O Jornal da Cidade

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Enquanto a ocupação dos leitos gerais na Bahia chegou a atingir 84% no início de março, a região Oeste ostentava 49%. Mas esse cenário mudou. De acordo com dados dessa terça-feira (16) da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a taxa de ocupação geral de Barreiras está em 62%, sendo 93% para UTIs e 40% para leitos clínicos. A preocupação de especialistas e gestores é com a transferência de pacientes de outras regiões e com o surgimento de novas variantes.

Na região, o Laboratório de Agentes Infecciosos e Vetores da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) já identificou a circulação de duas variantes: P1 e P2 da covid-19. Na última leva de análises, das 20 amostras estudadas, 19 foram apontadas como P2 e, uma, como P1. De acordo com o professor Jaime Henrique Amorim, pesquisador no laboratório, já se sabe que elas são mais transmissíveis, ou seja, se espalham mais rapidamente.

“Até novembro do ano passado, a gente não tinha identificado nenhuma variante que chamamos de variante de preocupação. A partir de dezembro, detectamos a P2 e, em fevereiro deste ano, comprovamos que ela já tinha se espalhado de maneira significativa na região. Agora, temos também a P1, que vamos analisar”, explica Amorim.

O professor e pesquisador se preocupa com a possibilidade de chegada das variantes do Reino Unido, a B117 e a Kent. “De acordo com as pesquisas, elas são as que já foram comprovadamente relacionadas com as formas mais graves da doença e maior letalidade. Essas, nós não identificamos aqui ainda”, afirma. “A variante do Reino Unido implica casos mais graves, casos em crianças. Se ela chegar aqui, teremos muita dificuldade porque temos uma quantidade de leitos pequena, a região não tem estrutura para isso”, aponta.

Regulação
De acordo com dados da Sesab, a região Oeste da Bahia está com taxa de ocupação de leitos de UTI em 94% e de leitos clínicos em 55%. Até então, 12 pacientes aguardavam por regulação para UTI na segunda-feira (15).

Para Amorim, isso demonstra o alerta para o cenário atual dos hospitais, que, segundo ele, é reflexo da regulação de pacientes de outras regiões para o Oeste da Bahia. “Antes de a gente começar a ter regulação de pacientes para cá, Barreiras estava com uma porcentagem de ocupação em torno de 45%, mas hoje isso cresceu bastante, em torno dos 60%. A gente precisa de uma investigação epidemiológica, mas sabemos que isso tem interferência da regulação que pode, inclusive, implicar na disseminação de variantes”, analisa ele.

O secretário de saúde de Barreiras, Melk Neves, concorda, mas diz que não havia outra saída. Segundo o secretário, a taxa de ocupação das UTIs tem chegado a 100% e a taxa dos leitos de enfermaria vem apresentando crescimento. Isso traz uma outra preocupação: o estoque de oxigênio.

De acordo com o secretário, por enquanto, a situação está sob controle, mas, caso as tendências dos números se confirmem, pode haver desabastecimento. “Nos hospitais onde a gente tem tanques, não temos problemas. No Hospital Municipal Eurico Dutra, a gente está sob controle, mas a empresa fornecedora, White Martins, já comunicou que, se a demanda de leitos aumentar, corremos um sério risco de desabastecimento por falta de cilindros”, afirma.

“Essa é a nossa preocupação porque também estamos muito longe dos centros de abastecimento. São quatro caminhões que fazem bate e volta, mas, por conta da distância, o caminhão leva três dias para sair daqui, carregar e voltar”, acrescenta Neves.

Situação de emergência
Devido ao crescente número de pessoas infectadas com o novo coronavírus no Estado da Bahia, principalmente na região Oeste, a prefeitura de Barreiras decretou situação de emergência por 60 dias. O decreto foi publicado no Diário Oficial de segunda-feira (15).

A declaração de situação de emergência pode ser prorrogada ou revogada conforme alteração do quadro pandêmico vivenciado pelo município. Dessa forma, durante esse período, fica dispensada a instauração de procedimento licitatório com fundamento no art. 24, IV da Lei nº 8.666/93, para aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus.

 

Com falta de ar e sem conseguir respirar, Josenita Barbosa, 59 anos, foi levada por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paripe. Ela chegou no local às 12h dessa terça-feira (16). Antes, passou a manhã tentando ser atendida no posto de saúde de Fazenda Coutos, até que passou mal e foi transferida. “É a segunda vez que venho aqui. No dia 11 já tinha vindo, mas mandaram eu voltar para casa”, contou a senhora antes de entrar na unidade de saúde.

Josenita faz parte do grupo que vêm sendo mais afetado pela segunda onda da pandemia. O número de pessoas adultas, entre 30 e 59 anos, internadas por conta de covid-19 aumentou em Salvador nos últimos meses e ultrapassou a quantidade de idosos na mesma situação. Nesta terça-feira (16), durante um evento virtual, o prefeito Bruno Reis (DEM) afirmou que na primeira onda da pandemia, no ano passado, pessoas com 60 anos ou mais representavam 60% dos internamentos.

“Na primeira onda, nas nossas UPAs, de cada 100 pacientes, 60 eram idosos. Agora, são 40. Hoje, temos 60% de adultos, pessoas de 30 a 59 anos; enquanto no passado a maioria dessas vagas era ocupada por idosos”, afirmou Reis.

Além da negligência de parte da população mais jovem em lidar com a doença, relaxando as medidas preventivas, outros dois fatores foram apontados pelo prefeito como cruciais para fazer a balança inverter: “primeiro, a vacina já começa a surtir efeito e, em segundo lugar, esse cenário mostra que a cepa do vírus é mais agressiva, e que ela tem, como a gente vem evidenciando, o poder de gerar sintomas mais graves, tanto que os pacientes chegam mais debilitados nas UPAs, e estão permanecendo por mais tempo nas unidades”.

Professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a médica infectologista Jacy Andrade concorda com o prefeito e aponta os mesmos fatores. “Isso está acontecendo não só aqui em Salvador. É no Brasil todo. São pessoas jovens que estão se infectando mais, em parte pela característica do vírus de maior transmissibilidade das variantes, mas também porque os jovens estão circulando mais, fazendo aglomerações. No geral, os idosos estão mais em casa e já começaram a ser vacinados. Tem a questão do vírus e do comportamento da população”, advertiu a especialista.

Leitos comprometidos
Bruno Reis diz também que a mudança de perfil etário dos pacientes serve para confirmar que a vacina é a forma mais eficiente para se proteger do coronavírus. Ele frisou que a internação prolongada dos adultos está sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde, porque reduz a rotatividade e atrasa a liberação dos leitos para novos pacientes, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) onde essa disputa é mais acirrada.

Daniela Gomes Silva, 34, conhece bem essa realidade. Seu irmão Diego Gomes Silva, 37, está internado na UTI do Hospital São Rafael com covid-19. Toda a família foi contaminada, inclusive o pai, Francisco de Assis Silva, 74, que não tem plano de saúde e está dependendo do atendimento no SUS. Anteontem, após 24 horas de luta da família, ele finalmente foi admitido no gripário de Paripe. Só conseguiu a vaga porque uma pessoa mais jovem foi regulada para o hospital.

“Lá dentro as pessoas que estão internadas são realmente mais jovens. Meu pai tem comorbidade, está num tratamento de câncer, mas sua situação parecia ser melhor do que a dos outros quando a gente o deixou. Só que como já se passou um dia e não tenho nenhuma notícia dele, vim até aqui [à UPA] para saber como ele está. Se não tivesse tantos jovens contaminados, ele com certeza teria uma assistência de saúde melhor. Infelizmente, os mais novos não estão ligando mais para nada, não estão pensando nos outros”, desabafou Daniela.

A reportagem percorreu outros gripários e UPAs de Salvador, onde verificou a presença de pessoas mais jovens em busca de atendimento. Em Marback, Vanesca Fonseca acompanhava o irmão Valdemiro Fonseca, 40, que estava deitado e não conseguia falar por causa das dores que sentia e da febre. “Eu estou aqui desde 7h e até agora, meio-dia, não fomos atendidos. Lá dentro está cheio e é também de gente jovem”, contou Vanesca.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Pirajá, Elislane Assis, 23, esperava sua mãe Andreia Assis, 42, receber atendimento. “Também já entrei e conferi que está cheio. Os jovens infelizmente não estão respeitando. Conheço vários que vão para aglomerações. Ainda bem que os paredões diminuíram, graças a esse toque de recolher, pois agora a polícia leva mesmo quem está na rua depois das 20h. Por isso sou a favor das medidas de restrições”, defendeu Elislane.

Contaminados
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), os casos de covid-19 entre pessoas de 30 a 59 anos correspondem a 56,76% do total. São mais de 425 mil pessoas infectadas com essa idade desde o começo da pandemia. Já as mortes das pessoas dessa faixa etária correspondem a 23,32% do total, ou seja, 3.139 mortos, o que representa uma taxa de letalidade de 0,74%.

Em Salvador, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os casos entre pessoas com 30 a 59 anos correspondem a 61% do total. O órgão não divulga o número absoluto de casos, nem mesmo o percentual de mortes por faixa etária.

Outro fato de preocupação é o número de pessoas aguardando por uma vaga em um leito de UTI, que voltou a subir em Salvador. Ontem, as UPAs amanheceram com 87 pacientes na fila da regulação. No dia anterior, eram 80 pessoas nessa situação. A taxa de ocupação dessas acomodações está em 87%. Todos os pacientes que estão esperando por uma vaga de UTI, ontem, eram adultos. Além deles, havia outras 25 pessoas na fila por um leito clínico, 23 adultos e duas crianças, mesmo após 107 pacientes terem sido regulados no dia anterior

Às 18h dessa terça, a taxa de ocupação dos leitos de UTI na capital baiana era de 86%. Esse dado mostra o quanto o sistema de saúde está sobrecarregado. Na UPA de Paripe, durante os 30 minutos que a reportagem esteve no local, cinco ambulâncias do Samu chegaram para trazer pacientes. Nem todos tinham casos suspeitos de covid-19.

O agricultor Mario Rocha Silva, 56, não aguentou esperar a ambulância quando viu Rosane Soares de Sousa, 43 anos, passar mal com falta de ar. “Eu estava indo para meu sítio em Simões Filho e vi ela pedindo ajuda. Fiquei sensibilizado. Coloquei ela dentro da minha vã e trouxe para cá. Acabei perdendo meu dia de trabalho, mas faz parte”, disse.
Minutos depois, a filha da jovem Naiara Soares de Sousa, 20 anos, chegou ao local e disse que, apesar da falta de ar, não há suspeita de covid-19. “Ela tem problema de pressão e acho que pode ter sido uma crise”, disse.

Taxa de transmissão
Cada grupo de 100 contaminados pelo coronavírus tem o potencial de transmitir o vírus para outras 115 pessoas em Salvador. Isso porque a taxa de transmissão – Fator RT - da covid-19 na cidade, que estava em 1,27 até 26 de fevereiro, baixou para 1,15. O número, embora ainda preocupante, demostra que as medidas de isolamento e a suspensão dos serviços não essenciais na cidade estão surtindo efeito, afirmou ontem o prefeito Bruno Reis, com base nos dados do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.

O cálculo da taxa é complexo e leva em conta o número e o grau de novas infecções em um determinado tempo. O índice serve para mostrar quão contagiosa é a covid-19. Se o RT for menor que 1, é indício de que os níveis de contágio estão caindo. Igual a 1 indica estabilidade e, maior do que 1, mostra que cada indivíduo infeccioso causa, em média, mais do que uma nova infecção, representando crescimento da propagação da doença na população, como ainda é o caso de Salvador.
Bruno também explicou que Salvador tinha 2.912 casos ativos da doença em 26 de dezembro e que esse número, até segunda-feira (15), era de 1.565 casos. “Ou seja, tivemos uma redução de quase 50%. Vejam que as medidas de isolamento estão dando certo. Estão evitando que mais pessoas contraiam o vírus na cidade”, argumenta.

Mais uma vez, a professora Jacy Andrade concorda, acrescentando a importância da vacinação nesse processo. “A maneira mais adequada de controlar a pandemia é a vacina. Uma outra que temos é o distanciamento e uso da máscara. Pode ser que todos os dados tenham relação com a vacina ou com um maior distanciamento por causa do toque de recolher”, diz.

Para combater o abandono escolar, 257 mil famílias de baixa renda com filhos matriculados na rede estadual de ensino vão receber um auxílio mensal de R$ 150. A bolsa permanência é uma das três ações do Governo do Estado para a educação que integram o programa Estado Solidário, lançado pelo Governador Rui Costa em live realizada nesta terça-feira (16). O projeto oferece ainda o vale-alimentação de R$ 55 para cada aluno da rede estadual e bolsas de monitoria, no valor de R$ 100. Em 2021, mais de R$ 410 milhões serão destinados para assistência estudantil pela gestão baiana.

"Lançamos aqui o programa Estado Solidário para apoiar a sociedade. Vamos implementar três tipos de ações que são um misto de apoio à educação e social às famílias dos estudantes”, afirmou o governador.

A bolsa permanência deve ser paga por seis meses para as famílias de 292.987 estudantes, estimou Rui. Antes de ser liberada, a proposta do benefício deve ser aprovada pelos deputados na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, onde o projeto de lei deve chegar até sexta-feira (19).

Para receber o benefício, a família deve estar cadastrada no CadÚnico e ter um filho matriculado na rede estadual. A manutenção das bolsas está condicionada a garantia de uma frequência mínima de 85% nas aulas e a participação ativa de toda a família nas atividades e avaliações escolares, como os encontros de mães e pais.

“É exigida a permanência e o cumprimento das atividades escolares mesmo no período remoto. É preciso que o estudante pague e devolva as tarefas da escola e tenha frequências quando as aulas voltarem no modelo híbrido”, explicou Rui.

Segundo o Governo do Estado, ao final de cada ano serão avaliados a redução do abandono, a elevação da aprovação e a elevação da média final dos estudantes atendidos.

Os estudantes priorizados correspondem a cerca de 37% dos matriculados na rede estadual. Como o benefício é pago por família, os responsáveis por mais de um estudante não podem receber mais de uma bolsa. O investimento anual previsto é de mais de R$ 231 milhões.

O objetivo do programa é a permanência dos jovens nas escolas fortalecendo habilidades e competências em uma formação integral. Para as famílias e estudantes serão ofertados também cursos formativos através do Instituto Anísio Teixeira (IAT).

Os estudantes que receberem o auxílio serão acompanhados pedagogicamente pelo professor da unidade escolar com o suporte dos monitores do Programa Mais Estudo, Líderes de Classe e estudantes universitários voluntários.

Mais Estudo
A bolsa permanência pode ser acumulada com os outros dois auxílios - vale-alimentação e bolsa monitoria do programa Mais Estudo - caso o estudante também tenha direito aos valores. Cerca de 52 mil monitores serão selecionados para atuar na rede estadual nas matérias de Língua Portuguesa, Matemática e Educação Científica.

A bolsa de R$ 100 deve durar até o final do ano letivo de 2021. O edital de seleção dos monitores já está aberto, com duas vagas de monitores por turma em todas as escolas do estado.

“Os alunos da rede estadual podem se inscrever. Os monitores vão tirar as dúvidas dos colegas por diversos meios e serão um apoio para recuperar o tempo perdido, acelerar o ano letivo e fazer dois anos letivos em um”, acredita Rui.

Iniciada na segunda-feira (15), a seleção segue até 26 de março. Serão selecionados os estudantes do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental e da 1ª a 4ª séries do Ensino Médio e da Educação Profissional. Todos devem estar regularmente matriculados na unidade escolar em que irá realizar a monitoria, tendo obtido aproveitamento com média final igual ou maior a oito no ano letivo ou no trimestre anterior àquele em que será iniciada a seleção no Componente Curricular no qual pleiteia a monitoria.

Nas unidades escolares com menos alunos com nota média igual ou maior que 8 do que a quantidade de vagas, serão considerados elegíveis aqueles com nota média a partir de 7. O estudante também precisará ter nome na lista de pré-habilitados divulgada no Sistema de Gestão do programa, no site

Outros critérios também são seguidos, são eles: possuir CPF devidamente regularizado; dispor de oito horas semanais, de acordo com o calendário da equipe gestora e Coordenação Pedagógica da escola; e não estar atuando em outra monitoria.

Para aderir ao programa, o gestor da instituição de ensino deve confirmar a participação do estudante através da inscrição da unidade escolar no Sistema de Gestão do programa.

As escolas são responsáveis por constituir a comissão de seleção dos monitores e organizar a forma de distribuição dos grupos de estudo para cada turma, sob a responsabilidade do estudante monitor. A forma de distribuição dos grupos de estudo será especificada no Documento de Orientações Pedagógicas do Programa Mais Estudo.

Vale-alimentação
A estimativa é que o vale-alimentação estudantil seja pago por três meses para todos os estudantes da rede estadual porque o governo trabalha com a ideia de retomar as atividades presenciais de forma híbrida após o período. Espera-se que seja possível realizar aulas 100% presenciais no 2º semestre de 2021.

A quinta parcela do auxílio será paga a partir de 23 de março, no valor de R$ 55. Ao todo, serão destinados mais R$ 44 milhões, que, junto aos recursos já creditados até agora, somam R$ 220 milhões de investimentos com recursos próprios do Estado

O recurso será depositado no cartão Alelo, que os estudantes já têm acesso, e poderá ser usado em qualquer um dos 18 mil estabelecimentos da Bahia que aceitam a bandeira. O cartão vale-estudantil é destinado, exclusivamente, para a compra de gêneros alimentícios.

Em caso de dúvida, o estudante deve entrar em contato com a escola ou pelos canais da Ouvidoria (0800 284 0011 e O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.).

Programa
O programa Estado Solidário vai possuir ações para outros setores, o que ainda será anunciado pelo Governo do Estado ao longo da semana. Mesmo com as medidas, Rui assegurou a manutenção da responsabilidade fiscal da Bahia.

“O programa tem como objetivo apoiar os setores da sociedade mais impactados pelo momento econômico. Vamos ajudar o máximo possível indo ao limite do possível dentro do equilíbrio fiscal do Estado”, pontuou o governador.

Na live, o governador ainda comentou sobre a realização de cursos profissionalizantes em formato EAD para a rede estadual em conjunto com o Sesi e o Senai. “A ideia é que os estudantes possam ter acesso aos cursos de forma complementar mesmo quando as aulas presenciais forem retomadas”, afirmou Rui.

O secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, aproveitou a live para abordar a matrícula de novos alunos na rede estadual. O gestor garantiu que nenhum estudante ficará sem matrícula e que os novos alunos que já completaram o ano letivo de 2020 serão chamados para fazer a matrícula até segunda.

“Também acolheremos os estudantes que só vão terminar as aulas de 2020 em maio. Quem era da rede particular, também pode procurar a escola de interesse para já se matricular e ter aulas”, afirmou Rodrigues.

Herzem Gusmão, prefeito de Vitória da Conquista, sofreu uma piora em seu estado de saúde nesta terça-feira (16). Segundo a assessoria de imprensa do gestor, a maioria das funções vitais dele está comprometida e o quadro, no momento, é instável e muito grave.

"Na manhã desta terça-feira (16), o prefeito Herzem Gusmão apresentou piora do quadro clínico e maior comprometimento das funções vitais. Apesar de todas as medidas adotadas pela equipe médica para conter o avanço das complicações, no momento, o quadro é instável e muito grave. A familía agradece e reforça o pedido de orações pela vida de Herzem. Deus abençõe a todos", diz o comunicado.

Com 72 anos, Herzem foi diagnosticado com Covid-19 em 7 de dezembro. Pouco mais de uma semana depois, foi internado no Hospital Samur, em Conquista, com complicações pulmonares causadas pela doença, e posteriormente transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Foi de lá que ele foi empossado para o novo mandato, no dia 8 de janeiro, em cerimônia online, no leito de hospital. Atualmente, a cidade é comandada pela vice-prefeita Sheila Lemos (DEM).

Foram registrados 4.608 novos casos de Covid-19 em 24h na Bahia, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) divulgado nesta terça-feira (16). De acordo com a Sesab, foram contabilizadas 118 mortes.

Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro dos óbitos foram contabilizados no boletim desta terça. No total, 13.459 pessoas morreram vítimas da Covid-19 no estado, o que representa letalidade de 1,80%.

Com os novos dados, a Bahia registrou 748.835 casos de Covid-19 desde o início da pandemia.

De acordo com a Sesab, 17.374 casos de Covid-19 estão ativos na Bahia. Ao todo, 44.467 profissionais da saúde tiveram diagnóstico positivo para a doença.

A Sesab informou também que na Bahia, até as 15h desta terça, 477 solicitações de internação em leitos de UTI adulto constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Além disso, haviam também 186 pedidos de regulação para leitos clínicos adulto.

O boletim informa também o número de vacinados no estado. De acordo com a Sesab, 739.357 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19, dos quais 272.576 receberam também a segunda dose até as 15h desta terça.

Leitos Covid-19
Segundo boletim desta terça, dos 2.773 leitos ativos na Bahia, 2.097 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação geral de 76%.

Desse total, 1.296 leitos são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e estão com ocupação de 86% (1.120 leitos ocupados). A taxa dos leitos de UTI pediátrica é de 64%, com 23 das 36 unidades ocupadas.

Já as unidades de enfermaria adulto na Bahia estão com 67% da ocupação, e a pediátrica tem ocupação de 46%.

Em Salvador, dos 1.488 leitos ativos, 1.191 estão com pacientes internados, o que representa taxa de ocupação geral de 80%. A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto é de 87% e a pediátrica de 59%.

Os leitos clínicos para adultos estão com ocupação de 75%. Já nos leitos pediátricos, a taxa de ocupação é de 76%.

Os dados representam notificações oficiais compiladas pelo Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta terça.

O boletim completo pode ser acessado no site da Sesab e por uma plataforma disponibilizada pela secretaria.


A Bahia receberá, na madrugada desta quarta-feira (17), uma nova remessa de vacinas contra a Covid-19. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a carga com 308.600 doses está programada para chegar às 3h30 ao aeroporto de Salvador em um voo comercial. A remessa é do imunizante Coronavac, fabricado pelo Butantan, em São Paulo.

Esta é a oitava remessa de vacinas que chega ao estado. Com as doses desta quarta, a Bahia chegará a 1 milhão 598 mil e 400 doses recebidas, entre Coronavac e Oxford, desde o dia 18 de janeiro, quando chegou a primeira remessa.

De acordo com o Governo do Estado, as vacinas serão enviadas para o interior da Bahia pelo Grupamento Aéreo da Policia Militar, após a organização das doses feita pela equipe da coordenação de imunização.

Elas serão encaminhadas para as centrais regionais no interior da Bahia, de onde serão despachadas para os municípios.

Segundo a Sesab, 283 municípios estão aptos a receber a nova remessa das vacinas. Isso porque, a Comissão Intergestores Bipartite da Bahia (colegiado que reúne representantes das secretarias de saúde municipais e a estadual) pactuou que apenas os municípios que aplicaram 85% ou mais das doses recebidas anteriormente podem receber novas doses.

Com essa nova remessa, os municípios que conseguirem alcançar as metas da primeira fase, poderão ampliar a aplicação das doses para idosos de 70 anos ou mais, de forma decrescente de idade.

O presidente Jair Bolsonaro decidiu que irá se vacinar contra a covid-19, numa reviravolta em relação aos seus antigos posicionamentos.

Ele entrará na fila da imunização de acordo com a sua idade. Bolsonaro tem 65 anos, e completa 66 no próximo dia 21 de março.

Considerando a idade, o presidente é considarado do grupo de risco da covid-19. As informações são do jornalista Guilherme Amado, da revista Época.

De acordo com o Ministério da Saúde, a expectativa da vacinação da faixa de idade do presidente é no mês de maio; previsões da iniciativa privada estimam que ocorra no mês de junho.

Anitta não deixou passar em branco a crítica do produtor musical Rick Bonadio a homenagem feita pela cantora norte-americana Cardi B ao funk brasileiro, ao apresentar um trecho do remix de ‘WAP’ feito pelo DJ Pedro Sampaio na cerimônia do Grammy Awards, a maior premiação musical do mundo.

A cantora usou as redes sociais para rebater a declaração dada pelo produtor, que além de menosprezar o gênero popular brasileiro, afirmou ter vergonha de ser conhecido pelo ritmo.

“Rick Bonadio, tenho uma sugestão top para você também. Escolhe um ritmo brasileiro a sua altura, faz uma música e exporta pro mundo. É facin… e rápido… e de uma hora pra outra, claro, não dá pra começar com míseros segundos no Grammy. Quando você chegar lá a gente comemora com você. Ahhhh e sozinho também… Não vale chamar um amiguinho pra unir forças e nem comemorar quando tem vitória de outro amiguinho. Aí, você conseguindo, eu vou faço uma campanha pra deixarem de ser meus fãs e serem seus…”, escreveu Anitta.

Bonadio, que tem entre suas produções CDs de NX Zero, Rouge, Mamonas Assassinas, Luiza Possi e Vitor Kley, foi duramente criticado na web pela declaração. Após a repercussão negativa, o produtor deletou a postagem e se retratou com os seguidores.

“Não da pra aceitar que sempre a mesma batida com letras de putaria seja algo necessário ou a ‘cultura do país’. De qualquer forma eu respeito todos do Funk por suas batalhas e vitórias. Desculpem se ofendi, nunca é minha intenção”.

Segundo o Bonadio, a intenção era instigar os artistas de funk a inovarem no gênero e não produzir as mesmas coisas sempre.

“Eu sinto a necessidade de criticar algumas situações pq vejo uma alienação generalizada. O Funk precisa evoluir. Os funkeiros precisam ousar evoluir musicalmente para crescer. Não se pode fazer o mesmo sempre pq isso da certo. Meu post anterior não teve a intenção destrutiva”, escreveu.

O novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, afirmou em sua primeira entrevista no cargo que lockdowns não serão utilizados como uma política de governo no enfrentamento da Covid-19.De acordo com o novo gestor, aspectos econômicos precisam ser avaliados antes de se tomar medidas extremas e a retomada da economia é uma das prioridades.

“Esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, afirmou.

Quatro ministro da pasta na gestão Bolsonaro, sucedendo Mandetta, Teich e Pazuello, o cardiologista afirmou ainda que os médicos “possuem autonomia” para prescrever tratamentos, mesmo sem comprovação de eficácia, contra a doença.

Em entrevista para a Folha no domingo, 14, Queiroga havia afirmado que a cloroquina não faria parte da sua estratégia e das políticas oficiais de governo no enfrentamento da pandemia, como deseja o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).

“A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomendou o uso dela nos pacientes, e nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica”, disse Queiroga.

A pandemia do coronavírus provocou uma onda de prejuízos para bares e restaurantes em 2020, mas, neste ano, as perdas podem ser ainda maiores. Agora, os estabelecimentos acumulam dívidas e, com limitações impostas pelo lockdown e toque de recolher, a conta não fecha. A saída, para muitos, é fechar as portas definitivamente.

De acordo com uma pesquisa realizada este mês pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seção Bahia (Abrasel-ba), por causa do lockdown, 69% dos estabelecimentos do segmento podem fechar de vez ou já foram à falência. Já por conta do toque de recolher, o número aumenta para 74,2%, sendo que 17,4% dos entrevistados disseram que não vão mais abrir e 43,2% não sabem como vão funcionar. O levantamento foi realizado com 513 proprietários baianos.

Os dados também apontam que 77% dos estabelecimentos não estão com as contas em dia ou até conseguiram se manter até aqui, mas não terão dinheiro para pagar os boletos do próximo mês. Cerca de 67% deles têm ou vão passar a ter em abril dívidas com os bancos.

Para o presidente da Abrasel Bahia, Luiz Henrique Amaral, o cenário é caótico. “Contabilizando de março do ano passado até agora, sem dúvidas, esse quadro atual é muito mais agudo do que toda a fase que a gente já passou. Estamos com a projeção de um pico ainda pior do que o de 2020 e agora temos muitas outras variáveis, como as dívidas bancárias e os impostos, que sozinhos chegam a até 40% das despesas, por exemplo”, aponta ele.

Evaristo Castineira, sócio do Armazém Paulistano, acumula dívidas e se diz preocupado. “A gente pegou Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte]e não temos como pagar porque estamos fechados. O governo deu uma ajuda mas puxou o tapete. Mesmo fechados, temos custos de água, luz e impostos, e ainda os empréstimos que nos foram dados com juros. Se estamos fechados, a conta disso tudo não bate”, diz Castineira.

O empresário ainda afirma que, caso não haja mudança, o restaurante não terá como se sustentar já no próximo mês. “Agora, em 2021, com as novas restrições, estamos com grandes problemas financeiros, à beira do abismo mesmo. Se as restrições continuarem sem a gente receber nenhuma ajuda financeira do governo, com certeza, em cerca de um mês a gente vai ter que fechar as portas”, projeta ele.

O proprietário da Pizzaria e Pastelaria Pastelburg, Thiago Prado, já precisou demitir oito funcionários desde o início da pandemia e há meses vem fechando no vermelho. “Acumulamos dívidas de impostos, fornecedores, empresas de água e energia. E temos parcelamento de dívidas com juros, o que é um absurdo porque fomos obrigados a fechar e deixar de vender. O empréstimo ajudou, mas não chegou a cobrir nem 10% das pendências que ficaram pelo caminho e ainda tem a dificuldade de pagar isso agora”, pontua ele.

Prado ainda acrescenta que não vê uma saída e se preocupa com o futuro. “O cenário é muito ruim porque não sabemos o que nos espera e ainda estamos muito longe de uma vacinação em massa. Estamos em meio aos caos e não vemos luz no fim do túnel”, lamenta.

Falta verba
De acordo com a Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade (FeTUR - Ba), até o início de março, mais de 80 mil colaboradores perderam o emprego desde o início da epidemia. Mesmo assim, ainda será preciso demitir mais. A pesquisa da Abrasel aponta que 90,7% das empresas irão realizar novas demissões, sendo que 71% delas terão que demitir de 10% a 50% do quadro atual.

Mas, ainda de acordo com a pesquisa, 37,6% das empresas não possuem caixa para essas demissões. Até para a redução de custos, é preciso primeiro desembolsar um dinheiro que, em alguns casos, não existe. O sócio do Armazém Paulistano explica: “Quanto aos funcionários, não tem dinheiro nem para pagar o salário e nem para mandar embora. A gente não tem mais de onde tirar dinheiro”, afirma Castineira.

E se não há recursos financeiros para a rescisão, não há nem mesmo para encerrar o negócio. O levantamento aponta que 5,2% dos estabelecimentos não possuem condições sequer de arcar com os custos do fechamento.

“O fechamento significa você zerar todo o seu passivo para poder fechar as portas. Para isso, é preciso ter reserva de caixa e é exatamente isso que alguns não têm”, diz o presidente da Abrasel. Luiz Henrique Amaral afirma que, por conta disso e também da burocracia para fechar as portas, os números podem estar por trás de uma situação ainda pior. Amaral ainda completa que enxerga saída na vacina. "A alternativa real de tudo é vacina. Sem a vacinação, todo mundo grita e ninguém tem razão", finaliza.

Delivery
Segundo o presidente da Abrasel, “os estabelecimentos que trabalham com delivery faturam cerca de 30% do que costumavam faturar normalmente”. Com isso, o modelo alternativo, sozinho, não consegue sustentar o negócio. Amaral ainda alerta que adotar o delivery pode, até mesmo, ser um mau negócio.

“A gente alerta muito nesse sentido para que os estabelecimentos tenham as contas muito bem gerenciadas porque o delivery ou a abertura somente durante o dia podem não estar compensando e dando mais prejuízo do que lucro, já que o funcionamento traz gastos”, ressalta.

Esse foi o caso de Fábio Araújo, um dos sócios da Petiscaria Quintal de Casa. Ele, então, preferiu não adotar o modelo de entrega. “Delivery não compensa porque a quantidade de pedidos é muito baixa. Eu pagaria mais do que ganharia para ter os funcionários no delivery. Para restaurantes, isso funciona, mas, para barzinho, não tem o que fazer”, explica.

Segundo ele, foi preciso demitir funcionários e segurar os preços do cardápio, mas, mesmo assim, a quantia de dinheiro que entra não consegue ser maior do que a que sai. “Reduzimos o quadro de funcionários em mais de 50%. A minha sócia faz o papel de uma auxiliar de cozinha, eu faço papel de garçom, tudo para economizar. E não estamos dando lucro. A palavra ‘lucro’ não está no nosso vocabulário desde fevereiro de 2020. Os preços são os mesmos desde novembro do ano passado, não tivemos condições de reajustar nada porque, quem tem os menores preços, ainda atrai mais clientes. A carne teve reajuste de 35% e eu não aumentei nem um centavo nos pratos”, conta Araújo.

Antes da pandemia, ele tirava o seu sustento do bar, mas, com a crise, precisou se desdobrar para conseguir pagar as contas. “Fui buscar outras coisas. Fui motorista de uber, voltei a fazer trabalho de design gráfico, voltei a dar aulas à distância; fiz de tudo”, desabafa ele.

Restrições
O governador Rui Costa confirmou, na noite deste domingo (14), a prorrogação do lockdown parcial em Salvador e na maior parte dos municípios da Região Metropolitana. Com isso, até 22 de março, nessas localidades, o funcionamento de estabelecimentos comerciais como restaurantes e bares só fica permitido em regime de delivery (operação que pode ocorrer até meia-noite), ou sistema de retirada de produtos no local (que pode ocorrer até 18h), desde que mantidas as portas fechadas ao público.

Já em todos os 417 municípios da Bahia, segue em vigor o toque de recolher das 20h às 5h, determinado pelo Governo estadual em toda a Bahia até o dia 1º de abril. Restaurantes, bares e congêneres devem encerrar o atendimento presencial às 18h e serviços de delivery serão permitidos até à meia-noite.