quando ouviu um barulho vindo da cozinha. “Os pratos caíram e eu achei que foi impressão minha porque por volta das 3h da manhã não havia ninguém falando sobre isso ainda”, revelou.

Apavorados
Nos grupos de WhatsApp de Amargosa, uma mensagem do prefeito Júlio Pinheiro tentava tranquilizar a população. “As nossas equipes estão atentas e à disposição para qualquer situação”, dizia no áudio. Imagens feitas pelo engenheiro da prefeitura em seis residências e na igreja do distrito Corta-Mão evidenciavam rachaduras verticais nas alvenarias, mas a situação não foi considerada grave.

Numa barbearia em Santo Antônio de Jesus, o aposentado Adalberto Estrela, 67, lembrou de uma frase que a mãe dele, natural de Amargosa, sentenciava: “Um dia Amargosa vai amargar”. Mas o presságio só ficou no ar tempo suficiente para que o barbeiro Nilton Vidigal, 47, descontraísse: “A cidade da sua mãe tem nome amargo, mas se você disser o nome dela devagar, se torna algo bom. Amar-gosa”.

“A quebradeira, as tremedeiras moveu tudo (sic.)”, berrou num vídeo o humorista Pisit Mota, que estava em Valença no momento do sismo. Apesar do tom descontraído, comentários como o de Vidigal e o de Pisit foram um ponto fora da curva. “Eu estava em pé e dei uma desequilibrada. Tive a impressão de que o chão ia abrir e a terra ia me engolir”, se apavorou a empresária Joselita Andrade, 56, de Santo Antônio de Jesus.

Em São Miguel das Matas, as imagens das câmeras de segurança do Supermercado Silva registraram cenas que viralizaram: produtos das gôndolas chacoalham e caem em pelo menos dois corredores. Moradores da zona rural, em diversas cidades, relataram o tremor e um estrondo. Ao tocar em objetos durante os abalos, a dona de casa Cristiane Santos, 34, de Santo Antônio de Jesus, narrou o pânico: “Minhas mãos começaram a formigar e é como se tivessem ligado uma escavadeira perto de mim”.

Na Fazenda Braga, zona rural de Varzedo, Rafaela Santos, 19, disse que sentiu quatro tremores: “Um na madrugada, o segundo por volta de umas sete e meia por aí, que durou de 5 a 10 segundos. Durante o segundo tremor, minha mãe se abalou e, no terceiro, ela começou a passar mal”. Em Laje, o advogado Rui Andrade, 59, confirmou sensação: “Um barulho muito forte. Como esse, nunca tivemos aqui na zona rural”. À noite, por volta das 18h12, ele disse ter ouvido dois estrondos semelhantes aos sismos ocorridos pela manhã.

Na zona urbana das cidades atingidas testemunhas fazem alusões a um grande caminhão passando a um trem para descrever o sentiram. Segundo o Centro de Sismologia da USP, entre 2018 e 2019 foram registrados nove tremores na região. “Há um histórico recente de tremores nas cidades de Amargosa, São Miguel das Matas, Varzedo e Mutuípe”, informou.

O governo do estado atestou que o abalo sísmico foi o maior ja´ registrado a Bahia, tanto pela magnitude de 4.6, como em extensão, cerca de 400 km² de raio, atingindo do Recôncavo até Vitória da Conquista (sudoeste), Itabuna (sul) e em Itaberaba (na Chapada Diamantina). “A Defesa Civil do Estado entrou em contato com as prefeituras e coordenadorias das defesas civis dos municípios afetados, solicitando que encaminhassem te´cnicos e engenheiros para vistoriar os imo´veis com risco de desabamento”, informou.

Em Salvador, a Codesal registrou relatos nos bairros de Daniel Lisboa, Ondina, Itapuã, Caixa D'água, Canabrava, Ribeira, Barris, Nazaré, Trobogy, Perrnambués, Mata Escura, Cabula, Cabula VI, Dom Avelar, Engenho Velho da Federação, Garcia, Brotas, Inbuí e Arenoso.

A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 3.124 novos casos da Covid-19, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), na tarde desta sexta-feira (28). O balanço ainda contabiliza 65 mortes que ocorreram em várias datas, conforme informou a pasta.

Desde o início da pandemia, em março deste ano, até o momento, o número de casos de Covid-19 confirmados no estado é de 250.977 e o de mortes 5.243. De acordo com a Sesab, nas últimas 24 horas, a taxa de crescimento no número de casos foi de 1,3% e a de recuperados 1,2% (2.794).

São consideradas recuperadas 233.947 pessoas e 11.787 estão com o vírus ativo, podendo transmiti-lo.

Para fins estatísticos, a Vigilância Epidemiológica Estadual informou que considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da Covid-19. Já os casos ativos, são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 415 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (30,71%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100 mil habitantes foram: Almadina (5.655,20), Ibirataia (5.361,81), Dário Meira (4.808,59), Itabuna (4.673,04) e Salinas da Margarida (4.608,41).

O boletim contabiliza, ainda, 466.325 casos descartados e 86.998 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta sexta-feira.

Na Bahia, 20.339 profissionais da saúde tiveram diagnóstico positivo para o novo coronavírus. O boletim completo está disponível no site da Secretaria de Saúde e também em uma plataforma disponibilizada pela Sesab.

O primeiro caso do novo coronavírus na Bahia foi confirmado no dia 6 de março. Foi uma mulher de 34 anos, moradora de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 Km de Salvador, que voltou da Itália em 25 de fevereiro. No país europeu, ela teve passagens por Milão e Roma.

A primeira morte de uma pessoa infectada pelo vírus no estado ocorreu em março, quando a Bahia tinha 147 casos confirmados. O paciente era um homem de 74 anos, que estava internado em um hospital particular da capital baiana. Ele estava entubado e em diálise contínua.

Ocupação dos leitos

Dos 2.908 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS), exclusivos para o novo coronavírus na Bahia, 1.392 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 48%. Dos 1.196 leitos de UTI (adulto) disponíveis no estado, 685 estão ocupados, o que representa uma taxa de 57%.

Em Salvador, de acordo com a Sesab, dos 1.460 leitos ativos, 712 estão ocupados, o que representa uma taxa de ocupação de 49%. Já os leitos de UTI adulto, que são os que contam para a flexibilização do comércio na capital baiana, estão com 52% de ocupação.

A taxa de ocupação de leitos de UTI pediátrica em Salvador está em 63%. Com relação aos leitos de enfermaria, a capital baiana tem taxa de ocupação de 44% (adulto) e 74% (pediátrico).

Um exame de DNA confirmou que o tio de 33 anos estuprou e engravidou a sobrinha de 10 anos em São Mateus, no Espírito Santo. A gestação foi interrompida com autorização da Justiça. A informação foi divulgada pela Rede Gazeta.

Amostras do DNA do feto foram colhidas e comparadas com a do suspeito preso, confirmando que são compatíveis. O resultado ficou pronto na terça-feira (25) e já foi enviado ao Ministério Público. Já réu pelo crime, o tio está preso desde 18 de agosto e pode pegar pena de até 15 anos de prisão se for condenado.

A garota morava no interior do Espírito Santo, mas precisou viajar até Recife (PE) para conseguir interromper a gestação. Com a exposição de informações sobre a criança na internet, houve protestos em frente ao hospital pedindo para que o aborto não fosse realizado, mas o procedimento aconteceu em segurança.

Com a repercussão do caso, a família da menina foi incluída no Programa de Apoio e Proteção às Testemunhas, Vítimas e Familiares de Vítimas da Violência (Provita), oferecido pelo Governo do Espírito Santo. Com isso, eles podem mudar de endereço e de identidade.

O tio da criança foi preso dias depois em Betim (MG). Ele já foi ouvido em depoimento, mas o conteúdo não foi divulgado. Logo após ser detido, de maneira informal, ele confessou o abuso aos policiais. Na ocasião, chegou a dizer que outras pessoas da família abusariam da criança e que o exame de DNA poderia mostrar que ele não a tinha engravidado, mas o resultado provou que o feto tinha o material genético dele.

Vazamento
Além do estupro, o caso agora é investigado também pelo vazaemento e divulgação de dado da criança, que foi exposta on-line. O Ministério Público do Espírito Santo entrou com ação contra a extremista Sara Winter e contra um morador de São Mateus que teve acesso ilegal e divulgou detalhes do caso, diz o órgão. A família da menina foi pressionada a não dar prosseguimento ao aborto legal.

Após a recusa dos Correios em aceitar o acordo proposto pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), os sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios dizem que pretendem intensificar a greve e ampliar os protestos pelo país, segundo a colunista Carla Araújo, do portal UOL.

“A greve vai continuar. Vamos intensificar os piquetes e as mobilizações”, disse à coluna o secretário da FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), Emerson Marinho.
Na quinta (27), o vice-presidente do TST, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, propôs um acordo entre os Correios e seus funcionários, que estão em greve desde o dia 17 de agosto. A sugestão do magistrado era estender por mais um ano o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do ano passado, mantendo os atuais benefícios dos funcionários, mas sem que seja concedido o reajuste de 5%. Além disso, ele colocou como condição do acordo o fim da paralisação.

Os trabalhadores se manifestaram no sentido de debater a proposta em Assembleias, mas com a recomendação de que ela fosse aceita. Os Correios, por sua vez, afirmaram que não poderiam manter os termos atuais do ACT por causa do impacto da pandemia do coronavírus nas contas da estatal.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou hoje (28) ter oficializado a ampliação em uma hora do horário de votação nas eleições municipais deste ano, cujo primeiro turno está marcado para 15 de novembro. Com isso, as urnas serão abertas mais cedo e ficarão aptas a receber votos das 7h às 17h, sempre no horário local.

De acordo com o TSE, o horário de votação foi definido após consultas a estatísticos do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), do Insper e da Universidade de São Paulo.

Outra medida anunciada pelo TSE foi reservar o horário das 7h às 10h preferencialmente para pessoas acima de 60 anos, seguindo orientação da consultoria sanitária prestada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein.

A intenção de ampliar o horário de votação já havia sido antecipada pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, em entrevistas. “Estamos fazendo todo o possível para conciliar, na maior medida, a saúde pública da população com as demandas da democracia”, disse o ministro nesta sexta-feira (28), em mensagem gravada.

O ministro acrescentou ainda ter abandonado a ideia inicial de estender a votação para além das 17h após consultas aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, “porque em muitas partes do Brasil, após essa hora, há dificuldades de transporte e problemas de violência”, disse Barroso.

Segundo ele, serão disponibilizados, em parceria com a iniciativa privada, 7,5 milhões de máscaras e 1,8 milhão de proteções faciais (face shields) aos mesários. Além disso, 1 milhão de litros de álcool gel devem ser distribuídos para que os eleitores limpem as mãos na entrada e na saída das seções eleitorais.

Puxada por uma queda recorde no número de pessoas trabalhando, no 2º trimestre de 2020, a taxa de desocupação (desempregados) na Bahia subiu para 19,9%, frente a 18,7% no 1º trimestre e 17,3% no 2º trimestre de 2019.

Foi a maior taxa de desocupação do país e um novo recorde para o estado desde o início da série histórica da PNAD Contínua, do IBGE, em 2012. No 2º trimestre de 2020, a taxa de desocupação no Brasil foi de 13,3%.

A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade desocupadas (que não trabalham e estão procurando trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).

Do 1º para o 2º tri, 824 mil pessoas perdem o trabalho na Bahia; queda recorde na ocupação (-14,4%) se espalha por todos os grupos de atividades

Na Bahia, o avanço na taxa de desocupação no 2º trimestre de 2020 foi resultado de uma queda recorde no número de pessoas trabalhando (população ocupada).

Em três meses, 824 mil pessoas deixaram de trabalhar no estado, num recuo de -14,4%, que fez a população ocupada passar de 5,700 milhões para 4,876 milhões, chegando ao seu menor patamar na série histórica, iniciada em 2012.

Na comparação com o 2º trimestre de 2019, quando havia 5,805 milhões de pessoas trabalhando na Bahia, o recuo foi ainda maior: menos 929 mil pessoas trabalhando (-16,0%).

Com isso, na Bahia, no 2º trimestre, o nível da ocupação, ou seja, a proporção de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estavam de fato ocupadas, também teve uma queda recorde e foi o menor da série histórica: 40,1%.

A perda de postos de trabalho do 1º para o 2º trimestre foi generalizada no estado, atingindo todos os 10 grupamentos de atividades investigados, algo inédito, que nunca havia sido verificado em toda a série histórica da PNAD Contínua.

As maiores retrações, em termos absolutos, ocorreram nos segmentos de alojamento e alimentação (menos 158 mil trabalhadores em três meses, -44,4%), construção (menos 125 mil trabalhadores, -31,4%) e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 123 mil trabalhadores, -11,7%).

Mesmo frente ao 2º trimestre de 2019, quase todos os grupos de atividades mostraram quedas na ocupação. Apenas administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve saldo positivo de 33 mil pessoas a mais trabalhando (+3,1%).

Uma ação da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), realizada com o apoio do Comando Conjunto Bahia — formado pela Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira —, promoveu a desinfecção de importantes pontos turísticos da cidade na manhã desta quinta-feira (27).

A desinfecção foi feita, inicialmente, no Caminho da Fé, que se estende do Largo de Roma até a Colina Sagrada, na Cidade Baixa. Depois, passou pela Praça Cairu, Elevador Lacerda, Praça Tomé de Souza, Praça da Sé e Cruz Caída, Casa do Carnaval e Plano Inclinado Gonçalves, que liga o Centro Histórico ao bairro do Comércio.

Quinze militares desinfectaram esses locais com o uso de pulverizadores e quaternário de amônia, produtos que não causam danos à saúde das pessoas e nem aos equipamentos públicos e históricos. A limpeza teve ainda a colaboração de mais 20 pessoas.

O titular da Secult, Pablo Barrozo, destacou a gratidão pelo apoio das Forças Armadas nesse momento em que a união é tão importante para cuidar da vida das pessoas, tanto dos soteropolitanos que andam pela cidade, como daqueles que estão aqui visitando.

"Esses pontos turísticos são a cara da cidade. Nós cuidamos deles com muito zelo, mas prioritariamente temos cuidado da segurança das pessoas. E essa ação tem, justamente, esse objetivo, o de preservar a vida, tornando esses ambientes seguros para que as pessoas possam andar pelas ruas, claro que atentas aos protocolos previstos pelo município, como o respeito ao distanciamento social e uso de máscara para combatermos e vencermos esse momento de uma forma rápida e segura", afirmou Barrozo.

Essa foi a segunda ação do tipo na cidade e ela terá continuidade. A primeira ocorreu no último dia 13, por meio de uma parceria entre a Secult, Prefeituras-Bairro e a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).

De volta ao Brasil nesta semana depois de ficar quase seis meses preso em Assunção, no Paraguai, por uso de passaportes falsificados, ao lado do irmão e empresário Roberto de Assis, Ronaldinho Gaúcho falou sobre o momento que passou e divulgou em suas redes sociais um teaser de um filme autobiográfico sobre a sua carreira no futebol, ainda sem data para estreia.

"Uma fase difícil chega ao fim, graças a Deus. Não tenho palavras para agradecer todo o carinho e apoio que recebi nesses últimos meses, você estão sempre no meu coração. Aproveitando esse momento de felicidade quero compartilhar com vocês o teaser do filme que conta minha história, que muito dela se deve ao apoio de vocês. Espero que vocês gostem e em breve estará aí para vocês assistirem", escreveu.

O filme contará a trajetória de Ronaldinho Gaúcho desde os tempos em que surgiu na base do Grêmio até brilhar na Europa vestindo a camisa, em especial, do Barcelona. O craque voltou ao Brasil e atuou no Flamengo, mas foi pelo Atlético-MG que ele conquistou o inédito título da Copa Libertadores de 2013, além da Recopa Sul-Americana, em 2014.

Ronaldinho Gaúcho desembarcou no Brasil na última terça-feira ao lado de Assis, depois de receberem autorização judicial da Justiça do Paraguai para deixarem ao país após entrarem em acordo com o Ministério Público. A investigação concluiu que o ex-jogador não tinha conhecimento de que estava usando documentações falsificadas, mas seu irmão tinha. Por isso, ambos foram condenados e irão pagar uma multa de R$ 1,1 milhão.

Os dois ficaram presos no Paraguai por cinco meses e 20 dias. Permaneceram detidos em um presídio de segurança máxima em Assunção durante um mês. Depois, a dupla ganhou o direito de regime domiciliar e foi para um hotel quatro estrelas na capital paraguaia. Eles foram soltos na segunda-feira passada, após acordo na Justiça. Os irmãos comunicaram às autoridades locais que fixarão residência no Rio de Janeiro.

 

A Bahia terá a primeira fábrica estatal produtora do hormônio insulina no Brasil, que será também a primeira de caráter nacional em todo o Hemisfério Sul. Com o nome de BahiaInsulina, o estado venderá “a insulina mais barata do mundo”, segundo o secretário estadual de saúde Fábio Vilas-Boas, e estima que vai abastecer todo o Brasil, podendo exportar o excedente para o mercado internacional. Ou seja, com o laboratório, que ficará em Simões Filho ou em Dias d’Ávila, não será mais necessário importar o produto, quando a fábrica começar a funcionar. A estimativa é que seja daqui a três anos.

Após outros três anos de planejamento, mais um passo foi dado, nesta quinta-feira (27), para a instalação do laboratório, após a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) aprovar, por unanimidade, o projeto de lei que cria a estatal. O investimento é de R$ 200 milhões, que foram subsidiados pela empresa ucraniana Indar, uma das poucas no mercado mundial que produzem e fornecem o insumo.

A Alba decidiu que a companhia será de capital misto: o Estado detém 51% das ações e a Indar fica com 49%. Como se tratava da criação de uma estatal, era preciso uma regulamentação pelo legislativo. Ainda é necessária a sanção do governador Rui Costa para validar o projeto de lei.

A insulina é fundamental para o tratamento de pessoas com diabetes, doença que afeta cerca de 12,5 milhões de brasileiros - 6% da população - e é a segunda mais letal no país, depois da hipertensão. Ela ocorre quando há uma má produção de insulina pelo pâncreas, o que gera um aumento do açúcar no sangue.

O Brasil também é o quarto país com maior número de diabéticos no mundo, atrás da China, Índia e Estados Unidos, respectivamente. Na Bahia, são mais de 200 mil pessoas nessa condição, sendo 13 mil em Salvador. Os dados são do último relatório da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

“Essa é uma vitória do Brasil e do povo brasileiro. Nós vamos conseguir internalizar a produção, o que vai trazer vários benefícios econômicos. Ela vai ser a insulina mais barata do mundo. E com a produção aqui, a gente elimina os custos dos fretes, do transporte aéreo e rodoviário”, comemora o secretário de saúde Fábio Vilas-Boas. Cerca de 350 empregos diretos e mil indiretos serão criados com a fábrica.

Hoje, o Brasil compra insulina de duas empresas: da dinamarquesa Novo Nordisck, que tem uma fábrica em Minas Gerais, e da Indar, da Ucrânia, a R$ 10 por frasco. A insulina baiana custará um dólar a menos que isso. Se a cotação de hoje fosse levada em conta, a redução dos custos para o governo brasileiro seria de cerca de 50%, sem contar com o transporte. Para abastecer a demanda, o Ministério da Saúde precisa de 20 milhões de doses por ano, o que gera um custo anual de R$ 200 milhões.

O secretário pontua que a BahiaInsulina permitirá que o Brasil não fique mais refém das atuais empresas que fornecem o hormônio, que controlam os preços no mercado. Somente três corporações detêm mais de 80% da produção mundial: a dinamarquesa Novo Nordisk; a Eli Lilly, dos Estados Unidos; e a francesa Sanofi.

O mesmo foi observado pelo presidente da Alba, o deputado Nelson Leal (PP), que mediou a aprovação do projeto de lei. “Sua importância será estratégica porque coloca a Bahia num seleto grupo de produtores da insulina e nos livra da dependência externa. Vide o que acontece nos casos dos respiradores nesta pandemia da covid-19”, comparou.

A Ucrânia, através da Indar, é parceira da Bahiafarma (Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos) desde 2017, quando passou a ter o direito da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que antes pertencia à Fiocruz. Essa PDP permite que a fundação baiana possa usar a tecnologia ucraniana para produzir a insulina, além de garantir que parte de sua produção seja enviada ao Ministério da Saúde, para abastecer 50% da demanda nacional do SUS.

Agora, a BahiaInsulina irá usar essa tecnologia, já utilizada pela Bahiafarma, para produzir o hormônio e suprir a demanda do país inteiro – e até exportar, se sobrar. “Há um desafio tecnológico e produtivo muito grande pela frente para nacionalizar a produção de insulina, de desenvolver esse modelo. É um passo fundamental para o desenvolvimento econômico e tecnológico do estado”, avalia o diretor-presidente da Bahiafarma, o farmacêutico Tiago Vidal Moraes.

Moraes também pontuou a necessidade da autossuficiência frente à busca mundial por produtos como esse, essencial para a saúde. “O Brasil precisa ter essa sustentabilidade. Existe um estudo da revista científica Lancet que aponta uma escassez de insulina no mundo e que mais de 50% dos diabéticos do tipo II não têm acesso. Isso se evidencia ainda mais nesse momento da pandemia, em que há uma ruptura da cadeia de suprimentos e uma corrida muito grande por insumos no mundo”, argumenta.

Diabetes na Bahia

A referência em atendimento às pessoas com diabetes no estado é o Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), que também faz a distribuição gratuita de insulina para quem precisa. Para a presidente do Cedeba, a endocrinologista Reine Chaves, a construção da fábrica na Bahia só traz benefícios. “Na medida em que a gente tem insulina fabricada aqui, o acesso para o paciente diabético vai ficar bem mais fácil. O paciente só tem a lucrar”, comenta.

Atualmente, são 75 mil pacientes inscritos no Cedeba, sendo 50 mil ativos. Cerca de 60% do total têm diabetes, que recebem não só as doses do remédio gratuitamente como orientações de como administrá-lo e como conviver com a doença, a exemplo dos cuidados a serem tomados com a alimentação e aplicação das injeções.

Quem adquiriu insulina com a Cedeba durante muitos anos foi o empresário Fred Prado, 32, que tem diabetes tipo I e descobriu a doença aos 21 anos de idade, após sentir os principais sintomas: cansaço, sono, sede, perda de peso e vontade de ir várias vezes ao banheiro. Hoje ele prefere comprar a insulina de caneta, pois não precisa de refrigeração como as seringas tradicionais. Prado conta que no início foi difícil aceitar, mas que atualmente convive bem com a doença, apesar de tomar quatro a cinco injeções por dia. “Hoje eu vivo superbem com o diabetes, que não é uma sentença de morte como as pessoas viam antigamente”, relata.

A única preocupação da endocrinologista Diana Martins, diretora regional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-BA), é se a tecnologia usada trará segurança para os pacientes. “Nossa preocupação é com a tecnologia, que precisa ter registro na Anvisa, e que seja uma insulina purificada, porque a exigência é alta na qualidade do produto. Desde que traga segurança para o paciente, é maravilhoso não ter que depender de um laboratório e de importação”, analisa a endocrinologista, que foi conselheira do Cremeb (Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia) por 10 anos.

O governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta sexta-feira (28). O afastamento tem ligação com a Operação Placebo, deflagrada em maio deste ano, e que investiga irregularidades na área da saúde durante a pandemia. O vice-governador, Cláudio Castro, assume o governo do RJ.

O STJ expediu um mandado de prisão contra o presidente do partido, Pastor Everaldo, que já foi preso pela Polícia Federal (PF). O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão também está sendo procurado.

Também há mandados de busca contra a primeira-dama Helena Witzel e o deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Ao todo, foram expedidos 17 mandados de prisão - seis preventivas e 11 temporárias e 72 de busca e apreensão.

A defesa do governador Witzel disse receber com "grande surpresa" a decisão de afastamento por 180 dias do cargo de chefe do Executivo do Estado do Rio de Janeiro. "A defesa do governador Wilson Witzel recebe com grande surpresa a decisão, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade. Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis", afirma nota divulgada nesta sexta.

Irregularidades
Em maio, a PF buscava provas sobre as irregularidades na saúde. As investigações indicam a existência de um esquema de corrupção envolvendo a organização social contratada Iabas para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado do Rio.

A organização foi contratada de forma emergencial pelo governo do RJ por R$ 835 milhões para construir e administrar sete hospitais de campanha.

Propina
Segundo o MPF, o principal mecanismo dos grupos era o direcionamento de licitações de organizações sociais e a cobrança de um percentual sobre pagamentos das empresas fornecedoras do estado, feito mensalmente a agentes políticos e servidores públicos da Secretaria de Saúde. Entre as operações suspeitas está a contratação da Organização Social Iabas para gerir os hospitais de campanha montados para atender pacientes da covid-19.

Foi apurado também que alguns deputados estaduais podem ter se beneficiado de desvios de dinheiro de sobras dos duodécimos do Poder Legislativo. Os valores eram depositados na conta do Fundo Estadual de Saúde, de onde eram repassado para os Fundos Municipais de Saúde de municípios indicados pelos deputados, de onde recebiam de volta parte dos valores.

O MPF apura também suspeitas do uso do poder judiciário para beneficiar os agentes públicos, por meio de um esquema montado por um desembargador do Trabalho que beneficiaria organizações sociais do grupo por meio do pagamento de dívidas trabalhistas judicializadas.

A Procuradoria-Geral da República ofereceu hoje denúncia no caso de pagamentos feitos por empresas ligadas a Mário Peixoto e da família de Gothardo Lopes Netto ao escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel. Segundo a acusação, o esquema transferia recursos indiretamente desses empresários para o governador.

Foram denunciados o governador Wilson Witzel, a primeira-dama Helena Witzel, Lucas Tristão, Mário Peixoto, Alessandro Duarte, Cassiano Luiz, Juan Elias Neves de Paula, João Marcos Borges Mattos e Gothardo Lopes Netto.