Bandidos põem fogo em carro com repórter da TV Bahia na mala

Bandidos põem fogo em carro com repórter da TV Bahia na mala

O jornalista Jony Torres foi trancado na mala do próprio carro durante uma tentativa de assalto no início da noite desta segunda-feira (17) na zona rural da cidade de Esplanada, região nordeste do estado. Os ladrões ainda atearam fogo ao veículo, mas Jony conseguiu escapar antes das chamas consumirem seu veículo, um modelo Nissan Tiida de quatro portas. O carro teve perda total. O jornalista da TV Bahia tem uma fazenda com o sogro no município.

carro-jony torres

O crime foi cometido por dois homens que estavam numa moto. Segundo o jornalista, um deles aparentava ser adolescente, mas foi o mais velho que comandou toda a ação. O jornalista conta que o assalto durou, aproximadamente, 30 minutos. Ele ainda chegou a ser reconhecido pelo mais jovem, mas foi confundido com um policial.

"Ele achou que me reconheceu por ser policial e começou a dizer: 'nós é bonde do maluco, porra, nós vai lhe matar. Cadê o celular, porra? Eu dizia pra ele: velho, eu sou jornalista, não sou polícia. Tenho dois filhos para criar. Um deles ainda disse: 'eu também não tive pai para me criar'", informou Jony.

Para ele, foi mais uma violência psicológica do que física. Segundo ele, os dois assaltantes aparentavam estarem embriagados e drogados. "Eles só queriam o celular, na hora do nervoso, nem lembrei que tinha deixado na fazenda e falei que devia ter caído no carro", conta. O jornalista entregou a carteira com R$ 400, mas mesmo assim os ladrões ficaram irritados.

Jony contou ao CORREIO que precisou ir resolver um problema na fazenda de última hora e saiu, por volta das 18h30, para fazer um lanche em um posto de gasolina na BR-101. Para chegar até o local, trafegou por uma estrada de terra de cerca de 3 km. Quando estava voltando, precisou diminuir a velocidade por conta de uma linha férrea que tem na região e foi nesse momento que o jornalista foi abordado pelos assaltantes.

"Eles entraram no carro e me fizeram dirigir com uma arma apontada para a minha cabeça até uma plantação de eucalipto. Lá, me colocaram deitado no chão e começaram a exigir o celular. Mas eu estava tão nervoso, que nem me dei conta de que tinha esquecido na fazenda e disse que devia estar caído no chão do carro, como não acharam, decidiram me matar. Me botaram no porta-malas do carro e disseram: 'vou lhe matar porra´. Fiquei achando que me dariam um tiro, mas ele ainda disse: 'não vou gastar uma bala com esse filho da puta'".

Só quando ouviu o barulho da moto dando partida é que o jornalista teve coragem de tentar sair do carro. "Meu carro era daqueles que tem uma cordinha para baixar o banco, eu consegui baixar e sair pelas portas do fundo. Só então vi que a parte da frente do carro já estava toda em chamas. Jogaram cachaça no carro e tocaram fogo", relembra.

O jornalista não soube estimar quanto tempo ficou preso no porta-malas. Mas quando achou que os bandidos já tinham saído do local, conseguiu sair do carro. Primeiro ele se escondeu no mato e depois começou a correr, pra sair dali. "Na estrada de chão me deram socorro e acionaram a Polícia Militar, que foi no local e encontrou meus documentos jogados no chão", conta.

Quase 24 horas depois do assalto, o jornalista conta que até agora está praticamente sem dormir. "Só pensava nos meus filhos", diz. Ele já havia sofrido um assalto em Salvador, mas nada que fizesse com que ele temesse tanto pela sua vida. "Foi terrível. Uma maldade sem sentido. Queriam me matar só por causa de um celular", comentou Jony, destacando que os bandidos estavam visivelmente transtornados.

Ele conta que ainda se sente como se estivesse "dentro de um pesadelo". "A vontade que da é de ir dormir pra acordar depois e descobrir que era apenas um sonho ruim", finaliza.

O veículo está no seguro. Na manhã desta terça-feira (18), policiais começaram a busca pelos bandidos. Em nota, a Polícia Civil informou que o roubo é investigado pela Delegacia de Esplanada, "que realiza incursões para identificar e prender os autores". O CORREIO vem tentado falar com o delegado da região, mas ninguém atendeu às inúmeras ligações realizadas à unidade.

Fonte: Correio24horas

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    “A maioria dos assassinatos ocorre em vias públicas ou no interior de veículos, mas ambientes residenciais constituem o segundo local mais frequente para os homicídios em série. Bares, casas noturnas, locais ermos, penitenciárias, lojas e hotéis também aparecem nessa lista”, relata o especialista.

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    Uma fonte da polícia, que não se identifica, diz que Valéria é centro de uma disputa intensa entre facções, já que a proximidade com a BR-324 e a facilidade logística para escoamento de drogas e armas interessam qualquer facção criminosa. "Ali há uma ação contínua desses grupos. Entra ano, sai ano e tem guerra. Então, é claro que a polícia age quando recebe denúncias e também de maneira planejada, porque tirar das facções uma área tão estratégica como essa seria um golpe para o crime", explica Antônio Jorge de Melo, especialista em segurança pública.

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    Com aulas suspensas, postos de saúde sem funcionar e ônibus com circulação restriata, o prefeito Bruno Reis comentou ontem a situação. Ele disse que, se fosse ele o governador, solicitaria o apoio do Exército para lidar com o caso.

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    Em coletiva dada sobre os confrontos armados no Calabar/Alto das Pombas, o titular da Secretaria de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner, já havia negado a possibilidade de pedir reforço em escala federal. "Negativamente, de forma alguma. A gente mostra pelas ações de inteligência e investimentos que há um avanço na melhora da segurança pública do estado", afirmou na época.

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    Blindados

    Mais três blindados da Polícia Federal chegarão à Bahia nesta semana para reforçar o combate ao crime organizado. Os veículos, utilizados por outras Superintendências Regionais, já estavam na programação da instituição.

    As viaturas foram embarcadas em um navio da Marinha, no porto do Rio de Janeiro. Os blindados serão utilizados por equipes do Comando de Operações Táticas (COT) e do Grupo de Pronta Intervenção (GPI).

    "As viaturas já estavam definidas para reforçar o nosso trabalho. Não se trata de uma medida nova. Outros estados têm os seus blindados e agora a Bahia está sendo contemplada", explicou o superintendente regional da PF na Bahia, Flávio Albergaria.

  • Cursos na Ufba suspendem aulas em meio a violência no Alto das Pombas e Calabar

    A Reitoria da Universidade Federal da Bahia recomendou a suspensão das aulas e atividades administrativas nesta segunda-feira (4), nos campi de Ondina, Canela, São Lázaro e Federação, "para garantir uma maior tranquilidade à comunidade". A decisão é por conta da insegurança nas regiões do Alto das Pombas e no Calabar, que registram tiroteios desde a madrugada.

    No campus de Ondina, alguns professores também já estavam optando por liberar os alunos, segundo informações dos próprios estudantes, antes mesmo da orientação.

    "Já entramos em contato com a Secretaria de Segurança Publica solicitando reforço de policiamento no entorno de todos os campi da Universidade", diz nota da reitoria.

    Ameaça de um toque de recolher imposto nas duas regiões a partir da tarde de hoje circulam entre os moradores e também nas redes sociais. "Quem trabalha chegue cedo porque não vai entrar nem sair ninguém", diz uma das ameaças.

    No Alto das Pombas, tiroteios foram registrados durante a madrugada e na manhã de hoje houve novo confronto em frente ao Cemitério Campo Santo entre suspeitos armados e policiais militares. Além disso, um homem armado faz uma família refém no bairro.

    No Calabar, houve tiroteios na noite de ontem e na madrugada de hoje. Uma bala perdida atingiu um apartamento no 13º andar de um prédio na Graça.

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