O Jornal da Cidade

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O ator João Acaiabe, de 76 anos, conhecido pelo papel de Tio Barnabé no Sítio do Picapau Amarelo, morreu vítima da covid-19, na madrugada desta quinta-feira (1). Ele estava internado no Hospital Prevent Senior, em São Paulo, tratando o vírus desde o dia 15 de março.

João ganhou destaque na televisão por viver personagens como Tio Barnabé no Sítio do Picapau Amarelo entre os anos de 2001 e 2006, exibido pela rede Globo e também o Seu Pimpinonni na nova versão da telenovela Uma Rosa com Amor, além do Chefe Chico no remake de Chiquititas exibido entre os anos de 2013 e 2015. O ator também tem longa carreira no cinema. Seu trabalho mais recente foi dando voz ao Rafiki na versão live action de O Rei Leão.

Recentemente, o ator tinha revelado que estava vivendo um situação financeira complicada por causa dos trabalhos que caíram com a pandemia do coronavírus. Ele teve uma queda de 80% em sua renda. "Eu sou contator de histórias e agora é de uma importância incrível pra mim. Eu sou ator, meu setor vai demorar o maior tempo pra voltar e eu também não quero expor as pessoas", explica.

A atriz Vanessa Goulartt usou suas redes sociais para prestar uma homenagem a ele: "Acaiabe, que você tenha uma passagem iluminada, que a sua doçura fique como exemplo para todos nós. Você me mandava mensagens diariamente para saber da minha avó, quando íamos imaginar que você também seria levado por esse vírus cruel. Te desejo toda luz e todo amor, e para os que me leem não duvidem nem por um minuto do poder devastador dessa pandemia. Protejam-se, pensem em si, pensem em todos... Que Deus nos proteja", escreveu na publicação.

Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) têm cinco dias úteis para analisar se vão pedir a suspensão da venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) pela Petrobras ao Mubadala, fundo financeiro dos Emirados Árabes, anunciada no último dia 24. A medida tem como objetivo evitar "prejuízo ao interesse público", como afirmou em plenário o ministro Walton Alencar, nesta quarta-feira (31).

O TCU questiona o valor de US$ 1,65 bilhão fechado com o Mubadala, que estaria abaixo do preço de mercado, de US$ 3,04 bilhões, definido pela própria Petrobras.

"Recebi Ofício do Subprocurador-Geral, Lucas Rocha Furtado, ressaltando a recente decisão do conselho de administração da Petrobras em vender a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) a preços abaixo de seu valor de mercado", disse o ministro, na sessão de hoje.

Questionada, a empresa enviou ao tribunal as justificativas por que seu conselho de administração e refinaria aprovaram a venda da refinaria abaixo desse valor. Com os documentos em mãos, o ministro repassou à área técnica a responsabilidade de analisar definitivamente o caso.

"Ante o risco de conclusão do negócio antes que este Tribunal possa se debruçar sobre a matéria, com possível prejuízo ao interesse público, bem como considerando as consequências que essa decisão possa carrear para a venda das demais refinarias, entendo fundamental determinar que a Unidade Técnica submeta a este Relator, em 5 dias úteis, análise conclusiva a respeito da necessidade ou não de concessão de cautelar para a suspensão da alienação em andamento", afirmou o Alencar, em plenário.

Desde que as negociações com o Mubadala foram concluídas, o valor de US$ 1,65 bilhão, a ser pago pelo fundo, tem sido questionado pelo mercado. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) estimou a Rlam em US$ 3 bilhões. Enquanto analistas do banco BTG Pactual disser que o total a ser pago pelo ativo está 35% abaixo do limite inferior projetado por eles. A XP Investimentos avalia que, com esse dinheiro, a Petrobras vai conseguir atingir uma parcela muito pequena das suas metas financeiras.

As críticas levaram o presidente da petrolífera, Roberto Castello Branco, a distribuir uma carta aos seus funcionários, na última segunda-feira, para justificar a venda da Rlam. Ele deixará o cargo no mês que vem. "Não houve pressa exagerada, não houve aprovação ao apagar das luzes da atual administração", afirmou.

O presidente da Petrobras disse ainda que a venda não foi um trabalho ou "decisão de uma pessoa ou de um pequeno grupo" e que a "mentira é a principal arma dos radicais". Ao fim, pediu desculpa pelo longo texto, argumentando que devia esclarecimentos aos empregados.

Uma das justificativas apresentadas pelo executivo para fechar o negócio com o Mubadala é que, com o ingresso da iniciativa privada no setor de refino, diminuem as chances de governos se posicionarem sobre os preços dos combustíveis. Nas refinarias, o petróleo é transformado em derivados, como gasolina e óleo diesel.

Segundo Castello Branco, a Petrobras é "o alvo predileto de pressões políticas para subsidiar combustíveis em benefício de grupos de interesse". Ele acrescenta ainda que sucessivos governos têm pressionado a empresa por isso, o que, em sua opinião, gera instabilidade administrativa à estatal.

"Entre 2018 e 2021, dois presidentes (ele e Pedro Parente, que pediu demissão) da companhia foram demitidos por sua insistência em praticar preços de mercado", afirmou o executivo, acrescentando em seguida que "em 67 anos de existência, a Petrobras já teve 38 presidentes, rotatividade incomum na gestão de empresas em todo o mundo".

O presidente da Petrobras foi demitido em 19 de fevereiro após reajustar a gasolina e o óleo diesel em cerca de 50% em pouco mais de dois meses. O seu afastamento foi anunciado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, pelas redes sociais, após sucessivas críticas à sua gestão. Bolsonaro ficou especialmente irritado com a fala de Castello Branco, num evento virtual, de que o problema do preço dos combustíveis não é da estatal, mas da idade da frota de caminhoneiros autônomos e da má qualidade das estradas.

O jornalista Danilo Ribeiro, que apresenta o Globo Esporte Bahia, na TV Bahia (Rede Globo), foi internado nos últimos dias após ter complicações da covid-19, doença que descobriu recentemente.

Ele chegou a apresentar o programa até o dia 24 de março, antes de ser afastado.

A doença evoluiu rápido. Segundo o Alô Alô apurou, ele deu entrada numa unidade médica de Salvador com baixa saturação e 50% do pulmão comprometido. Danilo chegou a ser colocado no oxigênio, o que fez a saturação melhorar e ele segue em tratamento.

Além de Danilo Ribeiro, outros colegas de TV Bahia dele também já tiveram a doença, como Camila Marinho, Luana Assiz e Mauro Anchieta, todos já curados.

Em decisão publicada na tarde desta quarta-feira (31), o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), desembargador Lourival Trindade, acatou o pedido da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e suspendeu os efeitos da liminar concedida pelo juiz de direito da 1ª Vara Crime da comarca de Itabuna que autorizou a não realização do toque de recolher no município.

De acordo com o magistrado, a manutenção da decisão ocasionaria “incontendível risco à ordem e à saúde públicas, mormente, por impedir a efetivação de relevante medida de contenção da disseminação do novo coronavírus”.

O presidente do TJBA entendeu ainda que as medidas adotadas no toque de recolher, “nos moldes em que editadas, entremostram-se adequadas, porque colimam ampliar a proteção dos direitos fundamentais à vida e à saúde; necessárias, mercê da inexistência de medidas, menos restritivas, que alcancem os mesmíssimos resultados; e, ainda, proporcionais, em sentido estrito, por isso que o sacrifício aos direitos fundamentais corresponde aos benefícios atingidos”.

Na solicitação, a PGE argumentou que a concessão da liminar baseou-se em fundamentos que “não somente negam a realidade da pandemia, mas também revelam absoluta desconsideração ao quadro de necessidade e desatenção ao empenho – que deve ser comum – à contenção ao contágio de um vírus letal”.

Desde que começou a pandemia da covid-19, não teve um mês fácil. Só que março veio para contradizer o slogan do deputado federal Tirica: pior do que está, não fica. Um ano após seu início, a crise sanitária conseguiu piorar. Além do novo recorde de mortes – foram 3.671 em 31 dias vidas perdidas - março acumula 23% do total de óbitos do estado, de 15.330. Também foi o mês em que foi registrada a maior taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Chegamos a 89%, no dia 14. Houve ainda um recorde de casos ativos, no dia 6: foram 21.916 pessoas infectadas pela doença ao mesmo tempo. Na quarta-feira (31), os casos ativos somavam 14.542.

De uma média de 30 óbitos por dia, passamos a ter 150. O maior número até agora tinha sido de 155, registrado na última sexta-feira (26). Mas, até no último dia, março conseguiu surpreender: foram 160 óbitos no dia 31. O mês que mais tinha tido óbitos até então foi fevereiro, com 1.722 mortes. Além disso, a fila da regulação para um leito de UTI específico para o novo coronavírus teve mais de 530 pessoas à espera. Algumas cidades, como Valente e Queimadas, no nordeste baiano, sofreram com falta de oxigênio e a falta de medicamentos para o kit intubação foi uma ameaça. Ou seja, foi o mês em que a Bahia esteve à beira do colapso no sistema de saúde.

"Tínhamos em torno de 30 pacientes aguardando uma regulação de um dia pra outro, chegamos a mais de 500 e foi o mês que chegamos a bater 89% de taxa de ocupação dos leitos de UTI. Mas, ampliamos nesse mês de março, instalamos mais de 400 leitos de internação e, com isso, conseguimos domar a taxa de internação mantendo abaixo de 85%”, conforta o secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas. Na quarta-feira, a taxa se manteve em 84% e 133 esperam por um leito de UTI, além de 17 para enfermaria.

Segundo Vilas-Boas, a rede contemplada pela Secreataria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) não teve falta de medicamentos.

“Não tivemos falta de medicamento no estado. Trabalhamos com a suplementação para alguns hospitais fora da nossa rede, que tiverem dificuldade em obter. Mas a gente tem um estoque para a rede da Sesab, se for para abastecer todos os hospitais de todas as prefeituras aí eu não tenho. Mas da rede compramos e guardamos”, explica o secretário.

Ele diz que a rede credenciada pelo estado tem reserva para um mês e aguarda compras internacionais.

Apesar de alguns números terem melhorado com a aplicação das medidas restritivas - como o fator RT, número de casos positivos pelos testes aplicados pelo Lacen e casos ativos - a Bahia ainda terá um alto número de óbitos em abril. “Infelizmente a mortalidade vai se manter alta por um bom tempo, porque isso representa casos que aconteceram vários dias atrás. Às vezes, temos 200, 300 óbitos notificados, mas só 100 são de fato de covid. Eles são submetidos a uma auditoria, então frequentemente caem pela metade. Chegamos a ter 831 óbitos em análise no dia 15 de fevereiro. Março começou com 255 em análise e hoje está em 395. Ainda é um estoque de óbitos alto, que vai sendo liberado tardiamente”, esclarece o secretário. A estimativa é que a taxa de letalidade só vá melhorar na segunda quinzena de abril.

Essa letalidade, inclusive, tem sido maior em municípios de pequeno e médio porte, por conta da baixa complexidade da estrutura de saúde.

“Não tem cidade que esteja pior que outra. De modo geral, as cidades maiores, como têm mais UTIs, a mortalidade acaba sendo menor do que as cidades de pequeno e médio porte, porque lá não tem UTI e o tratamento acaba sendo mais demorado e, por isso, a taxa tem sido maior que a média da Bahia”, acrescenta Vilas-Boas.

Outro fator que atingiu seu pico em março de 2021 foi o número de intubados na fila da regulação, que são os pacientes de maior risco. Há duas semanas, eram 70. O número conseguiu reduzir para três na manhã da quarta-feira. “Esse é um dado muito importante, porque dá a ideia da gravidade da doença. Quando o paciente está intubado, é quando ele morre. E esse número não caiu espontaneamente, foi um esforço enorme para criar vagas e agilizar as altas dos pacientes”, argumenta.

Salvador também esteve perto do colapso
Em Salvador, o sufoco também foi grande. “Tivemos o pior mês da pandemia, com uma ascensão vertiginosa não só da procura por assistência à saúde quanto pela necessidade de leitos clínicos e de UTI a ponto de lá para o dia 16, 18 de março, chegarmos a mais de 87 pacientes aguardando por uma UTI na nossa rede”, avalia o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Ivan Paiva.. Depois desse pico, o número decresceu drasticamente e, na quarta-feira (31), só 8 pacientes precisavam de um leito como esse.

O aumento da demanda fez com que a prefeitura tivesse que tomar algumas decisões e ampliasse o serviço de atendimento ao cidadão.

“Março foi o momento de reativar os leitos das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], que a gente tinha desativado em dezembro e janeiro, e concentrar os pacientes de covid nos gripários e nas unidades de suporte ventilatório, abrimos leitos no Hospital Santa Clara, construímos o hospital de campanha de Itapuã, instalamos o gripário de São Cristóvão, a unidade de suporte ventilatório em Valéria, tudo isso para ampliar a oferta. Chegamos perto do colapso, mas deu para reverter”, exemplifica o coordenador.

O médico também diz que o Samu passou a fazer mais de 100 transferências por dia de pacientes de gripários para leitos hospitalares, fora o atendimento a domicílio. A média era de 20. Esse número continua alto, em torno de 70 a 80 deslocamentos diários. Houve inclusive uma situação inédita no serviço em março, que nunca havia acontecido até então na pandemia. Por falta de vagas, o Samu teve que dar suporte na unidade de Pirajá/Santo Inácio, pois não havia onde colocar os pacientes. Eles ficaram por algumas horas nas ambulâncias até serem regulados. Muitos já estavam dividindo leitos – um na cama e outro na cadeira.

“A gente chegou ao ponto de manter cilindros de oxigênio extra nas ambulâncias, porque, se alguma unidade precisasse, não passaria por desabastecimento. E a mesma coisa aconteceu com medicamento. Fizemos uma reserva de ventiladores para encaminhar para as unidades superlotadas. Tinham salas vermelhas que tinham quatro pacientes onde cabiam dois, e unidade que só cabiam 12 e tinham 28 pessoas", conta Paiva.

Além de Salvador, outra cidade que vem tendo recorde atrás de recorde é Correntina, no extremo-oeste da Bahia. Dez das 18 mortes no município foram em março. A cidade também teve outro fato inédito: pela primeira vez, ultrapassou a marca dos 100 casos ativos, no último dia 24. Na terça-feira (30), o número chegou em 133, algo muito significativo para um território de apenas 32 mil habitantes. A prefeitura descreveu a situação como "alarmante" e que "traz uma preocupação enorme para todos".

Baianos perdem familiares e lutam contra UTI
O mês de março ficará marcado para Romário Almeida, 27, como o mês em que ele perdeu o tio Manoel Barbosa, quase um pai para ele. Após 15 dias na UTI do Hospital Santa Izabel, ele faleceu no dia 21 de março com mais de 50% dos pulmões comprometidos, aos 54 anos. “Ele era aquele tio que levava para todos os lugares, que me fez amar de verdade o Vitória, me levava para todos os jogos no estádio, qualquer show, ele fazia questão de levar a gente e buscar, independente do horário, ele sempre foi o tio legal”, lembra Romário, analista de sistemas.

O sobrinho não conseguiu nem ir ao enterro do tio, porque foi feito na cidade natal dos dois, Jaguaripe, no Baixo-Sul baiano. “Mesmo sabendo que não é minha culpa, fica o sentimento de não poder estar presente no hospital e visitar ele. Fica o arrependimento de não poder ter tido mais umas horas com ele. Não caiu a ficha ainda”, lamenta Romário. O tio dele, Manoel, também não chegou a ver o único filho completar um ano de vida. Ele era hipertenso e estava em quarentena rigorosa. As únicas pessoas que o visitavam era a namorada, que trabalha como enfermeira de um hospital, e o filho.

Já o cabeleireiro Edy Rios passou a maior parte de março no hospital. Ele deu entrada no dia 9 no Hospital Jorge Valente já com dificuldade de respirar por conta da covid-19. Por não ter vaga de UTI disponível na unidade, ele foi transferido para o Hospital das Clínicas, em Alagoinhas. Ao todo, passou 21 dias na UTI, sendo 11 intubado. Inclusive seu aniversário de 42 anos, no dia 20.

“Eu achava que ia ser uma febre que ia passar. Mas é aquela coisa, a gente só fecha a porta quando o ladrão chega. Não dei a importância devida, não tinha noção que a doença era tão cruel”, relata Edy, emocionado. O cabeleireiro não tinha doença crônica e esperou oito dias de sintomas para ir até uma unidade hospitalar. Ele pegou a covid de uma funcionária do salão. Uma das sequelas que a infecção deixou foi uma trombose no pé, que ainda precisa tratar com um cardiologista.

Edy Rios comemorando sua saída do Hospital das Clínicas de Alagoinhas (foto: acervo pessoal)
Durante o período em que esteve na UTI, ele conta que teve ainda complicações no fígado, rim e coração. “Meu coração quase parou, mas em nenhum momento pensei negativo, achei que ia ficar mal e que não ia conseguir. Nesse processo, morri e renasci umas três vezes. O sentimento agora é só de gratidão, por Deus ter me dado a vida de volta, não tem outra palavra. Agradeço também aos amigos, pela vida, por todos que oraram”, agradece o cabeleireiro. O período no hospital ainda rendeu amizade com enfermeiros, técnicos e médicos, que deixaram a família ir visitá-lo no dia do aniversário.

No caso da dona de casa Jamile Pires, 27, março foi um prolongamento do sofrimento que ela passa desde dezembro. O filho dela, Heitor, de apenas 2 anos e 1 mês, está internado no Hospital Roberto Santos desde o final do ano passado. Em março, ele pegou a covid-19 pela terceira vez, na unidade hospitalar. Tudo começou quando ele teve uma broncoaspiração e precisou buscar tratamento em Salvador. Natural de Entre Rios, cidade no nordeste da Bahia, ela não vê o filho desde então. Ele tem várias doenças crônicas como toxoplasmose, paralisia cerebral, hidrocefalia e baixa visão.

“Às vezes, bate um desespero aqui em casa, eu choro bastante, mas confio em Deus. Se Heitor está vivo hoje é pela gloria dele, é um milagre vivo, porque mostra a todos o que Ele pode fazer para aquele que crê. Estou com muita saudade”, desabafa a mãe. O irmão Heron, de quatro meses, nasceu no mesmo hospital em que Heitor está hoje internado. Mas, devido às restrições da pandemia, ele não pôde ainda conhecer o irmão.

A criança já passou por mais de cinco intubações. Da primeira vez, foram mais de 10 dias. Depois que pegou a covid-19 no Roberto Santos, foi transferido para a UTI pediátrica do Hospital Couto Maia, mas voltou para a unidade quando o teste deu negativo. Menos de um mês e meio depois, ele testou positivo novamente. O quadro é estável e ele se mudou para a enfermaria, mas ainda precisa de oxigênio.

Os pais, desempregados – a mãe precisa ficar em Entre Rios para cuidar do recém-nascido e o pai no Roberto Santos cuidando de Heitor – tentam arrecadar dinheiro por rifas e até vendendo caruru para construir uma estrutura de UTI em casa. Até agora, já conseguiram R$ 2 mil em doações. Saiba como doar através da conta do Instagram @heitormilagre. Eles não têm plano de saúde. “Fico com medo de demorar demais e ele pegar outra infecção no hospital, porque foi lá que ele se contaminou. Quero trazer logo ele para casa”, narra Jamile.

Possíveis aglomerações na Semana Santa preocupam
Tanto Vilas-Boas quanto Paiva alertam para a preocupação de os números crescerem após o feriado da Semana Santa. “A preocupação é muito alta, porque toda vez que tem feriados, familiares acabam aglomerando. Mas vamos observar como isso vai se comportar ao longo das próximas duas semanas. Se se mantiver essa tendência de queda, a tendência é que na próxima reunião do governador com os prefeitos, aconteça alguma flexibilização”, diz o secretário.

Paiva relembra que o vírus pode contaminar entes da mesma família, ou seja, mesmo que a reunião for dentro de casa, só com parentes, há risco. “As pessoas começam a aglomerar membros da mesma família, achando que por que é primo, tio, não vai pegar coronavírus, mas pode pegar todo mundo de uma vez. Espero que a população entenda que esse feriado não é para aglomerar em casa, para que não tenha que jogar fora todo o sacrifício do isolamento”, aconselha. Ele ainda citou um caso em que teve que intubar três pessoas ao mesmo tempo da mesma família, durante a pandemia.

Bahia bate recorde de vacinados

Por outro lado, março foi o mês em que a vacinação mais avançou na Bahia, desde o início da aplicação das vacinas, no dia 19 de janeiro. Nos 31 dias de março, mas de 1 milhão de pessoas foram vacinadas e tivemos recorde de baianos que tomaram o imunizante em um único dia. No dia 24, foram 106.796 vacinados e, no dia 30, foram 103 mil imunizados.

Com isso, a Bahia atingiu 1.515.655 vacinados contra a covid-19, em relação à primeira dose. Para atingir a imunidade completa, é preciso ainda da segunda dose no caso de algumas vacinas, como a Coronavac e a de Oxford, que são as que estão sendo aplicadas no momento no Brasil. Completaram o esquema de vacinação com a segunda dose 313.500 baianos.

Também foi em março que o governador da Bahia, Rui Costa, assinou um contrato com a Fundo Soberano Russo, e garantiu a compra de 9,7 milhões de doses da vacina Sputnik. Segundo o secretário Vilas-Boas, a vacina chegará no território baiano 15 dias após a autorização da importação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A vacina ainda não tem autorização para uso emergencial ou definitivo, mas Vilas-Boas garantiu que, se a Anvisa autorizar que ela seja importada, a permissão para a aplicação das doses é automática. A previsão é de que o primeiro lote chegue ainda neste mês de abril. Ainda não há definição sobre a quantidade de vacinas que virão para a Bahia.

A Bahia segue com altos números de mortes em 24h por covid-19. A situação, que se repetiu por todo mês de março, tem feito o estado bater recordes de óbitos constantemente, e nesta quarta-feira (31), a Bahia registrou 160 mortes. Esse é o maior número de mortes registrado na Bahia desde o começo da pandemia, superando os 155 mortos registrados no último dia 26 de março.

Ainda foram registrados 4.235 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,5%) no estado, nas últimas 24h, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta quarta. No mesmo período, 3.361 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).

O alto número de mortes demonstra o crescimento de casos graves, o que tem mantido alta a taxa de ocupação nas UTIs. No começo da noite desta quarta, a taxa de ocupação de leitos de UTIs para adultos é de 85%.

Apesar das 160 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta sexta. Todas ocorreram em 2021 e 148 delas no mês de março, mês mais letal da pandemia no estado.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 15.330, representando uma letalidade de 1,91%. Dos 803.664 casos confirmados desde o início da pandemia, 773.050 já são considerados recuperados, 15.284 encontram-se ativos. Na Bahia, 45.510 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Situação da regulação de Covid-19

Às 15h desta quarta-feira, 122 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 17 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

 

A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou nesta quarta-feira, 31, o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen contra a covid-19 durante a 5ª Reunião Extraordinária Pública de 2021. O governo federal já havia fechado um contrato para aquisição de 38 milhões de doses, que só vão chegar no último trimestre de 2021.

A vacina contra covid-19 da Janssen, uma subsidiária da Johnson & Johnson, registrou uma eficácia global de 66%, sendo que se mostrou eficaz em 85% para casos graves. Este imunizante é o quarto aprovado para uso no Brasil - os outros são da Pfizer, Oxford/AstraZeneca, ambos com registro oficial, e Coronavac, que tem parceria entre Sinovac e Instituto Butantan para utilização emergencial.

Na apresentação de Gustavo Mendes Lima Santos, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, ficou evidente que a vacina da Janssen mostrou-se eficaz para profilaxia em adultos acima de 18 anos em uma dose única de 0,5ml. "É uma vacina que foi aprovada para uso emergencial em diversos países", disse, antes de a Diretoria Colegiada antes de aprovar a autorização temporária para uso emergencial.

Entre as recomendações, ele pontuou que ela não pode ser congelada, precisa ser protegida da luz e depois de o frasco ser aberto, é necessário utilizar em até seis horas, conservando entre 2ºC e 8ºC. "Temos dados de que a vacina produziu anticorpos neutralizantes e induziu respostas celulares. Também tem respostas de neutralização do SARS-CoV-2 em 14 dias após a única dose", comentou.

O especialista elencou ainda algumas incertezas e até por isso um termo de compromisso para complementação de estudos e novos dados foi firmado entre a Anvisa e a farmacêutica. Entre as dúvidas deste imunizante estão o tempo de duração da proteção, a experiência limitada em mulheres grávidas, as incertezas sobre eficácia da vacina contra novas variantes do coronavírus e a ausência de evidências de que o imunizante previna a transmissão do SARS-CoV-2 de pessoa para pessoa.

O Ministro da Cidadania, João Roma, disse nesta quarta-feira (31) que o pagamento do auxílio emergencial vai começar em 6 de abril – próxima terça-feira. Serão quatro parcelas.

O pagamento será de R$ 250, destinado ao “brasileiro mais vulnerável”, afirmou Roma. Há valores diferentes para famílias comandadas por mulheres (R$ 375) e pessoas que vivem só (R$ 150).

“Iniciaremos na próxima semana, no dia 6 de abril, o pagamento do auxílio emergencial 2021. Como o presidente Bolsonaro falou, esse é um alento para o povo brasileiro. Esse auxílio emergencial viabilizado através da PEC emergencial com um valor de R$ 44 bilhões servirá para quatro parcelas no ano de 2021, que será direcionado diretamente para esse brasileiro vulnerável”, afirmou Roma durante coletiva.

O presidente da República Jair Bolsonaro, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o presidente da Dataprev, Gustavo Canuto, também participaram do evento.

Bolsonaro falou rapidamente, dizendo que os agamentos não podem continuar por muito tempo. “O governo sabe que não pode continuar por muito tempo com estes auxílios que custam para toda a população e que podem desequilibrar a nossa economia. O apelo que a gente faz aqui é que essa política de lockdown seja revista. Isso cabe, na ponta da linha, aos governadores e prefeitos”, disse.

Para evitar aglomerações, o primeiro pagamento vai ocorrer apenas por contas digitais. Os saques só devem ser liberados depois – ainda não foi divulgada a data. Os trabalhadores poderão consultar a partir de amanhã (1º) pelo site Dataprev se vão receber a nova rodada do auxílio.

Fonte: Correio

A Pfizer anunciou nesta terça-feira, 31, que sua vacina contra a covid-19 desenvolvida junto à BioNTech é 100% eficaz para adolescentes de 12 a 15 anos. Por isso, os laboratórios, nas próximas semanas, vão solicitar à Agência de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) e à Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) autorização para uso do imunizante na faixa etária agora testada.

"Compartilhamos a urgência de expandir a autorização de nossa vacina para uso em populações mais jovens e somos encorajados pelos dados de ensaios clínicos de adolescentes com idades entre 12 e 15 anos", diz Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer, em nota. "Planejamos enviar esses dados ao FDA como uma emenda proposta à nossa autorização de uso emergencial nas próximas semanas e a outros reguladores em todo o mundo, com a esperança de começar a vacinar essa faixa etária antes do início do próximo ano letivo", acrescenta.

De acordo com o comunicado disponibilizado à imprensa, o ensaio com adolescentes de 12 a 15 anos envolveu 2.260 pessoas. Delas, 1.129 foram do chamado grupo de placebo, com 18 confirmações de covid-19. No grupo vacinado, com 1,131 adolescentes, ninguém contraiu a doença. Os efeitos colaterais relatados foram "geralmente consistentes" com aqueles observados em participantes de 16 a 25 anos de idade.

A vacina contra o novo coronavírus da Pfizer em parceria com a BionNTech é a única a ter autorização para uso definitivo no Brasil, mas, até o momento nenhuma dose do imunizante foi administrada no País. Nos Estados Unidos, o laboratório tem autorização apenas de uso emergencial.

Uma organização criminosa especializada em aplicar fraudes no benefício social auxílio emergencial e em precatórios judiciais é o alvo nesta quarta-feira (31) da Operação “Et Caterva”, da Polícia Federal. Entre os fraudadores estão advogados e funcionários públicos. “Inicialmente as fraudes eram perpetradas buscando o recebimento indevido de precatórios judiciais, os quais, após os desvios orquestrados pela organização criminosa, eram destinados a terceiros partícipes do esquema. Tais ações resultaram no levantamento ilegal de mais de R$ 13 milhões em precatórios judiciais, além de mais de R$ 2,7 milhões em tentativas de saques em várias regiões do país”, adiantou a PF em nota.

Investigações
Segundo as investigações, servidores de instituição bancária forneciam informações sobre precatórios à disposição para saque. As fraudes também tiveram participação de um servidor do Tribunal Regional Eleitoral/MT. Os criminosos faziam documentos falsos com os dados dos beneficiários dos precatórios e as fotografias dos estelionatários, que se dirigiam ao banco para realizar os saques do valores. Uma vez efetuado o levantamento do precatório, o montante era pulverizado em diversas contas para ocultar a origem ilícita.

Depois da interrupção temporária do pagamento de precatórios pela Caixa em 2020, a organização criminosa passou a cometer fraudes em parcelas do auxílio emergencial. Entre os meses de abril de 2020 e março de 2021, 1.570 saques de benefícios foram feitos ilegalmente, resultando em um prejuízo superior a R$ 1,3 milhão.

Mandados
Na ação de hoje mais de 260 policiais federais cumprem 12 mandados de prisão (quatro preventivas e oito temporárias), 77 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens e, ainda, nove medidas de suspensão do exercício da função pública. Os mandados foram expedidos pelo Juiz da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Cuiabá/MT, e seus cumprimentos ocorrem no Estado de Mato Grosso e em outros 11 estados.

Nome
“Et Caterva”, nome da operação, é uma expressão em latim, utilizada de forma pejorativa, que denota a ideia de um grupo de comparsas, visto que a investigação identificou um grupo de pessoas que se uniram no propósito de cometer os delitos hoje desarticulados.