Obras Sociais Irmã Dulce vão coordenar hospital de campanha da Fonte Nova

Obras Sociais Irmã Dulce vão coordenar hospital de campanha da Fonte Nova

As Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) vão gerir o hospital de campanha da Arena Fonte Nova, que será reaberto por conta da piora da pandemia em Salvador. O governador Rui Costa explicou que houve dificuldades para conseguir contratar uma organização para gerir a unidade, com todas alegando que não conseguiriam formar uma equipe para atender no local.

“Ontem (quinta) fiz apelo às Obras Sociais Irmã Dulce. Hoje, pela manhã, estiveram na Arena, também se reuniram com a Secretaria da Saúde e aceitaram assumir a gestão”, contou Rui.

De acordo com o governador, o processo de contratação já está avançado e a Osid deve, nos próximos dias, assumir o hospital. “Nos comprometemos a fazer uma grande mobilização com eles para a contratação de pessoal. A grande dificuldade hoje em dia é montar equipe para fechar escalas de sete dias, 24 horas por dia. Está sendo difícil e por isso muitos relutaram em aceitar. Quero agradecer às Obras Sociais Irmã Dulce que se dispuseram nesse momento tão difícil para a Bahia, como nossa Santa Dulce sempre fez, a estender a mão ao povo baiano”, destacou Rui.

Segundo o edital da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), o hospital terá 200 leitos, sendo 100 de Terapia Intensiva (UTI) e 100 clínicos, que serão abertos progressivamente. De imediato estarão disponíveis 50 leitos de UTI e 30 clínicos. A grande dificuldade é mesmo na contratação de pessoas.

As equipes já estão sendo formadas e a ideia é inaugurar assim que possível. “Estamos com os equipamentos já instalados, temos insumos no estoque, mas não podemos abrir sem fechar as escalas das equipes", explica.

Agentes funerários realizaram um protesto nas imediações do 5º Centro de Saúde, na Avenida Centenário, na manhã desta sexta-feira (26), para pedir a inclusão da categoria entre os grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19 em Salvador. O ato começou com uma pequena carreata do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) até o local da manifestação, que ocorreu entre às 10h30 e às 13h.

Segundo o presidente do Sindicato de Empresas Funerárias do estado da Bahia (Sindef), Carlos Brandão, o desejo é que os agentes sejam vacinados juntamente com os trabalhadores da saúde, como indica o Ministério da Saúde. No Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, a pasta aponta que “funcionários do sistema funerário que tenham contato com cadáveres potencialmente contaminados” integram a classe prioritária dos trabalhadores da saúde.

“Nossa luta é em todo o estado, mas em Salvador, por ser a capital e ter mais hospitais e óbitos, tentamos dar uma pressionada nos órgãos públicos [com o protesto] por ter mais risco. Não temos os dados de infecção dos agentes no estado, mas sabemos que existe um número grande e com a ocorrência de reinfecção”, afirmou o presidente do sindicato.

Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) informou, em nota, já ter feito o contato com o sindicato da categoria para assegurar a imunização dos agentes funerários que trabalham diretamente na manipulação dos cadáveres.

“O sindicato ficou de enviar a lista dos trabalhadores até quarta-feira (3). Posteriormente, o cronograma de imunização deste grupo será definido e divulgado, destacando que o município também depende da quantidade de doses repassadas pelo Ministério da Saúde”, pontuou a pasta da capital em nota.

De acordo com a entidade de classe, o público alvo da vacinação em Salvador é de 400 a 450 agentes funerários e 3.500 em todo o estado. Questionada sobre a vacinação, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia apenas informou seguir o plano nacional de imunização e ressaltou que "cabe às secretarias municipais de saúde a vacinação”.

A insatisfação não se restringe à cidade de Salvador já que a classe só está sendo vacinada em 72 dos 417 municípios da Bahia, segundo Brandão. Em Feira de Santana e Vitória da Conquista, também existe uma preocupação com os agentes funerários pela falta de vacinação desses trabalhadores apesar do número de casos e óbitos nestes locais. Procuradas, as prefeituras de ambas as cidades não responderam até a publicação do texto.

Nenhum novo protesto está marcado na Bahia. A expectativa é de que o ato na capital reverbere para o interior e seja possível resolver a questão da vacinação da classe com diálogo e por meio de ofícios enviados às gestões municipais. Caso o grupo não seja inserido na prioridade de vacinação nas cidades baianas, o sindicato considera entrar com uma ação no Ministério Público do Estado da Bahia.

Em resposta ao Correio, o Ministério da Saúde afirmou que a primeira fase da vacinação conta com as doses aprovadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disponibilizadas para distribuição pelos laboratórios. De acordo com a pasta, o escalonamento dos grupos populacionais para vacinação se dará conforme a disponibilidade das doses de vacina, após liberação pela Anvisa.

“Em um momento em que não existe ampla disponibilidade da vacina contra a Covid-19 no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação passa a ser focado na redução da morbimortalidade causada pela doença, bem como a proteção da força de trabalho para manutenção do funcionamento dos serviços de saúde e dos serviços essenciais. Diante da indisponibilidade de doses para atender a 100% dos trabalhadores da saúde na primeira etapa, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomendou a priorização das equipes de vacinação que estivessem inicialmente envolvidas na vacinação dos grupos; trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências Inclusivas; trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados em unidades de referência para atendimento aos casos suspeitos e confirmados de Covid-19. E, depois, conforme mais vacinas fossem disponibilizadas, os demais trabalhadores de saúde”, respondeu a pasta.

Riscos
Mesmo com a insatisfação, os agentes funerários não pretendem paralisar as atividades. Entretanto, existe o medo de que a contaminação dos trabalhadores impeça a continuidade do serviço.

“A situação do Coronavírus não termina com a morte no hospital, mas passa também pelas funerárias. O trabalho não pode ser feito se tiver uma contaminação geral entre os agentes funerários. Tenho colegas contaminados que levaram a doença para dentro de casa. Estamos à beira do colapso por falta de caixão e exaustão”, afirma Nelson Pitanga, 50 anos, que é empresário do ramo funerário.

Os trabalhadores têm contato com corpos de pessoas que morreram com coronavírus - com a doença confirmada ou não - e com parentes dos mortos. Essas situações fazem com os agentes anseiem ainda mais pela vacina contra a doença.

“Temos que entrar nas câmaras frias com muitos cadáveres para mostrar o corpo para as famílias, mesmo sendo serviço dos hospitais e não dos agentes funerários. Podemos nos contaminar no momento da abertura do saco que envolve os corpos caso não estejamos bem equipados. Também temos contato com a família do óbito, que pode estar contaminada”, ressalta Pitanga.

O presidente do Sindef aponta ainda que os agentes já tiveram que buscar corpos dentro de UTIs e que nem todos os hospitais seguem as regras de segurança, envelopando e lacrando o cadáver em dois sacos impermeáveis.

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  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

    Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Assis já tem um projeto de carro elétrico em fase de desenvolvimento, mas ainda procura um local para produzir o veículo. Em visita às antigas instalações da Ford para comprar equipamentos usados, como robôs e esteiras desativadas deixadas ali pela empresa americana, descobriu que o processo que envolve o futuro uso da área ainda estava aberto, já que o chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) só se encerraria nessa quarta (28).

    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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