O Jornal da Cidade

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O mundo das artes possui diversas peculiaridades, especialmente, o cinema. A pandemia tem modificado o planeta em vários segmentos... O cenário cinematográfico é um grande exemplo disto. Muitos filmes que estavam com data prevista para estreia nas telonas no segundo semestre já foram, literalmente, empurrados para 2021 e outros até para 2022! A situação é delicada e algumas empresas como a Marvel e a DC não descartam a possibilidade de investir em serviços de streaming para emplacar suas produções.

Dentro deste contexto ocasionado pelo novo coronavírus... As produções derivadas de outras obras, as chamadas “spin-offs”, que estavam muito bem nos cinemas acabaram sendo prejudicadas. Títulos como Animais Fantásticos (“spin-off” de Harry Potter) seguem sem uma data específica para estrear, pois a pandemia mexeu com os cronogramas iniciais.

Curiosidades: os fãs de grandes obras e apreciadores de cinema ainda ficam na dúvida quanto o que é mais relevante, uma boa continuação ou uma história derivada. Algumas “spin-offs” são motivos de críticas (favoráveis e contrárias), pois são consideradas por alguns como uma desconstrução das histórias que derivaram ou a ascensão de um novo enredo. Abaixo dois exemplos disso:

Creed - Nascido Para Lutar

Quem lembra do emblemático lutador de boxe Rocky Balboa? Creed faz parte deste contexto. Na produção, o protagonista Adonis Johnson sonha em ser boxeador profissional, assim como era seu pai, Apollo Creed. Após insistir, ele consegue convencer o antigo rival de seu pai, Rocky Balboa, a ser seu treinador.

O Hobbit - Uma Jornada Inesperada

Derivação de O Senhor dos Anéis, a trama é o início da trilogia Hobbit que acompanha Bilbo Bolseiro. A vida pacata do personagem é abalada quando o mago Gandalf aparece pedindo ajuda em uma aventura. O hobbit então sai do condado, com os anões para libertar o reino de Erebor das garras do dragão Smaug.

 

Alex Sena

Alex Sena é jornalista, colaborador do O Jornal da Cidade

Um capítulo inédito está sendo escrito na história do Vitória fora das quatro linhas. A pandemia do novo coronavírus obrigou o clube a fechar as portas temporariamente. As atividades da Toca do Leão estão suspensas desde o dia 17 de março para evitar a propagação da covid-19, doença que já acometeu 177.589 pessoas no Brasil e levou à morte de outras 12.400, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde no início da noite de terça-feira (12).

Clubes do mundo inteiro foram afetados e campeonatos interrompidos. Diante de um cenário repleto de incertezas não apenas no mundo da bola, prever o futuro ainda é tarefa árdua. O projeto rubro-negro para deixar a Série B e retornar à elite do futebol brasileiro está momentaneamente paralisado.

Porém, recordar o passado não só é possível como necessário para aquecer os corações rubro-negros hoje, quando o Leão completa o 121º aniversário. Por isso, elegemos, entre muitos, 10 momentos marcantes de um dos únicos clubes centenários da Bahia (o Ypiranga, fundado em 1906, também é) e terceiro mais antigo do país, atrás apenas de Flamengo e Vasco.

FUNDAÇÃO

O Club de Cricket Victoria foi fundado em 13 de maio de 1899 por dezenove jovens que moravam no Corredor da Vitória, região nobre de Salvador. Era uma noite chuvosa quando os irmãos Valente, Arthur e Arthêmio reuniram os amigos no casarão da família, onde hoje está localizado o Condomínio Edifício Casablanca. Como o próprio nome sugere, o clube foi criado inicialmente apenas para a disputar críquete, esporte praticado na época somente pelos ingleses que viviam na capital baiana. Os soteropolitanos participavam apenas como gandulas. A ideia era que os uniformes fossem nas cores patrióticas verde e amarela para combater tal discriminação, mas a dificuldade para encontrar tecidos fez com que inicialmente fossem adotados o preto e branco.

O primeiro registro de jogo de futebol aconteceu em 1901. A adesão do vermelho e preto e a mudança de nome para Sport Club Victoria ocorre no ano seguinte, em 1902, quando o críquete já não era o único esporte praticado. Além do futebol, o clube era representado em outras modalidades como natação, atletismo e remo. O apelido Leão da Barra também surgiu naquele ano, quando os remadores rubro-negros chamaram a atenção ao completarem travessia entre o Porto da Barra e o Porto dos Tainheiros, em Itapagipe.

TIMAÇO EM 1972

O time do Vitória de 1972 é considerado por muitos torcedores e pesquisadores como o melhor de todos os tempos da história rubro-negra. Ídolos do clube, Osni, André Catimba e Mário Sérgio guiaram o Leão a um emocionante título estadual em cima do rival Bahia. Naquele ano, o Vitória precisava vencer os dois jogos da final para ficar com a taça e alcançou o objetivo. Com gols de Mário Sérgio, ganhou por 2x1 a primeira partida. Na segunda e decisiva, o 3x1 no placar foi assegurado por Osni (duas vezes) e novamente Mário Sérgio. Estava escrito um dos capítulos mais marcantes da história do clube.

BARRADÃO

O estádio Manoel Barradas foi inaugurado em 11 de novembro de 1986, em um amistoso contra o Santos que terminou empatado em 1x1. A equipe paulista estreou a rede da praça esportiva com Dino. De pênalti, Heyder marcou o primeiro tento do Vitória na história do santuário rubro-negro. Àquela época, o Barradão era composto por campo e arquibancada. Não havia portaria, bilheteria, banheiros, bares e nem tribuna de honra apropriados.

Apesar de ter inaugurado o próprio estádio, o Vitória seguiu utilizando a Fonte Nova como mando de campo. O Barradão só voltou à cena a partir de 1991, quando o atual presidente, Paulo Carneiro, foi eleito para o primeiro mandato. O primeiro jogo oficial do estádio foi disputado em 15 de setembro daquele ano. O Leão goleou o Serrano por 4x0, pelo Campeonato Baiano. O placar foi aberto pelo meia Wagner.

Como o estádio não tinha iluminação, só podia ser utilizado durante o dia. A inauguração dos refletores aconteceu em 1º de outubro de 1994, contra o Náutico. A partida, vencida pelo Vitória por 2x0, foi a primeira do Barradão na elite do Campeonato Brasileiro. A utilização do estádio é um divisor de águas na história do clube e o Campeonato Baiano mostra isso. Foram 12 títulos estaduais conquistados em 91 anos jogando em outras praças esportivas e 17 em 30 anos com o Manoel Barradas oficializado como mando de campo do Leão.

BRINQUEDO ASSASSINO

Pela primeira vez em sua história, o Vitória esteve perto de erguer uma taça nacional. Apelidado de Brinquedo Assassino, o time dos jovens Dida, Rodrigo, Vampeta, Paulo Isidoro e Alex Alves, todos formados na Toca do Leão, chamou a atenção do país inteiro ao deixar para trás Corinthians, Santos e Flamengo até chegar à final do Brasileiro de 1993, contra o Palmeiras. Só não resistiu ao alviverde paulista, sensação do momento, parceiro da Parmalat e dono de uma folha salarial muitíssimo mais alta. Na Fonte Nova, diante de 77.772 torcedores, Edílson, o Capetinha, garantiu o triunfo por 1x0 ao Palmeiras. Na volta, 88.644 pessoas viram Evair e Edmundo garantirem o título aos donos da casa no Morumbi.

TRICAMPEONATO DE 1997

Em 1997, o Vitória comemorou pela primeira vez um tricampeonato estadual. Após erguer a taça em 1995 e 1996, o rubro-negro conquistou o feito inédito numa temporada em que iniciou parceria com o Excel Econômico e teve condições de fazer grandes contratações. Bebeto, Chiquinho, Russo, Uéslei, Júnior Touchê, Preto e Gil Baiano eram algumas das peças da campanha do tricampeonato, em que o Leão teve 17 vitórias, três empates e apenas duas derrotas.

HEGEMONIA ESTADUAL

O Vitória foi soberano no começo do século XXI e deixou o rival Bahia 11 anos sem comemorar um título estadual. Campeão baiano de 2002 a 2005 e depois de 2007 a 2010, o Leão só tropeçou diante dos times do interior. O decacampeonato não existiu por causa dos fracassos diante de Colo Colo, em 2006, e Bahia de Feira, em 2011, ambos no Barradão.

QUEDA PARA SÉRIE C EM 2006

O Leão até começou bem a Série B do Campeonato Brasileiro de 2005 e chegou a figurar entre os oito primeiros colocados, mas caiu de produção e amargou a queda para a terceira divisão na última rodada da competição. O rubro-negro precisava vencer, em casa, o time reserva da Portuguesa para escapar, mas empatou em 3x3 e amargou o rebaixamento à Série C pela primeira e única vez na história. Atual presidente, Paulo Carneiro também era o dirigente máximo do clube na época. A permanência dele no comando, no entanto, ficou insustentável e ele deixou o cargo. Adermar Lemos Júnior assumiu.

REI DO NORDESTE

Em 16 edições da Copa do Nordeste, ninguém conseguiu superar o Vitória. Dono de quatro títulos, o rubro-negro é o maior campeão do torneio regional. A primeira conquista, em 1997, contou com o brilho do tetracampeão mundial Bebeto. Ele e outros nomes importantes na campanha, como Uéslei e Agnaldo ‘Capacete’, bateram o Bahia nas finais e ergueram a taça. Em 1999, mais uma conquista em cima do rival tricolor. O time tinha o talento do sérvio Petkovic, mas não contou com ele nas finais, que viajou para acompanhar as complicações da gravidez da esposa. Mesmo sem ele, o Leão comemorou o bicampeonato. Em 2003, o Vitória foi campeão invicto, mas sem o mesmo destaque, já que Náutico, Sport, Santa Cruz e Bahia decidiram não disputar a edição do torneio. Em 2010, o clube usou um time formado por garotos e bateu o ABC na final.

BATEU NA TRAVE, DE NOVO

O Vitória chegou à segunda final de um torneio nacional de sua história. Assim como no Brasileiro de 1993, a decisão da Copa do Brasil de 2010 também foi diante de um time paulista que protagonizava o futebol no país. Liderado por Ramon Menezes, o rubro-negro não conseguiu bater o Santos de Robinho, Ganso e Neymar. Após Edu Dracena abrir o placar, os gols de Wallace e Júnior fizeram o Leão vencer por 2x1, no Barradão, na grande decisão. Só que a derrota no jogo de ida, por 2x0, na Vila Belmiro, garantiu a taça ao Santos.

GOLEADAS

O dia 7 de abril de 2013 reserva uma doce recordação para a torcida rubro-negra. A data da inauguração da nova Fonte Nova ficou marcada por uma goleada aplicada pelo Vitória em cima do maior rival. Diante de mais de 32 mil pagantes, o rubro-negro aplicou um sapeca de 5x1 no Bahia, mandante do jogo válido pela quarta rodada do Campeonato Baiano. Renato Cajá, Maxi Biancucchi, Michel, Vander e Escudero garantiram a festa do Vitória. Zé Roberto anotou o gol de honra tricolor.

O título estadual seria comemorado pelo Vitória pouco tempo depois, com direito a nova goleada na Fonte Nova, no primeiro jogo da final. O dia 12 de maio de 2013 reservou outro atropelo histórico. Com gols de Gabriel Paulista, Dinei (quatro vezes), Fabrício e Maxi Biancucchi, o rubro-negro bateu o Bahia por 7x3 e colocou a mão na taça, erguida no jogo seguinte, no Barradão. Fernandão (duas vezes) e Adriano descontaram, mas não conseguiram evitar o vexame tricolor.

A Bahia chegou ao número de 236 mortes em decorrência do novo coronavírus. O dado foi atualizado nesta quarta-feira (13), pela Secretaria da Saúde (Sesab). Nas últimas 24 horas, foram notificados 11 novos óbitos - na terça-feira (12), eram 225 vítimas fatais. O aumento de um dia para o outro foi de 4,88%.

Em relação aos casos de covid-19 no estado, a quantidade de confirmações subiu para 6.547. Foram 343 novos diagnósticos realizados entre o balanço anterior da Sesab e o atual. Na véspera, eram 6.204 infectados. O crescimento corresponde a 5,52%.

O número de pacientes recuperados também aumentou: agora, é de 1.790, com novas 146 pessoas adicionadas nesta terça na lista. Assim, do total de doentes confirmados, 27,34% já são considerados livres do coronavírus. Há ainda 4.521 contaminados que permanecem monitorados pela vigilância epidemiológica e com sintomas da covid-19 (os casos ativos).

Os diagnósticos aconteceram em 183 municípios da Bahia, com maior proporção em Salvador (69,71%, com 4.349 infectados). Entre os profissionais da saúde do estado, 643 foram confirmados com a covid-19.

Já as 236 mortes em decorrência do coronavírus foram notificadas em 40 cidades baianas. As 11 novas vítimas fatais registradas nas últimas 24 horas eram moradoras de Salvador, Ilhéus, Maragogipe, Simões Filho e Jequié.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) contabiliza 236 mortes pelo novo coronavírus em 40 municípios. Estes números contabilizam todos os registros de janeiro até as 17 horas desta quarta-feira (13).

226º óbito: mulher, 77 anos, residente em Salvador, com histórico de hipertensão e doença pulmonar crônica. Veio a óbito no dia 09/05, em domicílio.

227º óbito: mulher, 92 anos, residente em Ilhéus, sem comorbidades. Veio a óbito no dia 09/05, em hospital público em Ilhéus.

228º óbito: homem, 60 anos, residente em Maragogipe, com histórico diabetes, hipertensão e doença renal crônica. Veio a óbito dia 07/05, em hospital público em Salvador.

229º óbito: mulher, 88 anos, residente em Simões Filho, com histórico diabetes e hipertensão, veio a óbito dia 07/05, em hospital público em Simões Filho.

230º óbito: mulher, 66 anos, residente em Salvador, portadora de Diabetes. Veio a óbito dia 10/05, em hospital público em Salvador.

231º óbito: mulher, 49 anos, residente em Salvador, tendo comorbidades: diabetes, hipertensão arterial, hipotireoidismo, e imunossupressão. Veio a óbito no dia 11/05, em hospital público em Salvador.

232º óbito: homem, 65 anos, residente em Ilhéus, portador de diabetes e doença cardiovascular. Veio a óbito no dia 07/05, em hospital público em Ilhéus.

233º óbito: mulher, 69 anos, residente em Salvador, portadora de insuficiência cardíaca e diabetes. Veio a óbito no dia 12/05, em hospital privado em Salvador.

234º óbito: homem, 43 anos, sem comorbidades, residente em Jequié. Foi transferido para hospital público em Salvador e veio a óbito durante a transferência, em 10/05.

235º óbito: mulher, 47 anos, residente em Ilhéus, portadora de doença cardiovascular crônica e doença hematológica também crônica. Veio a óbito em hospital público em Itabuna, no dia 08/05.

236º óbito: homem, 61 anos, residente em Simões Filho, comorbidade diabetes. Veio a óbito no dia 07/05, em hospital da rede pública em Salvador.


Na Bahia, entre os 1.194 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para o tratamento da covid-19, 530 possuem pacientes (44%). Já entre os 455 leitos de UTI adulto e pediátrico voltados somente para quem está com o coronavírus, 264 estão ocupados (56,4%).

Segundo a Sesab, o número de leitos é flutuante e representa o quantitativo exato de vagas disponíveis no dia. "Intercorrências com equipamentos, rede de gases ou equipes incompletas, por exemplo, inviabilizam a disponibilidade do leito. Ressalte-se que novos leitos são abertos progressivamente mediante o aumento da demanda", afirma a Secretaria.

O Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) fez 29.768 exames do tipo RT-PCR, que é o padrão ouro para identificar o genoma viral do coronavírus, entre os dias 1° de março e esta quarta-feira (13). Atualmente, 2.029 amostras estão em análise laboratorial e os exames são liberados em até 48 horas.

O boletim epidemiológico ainda registra 10.864 casos descartados e 21.086 notificações em toda a Bahia. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais.

 

O número de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no Brasil subiu para 188.974, com 11.385 novos casos notificados nas últimas 24 horas. Esse crescimento supera o recorde anterior, registrado na sexta-feira passada, quando 10.611 novos casos foram incluidos no sistema do Ministério da Saúde. O balanço da pasta indica ainda 749 novos obítos, chegando a um total de 13.149.

Na última atualização dos dados do governo, na terça-feira, o total de infectados chegava a 177.589, com 12.400 mortes confirmadas.

Em relação ao número de casos, o crescimento foi de 6,4%. Já em relação ao aumento no número de mortes, o crescimento foi de 6%. Apesar de acrescentados hoje, tanto as notificações de casos quanto de óbitos pode ter ocorrido em dias anteriores.

Os dados divulgados nesta quarta-feira mostram um avanço do Ceará e do Amazonas Amazonas em relação ao número de casos. O Ceará superou o Rio de Janeiro e é, agora, o segundo estado em número de casos confirmados da Covid-19. O Amazonas também registrou um avanço rápido no número de casos e superou Pernambuco e agora está na quarta posição.

Assim, os cinco estados com o maior número de casos da Covid-19 são: São Paulo (51.097), Ceará (19.156), Rio de Janeiro (18.728), Amazonas (15.816) e Pernambuco (14.901).

Em relação ao número de mortes, os cinco estados com a maior quantidade de óbitos são: São Paulo (4.118), Rio de Janeiro (2.050), Ceará (1.389), Pernambuco (1.224) e Amazonas (1.160).

Jequié é a terceira cidade a ter toque de recolher decretado, em atuação conjunta dos poderes públicos estadual e municipal. O governador Rui Costa anunciou a medida no início da noite desta quarta-feira (13), durante transmissão ao vivo pelas redes sociais. Estão proibidos, já a partir desta quinta-feira (14), a circulação de pessoas e o funcionamento de estabelecimentos comerciais, com exceção de farmácias, das 20h às 5h.

O governador explicou que as regras são as mesmas determinadas para Ipiaú, cidade vizinha a Jequié, e Itabuna, que tiveram o toque de recolher anunciado no início da semana. "Jequié, assim como Lauro de Freitas, registrou um grande aumento na taxa de infectados pela Covid-19 e já figura entre as seis cidades com maior número de casos na Bahia. Falei com os prefeitos sobre a necessidade de endurecer medidas restritivas para tentar diminuir a velocidade de transmissão. O decreto referente a Jequié já será publicado amanhã [14], no Diário Oficial, com validade de dez dias. Em Lauro de Freitas, a administração ainda avalia as opções", detalhou Rui.

O governador também lembrou que este é o pior estágio da pandemia, até o momento, no Brasil. "Estamos passando pelo período mais difícil no país. Ontem, foram quase 900 óbitos em apenas 24 horas. Por isso, é preciso reforçar as medidas restritivas na tentativa de conter o avanço da doença no território estadual. Quero agradecer a todos que compreendem e respeitam essas medidas, contribuindo ativamente para vencermos essa guerra", ressaltou.

Em Jequié e Lauro de Freitas, já são, respectivamente, 128 e 123 casos confirmados. A Bahia registra 6.547 casos, 1.790 curados e 236 óbitos. A taxa de ocupação leitos clínicos está em 44% e a de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos ao tratamento da Covid-19 chegou a 56%.

Diante da crise enfrentada pelo mundo em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus e dos esforços da Prefeitura de Camaçari para atender as demandas excepcionais de serviços públicos de saúde e assistência social, a Justiça Federal atendeu ao pedido da Administração Pública e suspendeu por quatro meses, em decisão liminar, o pagamento de financiamentos e parcelamentos contratados pelo município junto à Caixa Econômica Federal e União.

A medida foi necessária, uma vez que o atual cenário de quarentena e isolamento social afetam a atividade econômica, com reflexo direto na arrecadação pública municipal. Entre os pagamentos suspensos estão financiamentos contratados com a União e a Caixa, parcelamentos em relação a tributos e contribuições federais.

A Administração Pública informa que uma série de despesas foram realizadas emergencialmente para o enfrentamento da pandemia, em benefício da população, a exemplo de aquisição de teste rápido para detecção do coronavírus e de reanimadores pulmonares mecânicos e oxímetros, credenciamento de laboratórios para exame da Covid-19, aquisição de Equipamento de Proteção Individual (EPI), além da implantação de centros de combate ao coronavírus na sede e costa do município.

Dessa forma, o juiz federal dr. Carlos D’Ávila Teixeira, da 13ª Vara Cível/SJBA, entendeu que Camaçari fez “despesas orçamentárias realizadas emergencialmente para o enfrentamento da pandemia, em benefício da sua população” e que a “paralisação quase total das empresas locais” já reduz significativamente as receitas principais do município.

O subprocurador-geral do município, Bruno Helásio, explicou que o objetivo da prefeitura é tornar legítima uma escolha administrativa que consiste em alargar o tempo de pagamento de algumas dívidas, para garantir mais eficiência nos serviços oferecidos à população nesse momento de pandemia.

“A Secretaria da Fazenda fez inicialmente uma projeção de parcelas a vencer, referentes a financiamentos e parcelamentos feitos com a União e com a Caixa para o período de abril até dezembro deste ano, cujo montante corresponde a um pouco mais de R$ 18 milhões. A Procuradoria-Geral do Município ingressou com uma ação requerendo a suspensão desses pagamentos, demostrando que o município vem investindo consideravelmente em recursos no combate à Covid-19, com inúmeras ações desenvolvidas nas áreas de saúde, serviço social e educação”, disse o subprocurador

Helásio informa ainda que o juiz deferiu o pedido liminar por um período de quatro meses e proibiu aos contratantes modificar as bases contratuais dos referidos acordos, bem como cobrar juros, multas ou adotar qualquer outra medida de cobrança relacionada aos débitos que foram suspensos.

Ao gerar a suspensão de pagamento, o município terá uma economia na ordem de aproximadamente R$ 1,8 milhões por mês, que serão investidos em medidas essenciais para salvar vidas. O município já investiu R$ 41,4 milhões em ações de enfrentamento ao coronavírus.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), detectou 27 casos positivos para coronavírus em testagens rápidas feitas hoje (13) nos bairros de Nazaré, Plataforma e Pituba, localidades onde estão em vigor medidas restritivas regionalizadas para ampliar o isolamento social, conter a disseminação da Covid-19 e proteger a vida das pessoas. Na Boca do Rio, outro bairro com medidas específicas, nenhum caso da doença foi detectado nesta quarta.

Em Nazaré, onde há restrição à circulação na Avenida Joana Angélica, foram realizados 75 testes, sendo 7 positivos. Em Plataforma, foram 80, com 11 casos confirmados. E na Pituba, localidade onde as novas medidas tiveram início hoje (13) - nas outras localidades, as determinações entraram em vigor na última segunda-feira (11) -, foram feitos 75 testes, com 9 confirmações para a Covid-19.

Ontem, nos testes realizados na Boca do Rio, Plataforma e Nazaré, foram detectados 17 casos positivos para o novo coronavírus. Somados os três dias (anteontem, ontem e hoje), já foram confirmadas 51 pessoas infectadas em 830 testagens. "Esses números, que são preocupantes, demonstram que acertamos ao ampliar e regionalizar as medidas para conter o avanço da doença nas localidades onde a taxa de contaminação tem sido maior e o isolamento social menor. Isso demonstra que estamos agindo com base em dados técnicos e na linha correta", disse o prefeito ACM Neto.

"A cada pessoa identificada como positivo nessas ações de testagem rápida e encaminhada para isolamento, conseguimos evitar que pelo menos outros quatro indivíduos sejam infectados. Sendo assim, nosso objetivo com os testes em massa da população é repetir em Salvador a iniciativa bem sucedida em países que conseguiram identificar e isolar um grande número de infectados, impedindo assim um disseminação mais rápida do vírus", acrescentou Leo Prates, titular da SMS.

Tanto na Pituba quanto na Boca do Rio, Plataforma e região da Avenida Joana Angélica, a Prefeitura, além das ações restritivas ao comércio e à movimentação das pessoas, buscando ampliar o isolamento social, promove a distribuição de máscaras, realização de testes rápidos, medição de temperatura, entrega de cestas básicas para ambulantes e feirantes, higienização de ruas, ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, apoio a instituições de idosos, crianças e pessoas com deficiência e Cras Itinerante.

Laudos entregues pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que o presidente Jair Bolsonaro teve resultado negativo nos exames para o novo coronavírus. Os exames foram abertos ao público nesta quarta-feira (13).

Os documentos só foram divulgados após o jornal "O Estado de S. Paulo" entrar na Justiça pedindo acesso.

Antes, o presidente já tinha anunciado os resultados negativos em redes sociais, mas se recusava a mostrar os laudos em si.

Os três exames usaram o método PCR, considerado mais eficaz porque rastreia o material genético do coronavírus. Ele identifica bem a Covid-19 a partir dos primeiros três dias de sintomas – diferentemente do teste rápido, que tem eficácia maior após o 10º dia de sintomas.

Segundo ofícios anexados pela AGU no Supremo, foram utilizados nos laudos nomes de terceiros para preservação da imagem e privacidade do presidente da República e por questões de segurança. O CPF e a data de nascimento nos papéis são, de fato, de Bolsonaro.

"Para a realização dos exames foram utilizados no cadastro junto ao laboratório conveniado Sabin os nomes fictícios Airton Guedes e Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, sendo preservados todos dados pessoais de registro civil junto aos órgãos oficiais", afirma o ofício do Comandante Logístico do Hospital das Forças Armadas, Rui Yutaka Matsuda.

O processo chegou ao Supremo Tribunal Federal e, na noite desta terça (12), a Advocacia-Geral da União (AGU) forneceu os laudos ao ministro relator, Ricardo Lewandowski. Os papéis foram mantidos em envelope lacrado e, no início da tarde, Lewandowski determinou a inclusão nos autos, sem sigilo.

"Determino a juntada aos autos eletrônicos de todos os laudos e documentos entregues pela União em meu gabinete, aos quais se dará ampla publicidade", afirmou o ministro na decisão.

A ação movida pelo "Estadão" foi marcada por idas e vindas. O jornal chegou a receber decisões favoráveis, com a determinação de que o exame fosse entregue em 48 horas, mas o governo conseguiu reverter a ordem no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

O jornal recorreu, então, ao Supremo. Nesta terça, a AGU decidiu entregar os laudos antes mesmo de uma decisão do ministro Lewandowski.

Confira, abaixo, os detalhes de cada teste apresentado pelo governo ao STF.

Primeiro exame

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Primeiro exame entregue ao Supremo Tribunal Federal, em processo sobre testagem de Jair Bolsonaro — Foto: STF/Reprodução

Nome: Airton Guedes
Método: RT-PCR Tempo Real
Resultado: negativo
Processamento: laboratório privado
O laudo mais "antigo" entregue ao STF indica que a primeira amostra foi coletada em 12 de março por uma equipe do Hospital das Forças Armadas. O resultado foi liberado às 13h47 do dia seguinte.

O documento mostra o nome Airton Guedes – um codinome, segundo o governo. O CPF e a data de nascimento conferem com os dados de Jair Bolsonaro.

O teste foi feito pelo método PCR, considerado mais preciso porque detecta o material genético do coronavírus. O ideal é realizar esse exame de 3 a 7 dias após o primeiro sintoma, ou após o contato com alguém contaminado.

A coleta do material foi feita dias após Jair Bolsonaro retornar de uma viagem oficial aos Estados Unidos, em março. Naquele momento, uma TV americana chegou a afirmar que o presidente tinha sido contaminado, sem apresentar documentos.

Ao longo daquele mês, pelo menos 23 pessoas que participaram da viagem oficial testaram positivo para a Covid-19. O primeiro diagnóstico foi do secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, que já voltou ao Brasil isolado no avião e fez o teste após o desembarque.

Segundo exame

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Segundo exame entregue ao Supremo Tribunal Federal, em processo sobre testagem de Jair Bolsonaro — Foto: STF/Reprodução

Data: 17 de março

Nome: Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz
Método: RT-PCR Tempo Real
Resultado: negativo
Processamento: laboratório privado
O segundo exame foi registrado no sistema do laboratório no dia 17 de março, cinco dias após a primeira testagem. A repetição é parte do protocolo de segurança e ajuda a evitar um "falso positivo" causado pela janela imunológica – quando o vírus já está no corpo mas ainda não pode ser detectado.

Nesse teste, o paciente aparece com o nome de Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz. O CPF e a data de nascimento, mais uma vez, são os dados de Jair Bolsonaro.

O segundo exame também usou o método PCR, considerado mais preciso. Após esse teste, o presidente voltou a anunciar resultado negativo, sem apresentar qualquer comprovação.

Terceiro exame

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Terceiro exame entregue ao Supremo Tribunal Federal, em processo sobre testagem de Jair Bolsonaro — Foto: STF/Reprodução

Data: 18 de março
Nome: Paciente 05
Método: RT-PCR Tempo Real
Resultado: negativo
Processamento: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

O terceiro exame foi feito em 18 de março, um dia após o segundo. A amostra, desta vez, foi analisada em um laboratório público da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Mais uma vez, foi o usado o método PCR, mais preciso, a partir de amostra de "secreção de nasofaringe". O resultado também deu negativo.

O "dono" da amostra é identificado apenas como "Paciente 05". No documento entregue ao STF, não há qualquer dado relacionado ao presidente Jair Bolsonaro.

Em exames do tipo, é comum que uma mesma coleta de material dê origem a dois exames distintos. Isso pode ter acontecido no segundo e no terceiro exames, analisados com apenas um dia de diferença. Os documentos enviados ao STF não trazem essa informação.

O coordenador de Saúde da Presidência da República, Guilherme Guimarães Wimmer, afirma em ofício anexado ao processo que o "paciente 05" era Jair Bolsonaro, e que o nome foi omitido por segurança.

"Em razao do estado de emergência em saúde pública decorrente do coronavírus e considerando a grande repercussão pela mídia sobre o estado de saúde do Sr. Presidente da República, foram adotadas medidas de segurança em relação aos exames, com o intuito da preservação da imagem e privacidade do Presidente da República", diz Wimmer.

"Nesse sentido, os dados pessoais do Presidente da República foram preservados, e o exame em lide foi enviado ao laboratório da Fio Cruz na cidade do Rio de Janeiro identificado como Paciente 05."

Falta de cuidado
Os resultados de Jair Bolsonaro no teste de coronavírus geraram preocupação porque, desde o início da pandemia, o presidente da República infringiu, diversas vezes, os protocolos de distanciamento social e isolamento recomendados pelas autoridades de saúde.

Dias após voltar dos Estados Unidos, e já com a informação de que parte da comitiva estava contaminada, Bolsonaro rompeu o isolamento recomendado pelos médicos da Presidência da República e participou de um protesto na Esplanada dos Ministérios.

No ato, o presidente cumprimentou, abraçou e tirou fotos com apoiadores. Naquele momento, já havia recomendação para que todos evitassem aglomerações. Pessoas que tiveram contato com pacientes da Covid-19 já eram aconselhadas, também, a manter isolamento preventivo.

O comportamento se repetiu em diversas ocasiões. Em 11 de abril, por exemplo, Bolsonaro visitou obras de um hospital de campanha em Águas Lindas de Goiás, cidade vizinha ao Distrito Federal, e descumpriu regras de uso da máscara e de evitar aglomerações.

Em 19 de abril, na posse do ministro da Saúde Nelson Teich, o presidente levou a mão ao nariz, falou ao pé do ouvido e cumprimentou pessoas.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério da Defesa bloqueie na própria folha de pagamentos os valores pagos indevidamente a militares que receberam o auxílio emergencial destinado a trabalhadores informais impactados pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. A decisão liminar do TCU, assinada pelo ministro Bruno Dantas nesta quarta-feira, determina um ressarcimento aos cofres públicos ainda neste mês, por meio de guias de recolhimento da União (GRUs), e, caso todo o dinheiro não tenha sido devolvido ao erário, a Defesa deve suspender parte dos pagamentos do mês de maio. Ao todo, 73,2 mil militares receberam o auxílio.

A suposta fraude envolve militares da ativa, da reserva, pensionistas, dependentes e anistiados. Os pagamentos referentes à primeira parcela do benefício somam, pelo menos, R$ 43,9 milhões. Se as três parcelas chegarem a ser pagas, o gasto somará R$ 131,8 milhões. Tanto o Ministério da Defesa quanto o Ministério da Cidadania, responsável pelo programa, já admitiram que os pagamentos foram feitos. Uma investigação interna teve início para detectar por que 73,2 mil militares receberam o auxílio emergencial.

A decisão do TCU obriga as duas pastas a cancelarem os cadastros admitidos, "de modo a evitar a continuidade de pagamentos ilegais". A Defesa terá de fornecer à Cidadania as bases de dados da folha de pagamento de ativos, inativos e pensionistas das Forças Armadas, em até um dia depois do fechamento da folha.

Em 15 dias, o ministério deve informar ao TCU as "medidas tomadas para apurar eventuais faltas funcionais dos militares que solicitaram deliberadamente o auxílio emergencial e para prevenir novas ocorrências de militares envolvidos em solicitações indevidas de benefícios sociais". Nos mesmos 15 dias, será necessário dizer quem ressarciu e quem não ressarciu os valores recebidos de forma ilegal.

Outra determinação do TCU é para que o Ministério da Cidadania informe se há servidores civis federais, estaduais e municipais entre os beneficiários do auxílio emergencial. O prazo para isso é de cinco dias. Os Ministérios da Cidadania e da Economia devem implantar um "mecanismo simplificado de ressarcimento de valores" pagos indevidamente.

A decisão liminar foi confirmada pelos demais ministros em votação em plenário nesta quarta. Além do que já constava na cautelar, ficou decidido que o Ministério da Cidadania terá de divulgar, em até 15 dias após o pagamento feito, informações sobre todos os cidadãos que receberam o auxílio emergencial. Os dados devem ficar púbicos no Portal da Transparência, do governo federal, compartimentados por município.

A investigação no TCU teve início por iniciativa da área técnica do tribunal, mais especificamente da Secretaria de Controle Externo de Gestão Tributária, Previdência e Assistência Social. No pedido direcionado ao ministro Bruno Dantas, os auditores solicitaram uma medida cautelar para tentar minimizar o prejuízo aos cofres públicos. "Não existe previsão legal para que esses pagamentos sejam efetivados aos servidores militares, pensionistas, dependentes e anistiados, visto que não estão entre os beneficiários previstos na lei", citam os auditores.

O universo de 73,2 mil militares equivale a 4,1% de 1,8 milhão de CPFs existentes no banco de dados do Ministério da Defesa, segundo informação da pasta. O ministério afirmou que as Forças Armadas apuram individualmente os casos e que valores pagos indevidamente serão restituídos aos cofres públicos.

O TCU entendeu, porém, que os processos em curso nas Forças podem ser demorados, e o "fundamental" é que "esse ressarcimento seja rápido e integral". "O tribunal tem amplo histórico na fiscalização de pagamentos indevidos de benefícios sociais e essa experiência evidencia um processo moroso e ineficaz de ressarcimento desses pagamentos", afirmam os técnicos.

O ministro que relata o processo no tribunal concordou com os argumentos. "A própria nota de esclarecimento conjunta entre os Ministérios da Defesa e da Cidadania cita a irregularidade identificada. Pessoas que possuem vínculos formais de trabalho não são elegíveis (a receber o auxílio emergencial). Não há margem para interpretação", diz Dantas na decisão cautelar que manda a Defesa providenciar os ressarcimentos ainda neste mês.

Segundo o ministro, "o deslinde do caso não pode esperar os trâmites processuais inerentes sob pena de não haver tempo suficiente para que os recursos ressarcidos sejam reutilizados para financiar benefícios de trabalhadores". "Em que pese o ânimo do Ministério da Defesa em apurar individualmente cada caso e a declarada intenção de restituir os montantes recebidos indevidamente, é imprescindível que haja urgência nesse ressarcimento, inclusive com adoção de providências necessárias pelo ministério, como a glosa na folha de pagamento", concluiPela manhã, ao deixar o Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os militares que cometeram irregularidades serão identificados, vão devolver o dinheiro e sofrerão uma punição disciplinar. Capitão reformado do Exército, Bolsonaro disse que, no meio militar, quando acontece algo errado, "o bicho pega". Enfatizou que o pagamento indevido ocorreu para "o praça prestador do serviço militar inicial", que vem de famílias pobres.

- Mais ou menos 3% da garotada presta o serviço militar obrigatório, e são pessoas oriundas das classes mais humildes da população, são os mais pobres. Estão servindo o Exército no corrente ano, Marinha e Aeronáutica, e alguns se inscreveram. Como ano passado, filho de pobre, sem renda, não tinha renda nenhuma, acabaram recebendo - declarou o presidente.

- Agora, nosso meio, quando acontece coisa errada no nosso meio militar, o bicho pega. Estão sendo identificados, vão pagar, vão devolver o dinheiro e vão pegar uma punição disciplinar. Coisa que não acontece com frequência em outras áreas. No nosso meio, fez besteira, paga. Agora repito: são militares, mas são jovens que prestam serviço militar obrigatório - complementou Bolsonaro.

No início da pandemia do coronavírus, muito se falou que os idosos eram mais suscetíveis à doença. Entretanto, elementos como problemas no coração ou um acidente vascular cerebral (AVC) são fatores de risco tão grandes para a covid-19 quanto uma idade avançada.

Pegando todos os brasileiros que possuem algum fator de risco além da idade, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) chegou a conclusão de que mais da metade da população adulta do Brasil está dentro de algum grupo de risco.

São, ao total, 86 milhões de pessoas que apresentam ao menos um dos fatores que pode aumentar o risco de complicações, caso haja contaminação pelo coronavírus. Isso equivale a 41% dos brasileiros e 54% dos adultos, dos quais 30% deles têm ao menos um fator que pode causar o agravamento do quadro em caso de contaminação, 15% têm dois fatores, enquanto 9% têm 3 ou mais.

Foram considerados grupos de risco idosos (acima de 65 anos), portadores de doenças crônicas (doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, doenças respiratórias crônicas (em particular doença pulmonar obstrutiva crônica), câncer e doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral - AVC).

Também foram incluídos outros fatores de risco, provenientes de estudos mais recentes realizados nos Estados Unidos e na Europa, como doença renal crônica, obesidade, asma e tabagismo.

Menos instruídos têm mais fatores de risco
Considerando o grau de escolaridade, é possível perceber que adultos que não concluíram o ensino fundamental estão muito mais propícios a estarem nos grupos de risco, com 80%. Enquanto isso, a parcela da pesquisa que possui ensino superior e apresenta fatores que podem agravar o estado de saúde é de 46%.

Para Rezende, há duas causas principais para a diferença entre os índices. “Pessoas com menor escolaridade tendem a ter um menor nível socioeconômico e menos acesso a recursos básicos", disse.

“A prevalência de doenças é maior justamente na parcela da população mais vulnerável, que mora em locais onde o distanciamento físico é difícil, tem vínculos empregatícios mais frágeis e menos acesso a serviços de saúde. É preocupante”, afirmou Rezende em entrevista ao G1.

Além disso, existe uma relação entre idade e nível de instrução. "Nas pessoas acima de 65 anos, 67% têm nível de escolaridade incompleto. Em pessoas abaixo dessa faixa, são apenas 15% tem o primeiro grau incompleto", completou.

Análise por estados
A pesquisa também retrata a proporção no grupo de risco por estados.

Nesse caso, observa-se uma predominância de estados do Sul e Sudeste entre os que têm maior fatia da população nos grupos de risco, com Rio Grande do Sul (58,4%), São Paulo (58,2%) e Rio de Janeiro (55,8%) nas primeiras posições.

Por outro lado, Amapá (45,9%), Roraima (48,6%) e Amazonas (48,7%) são os estados com menor proporção de populações nos grupos de risco.

Para Rezende, a explicação também passa pelos fatores socioeconômicos.

“Há duas possíveis explicações para essa diferença. Uma tem relação com a maior expectativa de vida nos estados do Sul e Sudeste, onde o nível socioeconômico da população é maior e, portanto, há mais idosos. A outra seria o menor acesso ao diagnóstico médico no Norte e Nordeste, que poderia ter enviesado os dados sobre a prevalência de doenças como diabetes e hipertensão, que, muitas vezes, são assintomáticas no início”, diz.