O Jornal da Cidade

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Congestão nasal, corpo mole e febre leve. Esses foram os sintomas que o produtor Matheus de Morais, 26 anos, apresentou a partir do dia 4 de janeiro. Eles coincidem com os principais sintomas que a variante ômicron do novo coronavírus causa, mas Matheus não sabe com qual cepa foi infectado, só sabe que foi diagnosticado com a covid-19. Nem todos os amigos do produtor, que também apresentaram sintomas gripais, fizeram teste. E é por isso que especialistas alertam para uma subnotificação de casos da ômicron no estado. A variante pode estar mais presente aqui do que indicam os 12 casos identificados nesta segunda-feira, 10, pela Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

“Com certeza, há subnotificação. Muito provavelmente a ômicron já é a variante dominante aqui em Salvador e na Bahia, como em outros locais. E isso se deve muito às festas de Réveillon. Mas nem todo mundo testa, nem mesmo os que têm sintomas. E nem todos os testes vão para a triagem para a detecção de variante. Então na verdade, no país todo, estamos no escuro e isso é preocupante porque precisamos de dados para entender o cenário real e tomar medidas”, diz o imunologista Celso Sant’anna.

Nesta segunda-feira (10), o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) divulgou que detectou 12 amostras da variante ômicron na Bahia. Esse total representa 12,5% dos 96 sequenciamentos realizados em amostras coletadas no mês de dezembro.

Os casos foram identificados em residentes de Salvador, Guanambi, Seabra, Camaçari, Madre de Deus e São Francisco do Conde. São sete homens e cinco mulheres, sendo o mais novo de 14 anos e o mais velho com 41 anos. Foram sete casos registrados na capital baiana, mas apenas um era residente, sendo os demais tripulantes de navios. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no entanto, afirmou que todos os casos referentes a Salvador são de turistas, negando que haja um residente em meio aos infectados com a ômicron.

Com a divulgação dos 12 casos, a Secretária da Saúde do Estado, Tereza Paim, alertou que a atenção agora deve aumentar. ”Estamos vendo nos dados uma elevação do número de positivos covid. Nós vínhamos com uma média de 2 mil casos ativos. Passamos agora a 4.467”, afirmou.

Matheus de Morais diz que não sabe de quem pegou a doença porque, do seu ciclo de amigos, mais de uma pessoa foi infectada. “Um amigo meu fez o teste e deu positivo. Eu tive contato com ele, mas não sei se foi dele que peguei porque outros dois amigos também testaram positivo e outras pessoas do meu ciclo ficaram com esses sintomas de gripe mas não chegaram a fazer teste”, conta. Ele teve dificuldade de receber o diagnóstico porque, no primeiro dia de tentativa, os testes acabaram antes do horário de encerramento do atendimento devido à alta procura.

A variante ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul, em novembro do ano passado. Todos os continentes já apresentam casos. No Brasil, os primeiros casos surgiram em São Paulo, ainda no final de novembro. O país já tem a primeira morte por ômicron confirmada. Trata-se de um idoso de 68 anos morador de um abrigo em Goiânia (GO). Ele tinha uma doença pulmonar e hipertensão arterial. A morte aconteceu no dia 27 de dezembro de 2021 e foi confirmada no dia 6 de janeiro deste ano.

Qual nível de preocupação a ômicron traz?

O imunologista destaca que a nova variante, apesar de menos letal, é extremamente transmissível. “É uma capacidade de transmissão impressionante, superior ao sarampo. A letalidade, no geral, é baixa. Mas isso não significa que não há preocupação. Pode haver desfecho grave com essa variante, inclusive, para quem tomou a vacina, mesmo que isso seja raro. Não há proteção de 100%. Mas o bom é que temos um contingente grande de pessoas vacinadas ou que estão pegando a doença e criando anticorpos, então vamos construindo uma imunidade coletiva”, acrescenta Sant’anna.

Washington Franca-Rocha, coordenador do portal Geocovid e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), concorda que “certamente há subnotificação, devido aos sintomas menos intensos causados por essa variante" e faz o alerta. “O padrão apresentado na Europa e Estados Unidos, onde a ômicron encontra-se no auge, é de baixa letalidade, que vem sendo atribuída à proteção pelas vacinas. Entretanto, cabe salientar que no Brasil ao menos 30% não receberam duas doses de vacina e apenas 20% se encontram imunizados com a terceira dose”.

De acordo com a secretária Tereza Paim, cerca de 2,4 milhões de baianos ainda não retornaram para tomar as segunda ou terceira doses. Dados do Vacinômetro Bahia indicam que, se considerada uma população de 15 milhões de habitantes, pouco mais de 60% da população total está com 2ª dose e cerca de 10% com a dose de reforço.

Os estudos apontam que a variante ômicron é muito mais contagiosa do que as antecessoras, e por isso o mundo tem batido sucessivamente o recorde de casos diários de covid-19. A notícia boa é que os números de mortes não acompanharam a explosão de casos. O risco de hospitalização também é menor. De acordo com um estudo feito pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), as chances de um paciente com ômicron ser hospitalizado é igual a um terço das chances de um paciente com delta.

As vacinas protegem contra a ômicron?

A análise também concluiu que a proteção contra hospitalizações dada pelas vacinas é "boa" contra a ômicron. Uma dose da vacina foi associada a um risco 35% menor de hospitalização entre casos sintomáticos com esta cepa, enquanto duas doses reduzem em 67% esse risco, até 24 semanas após a segunda dose; com 25 semanas ou mais de aplicação da segunda dose, esse risco é reduzido em 51%. Uma terceira dose foi associada com risco 68% menor de hospitalização, na comparação com os não vacinados, diz o comunicado do Reino Unido.

Para a infectologista e pesquisadora da Fiocruz, Fernanda Grassi, diz que a cobertura vacinal que o Brasil tem hoje não é suficiente para conter a ômicron. “A cobertura vacinal da covid ainda não atingiu os níveis necessários para barrar a infecção, ainda mais agora com o surgimento da ômicron. Vários estudos têm mostrado que apenas duas doses de vacina não protegem completamente contra essa variante”, coloca.

Segundo o imunologista Celso Sant’anna, a cobertura vacinal suficiente para barrar a ômicron é relativa.

“A segunda dose, no geral, protege. Mas a proteção vai diminuindo ao longo do tempo, principalmente após seis meses, então a terceira dose é fundamental. Estudos apontam que todas as vacinas, na terceira dose, dão proteção de ao menos 80% contra a forma grave da doença. E o fato é que quanto mais avançado no esquema vacinal você estiver, melhores são as suas chances contra a doença, então não tem por que não vacinar!”, defende.

Sant’anna diz ainda que a ômicron pode ser “o começo do fim”, mas que ainda é cedo para cravar as cenas dos próximos capítulos. “O que parece é que estamos caminhando para um equilíbrio em relação à pandemia no sentido de que, talvez, essa seja a última variante de destaque, que terá alta transmissão, mas baixa letalidade. Aí passaríamos a conviver com esse vírus como convivemos com outros sob controle. Mas ainda é cedo para termos conclusões definitivas e, para chegar a isso, há uma transição ainda preocupante porque estamos tendo pressão no sistema de saúde”, finaliza.

Quais são os sintomas provocados pela ômicron?

A variante ômicron traz algumas novidades em relação ao que já se sabia sobre a covid-19. No início da pandemia, o período de incubação da doença, ou seja, o intervalo entre a data de contato com o vírus até o início dos sintomas, era estimado em até 14 dias. Agora, com a ômicron, os sintomas aparecem entre 3 a 5 dias após o contágio. Além disso, o paciente pode transmitir a doença antes mesmo dos sintomas se manifestarem. Mas quais são esses sintomas?

Febre e perda ou alteração do olfato e paladar foram reconhecidos como os principais sinais de infecção por coronavírus nos últimos dois anos. No entanto, a variante ômicron está provando causar diferentes efeitos, e seus sintomas podem ser confundidos com um resfriado comum, isso porque ela afeta mais as vias aéreas do que o pulmão. Veja quais são eles por ordem de frequência (levantamento do aplicativo ZOE Covid, que acompanha as manifestações clínicas da doença desde o início da pandemia):

Dor de cabeça
Coriza
Fadiga
Espirros
Dor de garganta
Tosse
Voz rouca
Calafrios
Febre
Tontura
Confusão mental
Olfato alterado
Dor nos olhos
Dores musculares incomuns
Perda de apetite
Perda de cheiro
Dor no peito
Glândulas inchadas
Desânimo

Quais cuidados devem ser tomados?

O advogado Guilherme Pitanga, de 25 anos, foi um dos contaminados com covid-19 na onda das festas de final de ano. Os sintomas começaram já no dia 1º de janeiro. “Começou com uma simples coriza. Depois disso, nos três dias seguintes, espirrei bastante, tossi bastante, tive febre, dor de cabeça e secreção. Daí, na última sexta-feira, fiz o teste, depois de rodar de Stella Maris até o Bonfim em busca de vaga, e deu positivo”, conta.

Guilherme passou a virada de ano em Morro de São Paulo com os amigos e admite que relaxou em relação aos cuidados que vinha mantendo desde o início da pandemia. “Eu, sinceramente, não esperava esse baque. Sei que a vacina não nos imune a ponto de não nos contaminarmos mais, mas não esperava esse ‘boom’. Mas, pelo menos, a vacina serviu muito para inibir os sintomas mais graves, tornando a maioria dos casos em uma ‘gripezinha’”, diz.

Para os especialistas, esse relaxamento de cuidados, que não está restrito a Guilherme, é preocupante. Como a ômicron é muito mais contagiosa que qualquer outra versão anterior do vírus, os cuidados precisam ser reforçados. Os infectologistas recomendam usar uma máscara de qualidade superior às de tecido e cirúrgicas. A PFF2, por exemplo, tem uma filtragem melhor, além de vedar bem as entradas e saídas de ar. Mesmo ao ar livre, a recomendação é não tirar a máscara e sempre que possível evitar aglomerações.

“A orientação é que, primeiro de tudo, quem não tomou a vacina, vá tomar. Seja a primeira, a segunda ou a terceira dose. É preciso que as pessoas completem o ciclo para que a gente possa ter uma população o mais imunizada possível. Quando o vírus está no processo de transmissão e se esbarra em pessoas protegidas, com imunidade, ele não vai encontrar um terreno para se propagar. Além disso, é preciso que a sociedade continue seguindo as orientações que existem desde o início da pandemia: utilização de máscara, uso do álcool em gel e adoção do distanciamento”, diz Ivan Paiva, coordenador médico de urgência e emergência de Salvador.

A partir do momento da suspeita de infecção, a recomendação é testar e procurar atendimento médico. “É preciso procurar o mais rápido possível um hospital porque alguns sintomas são diferentes dos tradicionais da covid inicial. Então as pessoas acham que estão com gripe ou resfriado, rinite, qualquer outra coisa. Então é preciso testar e receber orientação médica”, orienta o imunologista Celso Sant’anna. Ele acrescenta que a ômicron é mais difícil de ser detectada pelo teste rápido, então o ideal é o RT-PCR, mas, de todo modo, em caso de teste rápido, o ideal é fazer 5 dias após o contato com alguém infectado ou início de sintomas.

É recomendado isolamento de ao menos cinco dias a partir do aparecimento do primeiro sintoma ou a partir do teste positivo, para o caso de pessoas assintomáticas. Este é o período em que o risco de transmissão começa a cair, mas isso não significa que ele se anule. “O ideal são 14 dias ou ao menos 10, mas já estamos vendo o período de isolamento de 5 dias quando o paciente é assintomático ou tem sintomas leves. Mas eu não defendo esse período porque é uma variante muito transmissível. Claro que cada caso é um caso porque temos países como a França com falta de médicos porque estão todos contaminados, aí flexibilizaram esse tempo e os médicos que estavam bem voltaram a trabalhar. Nos Estados Unidos, por exemplo, está todo mundo se infectando e tem empresas sem funcionários”, explica Celso Sant’anna.

Saiba onde testar em Salvador:

Os testes rápidos de antígeno podem ser feitos das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o resultado é liberado em cerca de 30 minutos.

Centro Histórico

UBS 19º CS Pelourinho
UBS Péricles Esteves Cardoso - Barbalho
UBS Santo Antônio
Itapagipe

USF São José de Baixo - Lobato
UBS Virgílio de Carvalho - Bonfim
UBS Ministro Alkimin - Massaranduba
São Caetano / Valéria

USF Nossa Senhora de Guadalupe – Alto do Peru
USF San Martim II - Fazenda Grande do Retiro
USF Boa Vista do Lobato
USF Lagoa da Paixão - Nova Brasília de Valéria
UBS Péricles Laranjeiras - Fazenda Grande do Retiro
Liberdade

USF IAPI - Pau Miúdo
Brotas

USF Candeal Pequeno
USF Mário Andréa (14º CS) - Sete Portas
UBS Major Cosme de Farias - Cosme de Farias
Barra / Rio Vermelho

USF Úrsula Catarino Garcia - Fazenda Garcia
USF Ivone Silveira – Calabar
USF Engenho Velho da Federação
Boca do Rio

UBS César de Araújo - Boca do Rio
USF de Pituaçu
Itapuã

USF Parque São Cristóvão
USF Vila Verde
USF CEASA I e II
USF São Cristóvão
USF KM 17 - Itapuã
Cabula / Beiru

UBS Calabetão
USF Deputado Cristóvão Ferreira Saramandaia - DETRAN
UBS Prof. Humberto C. Lima Pernambuezinho - Pernambués
USF Raimundo Agripino Sussuarana - Sussuarana
Pau da Lima

UBS Dra. Cecy Andrade - Largo da Feirinha
UBS Canabrava (Rua Bem-Te-Vi)
UBS Sete de Abril
UBS Castelo Branco
USF Gal Costa
UBS Vale dos Lagos
USF Canabrava (Rua Artêmio Valente)
Subúrbio Ferroviário

USF Ilha Amarela
USF Rio Sena
USF Bate Coração
USF Vila Fraternidade
USF Fazenda Coutos III
USF Beira Mangue - São Bartolomeu
USF São Tomé de Paripe
Cajazeiras

USF Palestina - Fazenda Grande I
USF Cajazeiras / Jaguaripe I - Fazenda Grande II
USF Fazenda Grande III
Quantas variantes existem?

As variantes mais comentadas são as chamadas variantes de preocupação, assim classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) porque há evidências de que são mais transmissíveis, podem escapar da imunidade adquirida (via vacina ou infecção natural) e/ou provocar versões mais graves da covid-19. Até o momento, além da ômicron, existem quatro variantes de preocupação.

Relembre quais são elas:

Alfa (antiga B.1.1.7) - detectada pela primeira vez no Reino Unido em setembro de 2020
Beta (antiga B.1.351) - detectada pela primeira vez na África do Sul em dezembro de 2020
Gama (antiga P.1) - detectada pela primeira vez no Brasil em novembro de 2020
Delta (antiga B.1.617.2) - detectada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020
A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-Bahia) foram procurados para comentar sobre o espalhamento da variante ômicron na Bahia, mas não deram retorno.


A Salvador Produções, empresa responsável pela realização do Baile da Santinha In the Park, anunciou, nesta segunda-feira (10), o cancelamento das duas próximas atrações da festa que aconteceriam no dia 14 e 21 de janeiro. A suspensão do baile acontece após o governador da Bahia, Rui Costa, ter decretado a redução de público em eventos no estado.

A próxima edição do ‘Baile da Santinha’, ensaio de verão do cantor Léo Santana, seria no dia 14 de janeiro, a partir das 19h, no Parque Exposições Salvador, na Avenida Paralela. Uma das participações mais aguardadas era a do DJ Alok, que tocaria seus principais hits. Além de Alok, o agito também teria apresentações de Tayrone e João Gomes.

Rui Costa decretou a redução da capacidade máxima de público em estádios e shows, de 5 mil para 3 mil pessoas nesta segunda com o objetivo de frear o avanço do número de casos de coronavírus e H3N2 na Bahia. "Nós limitamos todos os espaços a 50% da capacidade, isso vale pra teatro, cinema e qualquer espaço de evento. E, neles, o limite máximo é de 3 mil pessoas", anunciou em entrevista à TV Bahia. A medida é válida também para estádios de futebol.

Os clientes que adquiriram passaporte ou ingresso para o Baile do dia 14 deverão solicitar o reembolso conforme a política de compra no local ou plataforma em que comprou o ingresso: Loja Bora Tickets, loja do Pida, www.boratickets.com.br www.sympla.com.br

A Salvador Produções informou ainda que realizará nesta sexta (14), às 20h, um novo evento, com formato diferenciado para 3.000 pessoas seguindo orientações do decreto, o “ENSAIOS DE VERÃO”, com shows de Léo Santana, João Gomes e Tayrone. As vendas para este evento começam nesta terça (11).

Os trabalhadores dos municípios baianos de Itabuna e Itororó poderão sacar, a partir de amanhã (11), o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por calamidade. Os municípios foram afetados por fortes enchentes no fim de ano.

Cada trabalhador atingido poderá retirar até R$ 6.220. Somente poderão sacar o FGTS os moradores de endereços informados pela Defesa Civil dos municípios à Caixa Econômica Federal.

A retirada poderá ser pedida por meio do aplicativo FGTS até 28 de março. Basta o trabalhador abrir o aplicativo e escolher a opção “Meus Saques”, sem a necessidade de comparecer a uma agência. Os documentos – foto de documento de identidade e comprovante de residência em nome do trabalhador de até 120 dias antes do desastre – poderão ser enviados pelo próprio aplicativo.

Caso o comprovante de residência esteja em nome do cônjuge, será necessário também enviar certidão de casamento ou escritura pública de união estável. O documento também pode ser incluído no aplicativo.

Ao pedir o saque, o trabalhador poderá indicar o crédito em uma conta de qualquer banco para receber os valores, sem nenhum custo. O prazo para retorno da análise e crédito em conta, caso aprovado o saque, é de cinco dias úteis.

Mais informações podem ser obtidas no site ou entrar em contato com a Caixa no telefone 0800-726-0207.

Até o momento, a Caixa autorizou o saque antecipado do FGTS para 12 municípios da Bahia e dois de Minas Gerais, todos afetados pelas chuvas. Na Bahia, a medida também vale para os moradores de Canavieiras, Eunápolis, Gandú, Ilhéus, Medeiros Neto, Mundo Novo, Prado e Teixeira de Freitas. Em Minas Gerais, os moradores de Águas Formosas e Machacalis podem retirar o dinheiro.

Os bares e restaurantes de toda a Bahia serão obrigados a exigir comprovante de vacinação dos clientes. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (10) pelo governador Rui Costa.

"No caso dos bares e restaurantes nós não limitamos a quantidade de pessoas, mas será obrigatório a exigência do passaporte da vacina. Isso vale para todos os ambientes onde as pessoas precisam tirar as máscaras. A entrada (nesses espaços) será permitida apenas para pessoas vacinadas".

A medida é válida para todo o estado e será divulgada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (10).

Segundo Rui Costa, hoje a Bahia tem 4.400 casos ativos de covid-19. "Em dezembro, eram 2 mil casos ativos. Considerando que temos muita subnotificação porque os municípios reduziram de forma expressiva a testagem, esse número com certeza ainda está subnotifcado. O decreto vale por 15 dias, podendo ser alterado para um prazo menor a depender desse número", explicou em entrevista à TV Bahia.

Além disso, Rui anunciou que todos os espaços fechados como teatros e cinemas poderão receber apenas 50% do seu público. Já os shows e estádios terão público máximo estabelecido em 3 mil pessoas. Antes do novo decreto, eram permitidas até 5 mil pessoas.

A decisão é divulgada no dia em que o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) detectou 12 pessoas infectadas com a variante Ômicron no estado. Além da identificação da Ômicron, foram detectadas 81 amostras da variante delta.

O governador Rui Costa anunciou um decreto com novas medidas para frear o avanço do número de casos de coronavírus e H3N2 em toda a Bahia. Uma das medidas é a redução da capacidade máxima de público em estádios e shows, de 5 mil para 3 mil pessoas.

"Em função do aumento do número de casos, reduzimos de 5 mil para, no máximo, 3 mil pessoas. Nós limitamos todos os espaços a 50% da capacidade, isso vale pra teatro, cinema e qualquer espaço de evento. E, neles, o limite máximo é de 3 mil pessoas", anunciou em entrevista à TV Bahia. A medida é válida também para estádios de futebol.

O governador anunciou ainda novas medidas para bares e restaurantes. Os espaços não terão limite máximo de ocupantes, mas serão obrigados a exigir comprovante de vacinação de todos os clientes.

A decisão é divulgada no dia em que o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) detectou 12 pessoas infectadas com a variante Ômicron no estado. Além da identificação da Ômicron, foram detectadas 81 amostras da variante delta.

Ainda segundo Rui Costa, há um pré-colapso no sistema de saúde nas emergências das UPAs e emergências estaduais. "Tomamos essas decisões baseados nisso e no grande crescimento do número de casos ativos. Esses serão os dois indicadores que iremos monitorar: o percentual e a situação das UPAs e postos de saúde. Além, claro, dos casos ativos. Estamos preocupados também com as crianças, pois houve um aumento de casos de covid e H3N2 entre elas. Mesmo que não se agrave, elas precisam de atendimento médico", finalizou o governador.

O decreto tem validade inicial de 15 dias, podendo ser suspenso antes do prazo, caso haja baixa no número de casos. A medida também pode ser prorrogada.

Nesta segunda-feira (10), o Vitória confirmou o surto de Covid-19 entre jogadores e integrantes da comissão do time. As atividades foram suspensas a partir desta segunda, e ainda não há uma programação de retorno.

O regime de internato na chácara Vidigal Guimarães, em que ficariam os jogadores concentrados e que já havia sido iniciado no dia 3 de janeiro, foi suspenso. Permanecem no local apenas os atletas infectados. São eles: David, Jeferson Renan, Alan Santos, Mateus Morais, Dinei, Caíque e Carlos.

Os assistentes técnicos Pedro Gama e Ricardo Silva, os preparadores Leonardo Fagundes e Rodrigo Santana, os treinadores de goleiro Itamar Ferreira e Victor Muller (da base) e Willian Jesus (do Setor de Inteligência) também estão infectados, além do diretor de futebol Alex Brasil.

Ainda segundo o clube, todos os contaminados estão assintomáticos e, de acordo com o gerente médico da equipe, os exames serão repetidos na próxima quinta-feira (13).

O Vitória tem estreia prevista para o próximo domingo (16), contra a Juazeirense, pelo Campeonato Baiano, às 16 horas, no Barradão.

Em outubro do ano passado, as micro e pequenas empresas (MPE) baianas tiveram um saldo líquido de 9.553 oportunidades, representando 76,7% dos postos de trabalho gerados no Estado. No acumulado do ano, esse quantitativo foi de 92.511, correspondendo a 77,9% das vagas geradas.

Os segmentos que mais geraram empregos foram serviços e comércio com, respectivamente, 41,7% e 27,4%. Nos dados disponibilizados desagregados por munícipio (mais atualizados), em setembro/2021, as MPE da capital baiana tiveram um saldo líquido de 2.681 oportunidades, representando 248%. No acumulado do ano, até setembro/2021, esse quantitativo foi de 16.669 postos de trabalho, correspondendo a 75% das vagas geradas.

De acordo com a gerente adjunta da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae-Bahia Isabel Ribeiro, em novembro de 2021, a Bahia possuía 19.132.675 empreendimentos de micro e pequeno porte. Esses empreendimentos representam cerca de 98% das empresas no país, que respondem por cerca de 50% dos empregos com carteira assinada. Os micro empreendedores individuais (MEI) correspondem a quase 70% do universo das MPEs.

“Quase nunca esses empreendedores viram oportunidades, geralmente, essas iniciativas surgem por uma necessidade de ocupação e geração de renda para sustentar a sua família”, afirma.

Serviços e comércio


Ela explica ainda que o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, obras de alvenaria, promoção de vendas e comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios (minimercados, mercearias e armazéns e fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar) concentram a maior quantidade de MEIs.

“Estamos falando de atividades que requerem baixos níveis de investimento, geralmente com nível de abrangência restrita à região onde estão instalados, exceto se adotarem outros canais de entrega (drivethru, entregas a domicílio, vendas on line) ou realizem comercializações/prestações de serviços nas vias públicas”, explica Isabel.


A representante do Sebrae salienta que, como se trata, em grande parte de empreendimentos iniciados com recursos próprios, com elevadas dificuldades em acessar o crédito, são liderados, geralmente, por pessoas de nível educacional mais baixo, com poucas qualificações técnicas ou gerenciais.

“As exceções ocorrem com profissionais liberais, que adquirem formações universitárias, a exemplo de veterinários, fisioterapeutas, jornalistas, educadores físicos, tecnologia da informação, contadores e outras profissões correlatas que, ou iniciaram suas carreiras por conta própria, ou foram desligados dos empregados com carteira de trabalho e passaram a prestar serviços, em geral para as mesmas empresas que foram desligados, na condição de prestadores de serviços”, esclarece.


Talento natural

O presidente da ABRH-BA Vitor Igdal salienta o talento natural do brasileiro para empreende e destaca a sétima posição ocupada pelo país no Global Entrepreneurship Monitor. “Se olharmos para Salvador e para a Bahia, percebemos que nos destacamos pelo talento da criatividade, que se somado com o empreendedorismo, resulta no fortalecimento do segmento da economia criativa”, diz.


O Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) Evandro Mazo reconhece que a realidade dos pequenos negócios é muito difícil em Salvador e na Bahia, com as restrições e adversidades da pandemia, falta de crédito, inflação em alta e demanda contida.

“No entanto, mesmo com todas essas dificuldades, tem havido um movimento de recuperação da atividade em 2021. No Estado, vê-se uma expressiva contribuição do setor industrial, que vem sendo puxada pela construção e também pelos setores de calçados e produtos alimentícios, compensando a perda ocorrida no ano com o encerramento da Ford”, defende.

Capacitação

Mazo salienta que a maioria dos empreendimentos é de micro e pequenas empresas. “No entanto, é bom destacar que as grandes empresas, apesar de em número reduzido, também geram emprego, além de gerar demanda para os pequenos negócios”, completa.

Isabel reconhece que apesar da importância socioeconômica desses empreendimentos, eles não apresentam potencialidades para o desenvolvimento de encadeamentos produtivos e incorporação de tecnologias mais modernas e robustas, capazes de contribuir para elevar a qualificação e produtividade da mão de obra, a produtividade e competividade da economia, o que deixa o país em uma situação pouco confortável nos indicadores de qualidade e produtividade quando comparada a outros países.

“Na verdade, estamos falando de um cenário de precarização nas relações trabalhistas com níveis de produtividade e competitividade que comprometem o nosso desenvolvimento econômico, produtivo e social”, complementa.
Para Igdal, os interessados em empreender precisam focar seus esforços na capacitação de habilidades como: empreendedorismo, gestão, marketing, liderança, inteligência emocional, vendas, comunicação, gestão de projetos e atendimento. “Só assim eles estarão na direção correta para realizar os seus objetivos pessoais”, acredita.


A Secretária de Desenvolvimento Econômico Mila Paes acredita que os interessados em vagas como essas podem ainda se preparar para participar dos processos seletivos, através de oficinas que ensinam desde a elaboração de um currículo até como se comportar em uma entrevista. “Há vagas disponíveis no SIMM, que são ofertadas através do Instagram: @semdecsimmsalvador e o agendamento do atendimento através do site: agendamentosemdec.salvador.ba.gov.br.”, finaliza.

Para garantir vagas:
1. Mantenha seu currículo atualizado;

2. Mantenha o seu processo de aprendizagem atualizado;

3. Reúna e apresente certificados de qualificações;

4. Reúna e apresenta Cartas de Recomendações;

5. Busque no seu bairro e nas redes sociais informações sobre qualificações, não apenas o Sistema S como outras ONGs – Organizações Não Governamentais tem ofertado uma ampla gama de capacitações. Participar de capacitações também uma forma de desenvolver redes de contatos e relacionamentos que podem gerar indicações e informar sobre oportunidades de emprego;

6. Acesse os sites de organismos públicos estaduais e municipais de intermediação de mão de obra;

7. Acesse sites e aplicativos particulares de intermediação de mão de obra;

8. Leia jornais e acesse outras mídias que informam sobre o mercado de trabalho.

Sexta, 07 Janeiro 2022 14:26

CFEM cresceu 86% na Bahia em 2021

O ano de 2021 foi de muito crescimento para a mineração baiana. Conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o estado registrou um crescimento de 86% na arrecadação em comparação a 2020. Em 2021, a arrecadação ultrapassou os 175 milhões, contra os mais de 94 milhões recolhidos no ano anterior, o que garantiu a manutenção do estado na terceira posição dentre os maiores arrecadadores de CFEM perdendo apenas para o Pará e Minas Gerais.

Tal crescimento se deve ao aumento na produção de substâncias importantes para a mineração baiana. Os minérios de cobre, ouro, níquel, ferro e cromo foram os cinco maiores arrecadadores em 2021, que somados representam mais de 80% de tudo que foi arrecadado no ano. O destaque foi para o minério de ferro, que registrou um crescimento de mais de 2.600% em suas operações. O aumento expressivo deve-se ao início e aumento de produção de grandes empresas no mercado baiano, como a Bamin e a Tombador Iron, que, junto com a Brazil Iron, aumentaram a produção do minério de ferro na Bahia.

Mas, não foi apenas o minério de ferro que foi destaque em 2021. O cobre assumiu a liderança dentre as substâncias com maior arrecadação no ano passado. O minério, que em 2020 ocupava a segunda colocação, registrou um aumento de mais de 100% em suas operações. Os números são resultados de uma preocupação e extenso investimentos em pesquisa realizados nos últimos anos.

“Foram investidos acima de US$20 milhões anuais em pesquisa geológica desde os processos indiretos até os processos diretos de avaliação de potenciais minerais. Como resultado desse trabalho, temos uma expansão e crescimento da produção de concentrado de cobre com sucessivos recordes de produção, quando chegamos a marca de mais de 45 mil toneladas de cobre e uma vida útil projetada para 15 anos”, explica Manoel Valério, Diretor de Operações da Mineração Caraíba, única produtora do minério no estado.

O níquel também foi outra substância com resultados expressivos em 2021. Liderando a produção nacional do minério, a Bahia registrou um crescimento de mais de 180%, em relação a 2020. Produzido em Itagibá, pela Atlantic Nickel, a empresa ultrapassou a marca de 110 mil toneladas de minério comercializadas ano passado. Outro minério que integra a lista é o ouro.

A substância garantiu a segunda posição, como produto com maior arrecadação de CFEM do estado, com mais de 34 milhões recolhidos, e um crescimento de mais de 10%, no valor das operações em 2021. Destaque também para o minério de cromo, que também teve um papel fundamental para o crescimento da mineração baiana. Quinto colocado na lista de maiores arrecadadores da ANM, o minério teve um aumento de mais de 75%, em suas operações no ano de 2021.

Mesmo sem tanta popularidade, algumas substâncias ganham cada dia mais destaque na produção baiana. Produtos como o urânio, que concentra em Caetité, sudoeste baiano, toda a produção nacional, teve um aumento em suas operações em mais de 400%. Outro destaque ficou por conta da Pedra de São Tomé - utilizada na construção civil -. Sexto colocado na lista de maiores arrecadadores, o item registrou um crescimento de mais de 83% nas operações e garantiu a liderança da Bahia em sua produção.

Para o presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, os dados representam o avanço que a mineração baiana teve em 2021, que se deve principalmente pela diversidade geológica do estado.

“Hoje temos mais de 43 minérios diferentes e somos líderes nacionais na produção de 19 substâncias. Somos grandes produtores de água mineral e possuímos a segunda maior reserva de gemas do país. Muita gente não sabe, mas somos os maiores produtores de talco e os únicos de urânio do Brasil. Isso reforça a importância da mineração para a economia do estado. E, em 2022 esperamos alcançar resultados ainda melhores e conquistar mais investimentos em pesquisa, tecnologia e uma logística mais eficiente e sustentável para o escoamento da produção”, destaca Tramm.

Buscando identificar e facilitar o acesso às informações sobre a CFEM, a CBPM desenvolveu um infográfico interativo que analisa uma base de dados com mais de 1,2 milhões de declarações de CFEM, cedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM), para mostrar o que é produzido em bens minerais em cada um dos municípios baianos, desde 2017 até hoje. Na ferramenta é possível ver com facilidade que a mineração está presente em 228 municípios baianos e que somos líderes em 19 tipos minerais. Para saber mais sobre a CFEM do seu município acesse: www.cbpm.ba.gov.br.

Este conteúdo tem apoio institucional da CBPM e WWI e oferecimento da Mineração Caraíba

A capital baiana, assim como outras capitais brasileiras, tem experimentado uma aceleração no número de novos casos da covid-19, deixando em alerta as equipes de saúde municipal e estadual. A preocupação dos gestores é reforçada diante do número crescente de pessoas com o calendário de imunização incompleto.

Somente em Salvador, conforme divulgado pelo secretário municipal da Saúde, Leo Prates, mais de 411 mil pessoas, com idades igual ou superior a 18 anos, estão atrasadas com a dose de reforço. Outras 223 mil não retornaram para a segunda dose.
Os faltosos também são observados na aplicação da primeira dose. Mais de 33,6 mil pessoas cadastradas no sistema da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não compareceram aos postos de aplicação. Deste total, 17.306 são adolescentes e jovens com idades que variam de 12 a 17 anos.

Nesta quinta-feira (6), Prates utilizou as redes sociais em apelo aos faltosos e destacou que “a ausência na vacinação pode levar a uma nova onda de covid-19 e óbitos”. Mais cedo, em entrevista á TV Bahia, o secretário alertou para o avanço do fator RT, índice que mede a transmissão.

“Existe uma aceleração da doença. Você tinha um fator RT há duas semanas que estava em 0,79. Estamos com RT em 0,95. Lembrando que o RT acima de 1 é padrão de descontrole epidemiológico. Então aí a gente poderia falar de uma nova onda. Mas está se desenhando uma nova onda de Covid-19 em Salvador”.

Depois do descanso, a preocupação. Assim têm sido os primeiros dias de 2022 para a dentista Vitória Medina, 23 anos. Ela passou a virada do ano ao lado de amigos em Jacuípe, no Litoral Norte baiano, e, ao voltar de viagem, sentiu os primeiros sintomas gripais. Fez o teste e o resultado foi positivo para a covid-19, a infecção causada pelo coronavírus Sars-Cov-2. A situação dela está longe de ser incomum. Em toda a Bahia, em uma semana, os números de novos casos da doença aumentaram sete vezes e meia, logo após a virada de ano.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no último sábado (1º), eram 171 casos registrados de covid-19 no território baiano. Nesta quinta-feira (06), o número saltou para 1.288 pessoas que testaram positivo para a infecção, um crescimento de 653,2% nos registros.

Para se ter uma ideia, o estado não registrava tantos infectados de uma vez desde 12 de agosto de 2021. Na ocasião, 1.362 contaminados foram identificados. O crescimento já é nítido no aumento da demanda de pacientes nos gripários, hospitais, clínicas e consultórios públicos e privados do estado. Médica infectologista, Clarissa Cerqueira afirma que os últimos dias foram de alta procura de pessoas infectadas pelo vírus por atendimento.

“De terça-feira para cá, começou a aumentar tanto a internação hospitalar como o número de pacientes doentes. Tem muita gente procurando! Meu consultório está cheio, não parei de atender. Até as teleconsultas estão lotadas”, conta a médica, ressaltando que a maioria dos casos são leves por conta da cobertura vacinal.

Pós-réveillon

Vitória Medina, citada no início da reportagem, se reuniu com 15 amigos em uma casa para a virada de 2021 para 2022. Ela conta que não aglomerou e nem foi em festas. Ainda assim, não conseguiu escapar da covid-19. O primeiro sinal do vírus foi a garganta arranhando já no dia 2 de janeiro. Dois dias depois, mais sintomas vieram e preocuparam a dentista.

“Uma amiga que foi para Maceió testou positivo depois do réveillon. Achei que poderia estar acontecendo o mesmo comigo por conta das reuniões de fim de ano. Com medo, porque meus pais são idosos, fiz e deu positivo”, conta ela, que mora em Salvador, mas está isolada em Camaçari.

Outra soteropolitana, que preferiu não se identificar, passou por uma situação parecida. Virou o ano em Arembepe na companhia de 20 pessoas. Na volta para casa, ela e duas amigas começaram a sentir sintomas como inflamação na garganta. Ontem, ela fez o teste e confirmou que estava com covid-19.

“Eu tô com sintomas desde terça-feira, só não fiz o teste antes porque tem muita gente procurando e estava difícil de arranjar. Acredito que foi por causa do réveillon mesmo porque senti logo depois da volta e minhas amigas também”, contou. Ela acrescentou que notou pessoas tossindo na casa onde estava em Arembepe.

O estudante de direito Rafael Dantas, 23, começou a sentir os sintomas no dia 3 de janeiro, depois de voltar de uma viagem que fez para Morro de São Paulo, na companhia de 12 pessoas. Ele já fez o teste e aguarda a confirmação para saber se está com o vírus ou não.

“Foi logo quando eu cheguei. Os primeiros sintomas foram dor nas articulações, na lombar e na cabeça. No dia posterior, essas dores já tinham diminuído e fiquei apenas com coriza e tosse, sintomas esses que se prolongam até o atual momento”, detalhou.

Ômicron como fator

Procurado pela reportagem para explicar essa explosão de casos, o infectologista Matheus Todt afirma que as reuniões das festas de final de ano são, de fato, as principais culpadas pelo cenário atual. No entanto, há um elemento a mais para que a resposta seja tão imediata.

"É um reflexo do ano novo sim. No entanto, não é só isso. A culpa maior é das reuniões e aglomerações, mas a variante ômicron, que a gente acredita ser mais transmissível que as outras, é um fator que, associado às festas, pode ter influenciado", explica.

Ao falar do que pode ter feito com que a conta das festas de ano novo chegasse tão rápido, a infectologista Clarissa Cerqueira também cita a variante ômicron como um fator e adiciona a falta do uso de proteção em reuniões que nem precisam virar aglomeração para infectar muitas pessoas.

“As pessoas evitam aglomerações, mas mantém muito contato com grupos próximos. O que observo é que, em uma família reunida, todo mundo se infecta por baixar a guarda nas medidas de proteção como o uso de máscara”, acrescenta.

Ela explica ainda que a velocidade com que as pessoas estão sendo infectadas pode ter a ver com o potencial transmissivo da ômicron. “Há suspeitas de que o RT, que é o número de transmissão dessa variante, seja maior que o das outras. A princípio, ela parece ser mais transmissível, podendo passar para 5 a 7 pessoas, potencial bem mais elevado em relação às outras”, acrescenta.

A hipótese dos infectologistas combina com um levantamento da plataforma “Our World In Data”, que aponta que 58,33% dos casos de covid-19 identificados no Brasil nas duas semanas anteriores a 27 de dezembro são de responsabilidade da variante ômicron.

No entanto, de acordo com a Sesab, as variantes identificadas em circulação na Bahia até o momento são a Alpha, Gamma e Delta, sendo a última mais predominante nos últimos resultados de sequenciamento genômico do Sars-CoV-2.

Quarta onda?

Ainda de acordo com a Sesab, independente da variante, o cenário causa temor. “A curva crescente preocupa visto que, além da pandemia de COVID-19, estão em curso o surto de influenza, a situação de emergência em saúde pública devido às enchentes na região sul e extremo sul do estado incluindo o período de sazonalidade das arboviroses, o que podem levar à sobrecarga do Sistema Único de Saúde”, escreve por meio de assessoria.

Mateus Todt cogita a possibilidade do crescimento que vemos agora se tornar uma nova onda. "Existe uma possibilidade da gente vivenciar um aumento substancial de casos e isso configurar um novo pico epidêmico”, fala o infectologista, destacando que todos os números são subestimados, já que se testa pouco por aqui.

A médica Clarissa Cerqueira também vê de forma parecida, mas acredita que podemos estar falando de uma onda com características diferentes. "Dentro das conversas com colegas especialistas, a gente acha que pode vir uma onda grande, mas curta. Uma onda com muita gente infectada, mas que não dure como as anteriores", pontua.

Cuidados devem permanecer

Diferente de outros momentos da pandemia quando houve uma alta de números de casos, muitos cidadãos não têm optado por se testar ou se isolar quando o primeiro sintoma aparece. Pelo contrário, é comum ouvir relatos de pessoas que, mesmo com sintomas, continuam circulando com o vírus.

Por isso, temos um guia com as principais respostas sobre o que ainda precisa ser feito quando a infecção de covid-19 é uma possibilidade. Confira:.

Sentiu algo, mas acha que é besteira?

“Antes de tudo, não se trata de gripe besta, é covid. Pode até ser influenza que não é besteira. Não se pode tratar as questões respiratórias neste momento como uma coisa comum e menosprezar o vírus”, alerta Clarissa Cerqueira.

Testar, testar e testar

"Não dá para fazer auto diagnóstico. Como são quadros gripais que apresentam semelhança de sintomas, é preciso testar e saber o que tem para se proteger e garantir a proteção dos outros. Então, se há a possibilidade de fazer o teste, tem que ir o mais rápido possível", salienta Matheus Todt.

Tem algum sintoma? Fique longe dos outros!

“Se está com sintoma respiratório, é para ficar em casa. Não saia para se encontrar com familiares e amigos porque, ao fazer isso, você vai passar o vírus à frente, mais pessoas serão infectadas”, reitera Clarissa Cerqueira.

Mantenha as medidas de prevenção

“Precisamos ainda preservar ações básicas dentro da pandemia que ainda são necessárias. É preciso manter o distanciamento social, higienizar as mãos e fazer o uso correto das máscaras”, conclui Matheus Todt.