Se você receber uma ligação em que alguém se identifica como sendo da operadora de cartão de crédito e precisa saber se você está fazendo uma compra de alto valor, ligue seu radar de desconfiança. Se na mesma ligação a pessoa informa que precisa checar se outras compras indevidas foram realizadas no cartão e para isso precisa que você informe alguns dados pessoas, incluindo senha, desconfie mais ainda que você pode estar sendo vitima de um golpe. A Polícia Civil da Bahia alerta que esse tipo de golpe tem sido cada vez mais recorrente no estado.

Na era das facilidades proporcionadas pela tecnologia, não faltam motivos para usar os serviços online e por telefone dos bancos. Golpistas, entretanto, têm frequentemente usado esta comodidade para ludibriar clientes. Diante do crescimento do chamado Golpe do Motoboy, a Polícia Civil da Bahia alerta: desconfie sempre de ligações que – independente do motivo – resultem em pedidos de dados pessoais ou de entrega de cartão de crédito e/ou de seu celular.

Embora os primeiros casos deste golpe datem de mais de três anos atrás, tem-se percebido uma maior incidência desde o início da pandemia de Covid-19, com o aumento do trabalho em home office. Por intermédio de técnicas de engenharia social, os autores simulam o atendimento bancário e induzem a vítima a ceder seus dados pessoais, inclusive senhas e outros dados confidenciais.

A delegada titular da 14ª DT, Mariana Ouais, explica como agem os criminosos. "A pessoa liga, identifica-se como sendo do banco e pergunta se a vítima está fazendo uma compra em um alto valor. A vítima, então, nega. O golpista, então, diz que vai checar outras compras que supostamente foram feitas no cartão – sempre de alto valor, a fim de desesperar a vítima. Sabendo disso, o golpista finge 'orientar' a pessoa, induzindo-as a passar os dados pessoais e senhas. Ao fim do processo, dizem que as compras foram estornadas, mas que, para resolver o problema, o cartão precisa passar por uma perícia", diz.

"Eles ganham a pessoa com a falácia de que ela é um cliente VIP. Então, a depender do banco, eles podem inclusive usar os nomes dos serviços especializados para clientes de alta renda, como Personnalité, Prime ou Estilo. Então, como a vítima supostamente é um cliente VIP, os golpistas dizem que esse cartão precisa ser levado a uma central, normalmente em um lugar distante da residência da vítima. O objetivo é criar a condição para oferecer o falso serviço de motoboy. E fazer isso não é praxe dos bancos", acrescentou.

Em alguns casos, os criminosos conquistam a confiança da vítima ao combinar um código a ser reproduzido pelo motoboy – tudo, ironicamente, para evitar golpes. Esta falsa aparência de segurança serve para baixar a guarda da vítima e ganhar tempo para os saques e compras feitos na conta da pessoa enganada. "Há até situações em que informam que o celular também foi clonado, e que o motoboy também pode levar para a falsa perícia e depois devolvê-lo. Vi casos de pessoas que perderam investimentos da vida inteira. Esse golpe já causou um prejuízo de milhões", declarou a delegada.

Além de sempre desconfiar de ligações e outros contatos em nome das instituições financeiras, a delegada Mariana Ouais orienta o cidadão baiano a checar – ele mesmo – a veracidade das alegações feitas pelo golpista, por meio de uma ligação para o gerente do banco, pelo internet banking ou pelas centrais oficiais de atendimento – sempre se certificando de que o contato com o possível golpista já foi encerrado.

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O grupo de criminosos que invadiu um matagal na área da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador, na tarde dessa terça-feira (27), rendeu três funcionários da manutenção e roubaram as camisas da empresa, com a intenção de se passarem pelos servidores.

Armados com metralhadoras e fuzis, ao menos cinco homens fugiam da comunidade do Calabar em direção a São Lázaro e entraram na área da Ufba. Na ação, um suspeito foi baleado e encaminhado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas até a publicação desta reportagem não havia detalhes do estado de saúde dele.

De acordo com o comandante da Rondesp Atlântico (Rondas Especiais), Valdino Sacramento, com a tentativa de fuga, após renderem os funcionários, os homens se depararam com o cerco policial. Um helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) cercou a região, assim como viaturas da Rondesp, a BPS Calabar, a 41ª CIPM Federação, o Pelotão de Emprego Tático Operacional e agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais.

Em uma nova troca de tiros, um dos integrantes do grupo foi ferido, e, em seguida, levado ao HGE. O resto do grupo está foragido. A identidade deles ainda não foi descoberta pela polícia.

“A gente vem, desde ontem [anteontem], desenvolvendo na região intensificação e reforço do policiamento na região do Calabar, Cosme de Farias e Brotas. No início da tarde, populares informaram que vários indivíduos armados estavam andando pelas ruas do Calabar armados, desenvolvendo a atividade de tráfico de drogas. Ao averiguar, nos deparamos com cerca de 15 a 20 indivíduos, que passaram a disparar contra nossas guarnições. Desse grupo, seis a cinco fugiram pela saída Calabar/São Lázaro e chegaram ao campus de Ondina da Ufba”, explicou Sacramento.

Medo
Uma das moradoras do Jardim Apipema, bairro localizado próximo a Ondina, relatou ter começado a ouvir os tiros por volta das 14h40. Roca Alencar conta que os disparos eram repetidos e altos.

“Foi muito tiroteio até chegar o helicóptero da polícia. A gente até ficou com medo porque a janela é de vidro. Depois que o helicóptero foi embora, ainda houve mais um tiroteio. O mais assombroso é que, com a repetição dos tiros, você sabia que eram armas de grosso calibre.”

Segundo a Coordenação de Segurança da Ufba, apesar da violência, nenhum membro da comunidade esteve exposto durante o tiroteio. Por orientação da reitoria, a área da ação policial esteve isolada de modo a evitar a passagem de veículos ou pedestres pelo portão principal do campus, mas professores, pesquisadores e servidores que se encontravam em unidades de Ondina ainda conseguiram deixar o campus em segurança, pela saída da rua Caetano Moura. As agências bancárias do Santander e Banco do Brasil, presentes no campus, também não foram afetadas.

Ainda segundo o comandante, os criminosos chegaram a passar pelos bancos, de arma em punho, mas não houve tentativa de arrombamento. A Universidade Federal ainda é um ponto de vacinação contra a covid-19. Entretanto, a ação não atrapalhou a imunização, que ocorreu das 8h às 16h, como estava previsto no calendário. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, pela distância do local do tiroteio, o trabalho fluiu normalmente

No dia 17 de julho, um incêndio atingiu três vans no estacionamento do PAF 1, no mesmo campus de Ondina. Entretanto, o comandante da Rondesp não acredita que o fato tenha relação com a ação dos criminosos envolvidos desta vez.

Procurada, a Polícia Civil afirmou que, como o caso aconteceu em área federal, é de competência da Polícia Federal (PF). A assessoria da corporação afirmou que não recebeu nenhuma ocorrência na Universidade Federal da Bahia.

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Uma operação de combate às fraudes em benefícios emergenciais acontece em todo Brasil nesta quinta-feira (22). Na Bahia, há cumprimento de mandados e medidas cautelas em Guanambi, Canavieiras, Santa Luzia e Porto Seguro. No estado, um grupo é suspeito de fraudar 49 contas para receber o valor, conseguindo cerca de R$ 32 mil.

A operação Animus Fraudandi, conta com uma força-tarefa com Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa, Receita, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União foi feita para identificar fraudes massivas, que trabalha para desarticular organizações criminosas que montaram esquemas para receber o benefício ilicitamente. O valor foi pago a pessoas em vulnerabilidade por conta da pandemia.

Hoje, são cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de sequestro de bens - um total de R$ 60 mil foi bloqueado por ordem da Justiça. Além da Bahia, a PF foi às ruas no Ceará, Maranhã, Mato Grosso, Pará e Santa Catarina.

Aqui, a PF de Vitória da Conquista cumpre dois mandados de busca e apreensão, 3 mandados de medidas cautelares diversas da prisão e bloqueio de bens e valores chegando a R$ 20.413,57 em Guanambi e Canavieiras.

Já a PF de Ilhéus cumpre quatro mandados de busca e apreensão em Canavieiras, um em Santa Luzia e um em Porto Seguro, ligados a um inquérito que investiga um grupo suspeito de fraudar pelo menos 49 contas do benefício, chegando ao total de R$ 32.971,50 fraudados em 25 dias.

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A mãe e a filha suspeitas de envolvimento na morte de uma criança de 3 anos em Nova Brasília de Valéria foram achadas mortas com sinais de agressão em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, na manhã desta terça-feira (20), algumas horas após o primeiro crime. Mãe e filha eram vizinhas do pequeno Luiz Fernando, que foi achado morto dentro de um saco na casa delas.

Segundo a polícia, os corpos de Rosenilda de Cássia Gonçalves, de 61 anos, e Uelma Gonçalves da Cruz, 38, foram achados perto de uma fábrica no CIA. Uma equipe da 22ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi até o local após receber denúncia sobre corpos abandonados na Estrada Santo Antônio do Rio das Pedras. Eles já encontraram as duas sem vida, isolaram a área e acionaram a perícia. Não há informações sobre suspeitos.

As mortes das duas serão investigadas pela 22ª Delegacia (Simões Filho). Já o assassinato do menino é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios, em Salvador. Familiares e testemunhas são ouvidos e laudos periciais auxiliarão nas investigações, diz a Polícia Civil.

Menino achado morto
Um menino de 3 anos foi encontrado morto dentro de uma casa no bairro de Nova Brasília de Valéria, na madrugada desta terça-feira (20). Segundo informações da mãe da criança, Daniela Goés, Luiz Fernando foi encontrado na casa da vizinha dela. O caso ocorreu na Rua Manuel Quirino.

Em entrevista à TV Bahia, ela contou que ele estava na frente de casa e ela o deixou brincando com outras crianças, na noite dessa segunda-feira (19). "Fui em casa e quando voltei, não encontrei mais", relatou.

A vizinha, identificada apenas como Cacau, inicialmente negou que a criança estivesse em sua casa. "Eu fui na casa de outra vizinha, mas ela disse que não estava lá também. Que ele tinha ficado no mesmo lugar que deixei. Ninguém viu ele entrando na casa dela".

Daniela continuou procurando pelo filho e voltou à casa da moradora. Lá, encontrou um saco de linhagem embaixo de uma mesa. Ao carregar, encontrou o corpo do filho. "Eu perguntei por que ela fez isso com ele e ela ficou dizendo: 'Ele não está morto, está desmaiado'. Eu trouxe ele pra UPA, e o médico disse que ele recebeu paulada e deve ter sido estrangulado. Ele estava cheio de hematomas no pescoço", contou Daniela.

Ela não sabia o que pode ter motivado o crime e diz que não tinha desavenças com a vizinha. Os filhos das duas costumavam brincar juntos. “Quando eu cheguei da UPA, para ver se ela estava lá para responder, os vizinhos disseram que ela havia fugido com a mãe e o filho. Mas não levou nada porque quando a perícia chegou lá, estava tudo no lugar", comentou Daniela.

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Ao descer as escadas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, a doméstica Daniela Galeão Góes, 25, desabafou: “Ele estava gelado, o dente travado e o pescoço todo marcado”. Após o depoimento, prestado na manhã desta terça-feira, 20, ela ainda procurava respostas para a violência praticada contra seu filho caçula, Luís Fernando, de 3 anos, encontrado morto numa casa no bairro de Valéria, durante a madrugada. “Não consigo entender porque ela fez isso”, disse a mãe, que acusou a vizinha, de apelido Cacau, dona do imóvel onde o menino foi localizado.

O corpo de Luís Fernando Galeão Góes foi encontrado pela própria mãe e outros moradores dentro de um saco de linhagem, debaixo de uma mesa. Na hora, estavam no imóvel a vizinha e a mãe dela, que aproveitaram o tumulto para fugir.

Poucas horas depois, ainda na manhã desta terça, 20, as duas suspeitas foram encontradas mortas com sinais de agressão, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo a polícia, os corpos de Rosenilda de Cássia Gonçalves, de 61 anos, e Uelma Gonçalves da Cruz, 38, foram achados perto de uma fábrica no CIA. Uma equipe da 22ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi ao local após receber denúncia sobre corpos abandonados na Estrada Santo Antônio do Rio das Pedras.

As mortes das duas serão investigadas pela 22ª Delegacia (Simões Filho). Já o assassinato do menino é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios, em Salvador.

Buscas
Daniela contou que, por volta das 18h de anteontem, Luís Fernando e a irmã, de 4 anos, brincavam com o filho da vizinha, de 7 anos, na Rua Manoel Quirino. “A irmã entrou para fazer xixi e eu o chamei, mas Luís disse que ia continuar brincando com o amigo de pega-pega”, contou. Aproximadamente uma hora depois, a doméstica deu por falta do filho e foi procurá-lo. Os vizinhos disseram que viram o menino ainda brincando.

“Os meninos eram muito amigos. Às vezes o meu filho ficava na casa dela, outras vezes o filho dela ficava lá em casa. Os dois se davam muito bem e eu e ela também. A gente ia juntas buscar cestas básicas”, contou Daniela.

Em busca do filho, a doméstica foi à casa da vizinha, a 100 metros de sua. “Primeiro, ela disse que Luís não estava lá e que o filho já dormia. Pedi para que acordasse o menino. Ela foi lá e instantes depois voltou com o filho, dizendo que Luís ficou brincando com um outro menino que não conhecia”.

Diante das informações, Daniela começou a procurar o filho na região. “Fui gritando pela vizinhança e nisso o horário foi passando, aí publiquei nas redes sociais a foto dele e por volta de 1h30 (madrugada desta terça) parei de novo na porta dela com aquele aperto no coração”.

Daniela foi à casa da vizinha Cacau, mas desta vez levou moradores que a auxiliavam na busca. Foi uma amiga que notou algo estranho no imóvel. “Ela arrodeou a casa e viu através de um buraco na porta dos fundos que havia alguém embalando alguma coisa. Então, implorei para que Cacau abrisse a porta, mas ela e a mãe não queriam abrir, dizendo que perderam a chave. Quando disse que íamos arrombar, ela abriu”.

Ela e os demais vasculham o imóvel. “Entrei e procurei no guarda-roupas, debaixo da cama. Quando estava indo para o banheiro, o marido de minha amiga viu que debaixo da mesa havia um embrulho. Quando abri, era o meu filho, com um corte na cabeça. Foi horrível”.

Nessa hora, Cacau, o filho e a mãe já estavam do lado de fora. “Eu perguntei porque ela fez aquilo, mas ela só respondeu: ‘Ele não está morto, está desmaiado’ e depois fugiram”.
Daniela levou o filho para a UPA de Valéria, onde o médico constatou o óbito. Ele disse a ela que Luís Fernando teria recebido pauladas e foi vítima de estrangulamento.

A mãe, que mora no bairro há quatro anos, não consegue entender o que levou a vizinha a tamanha crueldade: “Já me perguntei várias vezes e não achei resposta”.

O pai soube da morte do filho em São Paulo, onde está há 15 dias. Desempregado, foi em busca de serviço na construção civil. “Ele está arrasado. Está vindo para o enterro”, contou a mãe. Luiz deve ser enterrado hoje.

Cacau morava na Rua Manoel Quirino há quatro meses. Os moradores disseram que ela era de poucas palavras. “Era muito difícil cumprimentar as pessoas. O que ela fez mexeu muito com a gente, todo mundo aqui adorava a criança. Ninguém sabe ao certo o porquê de tanta perversidade”, disse Ana Cláudia dos Santos, 40, moradora do bairro.

Relembre outros casos

2019 - O corpo de Maria Elaine Sobras Cortes, 10 anos, foi encontrado em um terreno em Alto de Coutos, no Subúrbio Ferroviário. Um vizinho da vítima, que trabalhava como pedreiro na casa da família, foi preso na ocasião. A polícia não explicou o motivo da prisão e disse apenas que estava relacionada à investigação da morte da garota;

2017 - Roberto Luiz do Rosário Lima, morador de Pedrão, perdeu as netas Sofia, de 1 ano e quatro meses, e Luna Morena, de 5. Desaparecidas até hoje, segundo a família, as meninas estavam no mesmo carro em que seus pais e um motorista foram mortos a tiros, na zona rural do município. O inquérito policial das investigações não apontou suspeitos;

2015 – Rafael Pinheiro de Jesus, 29, acusado da morte de Marcos Vinícius Carvalho, 2, encontrado morto em um areal de Itapuã, foi liberado da prisão no mesmo ano do crime. Ele era padrinho da criança, se entregou à polícia, acompanhado por um advogado, e foi preso em flagrante por ocultação de cadáver. Ele alegou que a criança morreu depois de tomar um mingau e que, desesperado, enterrou o corpo. O caso aconteceu em setembro;

2015 - Uma adolescente de 16 anos confessou ter matado Adonay Santos, 9, em Candeias, na RMS. Segundo a polícia, ela disse que viu o menino empinando pipa e pensou em sequestrar o garoto para pedir resgate de R$ 600. Pegou o menino, trancou em casa, mas não chegou a fazer contato com a família para pedir dinheiro. A adolescente decidiu matar o menino ao perceber que a polícia já estava envolvida nas buscas. A adolescente foi encaminhada para o Ministério Público de Candeias, onde ficou internada provisoriamente por 45 dias.

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Na Bahia, a polícia acumula cada vez mais um número elevado de mortes. Só em 2020, foram 1.137 óbitos causados por policias em ou fora de serviço, o que é 47% maior do encontrado em 2019, quando 773 pessoas foram mortas pelos agentes de segurança. Esse aumento é superior aos 0,3% de leve crescimento registrado na média nacional. Os dados são do anuário 2021 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta quinta-feira (21).

Alguns locais do país conhecidos pela letalidade policial, isto é, a frequência com que ocorrem mortes de civis em função de ações policiais, como o Rio de Janeiro, tiveram redução em 2020 no número de óbitos por intervenções policiais. No estado fluminense, essa queda foi de 31,8%. Lá, cerca de 1,2 mil mortes foram causadas por policiais em 2020, o que representa 7,2 mortes para cada 100 mil habitantes. Já na Bahia, a taxa de mortalidade é de 7,6, deixando o estado como o quarto com mais violência policial, atrás apenas de Amapá, Goiás e Sergipe.

De acordo com David Marques, coordenador de projetos do FBSP, já há alguns anos a Bahia tem se destacado negativamente no cenário nacional. Ele destaca alguns fatores que, no geral, contribuem com essa violência policial, como a cultura organizacional da corporação, frágil controle dos mecanismos policiais e a forma como a liderança política ou gestores da segurança pública enxergam esse problema.

“Muitas vezes, eles têm a utilização de discursos que são arcaicos, retrógrados, que diz que para a polícia controlar a violência tem que agir com mais violência, o que não é verdade. Precisamos ter uma visão qualificada da segurança pública e desfazer esses mitos que rodeiam o tema”, defendeu.

Especialistas apontam ações para reduzir violência policial
David Marques também apontou elementos que podem reduzir a letalidade policial. “No Rio de Janeiro e São Paulo, houve a implementação de mecanismos de controle que podem ter contribuído com a redução e que vai contribuir para a redução da violência na forma geral”, relatou. O pesquisador se referia a proibição do Supremo Tribunal Federal (STF) da realização de ações policiais em favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia de covid-19.

Outro bom exemplo apontado foi a instalação de câmeras no uniforme de policias militares de São Paulo esse ano. Em junho de 2021, nos 18 batalhões em que o equipamento foi utilizado no estado, ninguém morreu em confrontos com policiais, ou seja, a letalidade foi zero.

“Vejo essa ação com bons olhos, pois o policial pode produzir provas a favor e contra a ele, ou seja, aumenta o cuidado nas ações”, defende o coronel Antônio Jorge, especialista em segurança pública e coordenador do curso de Direito do Centro Universitário Estácio da Bahia. Mas, para ele, é preciso pensar ainda em outras ações que contribuam na redução da violência policial.

“Não encontro no Brasil uma ação integrada a nível federal, estadual ou com as diversas forças de segurança. Não consigo enxergar uma unidade de ação. Temos também efetivos defasados. Por mais que você tenha a possibilidade de potencializar a ação das forças através da tecnologia, é a presença física da polícia que inibe ou dificulta determinados delitos. E o trabalho de inteligência tem que ser aplicado em todos os níveis, como a financeira, de modo que se combata também a corrupção policial”, defende.

Bahia tem sete cidades na lista das com mais mortes geradas pela polícia
Das 55 cidades brasileiras com mais mortes decorrentes de intervenções policiais, sete ficam na Bahia: Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Santo Antônio de Jesus e Jequié. Só nesses municípios baianos, foram 524 óbitos gerados por policiais em 2020, o que representa quase a metade de toda letalidade policial do estado.

"Isso mostra que a violência policial está concentrada em determinadas cidades brasileiras, o que reflete na cultura organizacional das corporações que atuam nesses locais. É preciso a instituição de políticas públicas de redução na letalidade focada nas policias dessas cidades”, disse a pesquisadora Samira Bueno, diretora executiva do FBSP.

Os pesquisadores também destacaram que a violência policial pode ser medida se comparada a quantidade de mortes gerada pela polícia com o total de mortes violentas ocorridas (morte de policiais, homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte). Na Bahia, foram 6,7 mil óbitos violentos, 17% destes causados por policiais. O índice é superior aos 12,8% da média nacional e coloca a Bahia no sétimo lugar do ranking.

Para Luciene Santana, cientista social e pesquisadora de rede de Observatório de Segurança pela Bahia através da Iniciativa Negra, os dados mostram que o estado escolheu investir na letalidade do que na prevenção da violência. “Quando a gente fala em ações policiais, a gente imagina que haja planejamento para evitar mortes. Mas, infelizmente, a maior marca que se destaca na polícia da Bahia é a letalidade. O Rio de Janeiro, onde esse sistema já se mostra como falido, conseguiu ser menos letal que a Bahia”, destaca.

“Nós nos preocupamos com a forma que a segurança pública tem se constituído na Bahia e quais os territórios mais afetados. Na pandemia, em bairros como Mata Escura, Valeria e Sussuarana, aconteceram grandes operações policiais. É preciso organização do estado acerca do orçamento público. Alguns bairros possuem investimento em educação, saúde e cultura e outros em operações policiais que geram alto índice de mortes”.

O coronel Antônio Jorge concorda que essas operações contribuem para o aumento da letalidade policial. “As forças de segurança tiveram que agir para evitar os conflitos entre as facções ligadas ao tráfico. Quando a polícia age, maior a possibilidade de confrontos e assim maior a possibilidade de mortes, inclusive de policiais”, declarou. Só em 2020, um policial militar foi assassinado em confronto e outros 10 fora de serviço, totalizando 11 policiais mortos, número maior do que os oito registrados em 2019.

Guerra às drogas motiva operações e aumento de mortes
Ainda para Antônio Jorge, o confronto entre facções rivais ligadas ao Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) em Salvador motivaram mais ações policiais nas favelas, na chamada guerra ao tráfico. “A maioria das mortes são dos grupos que estão em conflito, mas também há mortes de inocentes. Recentemente, duas mulheres morreram no Curuzu. São as consequências dessa guerra”, lamenta.

O coronel se referiu aos óbitos de Viviane Soares, 40 anos, e Maria Célia Santana, 73, baleadas no bairro do Curuzu no dia 4 de junho de 2021. Segundo informações de moradores, a polícia perseguia bandidos em um carro roubado, quando uma troca de tiros foi iniciada. Moradores e amigos das vítimas alegam que os tiros que atingiram as mulheres partiram da polícia. As duas eram vizinhas e conversavam na frente de casa - Viviane era manicure e fazia a unha da colega.

Embora Viviane e Maria Célia sejam negras, as mortes delas correspondem a uma exceção no padrão de vítimas da letalidade policial no Brasil. O alvo mais comum dos policias são homens negros de 18 a 24 anos. Já os policias que mais são vítimas de crimes letais violentos também são pessoas do sexo masculino e da raça negra, mas com idade diferente: 35 a 39 anos.

Para Luciene Santana, não há dúvidas que há elementos de racismo estrutural que fazem com que tenha mais vítimas negras. “O policial que aponta o gatilho é negro e o que morre também é negro, pois ele está na frente do processo e é tratado com a ponta descartável do sistema. É preciso entender que essas mortes só acontecem, pois o estado legitima que ela aconteça. Segue, portanto, uma lógica estrutural do racismo”, lamenta.

Na própria rede de estudos que a pesquisadora faz parte, em dezembro de 2020 foi publicado o relatório A Cor da Violência Policial: a Bala não Erra o Alvo, que mostra que, na Bahia, 97% das mortes geradas por policiais são de pessoas negras. Isso coloca a polícia do estado no primeiro lugar na lista das que mais matam a população negra, acima dos outros estados pesquisados pelo grupo: Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

“Quando colocamos que na Bahia tem mais morte de pessoas negras, as pessoas tendem a pensar que isso tem relação com o fato de existirem mais negros no estado. Só que, segundo o último censo do IBGE, a população negra aqui é de 76,5%. Os negros estão sempre liderando os indicadores de pobreza ou violência, infelizmente”, lembra Luciene.

Bahia tem a segunda maior taxa de mortes violentas intencionais do país
Além de todas as mortes por covid-19 que os baianos precisaram lidar em 2020, houve um crescimento na quantidade de mortes violentas intencionais no estado. No total, foram 6,7 mil óbitos registrados no ano passado, um número 11% maior dos 6 mil óbitos registrados em 2019 e o recorde desde 2017, quando 6,9 mil pessoas foram vítimas de crimes violentos.

Em termos proporcionais, a Bahia teve, em 2020, 44,9 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, o que põe o estado na vice-liderança da violência no Brasil, atrás apenas do Ceará. Nessa quantidade de mortes violentas estão presentes as mortes dos policiais, as causadas por policiais e também os crimes letais como homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. De todos esses, a Bahia teve redução apenas no número de latrocínios. Em 2019, foram registrados 142 frente aos 108 de 2020.

No Brasil, a quantidade de mortes violentas intencionais também cresceu, mas abaixo do nível baiano. Foi um aumento de 4% (de 47,7 mil óbitos em 2019 para 50 mil óbitos em 2020). O estado baiano tem ainda 17 cidades entre as que população igual ou superior a 100 mil habitantes com taxas de Mortes Violentas Intencionais superiores à média nacional. Dessas, com 89,9 mortes para cada 100 mil habitantes, Feira de Santana é a cidade baiana mais violenta, seguida logo depois por Simões Filho, com 89,8 mortes por 100 mil habitantes.

Todo esse crescimento dos óbitos violentos na Bahia aconteceu apesar da queda nos registros de todos os tipos de roubos no estado. A quantidade de furtos de veículos, por exemplo, caiu 16,5% de 2019 para 2020. Já o roubo a estabelecimento comercial teve a queda mais significativa nesse período: 26%. Também houve queda nos registros de tráficos de drogas (-8,9%) e posse de drogas (-33,8%). Para o coronel Antônio Jorge, essa queda de crimes menos violentos é explicada pela pandemia.

“Era óbvio que ia cair, pois diminuiu o número de pessoas na rua. Agora que a vida tá voltando a normalidade, é esperado que aumente. Mas por que a pandemia não fez com que houvesse diminuição nos crimes mais letais? Bem, houve a liberação de pessoas dos presídios, alguns ligados a facções criminosas e que se enveredaram em conflitos que geraram o aumentando da letalidade. Também tem o fato de que crimes letais estão ligados a convivência. Com as pessoas em casa, confinadas, há aumento de lesões corporais, agressões e inclusive homicídio”, argumenta.

Policiais morreram mais por covid do que por confronto
Na Bahia, em 2020, um policial morreu em confronto e outros 10 foram assassinados fora do serviço, totalizando 11 mortes violentas na categoria. O número é menor do que os 33 policiais mortos pela covid-19 no estado. Isso coloca a Bahia no quinto lugar da lista de estados que mais tiveram agentes de segurança vítimas da covid, atrás apenas do Rio de Janeiro, Pará, Amazonas e São Paulo.

Além do alto índice de mortes, outros 10 mil policiais baianos precisaram se afastar do serviço por terem contraído a doença. Por serem categoria essencial, esses profissionais não pararam de trabalhar em nenhum momento da pandemia. Dos afastados, 8,6 mil eram policiais militares e os demais foram civis. Já entre os mortos, 22 eram militares e 11 civis.

Um dos policiais vítimas da covid-19 foi o coronel Siegfrid Frazão Keysselt, que tinha 70 anos e toda uma vida de serviço prestado à Policia Militar da Bahia. Ele morreu na madrugada do dia 26 de fevereiro de 2021, quando a Bahia sofria com uma segunda onda de contaminações. Ele estava internado no Hospital Aliança.

O militar entrou na corporação em 1971 e entre as funções que exerceu está o cargo de diretor do Departamento de Comunicação Social da PM (DCS). Na época que Siegfrid morreu, os agentes de segurança ainda não podiam receber a vacina da covid-19, o que só foi acontecer na Bahia no final de março de 2021. Por esse prazo, todos os agentes de segurança já estão imunizados com as duas doses da vacina.

Em nota, SSP-BA também apontou a guerra às drogas como causa do aumento das mortes
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgou uma nota na qual defende a ideia de que o aumento das mortes violentas, em 2020, tem relação direta com o acirramento das disputas por territórios entre organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas. A pasta também destacou que a medida que colocou mais de 3 mil detentos em prisão domiciliar, por conta da pandemia, a maior parte integrantes de bandos que comercializam entorpecentes, potencializou os embates.

“Diante desse cenário, a SSP determinou que as polícias Militar e Civil ampliassem as ações ostensivas e de inteligência, buscando mapear novas lideranças e agir para evitar confrontos, entre criminosos, e também com as polícias”, disseram.

A pasta também afirmou que investe anualmente em treinamento das policias Militar e Civil para utilizar a força, de forma escalonada, quando existe a necessidade, durante operações, abordagens e blitze. “O uso de arma letal é sempre a última opção, utilizada quando existe a necessidade de proteger a vida dos policiais envolvidos no confronto e de inocentes. A SSP destaca ainda que todos os autos de resistências são investigados pelas Corregedorias que atuam de forma rígida, quando existe indício de excesso”, apontaram.

Para encontrar uma forma de diminuir a letalidade policial e buscar maior transparência na apuração dos fatos, a SSP enviou para São Paulo, nessa quarta-feira (14), um grupo de policiais para acompanhar o uso de câmeras, nos fardamentos, pela polícia paulista. “O objetivo é, de forma célere, avaliar os impactos e benefícios do uso deste tipo de equipamento e os resultados na redução das mortes”, explicaram.

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A Justiça decidiu decretar a prisão preventiva de 11 dos 13 denunciados pelo Ministério Público estadual por envolvimento nas mortes de Bruno Barros da Silva e do sobrinho Yan Barros da Silva, no último dia 26 de abril. As vítimas foram levadas do interior da loja Atacadão Atakarejo, localizada no bairro de Amaralina, e entregues para execução no bairro do Nordeste de Amaralina, na localidade do Boqueirão, em Salvador.

A decisão foi publicada na última quarta-feira (14). O pedido de prisão foi feito pela promotora de Justiça Ana Rita Nascimento. Na decisão, a juíza Gelzi Almeida Souza decretou a prisão preventiva dos denunciados Agnaldo Santos de Assis, Cláudio Reis Novais, Cristiano Rebouças Simões, Victor Juan Caetano Almeida, David de Oliveira Santos, Francisco Santos Menezes, Lucas dos Santos, João Paulo Souza Santos, Alex de Oliveira Santos, Janderson Luís Silva de Oliveira e Rafael Assis Amaro Nascimento.

Quanto à Ellyjorge Santos de Lima e Michel da Silva Lins, a magistrada determinou a aplicação de medidas cautelares de comparecimento em juízo mensalmente, de proibição de qualquer contato com familiares das vítimas e testemunhas do processo, e de proibição de sair da comarca de Salvador sem autorização judicial. Na decisão, a juíza aponta que as medidas cautelares são cabíveis em crimes cuja pena seja inferior a quatro anos, como é o caso do delito de ocultação de cadáver, com pena de reclusão de um a três anos e multa.

Relembre o caso
Os corpos foram encontrados no porta-malas de um carro com marcas de tortura e de tiros, e foram identificados pela polícia. Segundo os familiares de Bruno e Ian, após serem supostamente acusados de furto no supermercado, os dois teriam sido entregues a traficantes por funcionários do estabelecimento.

“Ficamos sabendo que um gerente chamou os traficantes da área, que botaram os dois na mala de um carro. Se eles estavam roubando, tinham que chamar a polícia, e não fazer isso”, disse uma das familiares dos rapazes.

Fotos que circulam nas redes sociais mostram tio e sobrinho em três momentos. O primeiro logo após eles terem sido flagrados roubando carne na rede de supermercado. Os dois estão agachados numa área interna do estabelecimento, ao lado dos produtos que teriam sido furtados e de um homem, apontado como segurança da loja.

O segundo momento mostra tio e sobrinho sentados numa escadaria do Boqueirão. As últimas fotos mostram os corpos, ambos com os rostos deformados por conta dos disparos.

“Ficamos sabendo que um gerente manteve contato com os traficantes, que chegaram lá pouco depois. Eram mais de 10, todos armados, e levaram eles para o Boqueirão. Lá, deram mais de 30 tiros de metralhadoras, pistolas, escopeta e ainda deram facadas”, disse um amigo das vítimas, que também teve o nome preservado.

Por meio da assessoria de comunicação, a rede de supermercado informou que "o Atakarejo é cumpridor da legislação vigente, e atua rigorosamente comprometido com a obediência às normas legais. Não compactua com qualquer ato em desacordo com a lei".

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A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria Geral da União, cumpre nesta terça-feira (13), oito mandados de busca e apreensão contra servidores públicos da antiga gestão da Secretaria de Saúde de Juazeiro. A ação faz parte da Operação Carga Viral, que investiga fraudes em procedimentos de dispensa de licitação realizados pelo município para a aquisição de insumos destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19.

A investigação constatou que, em conluio com empresários, os servidores da antigga gestão da Secretaria de Saúde fraudaram contratos e elevaram arbitrária e significativamente os preços de máscaras de proteção facial e kits de teste rápido para Covid-19. A PF estima um prejuízo ao erário de mais de R$ 1 milhão.

A operação conta com a participação de 32 policiais federais e nove auditores da CGU. Todos os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Juízo Federal da Subeção Judiciária de Juazeiro/BA, sendo um em Petrolina/PE, seis em Juazeiro/BA e um em Lauro de Freitas/BA.

Se confirmadas as suspeitas, os investigados responderão pelos crimes de fraude à licitação (art. 90 da Lei 8.666/93) e superfaturamento (art. 96, I da Lei 8.666/93).

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Dois homens responsáveis pela logística de ataques a instituições financeiras na Bahia foram presos na manhã desta quinta-feira (8), após a deflagração da terceira fase da Operação Aerarium, realizada pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). A operação acontece nos municípios de Simões Filho, Rafael Jambeiro, Itatim, Santo Estevão, Feira de Santana, Caetité e Itaberaba.

"São prisões muito importantes para esclarecer a individualização da atuação de cada membro da organização criminosa. Buscaremos a identificação de todos os responsáveis por esses crimes, onde quer que estejam", explicou o diretor do Draco, delegado José Bezerra.

Com um dos presos, um dos alvos mais procurados, foram localizados drogas e dinheiro parcialmente destruídos. "Possivelmente, as cédulas são frutos dos ataques a banco. Vamos levar as notas para perícia. Ele oferecia o suporte logístico para viabilizar as ações criminosas e será autuado em flagrante. As diligências em relação a ele ainda estão em curso", esclareceu Bezerra.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão são cumpridos na Região Metropolitana de Salvador e no interior do estado. Participam também equipes do Departamento de Polícia do Interior (Depin) e a Coordenação de Operações Especiais (COE).

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Identificado inicialmente como um serial killer, o criminoso baiano Lázaro Barbosa faria parte, na verdade, de uma organização criminosa com fazendeiros e políticos.

“Nessa organização criminosa, a gente já levantou que pessoas importantes participam dela. Nós temos empresários, fazendeiros, políticos...”, conta a delegada Rafaela Azzi. Um dos suspeitos é o fazendeiro Elmi Caetano, que segundo as investigações teria escondido Lázaro em uma de suas propriedades.

Durante as investigações, a polícia encontrou um áudio no celular do fazendeiro que indicaria a localização de Lázaro. “Ele está dormindo lá naquele barraco onde a mãe dele morava”, dizia no áudio.

A polícia considera que Elmi seria o mandante de uma chacina em Ceilândia. “Considerando que havia um laço anterior, que o Lázaro já era conhecido do proprietário e que na entrevista (interrogatório inicial) o proprietário fala que aquela família devia um dinheiro a ele, nós não descartamos a hipótese de que ele tenha realmente usado Lázaro para cobrar a dívida, e em não recebendo, matar aquelas pessoas”, explica Rafaela Azzi.

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