O Jornal da Cidade
Salvador: Prefeitura promove ações de prevenção ao suicídio no Setembro Amarelo
Com objetivo de alertar e conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio, a Prefeitura tem realizado uma série de ações durante o Setembro Amarelo, mês alusivo ao combate do problema. O conjunto de iniciativas inclui a realização de palestras, rodas de conversa e distribuição de material educativo nas salas de espera das unidades de saúde da rede municipal, incluindo os 18 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os três Centros de Saúde Mental. Além disso, a gestão pública vai iluminar o Elevador Lacerda na cor amarela para chamar atenção de quem passa pelo local sobre o crescimento dos índices.
O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é lembrado nesta quinta-feira (10). A data foi criada, em 2003, pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (AIPS) e Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objetivo de prevenir o suicídio, através de estratégias adotadas pelos governantes.
Para a assistente social Deniz Menezes, que atua na rede municipal há 15 anos, o Setembro Amarelo é o momento de chamar atenção para o problema que pode ser evitado. "Esse é um período para o fortalecimento das políticas públicas. A campanha busca também desmistificar as questões do suicídio, porque muitas vezes as pessoas acham que quem comete suicídio é fraco, mas não podemos pensar desse jeito. Nós temos que superar a questão do preconceito, julgamentos e colocar luz para falar sobre isso de uma forma responsável e acolhendo a dor do outro. É necessário ter empatia, diálogo e entender o que pode ser prevenido", explica.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), são registrados cerca de 12 mil casos todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. A maioria registrada é entre jovens. Os dados apontam ainda que 96,8% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias psicoativas. Segundo ela, essas ações municipais visam alertar para esses altos índices. "Trabalhamos em setembro e durante todo ano para alertar a população", frisa Menezes.
Suporte o ano inteiro - Para garantir apoio e atendimento à população, a Prefeitura conta com 18 unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e três Centros de Saúde Mental, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Além disso, há a emergência psiquiátrica do município, que funciona 24 horas no 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, na Avenida Centenário. Outra alternativa é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza ações de apoio emocional e prevenção do suicídio, além de atender de forma gratuita e voluntária todas as pessoas que precisam conversar. O atendimento é feito pelo telefone 188, sob sigilo.
Shakira é investigada por sonegar R$ 90 milhões em impostos
A cantora Shakira teve seu nome envolvido em uma grande polêmica mundial. De acordo com o ‘El País’, a diva pop estaria sendo investigada pelo governo da Espanha por ter sonegado cerca de 90 milhões de reais em impostos.
A publicação afirma que a colombiana tem 14 empresas fantasmas que são usadas como paraísos fiscais para driblar as leis espanholas e esconder dinheiro nas Ilhas Virgens e Cayman.
A estrela chegou a pagar 24 milhões de euros à Espanha após uma condenação por sonegação em 2011.
Desta vez, a investigação é focada nos anos de 2012, 2013 e 2014, e o desfalque gira em torno dos 14,5 milhões de euro.
A cantora já alegou que não era moradora da Espanha, se rotulando como uma nômade sem raízes, mesmo vivendo com o marido, Gerard Piqué, em Barcelona desde 2011.
Shakira se tornou uma residente espanhola em 2014, quando estava grávida do segundo filho, Sasha. Antes disso, mantinha uma casa nas Bahamas.
Retomada da Arena Aquática prioriza atletas competidores
Após quase seis meses sem aulas presenciais, parte dos alunos da Arena Aquática de Salvador, situada no bairro da Pituba, retomou as atividades nesta quarta-feira (9). Por conta dos protocolos para a prevenção do coronavírus, a capacidade atual do espaço passou a ser de 90 pessoas, 60% da quantidade total de atletas de alta performance da arena, que é de 145.
Seguindo o protocolo de segurança, as aulas passam a ocorrer de segunda a sexta, das 6h às 18h, e aos sábados, das 6h às 10h. São 50 minutos de atividades por turma. São seis turmas no total, sendo três em cada turno.
Na volta ao treino, os alunos foram unânimes ao relatar a alegria e segurança em poder iniciar as atividades práticas. "Achei muito bem feito, está bem seguro, eles estão fazendo umas marcas no chão para manter a distância. Durante o treinamento, uma pessoa fica em cada raia. O período de aula virtual foi bem legal, mas eu prefiro a piscina", contou Juan Pablo Sena, de 11 anos.
O engenheiro civil Eduardo São Pedro Alves, 46, disse estar confiante. "O processo todo está sendo bem organizado, desde a entrada. Os professores estão nos orientando bem e eu estou me sentindo seguro. Para mim, foram muito difíceis esses meses de suspensão das aulas. Passei cinco meses parado, acabei engordando nove quilos e está sendo duro o recomeço, mas estamos com muita energia e confiante nesse momento".
Pais que levaram os filhos para as aulas de natação também elogiaram a organização. "Estou achando o máximo, porque, ao menos, tira a ociosidade das crianças, sem deixar de dar atenção a todas as medidas e protocolos estabelecidos pela Prefeitura, é claro. Estou achando as aulas excelentes e bem seguras. Está sendo restrito o acesso de terceiros, só o atleta entra e com todas as medidas de distanciamento", opinou Marcelo Santana, de 39 anos, pai de Artur Santana.
Critérios – Segundo Edvaldo Valério, gerente de Esportes Aquáticos da Secretaria Municipal de Trabalho, Esporte e Lazer (Semtel), nesse momento em que não foi possível que todos voltassem, foi preciso a adoção de alguns critérios para a retomada. "Priorizamos o retorno de atletas de alta performance, alunos que já tenham representado a Arena Aquática em alguma competição esse ano ou que tenham participado de mais eventos em 2019, por exemplo".
Ele espera que, conforme os índices de pessoas infectadas por Covid-19 for baixando e a Prefeitura faça flexibilizações, mais alunos possam ser atendidos. "Acreditamos que o próximo passo será ter duas pessoas por raia em cabeceiras opostas. Nesse caso, conseguiremos ampliar o número atual, que é hoje de 15 alunos por hora, para 30 por hora, absorvendo todos os 145 atletas", disse.
Cuidados – Para garantir o distanciamento social, as aulas estão sendo realizadas coletivamente, com o limite de até 15 atletas e distanciamento de dois metros entre cada um deles. Além disso, como medida preventiva, todos devem utilizar máscara enquanto não estiverem na água.
O espaço também está disponibilizando álcool em gel 70% para os alunos e professores e tem passado por higienização e limpeza constantes de ambientes e superfícies.
Virtual – Além dos 145 atletas de alta performance, a Arena Aquática de Salvador conta com outros 255 alunos de iniciação, natação e hidroginástica. No total, são 400 alunos ativos nas modalidades de natação e hidroginástica. Aqueles que não puderam retomar as aulas presenciais nesse momento, por questão de segurança, podem continuar assistindo as aulas on-line com orientação de exercícios funcionais por meio do Google Meet. A plataforma pode ser acessada gratuitamente em computadores, tablets e celulares.
Após megaexplosão, porto de Beirute é atingido por novo incêndio
O porto de Beirute, no Líbano, está sendo atingido por um novo incêndio nesta quinta-feira (10). Desta fez, as chamas estão concentradas em um armazém de óleo e pneus. Até o momento não há relatos de pessoas feridas.
Esse porto foi o mesmo atingido por uma megaexplosão no último mês, que matou ao menos 190 pessoas e destruiu a região próxima ao local.
O exército apontou que ainda não se sabe o que causou as chamas, e disse que enviou helicópteros para controlar o fogo. Imagens veiculadas em TVs locais mostram helicópteros despejando água nas chamas.
Uma coluna de fumaça subiu na cidade, que ainda vive as consequências da megaexplosão do dia 4 de agosto, na qual cerca de 6 mil pessoas ficaram feridas.
O chefe da Cruz Vermelha do Líbano, George Kettaneh, disse que não teme uma nova explosão por causa do incêndio desta quinta-feira, mas afirmou que há pessoas que vão sofrer com falta de ar por conta do fogo.
Estado autoriza retomada do transporte em Caraíbas, Cravolândia, Paramirim e Tabocas do Brejo Velho
Em decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (10), foi autorizada a retomada do transporte intermunicipal em Caraíbas, Cravolândia, Paramirim e Tabocas do Brejo Velho, cidades com 14 dias ou mais sem novos casos de Covid-19.
Um total de 354 municípios está com transporte suspenso na Bahia. A medida tem o objetivo de conter o avanço do novo coronavírus na população baiana. Nesses municípios estão suspensas a circulação, a saída e a chegada de qualquer transporte coletivo intermunicipal, público e privado, rodoviário e hidroviário, nas modalidades regular, fretamento, complementar, alternativo e de vans até o dia 13 de setembro.
Confira a lista completa de municípios
Abaíra, Abaré, Acajutiba, Adustina, Água Fria, Aiquara, Alcobaça, Almadina, Amargosa, Anagé, Andaraí, Andorinha, Angical, Anguera, Antas, Antônio Gonçalves, Aporá, Apuarema, Aracatu, Araci, Arataca, Aurelino Leal, Baianópolis, Baixa Grande, Banzaê, Barra, Barra da Estiva, Barra do Choça, Barra do Mendes, Barra do Rocha, Barreiras, Barro Alto, Barro Preto, Barrocas, Belmonte, Belo Campo, Biritinga, Boa Nova, Boa Vista do Tupim, Bom Jesus da Lapa, Bom Jesus da Serra, Boninal, Bonito, Boquira, Botuporã, Brejões, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Brumado, Buerarema, Buritirama, Caatiba, Cabaceiras do Paraguaçu, Caculé, Caém, Caetanos, Caetité, Cafarnaum, Caldeirão Grande, Camacã, Camamu, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso, Canápolis, Canarana, Canavieiras, Candeal, Candiba, Cândido Sales, Cansanção, Canudos, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Caravelas, Cardeal da Silva, Carinhanha, Casa Nova, Castro Alves, Catolândia, Central, Chorrochó, Cícero Dantas, Cipó, Coaraci, Cocos, Conceição do Coité, Conde, Condeúba, Contendas do Sincorá, Cordeiros, Coribe, Coronel João Sá, Correntina, Cotegipe, Crisópolis, Cristópolis, Curaçá, Dário Meira, Dom Basílio, Elísio Medrado, Encruzilhada, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Fátima, Feira da Mata, Filadélfia, Firmino Alves, Floresta Azul, Formosa do Rio Preto, Gandu, Gavião, Gentio do Ouro, Glória, Gongogi, Guanambi, Guaratinga, Heliópolis, Iaçu, Ibiassucê, Ibicaraí, Ibicoara, Ibicuí, Ibipeba, Ibirapitanga, Ibirapuã, Ibirataia, Ibititá, Ibotirama, Ichu, Igaporã, Igrapiúna, Iguaí, Ilhéus, Inhambupe, Ipiaú, Ipirá, Ipupiara, Irajuba, Iramaia, Iraquara, Irecê, Itabela, Itaberaba, Itabuna, Itacaré e Itaetê.
A restrição ainda inclui os municípios de Itagi, Itagibá, Itagimirim, Itaguaçu da Bahia, Itaju do Colônia, Itajuípe, Itamaraju, Itamari, Itambé, Itanhém, Itapé, Itapebi, Itapetinga, Itapicuru, Itapitanga, Itaquara, Itarantim, Itatim, Itiruçu, Itiúba, Itororó, Ituaçu, Ituberá, Jaborandi, Jacaraci, Jacobina, Jaguaquara, Jaguarari, Jandaíra, Jequié, Jiquiriçá, Jeremoabo, Jitaúna, João Dourado, Juazeiro, Jucuruçu, Jussara, Jussari, Jussiape, Lafaiete Coutinho, Laje, Lajedão, Lajedinho, Lajedo do Tabocal, Lamarão, Lapão, Lençóis, Licínio de Almeida, Livramento de Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Macajuba, Macarani, Macaúbas, Macururé, Maetinga, Maiquinique, Mairi, Malhada, Malhada de Pedras, Manoel Vitorino, Mansidão, Maracás, Maraú, Marcionílio Souza, Mascote, Medeiros Neto, Miguel Calmon, Milagres, Mirangaba, Mirante, Monte Santo, Morpará, Morro do Chapéu, Mortugaba, Mucugê, Mucuri, Mulungu do Morro, Mundo Novo, Muquém do São Francisco, Mutuípe, Nilo Peçanha, Nordestina, Nova Canaã, Nova Fátima, Nova Ibiá, Nova Itarana, Nova Redenção, Nova Soure, Nova Viçosa, Novo Triunfo, Olindina, Oliveira dos Brejinhos, Ouriçangas, Ourolândia, Palmas de Monte Alto, Palmeiras, Paratinga, Paripiranga, Pau Brasil, Paulo Afonso, Pé de Serra, Pedro Alexandre, Piatã, Pilão Arcado, Pindaí, Pindobaçu, Pintadas, Piraí do Norte, Piripá, Piritiba, Planaltino, Planalto, Poções, Ponto Novo, Porto Seguro, Potiraguá, Prado, Presidente Dutra, Presidente Jânio Quadros, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Quijingue, Quixabeira, Rafael Jambeiro, Remanso, Retirolândia, Riachão das Neves, Riachão do Jacuípe, Riacho de Santana, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal e Ribeirão do Largo.
Também estão com transporte suspenso Rio de Contas, Rio do Antônio, Rio Real, Rodelas, Ruy Barbosa, Salinas da Margarida, Santa Bárbara, Santa Brígida, Santa Cruz Cabrália, Santa Cruz da Vitória, Santa Inês, Santa Luzia, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santa Teresinha, Santaluz, Santana, Santanópolis, São Desidério, São Domingos, São Félix do Coribe, São Gabriel, São José da Vitória, São José do Jacuípe, São Miguel das Matas, Sapeaçu, Sátiro Dias, Saúde, Seabra, Sebastião Laranjeiras, Senhor do Bonfim, Sento Sé, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Serra Preta, Serrinha, Serrolândia, Sítio do Mato, Sítio do Quinto, Sobradinho, Souto Soares, Tanhaçu, Tanque Novo, Tanquinho, Taperoá, Tapiramutá, Teixeira de Freitas, Teofilândia, Teolândia, Terra Nova, Tremedal, Tucano, Uauá, Ubaíra, Ubaitaba, Ubatã, Uibaí, Umburanas, Una, Urandi, Uruçuca, Utinga, Valença, Valente, Várzea da Roça, Várzea do Poço, Várzea Nova, Varzedo, Vereda, Vitória da Conquista, Wagner, Wanderley, Wenceslau Guimarães e Xique-Xique.
Estudo com vacina inglesa é pausado também na Bahia
Depois de um paciente apresentar reação grave, os estudos com a vacina criada pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, na Inglaterra, foram paralisados também no Brasil. Em Salvador, os mais de mil voluntários que já receberam pelo menos uma dose da vacina, aguardam novas instruções do laboratório que gere a pesquisa no país. Na capital, o estudo começou no dia 10 de julho e desde então 1.100 voluntários já receberam a primeira dose do medicamento, e 500 já tomaram a segunda. No total, o estudo, que foi iniciado em 10 de julho na cidade, vai contar com 2.500 soteropolitanos.
O Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, que realiza os estudos no país, afirma que a pausa é comum ao procedimento. “Como parte dos estudos clínicos randomizados e controlados da vacina de Oxford contra o coronavírus em andamento, nosso procedimento padrão de revisão foi acionado e voluntariamente pausamos a vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança por um comitê independente. Esta é uma ação rotineira que deve acontecer sempre que for identificada uma potencial reação adversa inesperada em um dos ensaios clínicos, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos estudos”, diz a nota enviada pelo instituto.
Uma das mais de 19 mil pessoas que se inscreveram para participar de forma voluntária dos estudos em Salvador, o dentista Igor Menezes, 36 anos, foi selecionado e tomaria a segunda dose da vacina na última terça-feira (8). Ao invés disso, recebeu uma ligação adiando o procedimento para a próxima segunda-feira (14). “Não sei se esse já é o tempo que eles sabem que demora para regularizar tudo, ou se podem acabar adiando de novo, mas estou tranquilo. Antes de tomar a vacina eles já avisaram que já haviam acontecido duas reações e mesmo assim eu quis tomar. Agora são três num universo de milhares, então nada muda. Não tive vontade de parar, de desistir. Vou esperar a marcação da segunda dose” , conta
Já a médica pneumologista Larissa Voss Sadigursky, que também participa dos estudos, recebeu as duas doses nos dias 21 de julho e 28 de agosto, e se diz segura. “Sei que esse é um procedimento super comum em qualquer pesquisa que envolva vacina. Diversos medicamentos que hoje e a gente usa já passaram por isso. A vacina já foi aplicada em mais de 10 mil pessoas e esse é um caso. Essa pausa só mostra a seriedade com que o estudo está sendo feito, apesar de estar acontecendo de forma acelerada, não se está pulando etapas básicas de segurança”, comenta ela, que não sentiu qualquer efeito colateral grave, apenas experimentando leve dor no corpo e enjoo nos dias seguintes à dose.
Pausa natural
Questionada pelo CORREIO sobre uma expectativa de retomada dos testes, a assessoria do Instituto D'Or disse não ter ainda essa informação. Especialistas afirmam, no entanto, que a pausa é natural. “Eventos adversos como esse são muito comuns nessa fase de pesquisa. E o estudo, quando isso acontece, tem que ser parado por um momento e o caso investigado, até para confirmar se o que ocorreu foi relacionado à vacina, se teve alguma outra causa que pode ter levado o paciente a essa complicação. É muito cedo para criar a associação de que a vacina faz mal ou que causa efeitos colaterais”, explica a médica infectologista do Hospital CardioPulmonar, Clarissa Ramos.
A médica comenta ainda sobre a mielite, reação que acabou gerando a pausa nos estudos. “Essa inflamação nos nervos pode acontecer em algumas doenças virais, como a própria infecção por zika, que tem um quadro parecido. Outras vacinações prévias podem levar também a esse quadro. È algo raro, mas que pode acontecer, tanto com doenças virais quanto com outras vacinas”, comenta.
Ela destaca, ainda, que reações como essa podem acontecer em processos de estudo para novas vacinas e que a pausa é justamente para entender se essa reação pode acontecer com um universo grande de pessoas quando a vacina vier a ser liberada “Com a vacina a gente tá tentando estimular o nosso sistema imunológico a combater uma doença. Em geral esses quadros de inflamações ocorrem, muitas vezes, por uma reação autoimune. Então é preciso parar para avaliar se foi a vacina que causou isso ou se é uma reação do corpo daquela pessoa, que depende de cada organismo. O que precisa ser avaliado é a proporção. Porque todo medicamento, toda vacina, pode trazer um efeito colateral, um prejuízo. Então é preciso avaliar, em se tendo um efeito desse, qual o percentual de pessoas que corre risco de desenvolvê-lo”, finaliza ela.
Mais dois delegados são acusados de envolvimento em suposta organização criminosa
Apontada como líder de uma organização criminosa, a delegada Maria Selma Lima não é a única acusada de delitos pela representação enviada ao Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público. Os delegados Glauber Eiji Uchiyama, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), eGlória Isabel Santos, diretora em exercício do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), também são citados como integrantes do grupo.
Assinado em agosto deste ano pela delegada Carla Santos Ramos, o documento alega que Glória Isabel, que substituiu Maria Selma na diretoria do DCCP, seria o braço direito da servidora apontada como líder da organização.
A denúncia indica que Glória Isabel teria permitido que as ações ilícitas continuassem acontecendo mesmo com a exoneração de Maria Selma. Um fato citado no documento é a liberação de Jadson Sousa da Silva, conhecido como “Jau ou Zeus”, apresentado na 5ª Delegacia (Periperi) em junho deste ano. O homem possui dois mandados de prisão em aberto e compõe o “Baralho do Crime” da SSP por ser um dos indivíduos mais procurados da Bahia.
“Apesar da informação dos mandados de prisão em aberto, a DPC Gloria Isabel Santos o libera, entregando-o a seu advogado”, afirma a autora do relatório.
As acusações contra Glauber Eiji Uchiyama apontam que ele teria auxiliado Maria Selma a proteger um traficante identificado como Anderson Santos Carvalho, preso em janeiro de 2020, após denúncia anônima de que ele conduzia um veículo com odor de droga. Foram encontrados sete tabletes de pasta base de cocaína no painel do carro.
O então titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos não teria efetuado a prisão em flagrante de Anderson, além de não realizar oitiva do condutor do veículo, não representar por sua prisão, não instaurar Inquérito Policial e ainda levar consigo o original do Laudo do Entorpecente. Segundo Carla Ramos, Glauber assinou a ocorrência do preso e fez uma apresentação da droga à imprensa.
Neste caso, segundo o relatório, Anderson foi solto antes de ser solicitado o apoio dos cães farejadores da Coordenação de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil. Com a chegada do canil, um dos cães sinalizou a presença da droga no veículo.
O documento afirma que o traficante foi liberado sem ser interrogado apesar da substância ter sido encontrada no veículo em que ele conduzia. “Sequer Inquérito Policial foi instaurado para apurar o fato”, conclui a delegada que fez as acusações.
Telefonema
O relatório ainda aponta que, segundo o investigador Saulo Paim, o delegado Glauber Uchiyama recebeu um telefonema de Maria Selma ordenando que o veículo apreendido fosse levado à sede do departamento para posterior liberação. O pedido teria sido realizado porque a ex-diretora do DCCP estaria em companhia do advogado de Anderson Santos Carvalho, que conduzia o carro.
O investigador ainda teria contado a Carla Ramos que a droga só foi encontrada no painel do carro pela sua insistência em chamar o mecânico.
O veículo foi liberado para o condutor, indica o relatório. Após o ocorrido no começo do ano, Glauber Uchiyama foi nomeado titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos. “Não sabemos quantos veículos foram liberados a mando da DPC Maria Selma, sem uma investigação mais apurada que comprovasse a prática de crime e a autoria de delitos por quaisquer dos membros da Organização Criminosa chefiada pela mesma”, dispara a denúncia.
Procurado, Glauber Uchiyama preferiu não se posicionar, indicando que as respostas partem da assessoria de comunicação da Polícia Civil. A reportagem não conseguiu contato com a delegada Glória Isabel.
Em nota, a assessoria da polícia afirma que a Corregedoria da Instituição (Correpol) tomou conhecimento sobre um relatório com denúncias, na sexta-feira (4) e iniciou as apurações. Informa ainda que um procedimento relacionado a Maria Selma se encontra em andamento na Correpol e não há inquéritos instaurados contra os demais delegados citados no relatório.
Em resposta enviada ao CORREIO, o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB), delegado Fabio Lordello, afirma que a entidade acompanha o desdobramento dos fatos e vai prestar assistência jurídica a Glória Isabel e Glauber Uchiyama, que são sindicalizados.
“A ADPEB reafirma a importância de que toda investigação seja conduzida com transparência e que sejam asseguradas aos envolvidos todas as garantias constitucionais, notadamente o contraditório e a ampla defesa, direitos irrevogáveis atinentes a todos os cidadãos”, disse o presidente.
Projeto proíbe aumento de preços de itens da cesta básica durante pandemia
O Projeto de Lei 4503/20 proíbe o aumento de preços, sem justa causa, de itens da cesta básica durante a vigência do estado de calamidade pública decorrente do novo coronavírus, que vai até dezembro.
Pela proposta em análise na Câmara dos Deputados, a data base de fixação dos preços será dia 1º de março de 2020. Os aumentos após esta data, sem justa causa, serão punidos com multa de R$ 5 mil a R$ 50 mil por item.
Reiterada a prática de aumento de preços, o estabelecimento será interditado pelo prazo de 30 dias.
Autor da proposta, o deputado André Janones (Avante-MG) destaca que, do início do ano até julho, houve aumento médio de 34% no preço do feijão, enquanto o quilo de arroz encareceu em média 23%, conforme estudo realizado por uma plataforma de inteligência de mercado.
“De acordo com levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse), os preços médios de produtos da cesta básica aumentaram, em agosto, em 13 das 17 capitais pesquisadas”, aponta. “Os dados mostram que os produtos mais básicos para o dia a dia do brasileiro aumentaram muito acima da inflação”, critica.
Exportação
Janones também cita avaliação de economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) segundo a qual “entre vender dentro do País e mandar para o exterior, o produtor brasileiro tem escolhido a exportação, porque está ganhando mais dinheiro”.
Conforme o projeto apresentado pelo deputado, o Poder Executivo poderá impor limites à exportação de itens da cesta básica se houver risco de desabastecimento interno ou de aumento exagerado de preços no Brasil.
Outras propostas
Na Câmara, já tramitam outros projetos que visam limitar os preços da cesta básica durante a pandemia, como o PL 2608/20, o PL 2879/20 e o PL 2211/20.
Delegada investigada pelo MP-BA diz que é alvo de 'calúnia' e que denúncia foi feita em retaliação por delegada presa e exonerada por tortura
A delegada Maria Selma, investigada após denúncia de que seria chefe de uma organização que cometia crimes contra o patrimônio e tráfico de drogas, se defendeu nesta quarta-feira (9). Ela disse que as acusações são caluniosas feitas por outra delegada que foi presa por tortura, e que isso seria fruto de uma retaliação.
"Essas calúnias foram inventadas por essa delegada que foi presa recentemente por tortura. Está se vingando. E por esses quatro investigadores que eu tirei da delegacia de veículos, porque estão respondendo, tanto na Corregedoria quando na Justiça, por extorsão. Eu vou processar todos e quero dizer que eu confio na Justiça porque vai chegar à verdade real", disse ela em uma rede social.
A delegada a quem Maria Selma se refere é Carla Santos Ramos, que foi presa em outubro de 2019 pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), que na época era dirigido por Maria Selma. Carla Ramos foi detida junto com três investigadores pelo uso de tortura. Ela foi exonerada do cargo de titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).
Ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), que investiga o caso junto com a Corregedoria da Polícia Civil, a delegada Carla Ramos entregou um documento, onde alega ter fornecido provas em relatórios que demonstrariam que a delegada Maria Selma lidera um organização criminosa, que teria inclusive policiais para praticar crimes, entre eles, tráfico de drogas.
O jornalismo da TV Bahia tentou contato com Carla, mas ela não respondeu às mensagens. Atualmente, a delegada segue na Polícia Civil, mas sem o cargo de titular e respondendo processo administrativo.
O advogado da delegada Maria Selma, Sérgio Habib, informou que as investigações devem ser concluídas logo, e que ela vai prestar depoimento na Corregedoria Geral da Polícia Civil nos próximos dias.
“Quero crer que com algumas diligências que ainda se façam necessárias, esse inquérito será concluído e remetido ao Ministério Público. Acredito que são infundadas, a delegada Selma tem uma história, um passado de trabalho. Muitos e muitos anos na Polícia Civil. O trabalho dela é um trabalho reconhecido", disse ele.
Sérgio Habib falou ainda que Maria Selma é conhecida pelo trabalho dela principalmente no bairro da Pituba, onde fica a DCCP.
"A comunidade da Pituba, de quando ela trabalhou na Pituba, sabe e conhece bem o trabalho dela e tenho certeza de que tudo isso será esclarecido e que nós iremos separar o joio do trigo. Quem realmente teve participação nos fatos, irá responder na medida da sua culpabilidade. E se provar que foi feito por ela, ela também irá se defender e eu acredito que ela venha a ser isenta de todas essas acusações e responsabilidade", complementou.
Atualmente, a delegada Maria Selma também está afastada do cargo após ter pedido uma licença prêmio de seis meses. Ela deixou o cargo de diretora da DCCP após ter contraído Covid-19.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Corregedoria investiga a situação. Já o MP-BA disse que a apuração segue sob sigilo e que as denúncias foram entregues ao Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado, do próprio MP-BA.
Testes da vacina de Oxford são suspensos após reação adversa em paciente
Os testes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida em conjunto pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca foram suspensos temporariamente, conforme anunciou a empresa nesta terça-feira (8).
A farmacêutica esclareceu que o protocolo de segurança foi acionado após um dos voluntários no Reino Unido apresentar reação adversa que pode estar vinculada à vacina.
A empresa não divulgou detalhes do caso, mas o jornal "The New York Times" informou que o paciente teve mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal.
A suspensão vale também para o Brasil, de acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma das responsáveis pelo estudo no país. A Unifesp informou que 5 mil voluntários brasileiros já foram vacinados e que "não houve registro de intercorrências graves de saúde".
Segundo a AstraZeneca, o "procedimento padrão de revisão" dos estudos foi acionado e a vacinação foi pausada "voluntariamente para permitir a revisão dos dados de segurança por um comitê independente".
"Esta é uma ação rotineira que deve acontecer sempre que for identificada uma potencial reação adversa inesperada em um dos ensaios clínicos, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos estudos." — AstraZeneca
Na mesma nota, a farmacêutica ainda ressaltou que trabalha na revisão do caso do paciente.
"Em grandes ensaios, os eventos adversos acontecem por acaso, mas devem ser revistos de forma independente para verificar isso cuidadosamente. Estamos trabalhando para acelerar a revisão de um único evento para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste. Estamos comprometidos com a segurança de nossos participantes e os mais altos padrões de conduta em nossos testes", informou a farmacêutica.
Aposta do Ministério da Saúde
A vacina de Oxford/AstraZeneca é a principal aposta do Ministério da Saúde para imunizar a população.
Ao todo, o Brasil prevê desembolsar R$ 1,9 bilhão com a vacina, sendo R$ 1,3 bilhão para pagamentos à farmacêutica, R$ 522,1 milhões para a produção das doses pela Fiocruz/Bio-Manguinhos e R$ 95,6 milhões para a absorção da tecnologia pela Fiocruz.
O ministro-interino da saúde, Eduardo Pazuello, chegou a dizer também nesta terça que planeja a campanha de vacinação contra a Covid-19 para janeiro de 2021.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por autorizar os testes no Brasil, disse ter sido avisada da suspensão. "A agência aguarda o envio de mais informações sobre os motivos da suspensão para analisar os dados e se pronunciar oficialmente", informou a Anvisa.
A Fundação Oswaldo Cruz disse que foi informada pelo laboratório britânico e que vai acompanhar os resultados das investigações para se manifestar oficialmente.
Reação adversa
O jornal "The New York Times" informou que o paciente teve mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal e pode ser desencadeada por diferentes motivos. O jornal atribuiu o dado a uma pessoa próxima do caso e que falou sob condição de anonimato.
A informação foi a mesma obtida pela pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, que concedeu entrevista para a GloboNews sobre o tema (veja o vídeo abaixo).
"Eu consegui falar com a Inglaterra assim que a informação saiu, mas nós sabemos que houve um caso de uma manifestação chamada mielite transversa, que é uma manifestação clínica - muitas vezes autoimune - atribuível a várias doenças. É uma manifestação neurológica que pode evoluir com perda temporária, parcial ou grande, afetando a medula humana e que isso pode estar ou não relacionado a vacina", disse Margaret.
Nove vacinas na última fase de testes
Além da candidata da Universidade de Oxford com a farmacêutica britânica AstraZeneca, mais oito vacinas estão na terceira e última fase de testes em humanos, a última antes da liberação.
Etapas para a produção de uma vacina
Para se produzir uma vacina, leva tempo. A mais rápida desenvolvida até o momento foi a vacina contra a caxumba, que precisou de cerca de quatro anos até ser licenciada e distribuída para a população.
Antes de começar os testes em voluntários, a imunização passa por diversas fases de experimentação pré-clinica (em laboratório e com cobaias). Só após ser avaliada sua segurança e eficácia é que começam os testes em humanos, a chamada fase clínica – que são três:
Fase 1: é uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, ela é feita com um número reduzido de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo. Ela é aplicada em dezenas de participantes do experimento.
Fase 2: na segunda fase, o estudo clínico é ampliado e conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada a pessoas com características (como idade e saúde física) semelhantes àquelas para as quais a nova vacina é destinada. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada.
Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Apenas depois desta fase é que se pode fazer um registro sanitário.