O Jornal da Cidade
Mais de 450 mil doses de vacinas chegam à Bahia
A Bahia recebeu mais de 450 mil doses de vacinas contra a Covid-19 nesta terça-feira (27). Ao todo foram 255.300 doses da Coronavac e 213.280 da Oxford/AstraZeneca.
Com os novos lotes, vários municípios anunciaram a retomada da aplicação da primeira dose. Nas redes sociais, o governador Rui Costa comemorou, mas cobrou mais celeridade do Governo Federal na entrega de novos lotes.
“Precisamos que o Ministério da Saúde libere com celeridade as doses que estão armazenando. Isso não sou eu que estou dizendo, mas em qualquer jornal que você abra, vai ler que a demora está grande e em algumas cidades a vacinação foi interrompida. Seguimos fazendo nossa parte, distribuindo com celeridade as vacinas para os municípios baianos. Precisamos salvar vidas!”, escreveu o governador em sua conta no Instagram.
Salvador lança projeto para atrair turistas do Brasil e da América do Sul
Salvador passa a contar, a partir do próximo dia 30, com um novo projeto de atração de turistas para aquecer o setor responsável por 30% da geração de renda da capital. O Road Show Salvador 2021 vai promover a capital baiana em mais de 10 cidades do Brasil e da América do Sul, através da capacitação de agentes e operadores de viagem. A iniciativa será realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (ABIH-BA) com patrocínio de R$ 300 mil da prefeitura de Salvador. O projeto tem duração prevista até novembro e será dividido em três etapas: Road Show, Fam Show e Hospitality Experience.
O anúncio da novidade foi feito nesta terça-feira (27), em coletiva de imprensa realizada no Teatro Gregório de Mattos (TGM), no Centro da cidade. A ideia do projeto é aumentar ainda mais a vinda de pessoas oriundas dos principais mercados emissores de turistas para Salvador. Com o investimento, a expectativa é aumentar a demanda por leitos de hotéis soteropolitanos no próximo Verão. De acordo com o Observatório do Turismo, os hotéis da cidade tiveram uma ocupação de 34,5% no Verão 2020/2021. Para o Verão 2021/2022, em um cenário adverso, a previsão é de 51,81% e, em um cenário promissor, pode chegar a 75,94% de ocupação.
A primeira etapa do Road Show Salvador prevê a realização de capacitação voltada para o canal de vendas do turismo, incluindo cerca de 2 mil operadores e agentes de viagens. A iniciativa começa já a partir desta sexta (30) em Porto Alegre e deve durar até novembro, retornando para Salvador. No mês de agosto, a previsão é de visitação em Aracaju (SE) e Rio de Janeiro (RJ). No mesmo mês, uma capacitação virtual acontecerá em Buenos Aires e Córdoba (ambas cidades na Argentina), e Santiago (Chile).
Em setembro, a programação inclui Brasília (DF), Goiânia (GO) e São Paulo/ABC (SP). Para outubro, haverá visitação em Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). “Iremos até as cidades brasileiras e também faremos Road Shows virtuais, em função da pandemia, para o mercado internacional. O objetivo é que esse mercado possa vender de forma ainda melhor a cidade, mostrando o que temos para oferecer e também os protocolos de segurança que estamos adotando”, explica o presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes.
A segunda etapa, chamada de Fam Show, está prevista para acontecer no mês de novembro em Salvador. Serão trazidos para a cidade ao menos mil agentes de vendas e profissionais que influenciam a decisão de viagens do chamado público final, bem como clientes corporativos para viverem e se familiarizarem com as experiências proporcionadas pela cidade. “Eles vão passar uma semana aqui para ver de perto tudo que falamos. Eles vão visitar os hotéis, os pontos turísticos e os bares e restaurantes. Isso tudo para que eles tenham ainda mais conteúdo e propriedade para vender a nossa cidade para os turistas”, acrescenta Lopes.
Ainda como parte da estratégia, a terceira etapa consiste no Hospitality Experience, evento que tem a finalidade de trazer as novas tendências do mercado de turismo, capacitação, oportunidades de network, palestras sobre as diversas temáticas de interesse do segmento, além de discutir políticas públicas para o setor. “Será um pequeno congresso em conjunto com rodadas de negócios. Ou seja, vamos discutir temas ligados à hotelaria, ao turismo e à hospitalidade. Ao mesmo tempo, iremos fechar negócios com esses operadores e agentes que vierem para cá. O Fam Show e o Hospitality serão realizados concomitantemente, fechando com a rodada de negócios para firmar parcerias e pacotes”, finaliza o presidente da ABIH-BA.
Otimismo
De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Fábio Mota, a média de dias que o turista fica hospedado em Salvador está em seis e o objetivo da pasta é alcançar 10. A aposta está no turismo religioso e na melhoria da Orla. “Estamos fazendo a requalificação da orla de Itapuã, Stella Maris, Praia do Flamengo e Ipitanga para melhorar o turismo de sol e praia. Em função da saída das barracas de praia, tivemos uma baixa e identificamos que era preciso realizar alguma ação. Agora, com a Nova Orla, a gente pretende alavancar esse turismo de sol e praia, juntamente com a Baía de Todos os Santos”, afirma.
“O turismo religioso sempre foi uma aposta. Nós estamos em franco desenvolvimento de roteiros com a pastoral da Igreja Católica, juntamente com agentes ligados aos equipamentos de Irmã Dulce. Estamos implementando na cidade uma nova sinalização turística voltada para o turismo religioso, que tratá informações contando a história de cada local. Isso deve ser implementado ainda este ano”, acrescenta Mota.
O vice-presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav-BA), Jorge Pinto, se diz otimista com os anúncios e acredita que Salvador terá índices positivos já a partir da chegada da Primavera. “Já estamos tendo um crescimento progressivo e a ideia é que esse aumento se acelere agora já a partir de setembro deste ano, aquecendo para o Verão. Estamos precisando disso. Passamos por um período muito duro de pandemia. A previsão é de um futuro muito melhor e queremos colocar Salvador novamente como portão do Nordeste”, coloca.
“Eu tenho me comunicado com pessoas do setor turístico de diversos estados e o retorno é que o trabalho que a prefeitura vem fazendo está tendo um efeito altamente positivo no sentido de aumentar a procura da cidade como destino de turistas. É fundamental que, para receber essas pessoas, a gente esteja estruturado e o que vejo do setor hoteleiro é que Salvador está pronta. Nossos guias e toda a cadeia produtiva da cidade também estão prontos para receber os turistas. Tenho certeza de que teremos uma retomada consistente”, finaliza o vice-presidente da Abav-BA.
De acordo com a prefeitura, Salvador tem à disposição 39 mil leitos na rede hoteleira, mais de 300 meios de hospedagens, cinco centros de convenções e mais de 5,2 mil restaurantes. Em junho, os hotéis da capital baiana tiveram ocupação de quase 40% das acomodações, o que, para o Observatório do Turismo da Bahia, indica uma retomada da frequência de turistas. De acordo com o Ministério do Turismo, o mês de julho confirmou o aumento da procura por turismo de natureza e Salvador está entre os quatro principais destinos do país, com atividades de sol e praia.
Investimentos no turismo
O prefeito Bruno Reis ressaltou, durante a coletiva de anúncio do porgrama, os impactos que a pandemia gerou nos cofres da prefeitura, demandando investimentos na área da saúde, mas afirmou que não deixou de olhar para outros setores e que os recursos aplicados no turismo são vistos como investimento. “Só a conta de cinco meses de hospitais de campanha, de gripários e tendas demandou R$ 131 milhões. Com esse dinheiro, era possível construir um novo centro de convenções, dava para recuperar todos os trechos de orla que faltam. A pandemia absorveu uma grande parcela de recursos públicos, mas isso não nos afasta dos nossos objetivos e compromissos”.
Bruno afirmou que a Casa da Música, que teve inauguração adiada por conta da pandemia, já está pronta e deve ser aberta em agosto. O Arquivo Público da Cidade está em execução e deve ficar pronto no início de 2022. Além disso, será dada nesta quarta-feira (28) a ordem de serviço para requalificação total do Museu da Misericórdia e, até o dia 15 de agosto, terá início a obra de recuperação total do Mercado Modelo.
O prefeito ressaltou que o Monumento Mário Cravo também será recuperado e uma roda-gigante, semelhante àquela instalada no Rio de Janeiro, inspirada na London Eye, deve ser montada em Salvador. A estrutura deve ficar nas proximidades do Polo de Economia Criativa e do Hub de Tecnologia, no Comércio. “Tenho certeza que esse conjunto de ações e esforços que estamos fazendo vão estimular ainda mais a retomada dos setores econômicos da nossa cidade”, disse o prefeito.
Por fim, Bruno Reis ainda anunciou que a prefeitura planeja a implantação de um memorial em homenagem às vítimas da covid-19 e aos profissionais de saúde que auxiliam o combate à pandemia. O memorial será instalado na Praça Cairu e ainda não tem previsão de data.
Live Tour
Nesta terça-feira (27), também foi apresentado o balanço do projeto Live Tour Salvador, realizado de 13 a 23 de junho pela prefeitura em parceria com a Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav-BA). Foram 11 edições de lives, com mais de 13 horas de conteúdo, 18 agências de receptivo participantes, mais de 70 atrações turísticas apresentadas e cerca de 80 pessoas envolvidas, entre produção técnica e convidados.
A série de lives trouxe informações sobre equipamentos turísticos e experiências na cidade, além de promover as agências de turismo receptivo. As transmissões alcançaram mais de 1 milhão de visualizações e mais de 52 mil interações nas redes sociais, além de 5,1 milhões de impressões em anúncios e mais de 250 mil visitas ao site salvadordabahia.com.
Conduzidas pelo jornalista José Raimundo, as lives contaram com a participação de guias, historiadores e especialistas, e foram transmitidas diretamente dos perfis do Facebook, Instagram e YouTube do Visit Salvador da Bahia. As edições do projeto ressaltaram as belezas de Itapuã, Beach Clubs, Rio Vermelho, Memorial Irmã Dulce, Humaitá e Bonfim, Rua Chile e Praça Castro Alves, Terreiro de Jesus, Largo do Pelourinho, Santo Antônio Além do Carmo, Ilha dos Frades e Barra.
“Fomos surpreendidos com esse projeto que foi uma ação inédita e que mostrou pontos turísticos de forma detalhada. As agências de viagem do receptivo tiveram a oportunidade de mostrar a todos que estavam assistindo o trabalho que é feito junto aos turistas”, celebrou a presidente da Abav-BA, ngela Carvalho.
De acordo com a Secult, a Live Tour teve impacto positivo na ocupação hoteleira da cidade. De 13 de março a 12 de junho deste ano, a média de ocupação registrada foi de 31,88%. De 13 de junho a 23 de julho, o número subiu para 40, 04%, representando um acréscimo de 25,6%.
Bolsonaro oficializa reforma ministerial com Ciro Nogueira na Casa Civil
O presidente Jair Bolsonaro oficializou sua mais recente reforma ministerial. A edição desta quarta-feira (28) do Diário Oficial da União (DOU) traz a nomeação do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI), líder do Centrão, como ministro-chefe da Casa Civil. Ele assume o posto de Luiz Eduardo Ramos, que migra para a Secretaria-Geral da Presidência. Onyx Lorenzoni, que ocupava a pasta, por sua vez, foi alocado à frente do Ministério do Trabalho e Previdência. As movimentações já eram esperadas.
A nomeação de Ciro Nogueira para a Casa Civil, o coração do governo, é uma aposta do presidente Bolsonaro para manter o apoio político do Centrão e evitar uma possível abertura de processo de impeachment, neste momento em que vê sua popularidade caindo em meio a denúncias de corrupção e ao desgaste sofrido pelo andamento das investigações da CPI da Covid. Além de selar o casamento entre Planalto e Centrão, o movimento é também um aceno ao Senado - que ainda não havia sido contemplado com um ministério e desejava espaço na Esplanada.
Com as mudanças, chega a quatro o número de ministérios ocupados pelo Centrão. O bloco também tem os deputados João Roma (Republicanos-BA) na Cidadania, Fábio Faria (PSD-RN) nas Comunicações e Flávia Arruda (PL-DF) na Secretaria de Governo.
O novo ministro da Casa Civil responde a cinco processos na Justiça - duas denúncias criminais e três inquéritos que apuram suspeitas de suborno e distribuição de propinas. Em fevereiro de 2020, ele foi acusado pela PGR de receber propina da Odebrecht em troca de favorecimento no Congresso à Braskem, empresa petroquímica controlada pelo grupo. Ciro Nogueira também já foi denunciado por suposta tentativa de atrapalhar a Lava Jato e é alvo de inquérito sobre suposto recebimento de propina nas eleições presidenciais de 2014.
Antes da união entre Bolsonaro e o Centrão, Nogueira era aliado do PT. Durante a corrida presidencial de 2018, ele se queixou da ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições, chegou a dizer que estaria com o petista "até o fim" e chamou Bolsonaro de "fascista". Piauiense, o novo ministro tem apelo eleitoral no Nordeste e pode ajudar o governo a se aproximar daquela região.
Novo ministério
Aliado de primeira hora de Bolsonaro desde a campanha, Onyx foi contemplado com o Ministério do Trabalho e Previdência, extinto no início do governo para formar o chamado superministério da Economia, liderado por Paulo Guedes. O desmembramento tira atribuições do "posto Ipiranga". Guedes, contudo, tem buscado minimizar a perda de terreno e dito que a orientação liberal do governo permanece a mesma.
Secretaria-Geral
Agora alocado na Secretaria-Geral da Presidência, o general Luiz Eduardo Ramos foi pego de surpresa com sua demissão da Casa Civil, conforme o Estadão/Broadcast revelou. Um dos colaboradores e amigos mais leais de Bolsonaro, ele reconheceu que sua troca de cargo na Esplanada se deu por motivos políticos e afirmou que foi "atropelado por um trem".
Tiroteio na Ufba: homens armados fizeram funcionários reféns
O grupo de criminosos que invadiu um matagal na área da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador, na tarde dessa terça-feira (27), rendeu três funcionários da manutenção e roubaram as camisas da empresa, com a intenção de se passarem pelos servidores.
Armados com metralhadoras e fuzis, ao menos cinco homens fugiam da comunidade do Calabar em direção a São Lázaro e entraram na área da Ufba. Na ação, um suspeito foi baleado e encaminhado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas até a publicação desta reportagem não havia detalhes do estado de saúde dele.
De acordo com o comandante da Rondesp Atlântico (Rondas Especiais), Valdino Sacramento, com a tentativa de fuga, após renderem os funcionários, os homens se depararam com o cerco policial. Um helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) cercou a região, assim como viaturas da Rondesp, a BPS Calabar, a 41ª CIPM Federação, o Pelotão de Emprego Tático Operacional e agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais.
Em uma nova troca de tiros, um dos integrantes do grupo foi ferido, e, em seguida, levado ao HGE. O resto do grupo está foragido. A identidade deles ainda não foi descoberta pela polícia.
“A gente vem, desde ontem [anteontem], desenvolvendo na região intensificação e reforço do policiamento na região do Calabar, Cosme de Farias e Brotas. No início da tarde, populares informaram que vários indivíduos armados estavam andando pelas ruas do Calabar armados, desenvolvendo a atividade de tráfico de drogas. Ao averiguar, nos deparamos com cerca de 15 a 20 indivíduos, que passaram a disparar contra nossas guarnições. Desse grupo, seis a cinco fugiram pela saída Calabar/São Lázaro e chegaram ao campus de Ondina da Ufba”, explicou Sacramento.
Medo
Uma das moradoras do Jardim Apipema, bairro localizado próximo a Ondina, relatou ter começado a ouvir os tiros por volta das 14h40. Roca Alencar conta que os disparos eram repetidos e altos.
“Foi muito tiroteio até chegar o helicóptero da polícia. A gente até ficou com medo porque a janela é de vidro. Depois que o helicóptero foi embora, ainda houve mais um tiroteio. O mais assombroso é que, com a repetição dos tiros, você sabia que eram armas de grosso calibre.”
Segundo a Coordenação de Segurança da Ufba, apesar da violência, nenhum membro da comunidade esteve exposto durante o tiroteio. Por orientação da reitoria, a área da ação policial esteve isolada de modo a evitar a passagem de veículos ou pedestres pelo portão principal do campus, mas professores, pesquisadores e servidores que se encontravam em unidades de Ondina ainda conseguiram deixar o campus em segurança, pela saída da rua Caetano Moura. As agências bancárias do Santander e Banco do Brasil, presentes no campus, também não foram afetadas.
Ainda segundo o comandante, os criminosos chegaram a passar pelos bancos, de arma em punho, mas não houve tentativa de arrombamento. A Universidade Federal ainda é um ponto de vacinação contra a covid-19. Entretanto, a ação não atrapalhou a imunização, que ocorreu das 8h às 16h, como estava previsto no calendário. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, pela distância do local do tiroteio, o trabalho fluiu normalmente
No dia 17 de julho, um incêndio atingiu três vans no estacionamento do PAF 1, no mesmo campus de Ondina. Entretanto, o comandante da Rondesp não acredita que o fato tenha relação com a ação dos criminosos envolvidos desta vez.
Procurada, a Polícia Civil afirmou que, como o caso aconteceu em área federal, é de competência da Polícia Federal (PF). A assessoria da corporação afirmou que não recebeu nenhuma ocorrência na Universidade Federal da Bahia.
Bahia registra 54 mortes e 1.337 novos casos de covid em 24h
A Bahia registrou 54 mortes e 1.337 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,1%) em 24h, de acordo com dados do relatório epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) até o final da tarde desta terça-feira (27). No mesmo período, 2.059 pacientes (+0,2%) foram considerados curados da doença.
Dos 1.187.550 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.154.936 já são considerados recuperados, 7.020 encontram-se ativos. Na Bahia, 51.350 profissionais da saúde foram confirmados para covid-19.
Apesar das 54 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta terça. A Sesab não divulgou as datas em que ocorreram os óbitos. O número total de óbitos por covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 25.594, representando uma letalidade de 2,15%. Desde 16 de julho, quando registrou 65 mortes, a Bahia tem mantido registros de mortes por covid abaixo de 60 óbitos por dia, com uma média de 44 mortes por dia entre 17 e 27 de julho.
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Anvisa suspende cautelarmente autorização de importação da vacina Covaxin
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu por unanimidade nesta terça feira, 27, suspender cautelarmente a autorização excepcional e temporária para importação e distribuição da vacina russa Covaxin contra a covid-19, solicitada pelo Ministério da Saúde. Em nota, a agência diz que a medida prevalece "até que sobrevenham novas informações que permitam concluir pela segurança jurídica e técnica da manutenção da deliberação que autorizou a importação".
A decisão foi tomada após a Anvisa ser comunicada pela empresa indiana Bharat Biotech de que a Precisa Medicamentos não possui mais autorização para representar a empresa. O relator da matéria, o diretor Alex Machado Campos, considerou que a perda de legitimidade da Precisa para atuar perante a agência pode influenciar no cumprimento dos requisitos e condicionantes da importação.
Segundo a Anvisa, a decisão levou em conta notícias de que documentos ilegítimos podem ter sido juntados ao processo de importação, o que pode impactar as conclusões quanto aos aspectos de qualidade, segurança e eficácia da vacina a ser utilizada na população nacional. No voto, o relator informou que acionou a procuradoria jurídica da Anvisa e está promovendo diligências junto à Bharat e ao Ministério da Saúde.
CPI
Na sexta-feira, 23, a Bharat Biotech anunciou o encerramento de seu contrato com a Precisa Medicamentos, que intermediava a venda do imunizante no Brasil. De acordo com o anúncio feito, a Bharat Biotech afirmou que continuaria a trabalhar com a Anvisa para concluir o processo de aprovação regulatória do imunizante.
A Precisa Medicamentos intermediou a compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. O contrato, após denúncias, é alvo de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que suspeita de um esquema de corrupção para a compra da vacina no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Ítalo Ferreira é o 1º campeão olímpico de surfe
As águas escuras de Tsurigasaki ficaram com gosto de lágrima, cheiro de emoção e marcadas na história. Nordestino, potiguar, brasileiro: Ítalo Ferreira dominou a bateria da final contra o japonês Kanoa Igarashi com uma aula de técnica e estratégia para se tornar o primeiro campeão olímpico da história do surfe. O garoto que surfava em tampas de isopor e porta de geladeira conquistou o mundo mais uma vez, com uma vontade que conquistou o coração do país e que nem mesmo uma prancha quebrada conseguiu parar.
Ítalo é uma história de superação, beleza, técnica e carinho. As lágrimas e menções à família e principalmente à avó, falecida em 2019, meses antes da conquista de seu título mundial, não deixam mentir. Seu ouro é mais um marco para que os esportes sejam valorizados e, no caso do surfe, tirados da marginalidade, para que novos Ítalos surjam.
Ítalo confirmou o favoritismo brasileiro na modalidade. Para vencer o ótimo Igarashi por 15.14 a 6.60, o surfista foi, acima de tudo, extremamente maduro. Foram poucas as tentativas de manobras aéreas, mas a precisão nas manobras 'dentro' da onda fez o diferencial.
Quem vê o placar folgado não imagina o drama no início da bateria: logo em sua primeira onda, Ítalo quebrou a prancha e precisou trocar por uma reserva. A primeira levada pela comissão técnica não agradou e, na beira do mar, pediu outra.
Aos oito minutos, o brasileiro pegou a sua primeira boa onda, recebendo nota 7.00 dos juízes. Àquela altura, o adversário nao tinha conseguido nenhuma onda interessante, somente com as notas 3.83 e 0.67 após uma queda. Ítalo fazia uma apresentação na contramão e trocou a sua segunda nota na sequência, ao pegar uma onda de 5.50.
Veio a manobra aérea 8 minutos depois, rendendo 7.77 e deixando Kanoa numa delicada situação de precisar de duas ondas para conseguir uma virada.
Daqui do Brasil, a torcida estava nervosa. Ítalo não. Sereno, seguiu dando baile, show, aula - seja lá como queira definir. Faltando três minutos, pegou uma onda de 7.37 e, ao sair da espuma, seu sorriso entregava o inevitável: um rapaz latino-americano que até bem pouco tempo não tinha dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior conquistou a primeira medalha de ouro olímpica da história do surfe. O resultado de 15.14 x 6.60 estava sacramentado. Ouro do Brasil.
Crise nas faculdades privadas: quase 200 professores são demitidos em Salvador
A crise financeira afetou em cheio as faculdades particulares de Salvador e quem paga o preço desse prejuízo são os professores. Do segundo semestre de 2020 até agora, foram, pelo menos, 186 profissionais de educação e funcionários demitidos em cinco instituições baianas. Até um grupo de Whatsapp foi criado: “vamos à luta”, composto por ex-professores da UniFTC. O grupo chegou a ter 110 participantes e, hoje, tem 79.
Na Uniruy, houve demissão em massa antes de começar o semestre de 2021.2: foram 56 docentes e funcionários desligados em um único dia, no dia 12 de julho. Pelo menos 6 foram afastados da Faculdade Batista Brasileira (FBB) e outras 14 pessoas do corpo administrativo da Universidade Católica de Salvador (Ucsal).
Pelo não cumprimento das leis trabalhistas, muitas das demissões rendem processos judiciais. Dados do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5) indicam 1.504 processos homologados desde 2016, contra seis principais faculdades de Salvador - Unime, UniFTC, Ucsal, Uniruy, Unifacs e Unijorge. Isso dá uma média de mais de 22 processos por mês.
A natureza dos procedimentos vai desde assédio moral à não pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), multas rescisórias, horas extras, falta de aviso prévio e acúmulo de funções. O líder do ranking é o não pagamento ou pagamento inferior do FGTS, que acumula 967 ações.
Nesta série de reportagens especiais, o CORREIO mostra o que é e as consequências dessa crise financeira nas universidades particulares soteropolitanas, agravada pela pandemia da covid-19. Com ela, as instituições de ensino distribuem pedidos de demissão, atrasam salários e alunos têm formaturas adiadas.
O fisioterapeuta Gabriel Vilas Boas, 43 anos, membro da Sociedade Brasileira de Anatomia Humana (SBA), é um dos professores que não recebeu o FTGS devido. Ele trabalhou na UniFTC por 16 anos e 11 meses, até ser demitido, em julho de 2021. O valor que ele deveria ter recebido, pelos anos de contribuição, era em torno de R$ 45 mil. Contudo, a faculdade só pagou R$ 14 mil. O depósito mensal do FGTS deve ser equivalente a 8% do salário.
“É um negócio inacreditável, trabalhar tantos anos em uma instituição e só receber esse valor. Pedi uma revisão a eles na hora e apoio jurídico ao sindicato, que foi muito solícito. Teve tempo de serviço que não foi contabilizado, cargo que não foi pago, porque cheguei a ser coordenador de graduação. E agora é brigar na Justiça, só estou definindo se vai ser ação coletiva ou individual”, desabafa Vilas Boas, citando outros colegas na mesma situação.
O ex-professor ainda diz que as demissões eram recorrentes nas faculdades e que só durou tanto tempo por não ter título maior que especialização - fez parte da estratégia. “Me manter especialista foi estratégico, porque, como tinha titulação menor, sempre ficava por último na demissão, consegui escapar de várias”, relata.
Banho-maria
O professor Murilo Barbosa, demitido da Área 1, também em julho, comenta que essa redução de salário é típica antes das demissões, nas faculdades particulares. “A estratégia é colocar os professores antigos em banho maria, aquele que dava 4, 5 disciplinas e coloca para ele só dar uma, para receber salário reduzido e a faculdade gastar menos, pagando menos com a rescisão, INSS e FGTS. É mais barato demitir com salário baixo” acusa.
Às vezes, o professor é demitido logo quando chega no momento de ter o salário aumentado. Na Área 1, que pertence ao grupo Uniruy, esse aumento salarial só ocorre a partir de quatro anos na instituição. O CORREIO teve acesso ao plano de carreira da faculdade e confirmou a informação.
“Está ficando cada vez mais sucateado, o professor foi perdendo o sentido para a instituição, virou uma bagunça. Pelo novo plano de carreira, tanto faz ser especialista, mestre ou doutor, ele entra com mesmo salário e só vai ter progressão com quatro anos, que é o tempo que te demitem e arranjam outro. Eles não estão visando o aprender, e sim o comércio”, lamenta Barbosa.
Salas lotadas
Se, por um lado, o quadro de professores reduz, por outro, as salas lotam de alunos. Professores ouvidos pela matéria, que não quiseram se identificar, narram que se tornou comum salas com mais de 100 estudantes, agora com a modalidade remota. Em uma classe de Direito da UniFTC, chegou a 240 pessoas.
O enxugamento da folha foi tanto que, nos cursos de engenharia (civil e ambiental), por exemplo, só existem quatro professores de Salvador. Os outros são da rede, de outras cidades. “Estão aproveitando o ensino remoto e colocando uma superpopulação de alunos, com alunos, inclusive, de outras cidades”, revela Alice Lacerda, ex-professora do curso de comunicação da UniFTC, demitida em julho.
Todos os semestres, ela conta que os colegas já especulavam quem seria o demitido da vez. “A cada semestre, vão saindo colegas. A gente já fica esperando quais serão os próximos”, conta.
Na Unime, segundo um professor que falou sob condição de anonimato (ele ainda não foi demitido), os docentes têm sido demitidos e substituídos por outros, mais baratos. O grupo tem contratado professores da rede para dar aulas mais genéricas e reduzir a carga horária dos docentes da casa – para depois demití-los.
“A maioria dos professores não são da casa, isso tem reduzido a oferta de disciplinas e a qualidade também. Quando entrei na Unime, eram 200 professores. Hoje, se tem 50, tem muito. Tiraram o valor do professor em sala de aula. O critério de titulação dos professores não conta mais, e sim aqueles com pouco experiência, porque têm carga salarial mais baixa”, conta.
O docente diz que esse é um processo que vem ocorrendo há, pelo menos, sete anos. “Grandes grupos empresariais da educação se apropriaram de quase 80% do ensino universitário do país, vendo o professor como gasto e o estudante como número. Isso também é resultado de uma política rígida do MEC [Ministério da Educação], que não protege a qualidade de ensino e não garante o acesso ao Prouni e Fies”, argumenta.
Para Alice, demitida da UniFTC, essa baixa presença do professor em sala faz parte de um novo modelo de ensino. “Isso faz parte de um movimento maior, de mudança do modelo educacional. O que vejo no futuro é uma educação sem professor, porque usam desse discurso de autonomia do aluno para tirar o professor de cena cada vez mais, como se fosse algo bom. É uma situação triste, porque os cursos estão cada vez mais precários”, prevê.
Alice ainda narra que a pandemia e o ensino remoto só fizeram com que mais demandas se acumulassem. “Eles fizeram mudanças pedagógicas drásticas, onde instituíam uma série de materiais que o professor tinha que produzir e não estava previsto. Tínhamos que produzir vídeo, podcast, textos autorais, além das aulas síncronas, e não somos pagos para isso, pelo contrário, só houve corte”, narra.
Clima adoecedor
A situação é parecida em todas as faculdades. Na Uniruy, os professores se uniram para enviar uma carta à reitoria, porque não conseguiam concordar com a falta de humanidade do trabalho. A carta continha 34 assinaturas. Desses que assinaram, 20 foram demitidos. O clima era tão desarmonioso que a demissão foi até comemorada.
“O clima estava de tanto assédio que muitos professores comemoram a demissão, porque já estava insuportável, adoecedor. Os relatos dos professores são de quase loucura, muitos desenvolveram ansiedade, pressão alta e depressão. As pegavam turmas de 150, 200 alunos", conta uma ex-professora, demitida em julho da Uniruy, que pediu para não se identificar, por medo de retaliação.
Desorganização interna
Outra docente, também demitida pela Uniruy, diz que os setores não conversam entre si. Ela chegou a ser coordenadora de um curso, que era sinônimo de acúmulo de tarefas. “Ficava enlouquecida porque vinha uma nova resolução, mudavam o processo e ninguém avisava. O setor de admissões não conversava com a coordenação, que não conversava com a secretaria. O RH local não tinha poder nenhum e mandavam a gente falar com o pessoal em Fortaleza, Rio de Janeiro, que também não conseguia resolver”, narra.
A docente fazia muito mais do que estava previsto no contrato e do que chegava na conta bancária. “Em tese, era a coordenação pedagógica, mas, como extinguiram a coordenação administrativa, era eu que cuidava do plano pedagógico, fazia plano de orçamento, tirava pedido de férias de funcionário, produzia eventos extraclasse... a gente tinha carga horária de 30 horas, mas tarefa para 60h”, detalha.
Em sala de aula, os professores tinham que corrigir em torno de 40 TCCs, de 90 páginas cada. “Como isso gera um trabalho de qualidade? Como ter certeza que não houve plágio?”, indaga. Outra ex-docente diz é comum só saber a grade de disciplinas que lecionaram uma semana antes do início das aulas. “A gente não teve tempo de preparar”, desabafa a professora.
Sindicato nega demissões em massa
O presidente da Associação Baiana de Mantenedoras do Ensino Superior (Abames), Carlos Joel, desconhece demissões em massa de professores. “São informações que não compartilham com o sindicato”, declara. Joel pontua que as Instituições de Ensino Superior “têm autonomia de gerenciar suas admissões e demissões e não há motivação para a Semesb intervir”.
Especificamente sobre a Uniruy, o presidente do sindicato alega que ela foi incorporada à Estácio e “naturalmente deve está passando por reestruturação”. Segundo ele, a motivação dessas demissões foi pela crise financeira que as faculdades, como qualquer outra empresa, que foi agravada pela pandemia.
Ele reforça que essa dificuldade econômica não é de agora. “A pandemia aguçou a inadimplência, a evasão e a ausência das pessoas em ingressar no sistema de ensino. Isso tem impacto de natureza econômica nas instituições, como qualquer empresa. O impacto maior é pela ausência de financiamento estatal para o estudante, que não tem condição de pagar mensalidade”, explica Joel, citando o Fies e Prouni.
De acordo com o sindicato, a partir de dados do último censo do Ministério da Educação (MEC), de 2019, são 10 mil professores de universidades, faculdades e centros universitários privados, com e sem fins lucrativos, filantrópicas e confessionais, na Bahia. O número de alunos é de 340 mil no estado, distribuídos em 106 instituições. Salvador detém quase um terço dos alunos, com 98.196 matriculados em cursos presenciais.
O que dizem as faculdades
Sobre as demissões, a Uniruy informou que fazem parte de “processo natural” da instituição, que ocorre duas vezes no ano. “As movimentações que porventura ocorram no campus fazem parte de um processo natural de uma instituição de ensino que periodicamente avalia a sua base de docentes, adequando-a às necessidades do mercado, demandas de cursos e às particularidades da praça em que atua”, alega, por meio de nota.
A instituição ainda disse que não há desligamentos em massa. “O processo de desligamento de um professor busca respeitar as chamadas “janelas”, período compreendido entre o encerramento de um semestre e o início de outro, porque nesse espaço de tempo não há atividade acadêmica", adiciona. Apesar das 56 demissões, a Uniruy “irá fazer um grande investimento nos próximos meses em inovação dos espaços do campus”.
Já a Rede UniFTC esclarece que “redefiniu suas rotinas institucionais sem comprometer a qualidade do processo de ensino-aprendizagem". Sobre as demissões, ela disse que “desde meados do ano passado, a instituição mantém um quadro de professores que atendem às necessidades acadêmicas das disciplinas ofertadas, não havendo qualquer intencionalidade de modificação, até o momento, para o semestre letivo 2021.2”.
A Unime explica que as demissões e contratações de professores “ocorrem de acordo com a adequação do quadro de docente às disciplinas oferecidas naquele semestre, que por sua vez seguem as matrizes curriculares e a formação de turmas de alunos”.
Procuradas, a Unijorge, Unirb, Unifacs, Estácio, Faculdade Batista Brasileira, Faculdade Baiana de Direito e o Centro Universitário AGES não quiseram responder à matéria. A UniNassau disse não poder falar sobre o assunto por restrição da Bolsa de Valores.
Bahia receberá 613 mil doses de vacina contra covid a partir desta terça-feira
A Bahia vai receber mais de 600 mil doses de vacinas contra a covid-19 a partir desta terça-feira (27). A informação foi divulgada pelo secretário estadual da Saúde (Sesab), Fábio Vilas-Boas.
Ao todo, serão 613 mil doses, sendo 143.910 doses da Pfizer, 255.300 do Butantan/Coronavac e 213.850 da Astrazeneca/Oxford. Os lotes serão entregues até quarta (28). As vacinas serão destinadas para primeira e segunda doses.
A primeira remessa, com 255.300 doses da Coronavac e 63.600 da Oxford/AstraZeneca, chegará ao aeroporto de Salvador em um voo com pouso marcado para às 7h20 de terça. A segunda carga, com 150.250 imunizantes da Oxford/AstraZeneca, chegará em um voo com aterrissagem programada para 19h15, também de terça-feira. A terceira remessa, com 143.910 doses da Pfizer/BioNTech será trazida em um voo previsto para às 15h de quarta-feira (28). São doses para primeira e segunda aplicação.
As vacinas devem começar a ser distribuídas ainda na terça-feira por via terrestre e também em aeronaves do Grupamento Aéreo da Polícia Militar e da Casa Militar do Governador, após conferência da equipe da Coordenação de Imunização do Estado. Elas serão remetidas, exclusivamente, aos municípios que aplicaram 85% ou mais das doses anteriores. Esta foi uma decisão da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que é uma instância deliberativa da saúde e reúne representantes dos 417 municípios e o Estado.
Com estas novas remessas, a Bahia chegará ao total de 10.835.440 doses de vacinas recebidas, sendo 3.809.700 da Coronavac, 5.586.900 da Oxford/AstraZeneca, 1.184.040 da Pfizer e 254.800 da Janssen.
Os últimos lotes que o estado recebeu foram no início da semana passada, totalizando 607 mil doses. Em Salvador, a vacinação para primeira dose foi suspensa na última sexta-feira (23), devido à falta de imunizantes. A capital parou na imunização de pessoas acima dos 34 anos.
Um terço dos municípios da Bahia só voltam às aulas semipresenciais em 2022
Mais da metade das cidades da Bahia não têm estrutura para voltar com as aulas semipresenciais até agosto, segundo um levantamento feito pela União dos Dirigentes Municipais de Educação da Bahia (Undime-BA), que obteve resposta de 415 das 417 prefeituras baianas. A pesquisa, que avaliou a rede escolar municipal, mostra que 215 municípios só voltarão a ter estudantes e professores em sala a partir de setembro de 2021. Outras 132 prefeituras - ou seja, quase um terço dos municípios baianos - disseram que só retornam em 2022.
O estudo da Undime-BA conclui, ainda, que apenas 68 cidades da Bahia estão preparadas para voltar até agosto, e somente dez delas ainda em julho de 2021. Das outras cidades que voltam ainda este ano, 110 cidades disseram que só o farão em setembro, 87 voltam em outubro, 14 em novembro e quatro somente em dezembro. As prefeituras afirmam que, além de muitas instituições de ensino estarem ainda em obras, outras não têm condições de se adaptar aos protocolos sanitários.
O prazo dentro do qual as escolas conseguem retomar as aulas semipresenciais é muito depois da data estipulada pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT). Ele determinou que as aulas semipresenciais devem iniciar hoje para o Ensino Médio, Ensino Profissionalizante e Ensino de Jovens e Adultos (EJA), e no próximo dia 9 de agosto para o Ensino Fundamental II.
Segundo o presidente da Undime-BA, Raimundo Pereira, que também é vice-prefeito e secretário de Educação de Itaparica, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), os 132 municípios que sinalizaram só voltar ano que vem estão revendo o planejamento inicial para conseguir retornar ainda esse ano com a modalidade híbrida. Mas, eles ainda não definiram sequer o mês de retorno.
“Nem todos os municípios estão no mesmo ritmo, essa é a grande questão. Cada um tem uma realidade, uma condição financeira diferente e o que a Undime defende é a autonomia do planejamento das prefeituras. No momento que foi feito o anúncio da volta às aulas, faltou diálogo para saber se os municípios estavam prontos e apenas 10 podem voltar em julho”, explica Pereira.
Arrecadação em baixa
Um dos motivos principais que acarretaram na falta de estrutura das escolas para receber os estudantes, segundo o presidente da Undime, foi a falta de planejamento financeiro das prefeituras, em meio à queda da arrecadação de impostos, maior fonte de receita.
“Mais de 200 municípios tiveram mudança de gestão e as prefeituras estavam desestruturadas, pegaram o pico da pandemia e agora que começaram a fazer a programação do retorno das aulas”, afirma. Segundo dados da Transparência da Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz-BA), as receitas totais dos municípios baianos caíram mais de R$ 2,2 milhões, o equivalente a 4,4% do total, de 2019 para 2020.
O transporte escolar também é um entrave, mas não tão determinante como a falta de infraestrutura. “O único município que não banca o transporte da rede estadual é Salvador, todos os outros municípios do interior são responsáveis por transportar os alunos do estado, que não assume a totalidade da despesa, sendo que praticamente 80% dos alunos transportados são da rede estadual e o governo não repassa nem metade do valor”, revela Pereira.
No caso de Itaparica, onde ele é secretário de Educação, as aulas só voltam em setembro, porque algumas escolas precisam concluir reformas. “Com a queda da arrecadação, tivemos menos dinheiro para educação, que começou a melhorar agora, e tivemos dinheiro para contratar as empresas que vão fazer as obras”, justifica.
Raimundo Pereira ainda enfatiza que é desejo de todos os dirigentes municipais o retorno das aulas semipresenciais. “Todos querem voltar e ter a criança na escola, porque é um lugar seguro, obedecendo todos os protocolos de segurança. Só que cada um tem seu planejamento, não dá para obrigar uma data para todo mundo, tentando impor a responsabilidade de assumir o funcionamento das escolas, sem se adequar à realidade de cada um”, completa o presidente da Undime.
Obras
Em Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia, não há definição de quando as aulas voltarão, justamente pelo estado em que as escolas foram encontradas pela nova gestão, eleita em 2020. Segundo o secretário de Educação de lá, Ednilson Pereira, todas as 63 da rede municipal ainda precisam de intervenção - 60% estão com reforma completa e 40% precisam de pelo menos algum tipo de manutenção.
“Com a mudança de gestão, as escolas ficaram sem atenção, muitos muros caíram, a parte hidráulica não funciona, precisou de limpeza, capinação e recuperação de telhado. O ano de 2020, que deveria ter sido o ano para isso, não foi, porque foi ano de política e acabaram não se preparando para isso. Mas estamos em processo de licitação e obras para fazer as adaptações”, afirma Pereira.
As aulas do segundo semestre iniciaram em julho, de forma remota. A previsão de retorno das aulas semipresenciais em Santo Amaro é em setembro, se as obras acabarem a tempo. Contudo, o secretário defende que seja só em 2022. “Se voltar em setembro, teríamos dois meses e meio só de aulas, com 50% da capacidade, então poderíamos concluir o ano de forma remota, mas iremos discutir com a categoria, pais e alunos”, pontua.
A vantagem de só iniciar o ensino híbrido ano que vem seria também para economizar. “O investimento com equipamento do protocolo sanitário e de proteção é de R$ 500 mil, considerando que temos que distribuir máscaras para os 9,7 mil alunos. O gasto é muito grande, que poderíamos deixar para o ano que vem”, argumenta.
O outro lado da moeda é que nem todos os estudantes têm acesso às aulas remotas. “Das 63 escolas, 19 estão na sede e 42 na zona rural, e muitos alunos não têm acesso à internet, alguns pais estão temerosos de mandar os alunos, já que é só um professor vacinado e 30 crianças sem imunização na sala. A gente gostaria muito de voltar, mas precisamos discutir e ter um controle maior da pandemia”, acrescenta o secretário. Todos os 842 profissionais da educação de Santo Amaro tomaram, pelo menos, uma dose da vacina contra covid-19, e a segunda dose será em aplicada em agosto.
Sem previsão
A espera pela conclusão das obras também é o entrave para o retorno das aulas em Mucugê, na Chapada Diamantina. Por isso, a secretária municipal de Educação, Rose Lima, nem sabe dar uma estimativa. “Não temos data, porque todas as 22 escolas estão em reforma e não tem previsão de acabar. A nova gestão assumiu e resolveu reformar tudo, porque estavam em situação complicada e precisando se adaptar aos protocolos”, comenta Rose.
No Extremo-Sul da Bahia, na cidade de Pau-Brasil, as aulas só voltam após os professores tomarem a segunda dose da vacina, assim como em São Felix, no Recôncavo.
“Alguns professores tomarão em setembro, então, provavelmente, em outubro, retornaremos com o ensino híbrido”, informa a secretária de Educação, Gizelle Nascimento.
Segundo ela, todas as cinco escolas estão reformadas, aptas para receber os alunos. O transporte escolar não precisa de licitação, pois o município já tem frota própria. Ao todo, são 1.684 alunos e 97 professores.
Em Senhor do Bonfim, no Centro-Norte da Bahia, a 380 quilômetros de Salvador, as instituições educacionais também estão em decadência. Segundo a secretária de Educação, Lourinalva Coelho, a gestão antiga só reformou 15 das 59 escolas da cidade, deixando as outras sem condição de receber alunos.
“Tivemos que fazer uma auditoria, porque elas precisam ainda de muitos reparos. Tirando as 15 que foram reformadas, as outras estão em situação muito ruim, só sofreram reforma em 2012, então ficaram oito anos sem atendimento”, conta a secretária.
Além da infraestrutura, há o receio dos pais e falta de diálogo entre governo estadual e municipal.
“O governador não ouviu o prefeito e o secretário de Educação do estado não ouviu o gestor para alinhar esse retorno, 60% dos pais não aceitam enviar seus filhos agora porque não consideram seguro e 80% dos nossos profissionais de educação também não consideram o momento propício”, acrescenta Lourinalva.
São 880 profissionais da educação acima de 18 anos – todos tomaram a primeira dose – e 10.060 alunos. O ensino tem sido remoto até então, com atendimento por WhatsApp. A previsão para o retorno semipresencial é em 4 de outubro, contudo, não há verba para o transporte escolar.
“Muitos alunos do ensino médio dependem do transporte do município. Ainda que eles repassem um valor por aluno pelo programa PETE [Programa Estadual de Transporte Escolar], o saldo que temos é de R$ 110, para atender os alunos do estado. O valor em conta de 2020, que era de R$ 217 mil, a gestão anterior pagou a cooperativa. Então não temos como voltar as aulas”, conta a secretária de educação.
Como afirmou a Secretaria de Educação do Estado (SEC) anteriormente ao CORREIO, o valor a ser repassado pelo governo estadual aos municípios pelo programa PETE é de R$ 90 milhões. A primeira parcela, de R$ 45 milhões, será paga até dia 30 de julho. Além disso, 144 ônibus escolares foram entregues às cidades da Bahia, o que gerou um custo de R$ 33 milhões para o estado. Para esta reportagem, a SEC não respondeu sobre a expectativa para o retorno.
Retorno agendado
Em algumas cidades baianas já há data marcada para o início das aulas semipresenciais. É o caso de Vitória da Conquista, onde elas voltam em 2 de agosto, e Barra do Rocha, a partir de 8 de setembro, de forma gradual. Em Conquista, apenas 14% da rede municipal (24 das 170 escolas) voltarão mês que vem. Incialmente serão os alunos do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental I, pois muitas escolas ainda estão em reforma.
“Na rede privada, as escolas voltaram dia 12 de julho, e, no dia 2 de agosto, vamos fazer o acolhimento, com atividades de conscientização e treinamento da equipe. Estamos preparando o retorno gradativo, escalonado, porque devemos retornar com todos os cuidados. Não podemos retornar agora porque algumas escolas precisam de ajustes”, explica o secretário de Educação de Vitória da Conquista, Edgard Andrade. Os alunos que não voltarem à sala continuarão no ensino remoto. Todos os 1,4 mil professores tomaram a primeira dose da vacina.
Em Barra do Rocha, a data para o retorno é dia 8 de setembro, no Ensino Fundamental I e II. A Educação Infantil voltará em 20 de setembro.
“Estamos finalizando as adaptações das escolas, implantando as pias, as peças decorativas de prevenção ao covid e finalizando a marcação das cadeiras e salas, com o distanciamento”, informa o secretário de Educação, Elenilton Mendes.
O retorno semipresencial será facultativo. “Fizemos uma consulta pública e deixamos que o pai escolhesse pelo ensino remoto ou híbrido, para que ele não se sinta obrigado em mandar a criança na escola”, completa Mendes. A merenda e o transporte escolar estão garantidos. São 11 escolas na da rede municipal na cidade, com 1.980 alunos e 281 professores.
Em Piritiba, os preparativos estão na reta final e a expectativa é voltar dia 16 de agosto. Em Feira de Santana, o modelo híbrido deve começar dia 23 de agosto, enquanto as reformam são concluídas. Em Porto Seguro e Cruz das Almas, as escolas reabrem para os alunos dia 2 de agosto e 14 de agosto, respectivamente. A primeira semana, em Cruz das Almas, será para acolhimento. Em Teixeira de Freitas, o anúncio da data de retorno será feito pelo prefeito na próxima quarta-feira (28).
Procuradas, as prefeituras de Pedro Alexandre, Santo Antônio de Jesus, Itaberaba, Nova Soure e Simões Filho não responderam até o fechamento desta reportagem. O prefeito de Jequié e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá, também não respondeu, assim como a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme-BA).
87 mil professores não tomaram nem a 1ª dose da vacina
Nem todos os profissionais da educação estão vacinados contra a covid-19. De acordo com o levantamento da Undime, apenas 208 prefeituras baianas concluíram a aplicação da primeira dose da vacina – menos da metade das cidades baianas.
Somente 58 aplicaram a segunda dose, o equivalente a 14% dos municípios do estado. Outras 307 nem iniciaram a aplicação da segunda dose do imunizante. Até este domingo (25), segundo o vacinômetro da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), esse número está em 87.348. Ou seja 26,2% deles ainda não estão nem parcialmente imunizados.
O total de vacinados da categoria com a primeira dose ou a Janssen (dose única) é de 246.844. Com a segunda dose, apenas 13.590. Isso significa que só 4% dos trabalhadores da categoria estão com o esquema de imunização completo contra o coronavírus.
Aulas semipresenciais na rede estadual voltam hoje (26)
O governador da Bahia, Rui Costa, determinmou o retorno das aulas semipresenciais na Bahia para hoje. A decisão vale para turmas do Ensino Médio, Ensino Profissionalizante e Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Para o Ensino Fundamental II, a volta está prevista para 9 de agosto.
A ocupação máxima deve ser de 50% de cada sala de aula. Cada turma de estudantes será dividida em duas - uma formada por alunos cujo nome próprio é iniciado pelas letras de “A” a “I” e a outra turma por alunos cujo nome próprio inicia por letras de “J” a “Z”. A unidade escolar poderá fazer o ajuste conforme a realidade de cada turma. Dessa forma, metade dos alunos participa das atividades de maneira presencial e a outra metade de maneira não presencial, em sistema de alternância diária e com igual carga horária.
A alternância ocorrerá entre os dias da semana e entre as semanas. Assim, na semana 1, metade da turma irá na segunda, quarta e sexta e a outra metade, terça, quinta e sábado. Na semana 2, os dias serão invertidos e quem foi na segunda, quarta e sexta-feira irá na terça, quinta e sábado, e o contrário. Relembre aqui todos os itens do protocolo.
Previsão de retorno das aulas semipresenciais na rede municipal da Bahia (Fonte: Undime-BA)
Julho - 10 cidades
Agosto - 58 cidades, como Vitória da Conquista, Piritiba, Feira de Santana, Porto seguro e Cruz das Almas
Setembro - 110 cidades, como Itaparica, Barra do Rocha e Santo Amaro
Outubro - 87 cidades, como Pau Brasil e Senhor do Bonfim
Novembro - 14 cidades
Dezembro - 4 cidades
Só em 2022 - 132 cidades