O governador Wilson Witzel (PSC) afirmou, na manhã desta quarta-feira (12), que o delegado Giniton Lages — responsável pelas investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes — vai deixar a função para estudar em outro país.
O investigador não será exonerado do cargo e vai ficar quatro meses estudando no exterior, segundo o governador. “O delegado Giniton não está sendo afastado de nada”.
Witzel disse que convidou o delegado a fazer um intercâmbio com a polícia da Itália após acumular muitas funções durante as investigações.
“Convidei porque ele está cansado. Está esgotado. É uma investigação que teve um certo esgotamento da pessoa”, destacou o governador.
“Estamos com varias intercâmbios para fazer. Como ele [Giniton] está com a experiência adquirida e nós estamos com o intercâmbio com a Itália exatamente para estudar máfia, movimentos criminosos, ele vai fazer essa troca de experiência com a polícia italiana. Ontem fiz o convite a ele, se ele poderia ser esse elemento de ligação”, disse Witzel.
O governador explicou que o delegado “acumulou muita informação” até o momento, mas que ele “encerrou uma fase”. Outra autoridade policial, prosseguiu, deverá assumir a segunda fase da investigação: a possível descoberta da “suposta existência de um mandante do crime”.
Para Witzel, não há problemas em substituir Giniton na investigação do caso já que “o conhecimento da investigação foi compartilhado com outros delegados”.
“Não foi o Giniton que ficou trabalhando em cima das informações que foram colhidas. Ele foi aquele que direcionou. Neste momento, colocar outra pessoa que está até mentalmente mais tranquilo pra continuar é natural”
Questionado sobre quem assumiria o lugar de Giniton, Wilson Witzel disse que não interfere em indicação de autoridades policiais na Secretaria de Polícia Civil. Sobre não ter recebido ainda a família da vereadora no Palácio, Witzel disse que foi apenas por uma “questão de agenda”.
Prisões e busca e apreensão
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (13), mesmo dia em que a polícia cumpriu novos mandados de busca e apreensão na operação que investiga a morte de Marielle.
No início da manhã, os agentes do Ministério Público e da Polícia Civil faziam buscas na casa do bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade.
Na terça, foram presos Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz. O primeiro é apontado como o assassino da vereadora; o segundo, o motorista.
Fonte: G1