O Jornal da Cidade
Traficante baiano acusado de homicídios é preso no RJ
Edvaldo Marques Teixeira Júnior, conhecido como Vado Gordo, acusado de comandar tráfico de drogas foi preso, nesta terça-feira (16), na cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ele é um dos alvos da Operação Tupinambá, deflagrada nesta manhã.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele comandava o comércio de entorpecentes e mortes de rivais. O traficante de 34 anos possuía mandados de prisão e também é suspeito de envolvimento em roubos contra instituições financeiras. Ele foi localizado por equipes da Bahia com apoio da polícia do RJ.
A Operação Tupinambá cumpre mandados nas cidades baianas de Madre de Deus, Candeias, São Francisco do Conde, Simões Filho e Teixeira de Freitas. O objetivo é combater organizações criminosas envolvidas com homicídios, tráfico de drogas, roubos e corrupção de menores.
A ação integrada é resultado de oito meses de investigação. Participam da operação equipes da Coordenação de Operações Especiais (COE), dos departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Polícia Metropolitana (Depom), de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), e de Polícia do Interior (Depin), além da PM.
A Superintendência de Inteligência da SSP também atua na Operação Tupinambá, dando suporte às investigações.
Portugal se junta a Itália, França, Alemanha e Espanha em suspensão de vacinação com AstraZeneca
Depois de Itália, França, Alemanha e Espanha suspenderem a vacina da AstraZeneca nesta segunda-feira, dia 15, Portugal se juntou à lista de países que temem a relação das doses com coágulos sanguíneos, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha recomendado manter sua utilização. Até o momento, já são 10 países europeus a terem adotado esta suspensão, já que Irlanda, Holanda, Dinamarca, Noruega e Bulgária já haviam anunciado o feito.
De acordo com o jornal português "O Observador", o presidente do Infarmed, Rui Ivo, anunciou a recomendação para a "interrupção temporaria" do processo de vacinação da AstraZeneca no país, justificando a decisão por ser medida de "precaução em saúde pública". A suspeita de haver ligaçao entre os casos reportados de reações adversas com a vacina será avaliada em Portugal, segundo Ivo.
Henrique Gouveia e Melo, coordenador da força-tarefa para a vacinação contra a Covid-19 no país lusitano disse ao "Observador" que 200 mil doses de AstraZeneca permenecerão armanezadas até sair o resultado sobre sua segurança. Ele afirmou que 400 mil doses já foram distribuídas.
Mais de 373 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus foram administradas em todo o mundo. A da AstraZeneca, uma das mais baratas, é crucial para as nações mais pobres, mas na Europa vários países (também Irlanda, Holanda, Dinamarca, Noruega e Bulgária) suspenderam sua aplicação por medo de que ela provoque trombos, o que não foi comprovado.
Apesar de seus níveis de contágio de Covid-19 permanecerem elevados, Itália, França, Alemanha e Espanha aderiram, juntos nesta segunda, à medida por precaução.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) insistiu nesta segunda, porém, que essa vacina deve continuar a ser usada e anunciou que seus especialistas se reunirão na terça-feira para analisar a situação do imunizante.
— Não queremos que as pessoas entrem em pânico e, por enquanto, recomendamos que os países continuem a vacinar com a AstraZeneca — disse a cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou que vai realizar uma "reunião extraordinária" nesta quinta-feira sobre essa vacina, mas garantiu que seus benefícios ainda superaram os riscos.
O diretor do grupo de vacinas da Universidade de Oxford, Andrew Pollard, garantiu que "há evidências muito tranquilizadoras de que não há aumento no fenômeno de trombos aqui no Reino Unido, onde a maioria das doses da Europa foram administradas até agora".
Embora as campanhas de vacinação avancem, a ameaça do vírus persiste.
Na Itália, quase 40 milhões de pessoas iniciaram um novo confinamento nesta segunda devido ao aumento das infecções por variantes do coronavírus, com Roma e Milão desertas e divididas entre a tristeza e a esperança.
— Estou muito triste. Não esperava. Passar da zona amarela, com o café aberto, para a zona vermelha foi algo inesperado — confessa Ana Cedeño, do popular café e bar Cinque, no bairro de Trastevere, em Roma.
As medidas incluem o fechamento de escolas, restaurantes, estabelecimentos comerciais e museus em três quartos do país. Os italianos foram incentivados a permanecer em casa, exceto para trabalhar, procurar um médico, ou por motivos de causa maior.
Na Alemanha, onde o governo flexibilizou recentemente algumas restrições, a associação de médicos de unidades de terapia intensiva pediu o retorno "imediato" de medidas severas para enfrentar a terceira onda da pandemia
A França, que espera evitar outra quarentena nacional, tenta descongestionar as UTIs da região de Paris, saturadas com a alta de casos de covid-19. Pacientes devem ser transferidos para outras áreas do país por via aérea e de trem.
A pandemia de coronavírus matou mais de 2,6 milhões de pessoas em todo mundo, e a maior parte da humanidade está submetida a restrições, de maior ou menor nível, contra a Covid-19.
Portugal, que teve de impor um segundo confinamento geral em janeiro após a explosão de casos durante o Natal, reabriu nesta segunda creches, escolas, salões de beleza e livrarias, como parte de um plano de flexibilização gradual que prosseguirá até maio.
Por sua vez, a Rússia anunciou nesta segunda acordos de produção da vacina anticovid Sputnik V com empresas da Itália, Espanha, França e Alemanha, à espera de sua homologação na União Europeia (UE).
"Há outras conversas em curso para aumentar a produção na UE. Isso permitirá começar a abastecer o mercado único europeu com a Sputnik V, assim que a EMA aprovar", afirmou em comunicado o presidente do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kirill Dmitriev.
Até o momento, a EMA autorizou o uso de quatro vacinas: Pfizer-BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson.
O imunizante da AstraZeneca constitui a maior parte das doses enviadas para países pobres por meio do programa Covax, apoiado pela OMS, para garantir a vacinação em todo o mundo. Na América Latina, quatro países receberam doses por meio desse sistema: Guatemala, El Salvador, Peru e Colômbia, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Os Estados Unidos também pisaram no acelerador e já administraram mais de 107 milhões de doses.
O país, o mais afetado pela pandemia com mais de 534.000 mortos, aplicou mais de dois milhões de doses por dia na semana passada, de acordo com os Centros de Controle de Doenças (CDC). Até o momento, 21% dos americanos receberam ao menos uma dose.
Cidades do interior da Bahia sofrem com falta de oxigênio e já operam no limite
É com o estoque de oxigênio no fim que hospitais municipais de cidades do interior baiano têm operado nos últimos dias. Por causa do crescimento de casos graves de covid-19 e da demora na regulação dos pacientes, a demanda por oxigênio hospitalar cresceu além da capacidade dos fornecedores suprirem as prefeituras. A situação nos municípios se tornou pública depois que o prefeito de Queimadas, André Andrade (PT), postou vídeo em suas redes sociais expondo o problema.
“Nesse final de semana tivemos nove internamentos de uma vez só. Antes eram apenas dois internados. A empresa que nos fornece não tinha oxigênio. E a situação da nossa região está um pouco complicada também. Pedimos ajuda de cidades vizinhas e não conseguimos, pois todas estão com dificuldades. Hoje, graças a Deus, estamos recebendo um carregamento, mas ainda assim a situação está crítica. Isso é na Bahia toda”, desabafou o secretário de Saúde de Valente, Arnaldo Amaral.
Tanto Valente quanto Queimadas ficam no nordeste baiano e possuem população de cerca de 25 mil habitantes. De acordo com os boletins epidemiológicos municipais, os casos ativos de covid-19 nas duas cidades têm aumentado. O problema é que, segundo os gestores desses municípios, tudo tem acontecido rapidamente e sem dar tempo para o sistema de saúde absorver a demanda.
“No domingo passado eram dois pacientes internados. Em uma semana o número saltou para 14, todos demandando oxigênio, alguns consumindo até 20 litros por hora. Um botijão do grande pega apenas 50 litros. Isso sem contar os pacientes que já receberam alta, estão em casa, mas mesmo assim têm dificuldade de respirar e precisam de suporte de oxigênio”, relatou o prefeito da cidade de Queimadas.
No município, a empresa que normalmente fornece o material para a cidade alegou não ter mais como suprir a demanda. A solução encontrada foi ir até Feira de Santana fazer um contrato com uma outra fornecedora. “Antes disso, eu pedi socorro para as cidades vizinhas de Cansanção e Santa Luz, mas tá difícil, todo mundo trabalhando no limite. De dois em dois dias temos que buscar oxigênio”, conta.
Demanda excessiva
Em Cipó, cidade de quase 20 mil habitantes, também localizada no nordeste baiano, o consumo de oxigênio hospitalar aumentou em seis vezes nos últimos dias. Segundo a assessoria de comunicação do Município, houve um dia em que o fornecedor não conseguiu entregar o gás, que chegou na iminência de faltar. “Conseguimos outra empresa. Na hora a gente nem pensou duas vezes, corremos para comprar, pois não íamos deixar os pacientes morrerem”, diz nota da prefeitura.
Nessa cidade, o hospital municipal possui apenas três leitos para pacientes com covid-19. Outros leitos de retaguarda, usados para casos mais graves, estão na cidade de Antas. “Só que lá também está cheio. Estamos agora preparando uma nova ala do hospital, que até estava em reforma, para criarmos leitos de retaguarda aqui mesmo”, explica a nota.
Cipó, inclusive, permaneceu sem mortes por covid-19 até o dia 4 de março. Desde então, em apenas 11 dias, quatro óbitos foram registrados, sinal do avanço da doença na cidade que possui ainda 409 casos confirmados e 27 ativos, segundo o último boletim epidemiológico. Já Valente tem 1.791 casos positivos, 138 ativos e 15 mortes. Queimadas, por sua vez, aparece com 43 casos ativos e 13 falecimentos em decorrência da covid-19. O número de casos totais não foi divulgado pelo município no seu boletim.
Para o prefeito André Andrade, o problema vivido pelos três municípios é uma realidade das pequenas cidades do interior baiano. “Os grandes hospitais são abastecidos diretamente com um caminhão. Salvador, Feira de Santana, esses municípios grandes não têm esse problema. Mas a gente que é cidade pequena vive de licitação, que é vencida por pequenas empresas. Só que agora, em 24 horas, consumimos o que antes era gasto em 30 dias”, disse.
O secretário de saúde de Valente também segue essa linha de pensamento. “Nós estamos torcendo para as coisas se estabilizarem para não chegarmos no patamar de Manaus. Meu fornecedor informou hoje [Segunda, 15] que a White Martins disse para ele que ia reduzir a quantidade fornecida. Se reduz de lá, reduz aqui. Só me resta apelar para ele não vender para outros setores, apenas a saúde. Tô apelando também para os donos de clínicas segurarem as compras”, disse Arnaldo Amaral.
White Martins
Em nota, a White Martins informou que "o fornecimento de oxigênio segue sendo realizado com o objetivo de manter todos os seus clientes medicinais abastecidos no Estado da Bahia, conforme estabelecido em contrato". Ainda segundo a empresa, o consumo de oxigênio nas instituições de saúde baianas registrou um aumento médio de 20% nas primeiras duas semanas de março, em comparação com as duas semanas anteriores. A empresa acrescentou ainda que não é fornecedora de oxigênio da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador.
"A companhia tem mantido constante contato com os seus clientes e autoridades de saúde locais sobre as variações de consumo de oxigênio. Nestas oportunidades, a empresa solicita que sejam comunicadas formalmente e previamente as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto bem como a previsão da demanda. Isso porque compete às instituições de saúde públicas e privadas sinalizar qualquer incremento real ou potencial de volume de gases às empresas fornecedoras", acrescenta a nota.
"Estes estabelecimentos são responsáveis pela gestão da saúde e têm acesso a dados que compõem o panorama epidemiológico da COVID-19, como o índice e a velocidade de contágio da doença, o crescimento da taxa de ocupação de leitos, a abertura de novos leitos, a implantação de hospitais de campanha, a quantidade de pacientes atendidos, bem como a classificação dos casos. A White Martins – como qualquer fornecedora deste insumo – não tem condições de fazer qualquer prognóstico acerca da evolução abrupta ou exponencial da demanda", finaliza o texto com o posicionamento da empresa.
Medidas para conter o vírus
Em meio ao agravamento da pandemia, as gestões municipais baianas estão implementando medidas para controlar a disseminação da covid-19. Em Cipó, uma reunião foi realizada nessa segunda-feira (15) para decidir por uma aprovação de restrições mais severas. Em Valente, a decisão já está tomada e um lockdown começa a valer nessa quarta-feira, 17. O comércio, com exceção somente de postos de gasolina, terá que funcionar em sistema delivery. “Só deixamos os postos abertos, pois precisamos abastecer os veículos da saúde”, disse o secretário de saúde da cidade.
Em Queimadas, as medidas mais duras já estão valendo desde a última sexta-feira, 12. Agências bancárias, lotéricas e a feira municipal não estão mais funcionando pelo menos até o próximo domingo, 21. “São serviços que contribuem para movimentar muitas pessoas na cidade”, justificou o prefeito, que também proibiu o transporte de passageiros nas estradas da cidade.
“Pode-se contar que é um tipo de lockdown. Aqui tá parecendo feriado de finados com as ruas vazias”, disse Andrade, que recebeu uma ligação do governador Rui Costa, preocupado com a situação do município.
Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) disse que o abastecimento de oxigênio segue normal em todas as unidades da rede estadual.
“Temos elevada capacidade de armazenagem nos hospitais, pois utilizamos tanques em vez de cilindros. Além disto, temos contrato com diversos fornecedores que tem condições de dobrar a produção caso seja necessário, não havendo risco de faltar oxigênio”, explicaram.
No caso das cidades que relatam risco ou até mesmo falta do gás, a Sesab explica que os municípios são orientados a informar à Central Estadual de Regulação para que, se necessário, os pacientes sejam transferidos para outros locais que tenham o recurso indicado.
Bolsonaro escolhe médico Marcelo Queiroga para substituir Pazuello no Ministério da Saúde
O presidente Jair Bolsonaro escolheu o médico Marcelo Queiroga para substituir Eduardo Pazuello como ministro da Saúde.
Queiroga se reuniu na tarde desta segunda-feira (15) com Bolsonaro no Palácio do Planalto. Segundo o presidente, a nomeação de Queiroga será publicada na edição desta terça-feira do "Diário Oficial da União" e haverá uma transição de "uma ou duas semanas" entre o novo ministro e o antecessor.
"Foi decidido agora à tarde a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o Ministério da Saúde. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A conversa foi excelente, já conhecia há alguns anos, então não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias. Tem tudo no meu entender para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje", afirmou Bolsonaro a apoiadores ao chegar no início da noite à residência oficial do Palácio da Alvorada.
Antes de se reunir com Queiroga, Bolsonaro conversou no domingo e nesta segunda com a médica Ludhmila Hajjar. Mas a negociação fracassou, e a médica afirmou que não aceitaria convite para se tornar ministra. A médica, que se especializou no tratamento da Covid, afirmou que não houve "convergência técnica" entre ela e Bolsonaro.
Quarto ministro na pandemia
Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga será o quarto ministro da Saúde desde o começo da pandemia de Covid, há pouco mais de um ano. O Brasil acumula mais de 278 mil mortes em razão da doença.
Antes de Queiroga, comandaram o ministério o médico e ex-deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS); o médico Nelson Teich; e o general do Exército Eduardo Pazuello.
Marcelo Queiroga é natural de João Pessoa. Formado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba, fez residência em cardiologia no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Tem especialização em cardiologia, com área de atuação em hemodinâmica e cardiologia intervencionista.
Em dezembro do ano passado, Queiroga foi indicado por Bolsonaro para ser um dos diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A indicação ainda não foi votada pelo Senado Federal.
No currículo enviado ao Senado, Queiroga informou ser diretor do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa, e cardiologista do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita (PB).
Bahia registra 102 mortes e 1.163 novos casos covid nas últimas 24h
A Bahia registrou 102 mortes e 1.163 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) nesta segunda (15). No mesmo período, 3.341 pacientes foram considerados curados da doença (+0,5%).
Apesar das 102 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. Destas, 87 ocorreram em 2021.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 13.341, representando uma letalidade de 1,79%.
Dos 744.227 casos confirmados desde o início da pandemia, 712.692 já são considerados recuperados, 18.194 encontram-se ativos.
Situação da regulação de Covid-19
Às 15h desta segunda-feira, 482 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 179 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Bahia acerta a compra de 9,7 milhões de doses da Sputnik V
O Governo da Bahia e o Fundo Soberano Russo celebraram o contrato para a compra de 9,7 milhões de doses da vacina Sputnik V. O ato aconteceu na tarde desta segunda-feira (15), por meio de reunião virtual, entre o governador Rui Costa, o CEO do Fundo Soberano, Kirill Allexandrovich Dmitriev, e o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Wellington Dias. O primeiro lote com doses do imunizante chegará à Bahia no mês de abril. Na reunião, o governador Rui Costa agradeceu o apoio para viabilizar a chegada das vacinas de forma célere.
“Foram seis meses de muito trabalho e com ação na Suprema Corte brasileira para viabilizar essa compra tão importante da Sputnik V e finalmente tudo deu certo. Estamos passando por uma crise muito profunda do sistema de saúde neste pior momento da pandemia. As vacinas nos ajudarão a passar por este momento tão difícil. O povo baiano e nordestino agradece muito essa ajuda e esperamos que, a partir dessa parceria, possamos concretizar outras parcerias com a Rússia e o laboratório”.
CEO do Fundo Soberano Russo, Kirill Allexandrovich Dmitriev também agradeceu a parceria com o Governo da Bahia. “Esta parceria é muito importante para o nosso país, nesse contexto de acordos para a produção de vacinas contra o coronavírus. Nossa parceria começou no primeiro dia em que assinamos o protocolo de intenções e estamos à disposição executar a aquisição das vacinas da melhor forma possível. Lembramos que a Sputnik V já foi vendida para 51 países”, afirmou.
As doses da vacina Sputnik V, compradas pelo governo do estado, vão chegar em quatro lotes em abril, maio, junho e julho. As doses poderão ser aplicadas assim que chegarem ao estado, informou o governador Rui Costa.
"Esse plano sempre garantiu que utivesse uma equidade entre os estados, para que toda a população tivesse acesso às vacinas. Portanto, essas vacinas comporão o plano nacional de imunização. Os assessores ainda vão se reunir para saber como se dará essa formalidade jurídica, mas o fato é que chegarão 2 milhões em abril, 5 milhões em maio, 10 milhões em junho e 20 milhões em julho", detalhou o governador.
Rui ainda enfatizou que as doses poderão ser aplicadas imediatamente, mesmo sem a aprovação da Anvisa. "A compra que estamos fazendo se baseia na lei aprovada no Congresso, que permite a compra e aplicação da vacina de laboratórios que já tenham sido aprovados em outros países, como laboratório russo, chinês, da Europa. Não precisa passar pelo processo de regularização na Anvisa. Essa vacina comercializada em 49 países em todo o mundo", explicou.
O Ministério da Saúde também vai comprar doses da Sputinik V, conforme anunciado pela pasta na última pasta na tarde da sexta-feira passada (12), a União vai se responsabilizar pela compra de 10 milhões de doses do imunizante. A quantidade adquirida pela Bahia serão extras e não tem relação com esse acerto do Ministério.
A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a Covid-19, segundo resultados preliminares publicados na revista científica "The Lancet", uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.
A vacina também funcionou em idosos: uma subanálise de 2 mil adultos com mais de 60 anos mostrou eficácia de 91,8% neste grupo. Ela também foi bem tolerada nessa faixa etária.
A vacina é a quarta a ter resultados publicados em uma revista, depois de Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca e Moderna. Quando isso acontece, significa que os dados foram revisados e validados por outros cientistas.
No entanto, ainda não houve liberação da vacina por parte da Anvisa. Vice-presidente da União Química, representante da vacina no Brasil, Miguel Giudicissi afirmou que a empresa está reunindo os documentos solicitados pela agência reguladora para avaliação.
Governo autoriza aumento de até 4,88% no preço dos remédios
Os remédios poderão sofrer um reajuste de até 4,88% em seus preços. A medida foi autorizada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) em publicação no Diário Oficial da União desta segunda-feira (15).
O aumento já pode ser aplicado pela indústria farmacêutica e é válido para um universo de mais de 19 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro.
A decisão foi tomada pelo Comitê Técnico-Executivo da CMED, órgão vinculado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em reunião no último dia 12. Por meio da entidade, o governo controla o reajuste de preços de medicamentos periodicamente, estabalecendo o aumento máximo que esses produtos podem atingir no mercado brasileiro.
O ajuste de preços vem 15 dias antes do usual, já que resolução da CMED estabelecia que os preços deveriam ser modificados em 31 de março de cada ano. A portaria não esclarece a antecipação.
Governo vai enviar à Alba projeto de lei para auxiliar 300 mil famílias
O governo do estado vai enviar para aprovação na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) um projeto de lei para auxiliar 300 mil famílias de baixa renda, que estão passando por dificuldades na pandemia. O projeto foi anunciado pelo governador Rui Costa nesta segunda-feira (15).
Ele vai se reunir com o secretário estadual da Fazenda (Sefaz), Manoel Vitório, para definir detalhes do projeto. "Esse orçamento não estava previsto. Estamos tendo que remanejar orçamento para dar esse apoio, esse suporte. Isso tudo ajuda, com absoluta certeza, a dar o mínimo de dignidade para as pessoas estudarem", disse Rui Costa.
O governador ressaltou ainda as outras iniciativas para auxiliar as famílias financeiramente. "Reafirmamos os três apoios econômicos que estamos dando para as famílias: o valor da bolsa monitoria, o vale estudantil, e a bolsa para as famílias mais vulneráveis. Vamos enviar o projeto para que possa fazer o pagamento o mais rápido possível", garantiu o governador.
Vale estudantil e monitoria
O auxílio pago aos estudantes da rede estadual deve ser depositado no próximo dia 23. "Sei que as famílias passam dificuldade em todo o estado. Dia 23 vai estar depositado o auxílio-alimentação na sua conta pra quem tem aquele cartão dado no ano passado", disse o governador.
Durante a aula, Rui Costa também falou sobre os monitores que vão auxiliar nas aulas e também vão receber uma bolsa-auxílio. Serão cerca de 52 mil monitores escolares.
"Dois alunos por turma vão receber bolsa todo mês, incusive agora em março. Mesmo na aula remota, o aluno pode auxiliar, fazer grupo de WhatdApp. Todas as escolas autorizadas a contratar provedor local acima de 100 megas, para garantir inclusive que, se o monitor escolar não tiver internet em casa, ele pode ir na escola usar o Wifi para capacitar os alunos, nos grupos de WhatsApp, Zoom", explicou o governador. Os selecionados receberão uma bolsa de R$ 100, durante o período de vinculação ao programa.
Recorde após recorde: fila da regulação está 4 vezes maior que na primeira onda
Um recorde quem vem sendo batido nas últimas semanas tem deixados as autoridades sanitárias preocupadas em Salvador: o número de pacientes na fila de regulação está 4 vezes maior do que na primeira onda da pandemia. No domingo (14), as equipes conseguiram regular 103 pacientes com covid-19 das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para hospitais. Um número nunca visto desde que a pandemia começou, em março de 2020. Porém, nesta segunda (15), outras 137 pessoas amanheceram na fila aguardando por uma transferência. Mais um recorde.
Nesta segunda, durante a apresentação da Operação Chuva, o prefeito Bruno Reis comentou o cenário. “Nós regulamos, nas últimas 24h, 103 pacientes e, mesmo assim, amanhecemos com 137 pacientes aguardando regulação. Estamos falando de 240 pessoas. Esse é o recorde de toda a história da pandemia em Salvador. No ano passado, no pior momento da crise, esses números somados não passavam de 65 pessoas. Nós estamos em 240. Isso é quatro vezes mais”, afirmou Bruno Reis.
A maior demanda é por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dos 137 pacientes aguardando por regulação, 77 deles são pessoas adultas e três crianças à espera de uma UTI. Outros 53 adultos e quatro crianças precisam de uma acomodação na enfermaria. Os números surpreenderam até quem está habituado com o sistema.
Bruno Reis citou que a prefeitura tem 28 estruturas para atendimento a pacientes com covid-19, e voltou a afirmar que a abertura de novos leitos é o que tem evitado que o sistema de saúde entre em colapso, mas que a prefeitura está no limite e precisa contar com o apoio da população.
“Só abrir leitos não vai resolver o problema. É como se estivéssemos em uma tempestade tentando conter o alagamento com baldes, não será suficiente. Só vamos conseguir conter o avanço da pandemia se a gente conseguir parar de transmitir o vírus. Se as pessoas que estão com covid ficarem em casa não vão passar para ninguém, e quem está sem covid ficar em casa não terá o risco de contrair a doença”, disse.
Escalada
Os números estão crescendo desde o início de março. No primeiro dia eram 90 pacientes aguardando regulação nas UPAs. No dia seguiram, eram96 pessoas. No terceiro dia, 107 pacientes, e no quarto dia 117. Na quinta-feira (11), o número alcançou 129 pessoas, e se repetiu no dia seguinte. O secretário municipal de Saúde, Léo Prates, contou que o município tem adotado algumas estratégias para tentar evitar o caos.
“Estamos trabalhando com três manobras. Uma é a regulação dos próprios pacientes com coronavírus. A segunda, é o giro interno dentro das unidades. Tenho duas unidades que são problema em termo de pressão, as UPAs de Pirajá e dos Barris, então, seria retirar [a demanda] delas e passar para outras. A terceira manobra que estamos utilizando é tentarmos regular mais pacientes de UTI geral para possibilitar que a UPA fique vazia”, afirmou o secretário.
Ele citou outras duas manobras. Primeiro, a decisão de transformar quatro Unidades de Saúde Básica (UBS) em espaços para atendimento de pacientes com covid com quadro de saúde de menor gravidade. Isso aconteceu nas UBSs de Pirajá e Itapuã, que já estão em funcionamento, e do Imbuí e IAPI, que começaram a operar nesta segunda (15).
A segunda estratégia é deixar nove ambulâncias com equipes preparadas, quatro em Pirajá e cinco na UPA dos Barris, pra garantir leito de passagem, em caso de superlotação das unidades, até que surja uma vaga.
Ludhmila Hajjar diz que não aceitou convite de Bolsonaro para Ministério da Saúde
A médica Ludhmila Rajjar disse ao blog de Andréia Sadi, nesta segunda-feira (15) que não aceitou o convite para assumir o Ministério da Saúde.
“Não aceitei”, disse a médica em mensagem de texto.
Ludhmila, que se encontrou com Bolsonaro no domingo (14) em Brasília, voltará ainda nesta segunda para São Paulo.
Deputados do Centrão, grupo de partidos da base aliada do governo na Câmara, têm pressionado pela saída do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A atuação do ministro é criticada em razão do agravamento da crise sanitária no país causada pela pandemia de Covid-19.
Na quarta-feira (10), mesmo dia em que o Brasil atingiu número recorde de mortes em 24 horas, com 2.349 vidas perdidas, o ministro divulgou um vídeo em que reduzia novamente a previsão de doses de vacinas a serem entregues em março. No mesmo vídeo, afirmou que o sistema de saúde brasileiro "não colapsou, nem vai colapsar" (veja no vídeo abaixo).
O nome de Ludhmila Hajjar encontrava respaldo entre parlamentares – entre eles, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é uma das principais lideranças do Centrão.
No domingo, Lira disse numa rede social que o enfrentamento da pandemia “exige competência técnica” e “capacidade de diálogo político” e que enxerga essas qualidades em Ludhmila. A médica é supervisora da área de Cardio-Oncologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora de cardiologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
Bolsonaro também foi aconselhado a trocar Pazuello diante da volta do ex-presidente Lula ao cenário eleitoral. E ouviu de ministros do STF e da cúpula do Congresso defesa do nome da médica.
No entanto, após a revelação pelo blog de que ela era a principal cotada, a médica passou a ser alvo de ataques das redes bolsonaristas. Ela defende isolamento social e já disse que não existe tratamento precoce contra a Covid, por exemplo. Ou seja: vai na contramão do negacionismo do governo.