O Jornal da Cidade
Bahia registra 1.354 casos de covid-19 e 49 mortes em 24 horas
A Bahia registrou 1.354 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 313.404 o total de infectados desde o início da pandemia, segundo divulgou nesta sexta-feira (2) o boletim da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Com as 49 mortes registradas nesse período, o número total de óbitos chegou a 6.844.
Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (27,83%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (6.687,57), Almadina (6.497,07), Madre de Deus (6.115,77), Itabuna (6.070,64), São José da Vitória (5.267,81).
Na Bahia, 26.262 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Comissão avalia adesão do Brasil a aliança global para desenvolver vacina contra Covid-19
A comissão mista que analisa os impactos econômicos do novo coronavírus discute na próxima quarta-feira (7) a adesão do Brasil à aliança global coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que reúne governos e fabricantes para garantir o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 e o acesso igualitário a ela.
A adesão foi autorizada por meio da Medida Provisória 1003/20, que está em análise no Congresso.
A aliança foi batizada de Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19 (Covax Facility) e reúne mais de 150 países, entre aqueles que já aderiram formalmente ou confirmaram o interesse. Na América do Sul já participam Argentina, Chile, Colômbia e Paraguai.
Junto com a MP 1003/20, o governo editou a MP 1004/20, que prevê a liberação de R$ 2,5 bilhões para financiar os custos do ingresso do Brasil no Covax Facility.
Convidados
O debate será realizado, a partir das 10 horas, por meio de videoconferência no portal e-Decmocracia.
Foram convidados para discutir o assunto com os parlamentares o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Coronel Élcio Franco; e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto.
Caixa abre 770 agências para pagar auxílio emergencial e FGTS
A Caixa Econômica Federal abrirá neste sábado (3) 770 agências para o pagamento a 9 milhões de beneficiários do auxílio emergencial e do saque emergencial do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O atendimento será das 8h às 12h.
Não é preciso chegar antes do horário de abertura. Em comunicado, a Caixa esclarece que todas as pessoas que procurarem as agências durante o funcionamento serão atendidas.
Os beneficiários do auxílio emergencial nascidos em maio – 4 milhões de pessoas – poderão sacar o benefício em dinheiro e os trabalhadores nascidos em junho – 5 milhões de pessoas – poderão retirar em espécie os valores referentes ao saque emergencial do FGTS.
No total, foram creditados R$ 5,8 bilhões, nas respectivas poupanças sociais da Caixa desses beneficiários. Os recursos já estavam disponíveis para movimentação digital por meio do aplicativo Caixa Tem e agora poderão ser sacados em espécie. Pelo aplicativo, é possível realizar compras, por meio do cartão de débito virtual e QR Code, pagar de boletos, contas de água, luz, telefone, entre outros serviços.
De acordo com a Caixa, os ciclos de crédito em conta e saques em espécie do auxílio emergencial seguem até dezembro, para o pagamento das cinco parcelas definidas pelo governo federal para o público do Cadastro Único e Bolsa Família e para quem se cadastrou pelo site ou aplicativo da Caixa. Ao todo, neste sábado, serão pagos R$ 218,3 bilhões do auxílio para 67,7 milhões de brasileiros, num total de 324,5 milhões de pagamentos.
No caso do saque emergencial do FGTS, 60 milhões de trabalhadores, nascidos de janeiro a dezembro, já têm acesso ao valor por meio do Caixa Tem. O valor total liberado é de R$ 37,8 bilhões.
A partir deste sábado (3), os trabalhadores nascidos em junho que tiveram o crédito e que não movimentaram a conta poupança digital ou que tenham saldo remanescente já poderão sacar o benefício em dinheiro. Também será possível transferir os valores, via Caixa Tem, para outra conta, seja da Caixa ou de outras instituições financeiras.
Homem atira cinco vezes em mulher que se negou a fazer sexo com ele na Bahia
Uma mulher de 26 anos sofreu uma tentativa de homicídio na noite desta quinta-feira (1), num sítio na zona rural de Mata de São João, município do Litoral Norte da Bahia. De acordo com a delegacia da cidade, um homem atirou cinco vezes contra ela, atingindo-a nas pernas e braços, depois que a vítima se recusou a fazer sexo com ele.
A Polícia Civil informou que ela foi socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE) e o autor do crime está sendo procurado. A polícia já sabe que ele é morador da cidade e está foragido. Para os peritos, a mulher só não foi assassinada porque, possivelmente, o criminoso possui algum nível de disfunção motora e não conseguiu manejar a arma a ponto de matá-la.
A vítima foi inicialmente internada num hospital de Mata de São João, de onde foi ouvida remotamente pelo delegado Euvaldo Costa, e posteriormente encaminhada para o HGE. Como os ferimentos foram considerados graves, a delegacia optou por ouvi-la logo a fim de adiantar as investigações para encontrar o suspeito.
Donald Trump é levado para hospital após ser diagnosticado com covid-19
Donald Trump foi levado para o Centro Médico Militar Nacional Walter Reed para observação dos sintomas de covid-19 nesta sexta-feira (2). O presidente norte-americano foi diagnosticado com coronavírus.
Trump está com tosse e febre baixa, de acordo com duas pessoas ouvidas pelo jornal The New York Times. O vice-presidente Mike Pence, Joseph R. Biden Jr. e a palestrante Nancy Pelosi tiveram resultados negativos.
Trump, e a primeira-dama, Melania Trump, "estão bem" e apresentam sintomas leves, informou o médico da família, Sean Conley. Trump anunciou pouco antes que ele e Melania estão infectados com o novo coronavírus.
Conley informou ainda, em nota, que Trump vai permanecer trabalhando, apesar do isolamento imposto pela covid-19. O presidente americano cancelou um comício que faria nesta sexta-feira na Flórida, mas confirmou a participação em uma conferência telefônica em apoio a idosos vulneráveis à doença.
Mulher encontra granada dentro de casa em Feira de Santana
Uma mulher encontrou uma granada dentro da própria casa em Feira de Santana na manhã desta sexta-feira (2). Assustada, ela chamou a polícia e duas guarnições, da 64ª e 66ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), foram deslocadas para verificar a situação. De acordo com a PM, além do objeto suspeito, também foi relatada a ocorrência de tiros contra o imóvel.
Ao chegar no local, os policiais militares constataram que aparentava mesmo ser uma granada, então isolaram a área e em seguida acionaram o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que deslocou uma equipe da Companhia Antibombas.
A equipe do Bope identificou que se tratava de uma granada artesanal, ativa e com risco de detonação. Os policiais explosivistas retiraram a bomba da casa e removeram o artefato para um local seguro, onde foi finalmente detonado e destruído.
De acordo com a TV Bahia, que esteve no local, o caso aconteceu na Rua Joaquim Nabuco, numa região central do município. Segundo moradores ouvidos pela reportagem, na casa mora apenas uma senhora, que é parente de uma pessoa envolvida com o tráfico de drogas, o que pode ter motivado o ataque.
Operários que retiraram fios de cobre se apresentam voluntariamente à polícia
Uma parte dos 10 operários que trabalharam na retirada de fios de cobre da Rua Direita do Santo Antônio, na manhã do último domingo, foi voluntariamente, nessa quinta-feira (1) até a 1ª Delegacia Territorial da Policia Civil, localizada nos Barris, para prestar esclarecimentos dos fatos. O grupo tinha sido acusado de furtar os cabos elétricos subterrâneos que já estavam desativados, mas alegaram que foram contratados por um funcionário da construtora Pejota para realizar o serviço.
Essa empresa ganhou a licitação do Governo do Estado para realizar as ruas do bairro e fazem há sete meses a obra. “Viemos para esclarecer os fatos. Nós jamais estaríamos mentindo, pois não temos necessidade disso. Se nos escondêssemos, a polícia viria atrás da gente, como se fôssemos os culpados. Não roubamos e sim fomos contratados pelo funcionário de nome Thailan”, disse o operário que se identificou apenas como Marcelo, de 33 anos.
No total, foram seis homens ouvidos pela delegada Rogéria Araújo, que acompanha o caso. Ela não ainda não quis falar com a imprensa sobre o inquérito que foi aberto. Os detalhes da investigação da polícia também não foram divulgados, para evitar interferências no curso das apurações. “A gente está sendo vítima nessa história e queremos que isso fique claro no inquérito”, disse Marcelo.
Dessa vez, tanto Marcelo como outros quatro funcionários que prestaram depoimentos não tiveram vergonha de mostrar o rosto. Apenas o líder do grupo preferiu permanecer no anonimato, pois disse que sua imagem está associada à sucata em que ele trabalha e não quer prejudicar o nome da empresa. “Eu também tive a sorte de não ter meu rosto exposto nas imagens que viralizaram nas redes sociais nessa semana. Foram os meninos que apareceram”, disse o líder.
Na quarta-feira, sem se identificar, parte do grupo já tinha revelado a sua versão dos fatos em entrevista exclusiva ao CORREIO e à TV Bahia. Dessa vez, o grupo permaneceu na 1ª DT das 10h30 até as 17h da quinta-feira. “Tivemos que perder um dia de trabalho, mas é importante que tudo fique claro. Outros funcionários não puderam vir hoje, pois estavam com compromissos já marcados”, explicou o líder do grupo.
Depoimentos
Rodrigo Conceição, 27 anos, foi um dos que falaram com a delegada. “Eu passava no bairro e o povo me chamava de ladrão, o que era muito ruim. Agora, eu e minha família estamos mais aliviados, pois tudo está sendo esclarecido. Eles sempre acreditaram em mim, pois sempre fui trabalhador e nunca algo do tipo aconteceu comigo”, disse o jovem, que trabalha como diarista em operações como essa. “Recebemos R$ 50 por dia de trabalho, R$ 100 aos domingos”, disse.
“Quando tudo aconteceu, minha filha pequena disse que eu estava passando na televisão. Fiquei dois dias sem dormir, tive medo de ir preso por algo que não era culpa minha. Fui fazer um serviço, ganhar R$ 100 para levar para dentro de casa. Eu só peço que esse engenheiro apareça na delegacia e esclareça tudo. Não quero passar essa vergonha mais”, completou
A advogada Marcela Nascimento acompanhou o grupo durante todo o dia e explicou que eles não iam abrir uma queixa nesse momento. “Eles vieram esclarecer, se defender, explicar que foram contratados por um suposto engenheiro da Pejota. Inclusive, eles tiveram nas dependências da construtora e pegou materiais. Viemos ajudar a delegada nesse inquérito policial”, disse.
Marcela também explicou que não havia um contrato escrito que estabelecia um vínculo entre as duas partes e sim um acordo verbal voltado para a retirada dos fios. “No início, eles queriam prestar uma queixa contra o suposto engenheiro e a empresa, mas vamos avaliar isso mais ao final desse inquérito. O importante agora é cooperar com o inquérito policial e esclarecer que eles não sabiam que se tratava de um furto. No momento, a culpa é do engenheiro, que precisa prestar esclarecimentos”, disse.
O primeiro a ser ouvido pela delegada foi o lider do grupo, que conversou com o suposto engenheiro por mensagens de whatsapp. “Ele nos falou que a empresa queria ‘se cobrir’, ou seja, se isentar da responsabilidade e disse que teria feito a denúncia por pressão da Conder. Eu falei que ele teria que ter nos explicado que o serviço era algo ilegal, pois assim a gente não iria fazer. Disse que estávamos chateados e ele nos bloqueou no whatsapp. Entrei em contato com a administração da Pejota, enviei os prints para eles e até agora não recebi nenhum retorno”, afirmou.
O grupo afirmou que atua há 10 anos no mercado e que é comum eles serem chamados por construtoras para retirarem sucata de obras. “Se fosse de noite, eu iria estranhar. Mas era no domingo, um dia comum de trabalho para a gente. Bem, a empresa emitiu uma nota que se isentava da responsabilidade, mas eu quero que eles esclareçam legalmente que o funcionário deles contrataram a gente, o que foi a verdade”, disse o líder.
Relembre
No domingo, pessoas sem máscara, vestidas com uniformes azuis e com maquinários de grande porte, como retroescavadeiras, destruíram 60 metros de extensão de um lado da rua para levar fios de cobre que estavam enterrados no local. A ação se iniciou por volta das 8h30, durou cerca de quatro horas e danificou a rede de tubulação de água, que já foi consertada.
A Coelba confirmou que os cabos furtados pertencem a uma linha de transmissão desativada, mas que permaneceram no local para uma eventual necessidade. Em nota, ela afirma que acompanha o inquérito policial em curso e seguirá tomando as medidas cabíveis para apuração dos fatos e responsabilização dos envolvidos.
A Conder não quis se pronunciar sobre o assunto. Já a Pejota Construções disse que não tem qualquer relação com os fatos noticiados. “A empresa disponibiliza vigilância para os materiais e equipamentos existentes no canteiro de obras. A construtora reforça que realiza os serviços no horário comercial, de segunda a sábado, e o tráfego de veículos e pedestres é livre e permanente durante toda a semana”, afirmaram.
Foi a prórpria Pejota que prestou queixa na delegacia, após o pedido da Conder, o que teria sido feito numa reunião entre as duas partes realizada na tarde dessa terça. No entanto, em nota divulgada para a imprensa um dia antes, a Conder já tinha dito que fizera o pedido à Pejota para que registrasse queixa.
“Internamente, não há nenhum registro de contrato que vincule a empresa a este serviço prestado no dia 27. O funcionário citado não possui nenhum tipo de autonomia para contratação de serviços em nome da empresa sem a prévia autorização, conforme o manual de procedimento interno. A empresa foi surpreendida com o possível envolvimento do mesmo no ocorrido. Caso seja comprovada sua responsabilidade, este será o único a assumir as consequências de seus atos que diferem do código de conduta da empresa”, disseram.
Confira a nota completa:
A Pejota Construções, responsável pela execução das obras de pavimentação e requalificação das vias na região do Santo Antônio Além do Carmo, através de contrato firmado com a CONDER, esclarece que não tem qualquer relação com os fatos noticiados. A empresa disponibiliza vigilância para os materiais e equipamentos existentes no canteiro de obras. A construtora reforça que realiza os serviços no horário comercial, de segunda a sábado, e o tráfego de veículos e pedestres é livre e permanente durante toda a semana.
A empresa está colaborando com as investigações, em contato direto com a CONDER para apoiar na implantação de novas medidas a serem adotadas. A primeira medida foi o registro de boletim de ocorrência feito pela Pejota, na Delegacia dos Barris. A ação aconteceu após pedido da CONDER feito em reunião ocorrida no dia 29.
As imagens amplamente divulgadas pela imprensa mostram que o fardamento usado pelos criminosos não possui nenhuma identificação da empresa. Além disso, os fios de cobre e o maquinário utilizado também não pertencem à empresa.
A construtora reforça que a retirada dos fios de cobre de Santo Antônio Além do Carmo foi praticada por terceiros de forma alheia ao conhecimento da empresa. Após apurações preliminares relativas à denúncia feita à imprensa, a Pejota instaurou uma sindicância para tomar todas as providências legais cabíveis e afastou um funcionário da obra enquanto acontecem as investigações para apurar as responsabilidades.
A Pejota reafirma que não contratou o serviço para nenhum fim, todos os contratos de empreitadas e serviços são feitos através de processos internos, passando por análises de serviço, cotações e autorização dos setores administrativos da empresa e da diretoria e, só após a formalização do contrato e da ordem de serviço é que o fornecedor executa o que foi contratados. Internamente, não há nenhum registro de contrato que vincule a empresa a este serviço prestado no dia 27.
O funcionário citado não possui nenhum tipo de autonomia para contratação de serviços em nome da empresa sem a prévia autorização, conforme o manual de procedimento interno. A empresa foi surpreendida com o possível envolvimento do mesmo no ocorrido, levantado pela mídia no dia 29/09. Caso seja comprovada sua responsabilidade, este será o único a assumir as consequências de seus atos que diferem do código de conduta da empresa.
Ainda assim, todas as medidas foram tomadas para reparar os danos, evitando maiores prejuízos para os moradores, para a CONDER e para a Coelba – mesmo tendo sido a Pejota também prejudicada, assumindo todos os custos de requalificação e sua imagem atingida.
Finalizamos reforçando, mais uma vez, que não houve a contratação dos “serviços” e que estamos colaborando com imagens, informações e documentos a fim de apoiar as autoridades competentes na resolução do caso. A partir desse momento, as informações sobre o caso serão dadas pelas autoridades competentes que conduzirão a investigação.
Incêndio em Barra: Corpo de Bombeiros encontra 'vários focos em locais diversos'
Após informar na última segunda-feira (28) que o incêndio no município baiano de Barra, no Oeste, estava próximo de ser controlado, o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) anunciou nesta quinta-feira (1º) que os bombeiros especialistas a combate a incêndios florestais identificaram vários focos em locais diversos da área na qual está sendo realizado o combate, a menos de 5km do Rio São Francisco.
"Nesta sexta-feira (2) os bombeiros vão permanecer na mesma área, dando seguimento às ações iniciadas", informou o CBMBA.
Segundo dados da consultoria Climatempo, nesta sexta a temperatura deverá chegar a 37°C e a velocidade dos ventos em torno de 32 km/h no local.
"Uma das maiores dificuldades encontradas pelos militares é com o uso indiscriminado do fogo pela população daquela região, feito principalmente para limpeza de terreno, o que pode acabar fazendo com que a pessoa perca o controle das chamas e cause, assim, novos incêndios, visto que o vento na área é muito forte e esse material pode ser projetado a muitos metros de distância, causando incêndios em pontos diferentes", explica o órgão.
Do início de setembro até a última segunda, o município de Barra está como o terceiro com maior número de focos de queimadas na Bahia, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao todo, 87 focos de fogo foram identificados por lá, ficando atrás apenas de Muquém de São Francisco (110) e Formosa do Rio Preto (103).
Procon apura prática abusiva de preços no setor de material de construção
O aumento nos preços de materiais de construção na Bahia fez a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA) iniciar uma operação para verificar se existe uma prática abusiva por parte dos estabelecimentos comerciais que vendem esses produtos. De março para outubro, o preço do bloco (pacote com mil unidades) passou de R$ 450 para R$ 1200 a R$ 1100, como noticiado pelo CORREIO. Já o tubo de PVC de 6 metros, antes R$ 43, agora custa R$ 65, e a telha eternit, encontrada a R$ 12,50, subiu para $19,50. Para apurar se existe superfaturamento dessas empresas, o Procon notificou 27 lojas no estado desde quarta-feira (30), quando a operação se iniciou.
A ação pretende investigar se o reajuste nos valores foi feito pelos comerciantes, pela indústria ou pelos produtores. “O que a gente quer saber é se foram as empresas de materiais de construção que praticaram o evento ou se o reajuste já veio repassado para eles”, explicou o diretor de fiscalização do Procon, Iratan Vilas Boas. As visitas às lojas estão sendo feitas a partir das denúncias recebidas, pelas quais o órgão destacou “aumento de preço significativo” de blocos cerâmicos, blocos de concreto, cimento, areia e britas.
Ao notificar esses estabelecimentos, o Procon dá o prazo de 10 dias para que eles entreguem as notas fiscais dos produtos comprados antes e depois da pandemia. A partir daí, os valores serão catalogados e as empresas terão de apresentar uma explicação para o aumento, se for constatado.
“O comércio é livre, mas não é cabível um comerciante elevar os preços de seus produtos durante uma crise. É preciso ter uma justificativa, uma causa justa. Se a justificativa não for convincente, essas empresas serão autuadas”, acrescentou Vilas Boas.
Segundo o Procon, a multa varia de R$ 400 a R$ 6 milhões, a depender do porte da empresa, número de consumidores lesados e a natureza da infração.
Na loja O Fazendão, em Cajazeiras, o proprietário Gilberto Cerqueira disse que tudo aumentou em torno de 50% nos últimos 6 meses. “Não tem um produto vilão, todos os meus 60 mil itens sofreram aumentos. Todos os meus 50 fornecedores aumentaram e você é obrigado a repassar”, relatou Cerqueira. Ele disse ainda que deixou de vender bloco cerâmico por conta da subida de preço, que aumenta todos os meses. “Eu vendo meu estoque e no mês seguinte, quando vou comprar, eu compro mais caro porque a indústria já subiu. Todo mês é 8, 12, 15%. Não tá dando vontade nem de trabalhar. Não sei onde isso vai parar”, desabafou o empresário.
O mesmo aconteceu na Peixe Material de Construção, no bairro Tancredo Neves. “A situação tá complicada, os materiais estão vindo com reajuste de 20 a 40%. Quando a gente repassa para o cliente, a gente explica que não é da nossa parte, já vem da indústria. Ou a gente aumenta, ou não tem nenhum tipo de lucro”, esclarece Alex Silva, proprietário da loja. Ele tem mudado de fornecedor durante a pandemia, a fim de encontrar o melhor preço de fábrica. Porém, muitas vezes nem encontra os produtos.
Falta matéria-prima
“Tem 20 dias que estou tentando comprar cimento. Na empresa que eu comprava tinta, eles informaram que estão sem material até dezembro. Teve um dia que fomos na porta da fábrica pegar alumínio, tinha 10 carretas, inclusive de outros estados, para retirar material, e não tinha matéria prima. A gente fica preocupado” exemplificou Silva. A porta de alumínio, que ele vendia a R$280, passou a custar R$ 380 em sua loja.
O presidente da Associação de Comerciantes de Material de Construção da Bahia (Acomac-BA), Geraldo Cordeiro, explica que a falta de matéria prima ocorre pela alta demanda do mercado, que as empresas não estão dando conta. “O que está ocorrendo é a falta de produtos, não só material de construção. Pela demanda, que está muito forte, o preço vai aumentando, é algo natural. E as fábricas estavam paradas no início da pandemia, então não conseguiu atender o mercado, mas até dezembro deve se normalizar”, diz Cordeiro.
A empresa SIL, que vende fios e cabos elétricos de baixa tensão próprios para lojas de materiais de construção, explica que houve uma redução na extração de cobre e falta de PVC, material que faz o isolamento do fio. Com o estoque menor, a empresa limitou a quantidade que cada cliente receberia do produto. “O cobre foi o primeiro material a ficar escasso por conta da diminuição da extração devido à covid. Teve uma escassez de matéria-prima mas não chegou a faltar material, porque fizemos um planejamento para atender todo o Brasil, dividindo a quantidade para cada cliente”, explicou o gerente comercial Nordeste, Márcio Scorsatto.
Como denunciar
Caso o consumidor note algum abuso de preço, é possível ajudar o Procon nesta fiscalização, já que as equipes visitam as lojas a partir das denúncias. Elas podem ser encaminhadas, inclusive anonimamente, através do Aplicativo PROCON BA MOBILE ou pelo E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
Prefeitura de Camaçari vai apurar grilagem em loteamento de Vila de Abrantes
A prefeitura de Camaçari vai apurar a denúncia de grilagem no Loteamento Hilda Malícia, em Vila de Abrantes. Técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da cidade (Sedur) farão uma vistoria no terreno, que vem sendo cobiçado por milicianos que atuam em várias regiões do município e da cidade vizinha de Simões Filho.
"Vamos averiguar o que aconteceu na área, se procede a formação de grilagem”, declarou o secretário Genival Seixas. Ele disse que os técnicos devem ir ao local até essa sexta-feira (2). A medida foi adotada após denúncia do CORREIO, que teve acesso com exclusividade ao vídeo feito por um dos herdeiros do terreno, Wilson Messias de Souza, o Cidinho.
Na gravação, feita em janeiro deste ano, Cidinho denuncia um esquema de grilagem envolvendo policiais militares e pelo qual vinha sendo ameaçado. Ainda no vídeo, o herdeiro aponta o sócio de uma imobiliária, Cleves Salviano da Silva, como o grileiro, chefe da milícia. Dois meses após a denúncia, Cidinho foi assassinado por uma dupla de motoqueiros em Abrantes.
O secretário Seixas disse ainda que vai verificar as condições legais do loteamento. "Vamos averiguar o que aconteceu na área, se procede a formação de grilagem. Vamos também averiguar se há a conclusão do espólio, que é o conjunto dos bens que integra o patrimônio deixado pelo falecido e que serão partilhados no inventário. Somente após esse processo é possível vender as terras. Veremos também se o loteamento é regular, de acordo com os procedimentos da prefeitura", declarou.
Intimidação
Na manhã dessa quinta-feira (1), homens que seriam policiais militares ligados a Cleves Salviano amanheceram no Loteamento Hilda Malícia. Mantendo novamente uma certa distância, eles observavam toda a movimentação dos compradores dos lotes, os quais querem expulsar para dar continuidade à exploração imobiliária clandestina. Nas imagens feitas pelas próprias vítimas, aparecem três homens, usando camisas preta, branca e vermelha, cada um, ao lado de um carro branco.
Ainda de acordo com eles, esses homens seriam policiais que fazem segurança para Cleves, tendo como o chefe desse grupo armado um subtenente da 52ª Companhia Independente (CIPM/Lauro de Freitas). “ Pois é. O que a gente sabe é que Cleves prometeu a cada um deles um terreno para expulsar todos nós”, disse um dos entrevistados.
Vídeo
O vídeo ao qual o CORREIO teve acesso com exclusividade já foi analisado pela Polícia Civil. A gravação chegou à reportagem uma semana após as mortes do soldado da PM Ítalo de Andrade Pessoa e do amigo dele, o ex-fuzileiro naval Cleverson Santos Ribeiro, assassinados no dia 11 deste mês em Camaçari. Segundo moradores da região, um dos autores dessas execuções, um sargento da 59ª Companhia Independente (CIPM/Vila de Abrantes), e um outro PM, um tenente da 31ª CIPM de Valéria, fazem parte da mesma milícia que vem atuando no Loteamento Hilda Malícia, intimidando pouco mais de 40 pessoas que compraram terreno no local – uma área de aproximadamente 24 mil metros quadrados – e ameaçando também Cidinho.
Estes militares estariam a serviço de Cleves, mencionado em vídeo feito pelo próprio Cidinho. “Tem um suposto proprietário, tal de Cleves Salviano da Silva. Esse cara aí está enchendo o meu saco. Fui na corregedoria, na delegacia e nada resolve porque ele disse que compra todo mundo. Compra juiz, compra delegado, agentes policiais, compra até o comandante da PM ... Ele tem dinheiro. Mas é grileiro. É do Belém do Pará. Saiu de lá para roubar as terras aqui. As minhas terras ele não vai roubar...”, diz a mensagem de Cidinho, gravada dois meses antes de ele ter sido assassinado.
Em 03 de janeiro de 2016, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou Cleves e outras três pessoas pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato e falsificação de documentos. Na denúncia do promotor Francisco Sérgio D’Andrea Espinheira, os quatro entraram com uma ação cautelar contra um dos sócios da Imobiliária Girassol Ltda, apresentando contratos falsos, selos inautênticos, alteração contratual com assinaturas falsas, quebra ilegal de sigilo bancário, de acordo com perícia criminal. O CORREIO procurou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e aguarda um posicionamento.
Polícia
A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que o assassinato de Cidinho é investigado pela 26ª Delegacia (Vila de Abrantes), unidade onde a vítima já havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça contra Cleves e outras três pessoas. Na ocasião, a PM foi acionada para conter um grupo de homens armados, mas nenhuma arma foi apreendida. No entanto, todos foram conduzidos à delegacia.
Em relação à morte de Cidinho, a reportagem questionou a delegada Daniele Monteiro, titular da 25ª DP, se Cleves em algum momento foi intimado no inquérito que apura o crime. Por meio da assessoria da PC, a delegada respondeu que “a morte de Wilson segue em apuração na 26ª DT, sem autoria definida”. Já sobre a denúncia compartilhada nas redes sociais, a delegada através da assessoria disse que “o vídeo já foi analisado”.
Crime
Apesar de a polícia não dar detalhes sobre a investigação que apura a morte de Cidinho, parentes da vítima não têm dúvida de que o crime está relacionado com a ação de grilagem comandada por Cleves no Loteamento Hilda Malícia, uma região que foi ainda valorizada com a construção de empreendidos como o Outlet Premium Salvador, em Abrantes. “Cidinho não aceitava o que eles vêm fazendo. Eles querem tomar a terra que é por direito nossa, herança de nossa família. Cidinho foi várias vezes ameaçado pelos capangas de Cleves”, declarou um dos irmãos de Cidinho que preferiu não revelar o nome.
Ele disse ao CORREIO que o loteamento fazia parte da Fazenda Malícia, uma área de 757 mil metros quadrados pertencente ao avô deles, Rufino Bonfim, conforme uma declaração de 05 de fevereiro de 1965. Com o passar dos anos, as terras foram divididas e posteriormente vendidas. Seu Rufino faleceu e deixou oito filhos, que lhe deram netos, entre eles Maria Hilda, que também já morreu. Como ela não era casa e nem teve filhos, os seus irmãos herdaram a sua parte, os cerca de 24 mil metros quadrados, que passaram a ser loteados há pouco tempo na Rua Malícia de Cima.
No entanto, há cerca de um ano, os herdeiros foram surpreendidos com a chegada dos grileiros que se apresentavam como donos do terreno e ameaçavam com homens armados as pessoas que já adquiriram seus lotes. “Ele (Cleves) não tem escritura. O documento que ele diz por aí que tem é de uma propriedade no Alto das Pombas, em Salvador”, disse um dos herdeiros exibindo documentos que comprovam a relação de parentesco com Rufino Bonfim e Maria Hilda.
Ele disse que Cidinho era o caçula dos irmãos e, por isso, tinha mais disposição para brigar pela família. Cabia à vítima a função de providenciar a escritura do terreno. "Ele já tinha ido algumas vezes na prefeitura de Camaçari, mas não tinha resolvido nada ainda", contou.
Diante da falta de respostas para suas denúncias formais aos órgãos da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), Cidinho, um dos herdeiros que vendia os lotes, denunciou o que seria um esquema de grilagem. Então, as intimidações passaram a ser mais constantes, o que levou a vítima a adotar uma atitude extrema. “Ele chegou num bar e atirou contra quatro homens de Cleves, dois deles policiais. Não matou ninguém”, contou o irmão. Neste dia, uma pessoa foi atingida na perna quando passava na hora.
No dia 12 de abril deste ano, Cidinho estava na Vila Tirantes, em Vila de Abrantes, quando foi surpreendido por dois homens numa moto. “Um deles disse: ‘Cidinho’ sua hora chegou’ e atirou. Ele morreu no local”, contou o irmão.