A policial militar Rafaella Gonçalves foi morta por volta das 12h30 desta segunda-feira (5), na cidade de Ibotirama, no oeste da Bahia. O autor do crime foi o marido da vítima, o também militar Edson Salvador Ferreira de Carvalho.

Segundo a Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe), onde o soldado Edson era lotado, o autor do feminicídio tirou a sua própria vida após o assassinato da esposa.

Ainda não se sabe o motivo do crime. O casal tinha duas filhas, cujas idades não foram reveladas. Elas não foram atingidas pelos disparos e estão em segurança.

Rafaella era conhecida nas redes sociais como "PM Influencer". No Instagram, sua conta tem cerca de 70 mil seguidores. Por lá ela costumava postar relatos das operações que participava e fotos com armas.

Na noite desse domingo (4), ela postou um story ao lado de dois policiais indicando estar dentro de uma viatura. Sua última publicação foi um vídeo efetuando disparos dentro de um stand de tiros. Nos comentários, amigos e seguidores se despediram da policial.

"Sua missão de inspirar várias e várias mulheres foi cumprida. Não nos calaremos", disse uma seguidora. "Que Deus te receba de braços abertos", disse um amigo.

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Uma mulher de 26 anos sofreu uma tentativa de homicídio na noite desta quinta-feira (1), num sítio na zona rural de Mata de São João, município do Litoral Norte da Bahia. De acordo com a delegacia da cidade, um homem atirou cinco vezes contra ela, atingindo-a nas pernas e braços, depois que a vítima se recusou a fazer sexo com ele.

A Polícia Civil informou que ela foi socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE) e o autor do crime está sendo procurado. A polícia já sabe que ele é morador da cidade e está foragido. Para os peritos, a mulher só não foi assassinada porque, possivelmente, o criminoso possui algum nível de disfunção motora e não conseguiu manejar a arma a ponto de matá-la.

A vítima foi inicialmente internada num hospital de Mata de São João, de onde foi ouvida remotamente pelo delegado Euvaldo Costa, e posteriormente encaminhada para o HGE. Como os ferimentos foram considerados graves, a delegacia optou por ouvi-la logo a fim de adiantar as investigações para encontrar o suspeito.

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Uma mulher encontrou uma granada dentro da própria casa em Feira de Santana na manhã desta sexta-feira (2). Assustada, ela chamou a polícia e duas guarnições, da 64ª e 66ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), foram deslocadas para verificar a situação. De acordo com a PM, além do objeto suspeito, também foi relatada a ocorrência de tiros contra o imóvel.

Ao chegar no local, os policiais militares constataram que aparentava mesmo ser uma granada, então isolaram a área e em seguida acionaram o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que deslocou uma equipe da Companhia Antibombas.

A equipe do Bope identificou que se tratava de uma granada artesanal, ativa e com risco de detonação. Os policiais explosivistas retiraram a bomba da casa e removeram o artefato para um local seguro, onde foi finalmente detonado e destruído.

De acordo com a TV Bahia, que esteve no local, o caso aconteceu na Rua Joaquim Nabuco, numa região central do município. Segundo moradores ouvidos pela reportagem, na casa mora apenas uma senhora, que é parente de uma pessoa envolvida com o tráfico de drogas, o que pode ter motivado o ataque.

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Uma parte dos 10 operários que trabalharam na retirada de fios de cobre da Rua Direita do Santo Antônio, na manhã do último domingo, foi voluntariamente, nessa quinta-feira (1) até a 1ª Delegacia Territorial da Policia Civil, localizada nos Barris, para prestar esclarecimentos dos fatos. O grupo tinha sido acusado de furtar os cabos elétricos subterrâneos que já estavam desativados, mas alegaram que foram contratados por um funcionário da construtora Pejota para realizar o serviço.

Essa empresa ganhou a licitação do Governo do Estado para realizar as ruas do bairro e fazem há sete meses a obra. “Viemos para esclarecer os fatos. Nós jamais estaríamos mentindo, pois não temos necessidade disso. Se nos escondêssemos, a polícia viria atrás da gente, como se fôssemos os culpados. Não roubamos e sim fomos contratados pelo funcionário de nome Thailan”, disse o operário que se identificou apenas como Marcelo, de 33 anos.

No total, foram seis homens ouvidos pela delegada Rogéria Araújo, que acompanha o caso. Ela não ainda não quis falar com a imprensa sobre o inquérito que foi aberto. Os detalhes da investigação da polícia também não foram divulgados, para evitar interferências no curso das apurações. “A gente está sendo vítima nessa história e queremos que isso fique claro no inquérito”, disse Marcelo.

Dessa vez, tanto Marcelo como outros quatro funcionários que prestaram depoimentos não tiveram vergonha de mostrar o rosto. Apenas o líder do grupo preferiu permanecer no anonimato, pois disse que sua imagem está associada à sucata em que ele trabalha e não quer prejudicar o nome da empresa. “Eu também tive a sorte de não ter meu rosto exposto nas imagens que viralizaram nas redes sociais nessa semana. Foram os meninos que apareceram”, disse o líder.

Na quarta-feira, sem se identificar, parte do grupo já tinha revelado a sua versão dos fatos em entrevista exclusiva ao CORREIO e à TV Bahia. Dessa vez, o grupo permaneceu na 1ª DT das 10h30 até as 17h da quinta-feira. “Tivemos que perder um dia de trabalho, mas é importante que tudo fique claro. Outros funcionários não puderam vir hoje, pois estavam com compromissos já marcados”, explicou o líder do grupo.

Depoimentos
Rodrigo Conceição, 27 anos, foi um dos que falaram com a delegada. “Eu passava no bairro e o povo me chamava de ladrão, o que era muito ruim. Agora, eu e minha família estamos mais aliviados, pois tudo está sendo esclarecido. Eles sempre acreditaram em mim, pois sempre fui trabalhador e nunca algo do tipo aconteceu comigo”, disse o jovem, que trabalha como diarista em operações como essa. “Recebemos R$ 50 por dia de trabalho, R$ 100 aos domingos”, disse.

“Quando tudo aconteceu, minha filha pequena disse que eu estava passando na televisão. Fiquei dois dias sem dormir, tive medo de ir preso por algo que não era culpa minha. Fui fazer um serviço, ganhar R$ 100 para levar para dentro de casa. Eu só peço que esse engenheiro apareça na delegacia e esclareça tudo. Não quero passar essa vergonha mais”, completou

A advogada Marcela Nascimento acompanhou o grupo durante todo o dia e explicou que eles não iam abrir uma queixa nesse momento. “Eles vieram esclarecer, se defender, explicar que foram contratados por um suposto engenheiro da Pejota. Inclusive, eles tiveram nas dependências da construtora e pegou materiais. Viemos ajudar a delegada nesse inquérito policial”, disse.

Marcela também explicou que não havia um contrato escrito que estabelecia um vínculo entre as duas partes e sim um acordo verbal voltado para a retirada dos fios. “No início, eles queriam prestar uma queixa contra o suposto engenheiro e a empresa, mas vamos avaliar isso mais ao final desse inquérito. O importante agora é cooperar com o inquérito policial e esclarecer que eles não sabiam que se tratava de um furto. No momento, a culpa é do engenheiro, que precisa prestar esclarecimentos”, disse.

O primeiro a ser ouvido pela delegada foi o lider do grupo, que conversou com o suposto engenheiro por mensagens de whatsapp. “Ele nos falou que a empresa queria ‘se cobrir’, ou seja, se isentar da responsabilidade e disse que teria feito a denúncia por pressão da Conder. Eu falei que ele teria que ter nos explicado que o serviço era algo ilegal, pois assim a gente não iria fazer. Disse que estávamos chateados e ele nos bloqueou no whatsapp. Entrei em contato com a administração da Pejota, enviei os prints para eles e até agora não recebi nenhum retorno”, afirmou.

O grupo afirmou que atua há 10 anos no mercado e que é comum eles serem chamados por construtoras para retirarem sucata de obras. “Se fosse de noite, eu iria estranhar. Mas era no domingo, um dia comum de trabalho para a gente. Bem, a empresa emitiu uma nota que se isentava da responsabilidade, mas eu quero que eles esclareçam legalmente que o funcionário deles contrataram a gente, o que foi a verdade”, disse o líder.

Relembre
No domingo, pessoas sem máscara, vestidas com uniformes azuis e com maquinários de grande porte, como retroescavadeiras, destruíram 60 metros de extensão de um lado da rua para levar fios de cobre que estavam enterrados no local. A ação se iniciou por volta das 8h30, durou cerca de quatro horas e danificou a rede de tubulação de água, que já foi consertada.

A Coelba confirmou que os cabos furtados pertencem a uma linha de transmissão desativada, mas que permaneceram no local para uma eventual necessidade. Em nota, ela afirma que acompanha o inquérito policial em curso e seguirá tomando as medidas cabíveis para apuração dos fatos e responsabilização dos envolvidos.

A Conder não quis se pronunciar sobre o assunto. Já a Pejota Construções disse que não tem qualquer relação com os fatos noticiados. “A empresa disponibiliza vigilância para os materiais e equipamentos existentes no canteiro de obras. A construtora reforça que realiza os serviços no horário comercial, de segunda a sábado, e o tráfego de veículos e pedestres é livre e permanente durante toda a semana”, afirmaram.

Foi a prórpria Pejota que prestou queixa na delegacia, após o pedido da Conder, o que teria sido feito numa reunião entre as duas partes realizada na tarde dessa terça. No entanto, em nota divulgada para a imprensa um dia antes, a Conder já tinha dito que fizera o pedido à Pejota para que registrasse queixa.

“Internamente, não há nenhum registro de contrato que vincule a empresa a este serviço prestado no dia 27. O funcionário citado não possui nenhum tipo de autonomia para contratação de serviços em nome da empresa sem a prévia autorização, conforme o manual de procedimento interno. A empresa foi surpreendida com o possível envolvimento do mesmo no ocorrido. Caso seja comprovada sua responsabilidade, este será o único a assumir as consequências de seus atos que diferem do código de conduta da empresa”, disseram.

Confira a nota completa:

A Pejota Construções, responsável pela execução das obras de pavimentação e requalificação das vias na região do Santo Antônio Além do Carmo, através de contrato firmado com a CONDER, esclarece que não tem qualquer relação com os fatos noticiados. A empresa disponibiliza vigilância para os materiais e equipamentos existentes no canteiro de obras. A construtora reforça que realiza os serviços no horário comercial, de segunda a sábado, e o tráfego de veículos e pedestres é livre e permanente durante toda a semana.

A empresa está colaborando com as investigações, em contato direto com a CONDER para apoiar na implantação de novas medidas a serem adotadas. A primeira medida foi o registro de boletim de ocorrência feito pela Pejota, na Delegacia dos Barris. A ação aconteceu após pedido da CONDER feito em reunião ocorrida no dia 29.

As imagens amplamente divulgadas pela imprensa mostram que o fardamento usado pelos criminosos não possui nenhuma identificação da empresa. Além disso, os fios de cobre e o maquinário utilizado também não pertencem à empresa.

A construtora reforça que a retirada dos fios de cobre de Santo Antônio Além do Carmo foi praticada por terceiros de forma alheia ao conhecimento da empresa. Após apurações preliminares relativas à denúncia feita à imprensa, a Pejota instaurou uma sindicância para tomar todas as providências legais cabíveis e afastou um funcionário da obra enquanto acontecem as investigações para apurar as responsabilidades.

A Pejota reafirma que não contratou o serviço para nenhum fim, todos os contratos de empreitadas e serviços são feitos através de processos internos, passando por análises de serviço, cotações e autorização dos setores administrativos da empresa e da diretoria e, só após a formalização do contrato e da ordem de serviço é que o fornecedor executa o que foi contratados. Internamente, não há nenhum registro de contrato que vincule a empresa a este serviço prestado no dia 27.

O funcionário citado não possui nenhum tipo de autonomia para contratação de serviços em nome da empresa sem a prévia autorização, conforme o manual de procedimento interno. A empresa foi surpreendida com o possível envolvimento do mesmo no ocorrido, levantado pela mídia no dia 29/09. Caso seja comprovada sua responsabilidade, este será o único a assumir as consequências de seus atos que diferem do código de conduta da empresa.

Ainda assim, todas as medidas foram tomadas para reparar os danos, evitando maiores prejuízos para os moradores, para a CONDER e para a Coelba – mesmo tendo sido a Pejota também prejudicada, assumindo todos os custos de requalificação e sua imagem atingida.

Finalizamos reforçando, mais uma vez, que não houve a contratação dos “serviços” e que estamos colaborando com imagens, informações e documentos a fim de apoiar as autoridades competentes na resolução do caso. A partir desse momento, as informações sobre o caso serão dadas pelas autoridades competentes que conduzirão a investigação.

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Quatro suspeitos, um deles foragido por homicídio, foram presos na quarta-feira (30) em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, em uma ação que teve ainda apressnaõ de uma submetralhadora, uma pistola, um revólver e munições.

Dois dos suspeitos foram presos no bairro da Lama Preta durante ações ostensivas do 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM/Camaçari). Eles tentaram escapar, mas foram alcançados. Com eles, foram apreendidos uma submetralhadora calibre 9mm, carregador, munições e oito porções de maconha.

O segundo flagrante envolveu outra equipe que patrulhava no bairro Alto da Bela Vista. Os PMs desconfiaram do volume por baixo da camisa de um homem na rua e fizeram a abordagem. Encontraram com ele um revólver calibre 38, munições e R$ 55.

Por último, no bairro Nova Vitória, um criminoso reagiu a uma tentativa de abordagem de outra guarnição. Segundo a polícia, houve troca de tiros e o homem foi baleado. Ele foi encaminhanado para o Hospital Geral de Camaçari. Com ele foram apreendidos uma pistola calibre 9mm, carregador, munições, cinco pinos de cocaína e 60 embalagens com crack.

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“As minhas terras ele não vai roubar. Estou disposto a brigar, lutar a qualquer hora”. O trecho é de uma mensagem gravada em fevereiro deste ano por Wilson Messias de Souza, o Cidinho, 56 anos, um dos herdeiros do Loteamento Hilda Malícia, em Vila de Abrantes, no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). No vídeo, ele denuncia um esquema de grilagem envolvendo policiais militares e pelo qual vinha sendo ameaçado. Dois meses após a denúncia, Wilson foi assassinado por uma dupla de motoqueiros em Abrantes.

O vídeo já foi analisado pela Polícia Civil. O CORREIO teve acesso com exclusividade à gravação uma semana após as mortes do soldado da PM Ítalo de Andrade Pessoa e o amigo dele, o ex-fuzileiro naval Cleverson Santos Ribeiro, assassinados no dia 11 deste mês em Camaçari. Segundo moradores da região, um dos autores dessas execuções, um sargento da 59ª Companhia Independente (CIPM/Vila de Abrantes), e um outro PM, um tenente da 31ª CIPM de Valéria, fazem parte da mesma milícia que vem atuando no Loteamento Hilda Malícia, intimidando pouco mais de 40 pessoas que compraram terreno no local – uma área de aproximadamente 24 mil metros quadrados – e ameaçando também Cidinho.

Estes militares estariam a serviço de um dos sócios de uma imobiliária, Cleves Salviano da Silva, mencionado em vídeo feito pelo próprio Cidinho. “Tem um suposto proprietário, tal de Cleves Salviano da Silva. Esse cara aí está enchendo o meu saco. Fui na corregedoria, na delegacia e nada resolve porque ele disse que compra todo mundo. Compra juiz, compra delegado, agentes policiais, compra até o comandante da PM ... Ele tem dinheiro. Mas é grileiro. É do Belém do Pará. Saiu de lá para roubar as terras aqui. As minhas terras ele não vai roubar...”, diz a mensagem de Cidinho, gravada dois meses antes de ele ter sido assassinado.

De acordo com o vídeo, moradores da região e de parentes de Cidinho, Cleves seria um grileiro que comanda uma milícia formada por PMs que trabalham em companhias de Camaçari e de Salvador. Sob ameaça de morte, o grupo vem tomando terrenos para revendê-los em Vila de Abrantes, Arembepe, Barra de Jacuípe e no município vizinho de Simões Filho. Cleves já responde processo por formação de quadrilha, estelionato e falsificação de documentos (leia abaixo).

A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que o assassinato de Cidinho é investigado pela 26ª Delegacia (Vila de Abrantes), unidade onde a vítima já havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça contra Cleves e outras três pessoas. Na ocasião, a PM foi acionada para conter um grupo de homens armados, mas nenhuma arma foi apreendida. No entanto, todos foram conduzidos à delegacia.

Em relação à morte de Cidinho, a reportagem questionou a delegada Daniele Monteiro, titular da 25ª DP, se Cleves em algum momento foi intimado no inquérito que apura o crime. Por meio da assessoria da PC, a delegada respondeu que “a morte de Wilson segue em apuração na 26ª DT, sem autoria definida”. Já sobre a denúncia compartilhada nas redes sociais, a delegada através da assessoria disse que “o vídeo já foi analisado”.

Esta não foi a primeira vez que o CORREIO apura denúncia contra invasões de terra em Camaçari. Em maio de 2018, terrenos invadidos na localidade de Sangradouro, em Arembepe, eram vendidos entre R$ 5 mil e R$ 40 mil na internert. Em 2002, quando a invasão teria iniciado, 14 imóveis ocupavam a região. Na ocasião em que a reportagem foi publicada, havia mais de 300 construções irregulares.

Crime
Apesar de a polícia não dar detalhes sobre a investigação que apura a morte de Cidinho, parentes da vítima não têm dúvida de que o crime está relacionado com a ação de grilagem comandada por Cleves no Loteamento Hilda Malícia, uma região que foi ainda valorizada com a construção de empreendidos como o Outlet Premium Salvador, em Abrantes. “Cidinho não aceitava o que eles vêm fazendo. Eles querem tomar a terra que é por direito nossa, herança de nossa família. Cidinho foi várias vezes ameaçado pelos capangas de Cleves”, declarou um dos irmãos de Cidinho que preferiu não revelar o nome.

Ele disse ao CORREIO que o loteamento fazia parte da Fazenda Malícia, uma área de 757 mil metros quadrados pertencente ao avô deles, Rufino Bonfim, conforme uma declaração de 05 de fevereiro de 1965. Com o passar dos anos, as terras foram divididas e posteriormente vendidas. Seu Rufino faleceu e deixou oito filhos, que lhe deram netos, entre eles Maria Hilda, que também já morreu. Como ela não era casa e nem teve filhos, os seus irmãos herdaram a sua parte, os cerca de 24 mil metros quadrados, que passaram a ser loteados há pouco tempo na Rua Malícia de Cima.

No entanto, há cerca de um ano, os herdeiros foram surpreendidos com a chegada dos grileiros que se apresentavam como donos do terreno e ameaçavam com homens armados as pessoas que já adquiriram seus lotes. “Ele (Cleves) não tem escritura. O documento que ele diz por aí que tem é de uma propriedade no Alto das Pombas, em Salvador”, disse um dos herdeiros exibindo documentos que comprovam a relação de parentesco com Rufino Bonfim e Maria Hilda.

Ele disse que Cidinho era o caçula dos irmãos e, por isso, tinha mais disposição para brigar pela família. Cabia à vítima a função de providenciar a escritura do terreno. "Ele já tinha ido algumas vezes na prefeitura de Camaçari, mas não tinha resolvido nada ainda", contou.

Diante da falta de respostas para suas denúncias formais aos órgãos da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), Cidinho, um dos herdeiros que vendia os lotes, denunciou o que seria um esquema de grilagem. Então, as intimidações passaram a ser mais constantes, o que levou a vítima a adotar uma atitude extrema. “Ele chegou num bar e atirou contra quatro homens de Cleves, dois deles policiais. Não matou ninguém”, contou o irmão. Neste dia, uma pessoa foi atingida na perna quando passava na hora.

No dia 12 de abril deste ano, Cidinho estava na Vila Tirantes, em Vila de Abrantes, quando foi surpreendido por dois homens numa moto. “Um deles disse: ‘Cidinho’ sua hora chegou’ e atirou. Ele morreu no local”, contou o irmão.

Ameaças
Uma semana após a morte de Cidinho, a presença dos policiais militares ligados a Cleves foi mais constante no Loteamento Hilda Malícia. “Cidinho era quem peitava eles por nós. Ele não admitia que tomasse as terras dele. Depois que ele morreu, os capangas de Cleves passaram a vir todos os dias, armados, dizendo que a gente não era dono de nada, que se quiséssemos morar no loteamento, teríamos que pagar a Cleves. Isso não é justo”, disse uma das pessoas que comprou o terreno exibindo um documento de compra e venda, assinado por Cidinho e reconhecido em cartório.

Na quinta-feira (24), o CORREIO esteve no Loteamento Hilda Malícia, que fica atrás do Outlet Premium Salvador, em Vila de Abrantes. A topografia do terreno realizada por uma empresa contratada por Cidinho em 12 de novembro de 2017 diz que a área de 23.552,63 metros quadrados está dividida em lotes de 140 metros quadrados, no entorno de quatro quadras e cinco ruas.

O local é um canteiro de obras. Para onde se olha tem blocos empilhados, máquinas funcionando, caçambas subindo e descendo o chão de barro. Foi nesse cenário que a reportagem conversou com alguns compradores dos lotes adquiridos nas mãos de um dos herdeiros. Eles contaram que, com a morte de Cidinho, os PMs derrubaram suas cercas e destruíram construções. “Peguei minhas economias e paguei R$ 12 mil por um lote, e eles (PMs) botaram tudo no chão e disseram que a gente aqui não é dono de nada”, declarou uma das pessoas que já havia adquirido o lote.

Segundo eles, Cleves está vendendo os lotes que já foram comprados e construindo um muro ao redor do loteamento. “Eu paguei R$ 10 mil e estou sendo expulso do meu lote para ele vender por R$ 50 mil, como vem fazendo com os outros terrenos. Já vieram falar comigo exibindo a arma na cintura”, contou outro comprador.

Uma mulher que também pagou R$ 10 mil por um lote teve a cerca derrubada e ouviu do próprio Cleves que teria que negociar com ele para ter o terreno de volta. “Eu fiquei sem reação e estou até hoje sem saber o que fazer. Algumas pessoas que bateram de frente, já tinha a casa erguida e mesmo assim foram expulsas. Eles colocaram fogo no telhado”, relatou ela.

Os entrevistados foram questionados se registraram um boletim de ocorrência e todos foram categóricos na resposta: não confiam na polícia. “A própria polícia está do lado dele (Cleves). A gente vai à delegacia e mandam voltar, dizendo que as terras são de Cleves. Cidinho morreu lutando por isso”, desabafou um dos compradores.

Ainda de acordo com eles, dois policiais, cujos nomes e fotos viralizaram em grupos de WhatsApp como supostos envolvidos nas mortes do soldado da PM Ítalo de Andrade Pessoa e o amigo dele, o ex-fuzileiro naval Cleverson Santos Ribeiro, assassinados no dia 11 deste mês em Camaçari, os intimidaram. “Estes dois aqui (diz apontando para as fotos no celular) estavam há pouco tempo por aqui, exibindo as armas, junto com outros capangas do grileiro. Um deles passou por mim e fez questão de levantar a camisa para exibir a pistola na cintura”, contou.

Enquanto o CORREIO apurava a denúncia, um grupo de homens estava posicionado a uma certa distância na parte alta do terreno. Eles monitoravam os passos da equipe e das pessoas entrevistadas. “São eles. Os milicianos não vieram agora porque vocês estão aqui, só por isso”, declarou um dos entrevistados. Eram três homens que chegaram ao local em um carro e uma moto e se posicionaram rente à construção de um muro erguido por Cleves para impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo grupo. Enquanto um permanecia o tempo todo sentado manuseando o celular, os outros dois prestavam atenção em tudo.

A equipe do CORREIO e os denunciantes eram monitorados à distânica por três homens desconhecidos

Imobiliária fechada
Após apurar a denúncia, o CORREIO procurou Cleves no local indicado pela população onde funciona o escritório de uma imobiliária. O escritório dele é situado no km 13 da Estrada do Coco, nas imediações da Prefeitura Avançada da Orla, em Abrantes. O local estava fechado. Segundo moradores, desde os assassinatos do PM Ítalo e do ex-fuzileiro naval, ninguém aparece na sala. Nada na fachada lembra uma corretora como outras da região. Não há nome da empresa na entrada e a porta é de vidro com uma película escura. Por uma fresta, dava para ver algumas cadeiras, uma mesa e um banner anunciando a venda de terrenos no Vivendas do Litoral – o interessado dá sinal de R$ 10 mil e paga o restante em 60 parcelas.

Há outros estabelecimentos comerciais, mas os seus proprietários e funcionários disseram que não sabiam do paradeiro de Cleves e tampouco queiseram comentar as acusações contra ele. A reportagem ligou também para o telefone de Cleves que consta numa ocorrência policial registrada por Cidinho na delegacia de Vila de Abrantes, mas ninguém atendeu.

Em 03 de janeiro de 2016, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou Cleves e outras três pessoas pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato e falsificação de documentos. Na denúncia do promotor Francisco Sérgio D’Andrea Espinheira, os quatro entraram com uma ação cautelar contra um dos sócios da Imobiliária Girassol Ltda, apresentando contratos falsos, selos inautênticos, alteração contratual com assinaturas falsas, quebra ilegal de sigilo bancário, de acordo com perícia criminal. O CORREIO procurou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e aguarda um posicionamento.

Sobre a atuação de grilagem da região de Camaçari, o MP-BA respondeu “ que não existe nada formalizado na Promotoria de Justiça Regional de Camaçari sobre grilagens. Trata-se de uma área muito visada e existem processos de reintegração de posse, cujos invasores são numerosos”, disse. O MP-BA sugeriu que o CORREIO procurasse a delegada Daniele Monteiro, titular da 26ª Delegacia (Vila de Abrantes). Através da assessoria, Monteiro respondeu: "as ocorrências de natureza criminosa registradas na 26ª DT/Abrantes, relacionadas a grilagem de terras em Camaçari, são apuradas pela unidade. Ações de natureza civil, como posse e propriedade de terra, não são de competência da polícia judiciária".

Em nota, a Polícia Militar da Bahia disse que "qualquer denúncia envolvendo policiais militares é apurada de forma rigorosa pela Corporação". "Os cidadãos que se sentirem aviltados em seus direitos devem procurar a Corregedoria da PM e registrar queixa para que o fato seja devidamente apurado, através de feito investigatório", diz nota.

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A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o roubo de cobre no Santo Antônio Além do Carmo, que aconteceu no último domingo, quando cerca de 20 homens vestidos com uniforme azul cavaram buracos na Rua Direita e retiraram uma quantidade ainda não especificada do metal.

O procedimento foi instaurado nessa terça-feira (29), após reportagem do CORREIO, com uma queixa-crime formalizada pela Construtora Pejota, que realiza os serviços de requalificação da via. A denúncia foi registrada na 1ª Delegacia (Barris) após mais de 48h da ocorrência.

Em nota, a Pejota disse que o registro do boletim de ocorrência só aconteceu após o pedido da Conder, o que teria sido feito numa reunião entre as duas partes realizada na tarde dessa terça. No entanto, em nota divulgada para a imprensa um dia antes, a Conder já tinha dito que fizera o pedido à Pejota para que registrasse queixa.

A Polícia Civil não informou se já há suspeitos. Mas na manhã dessa terça (29), um homem que não quis ser identificado entrou em contato com a redação da TV Bahia e afirmou ser o responsável pela equipe que removeu os fios de cobre. Em conversa com o CORREIO, ele disse que não foi um roubo, pois o grupo teria sido contratado pela própria Pejota. “O interesse da empresa era acabar com o transtorno dos dependentes químicos que vandalizavam a obra e já retiraram esse cobre. Nós fomos chamados para retirar a sucata e evitar a ação desse pessoal”, contou ele, que disse ter sido contratado por uma pessoa de nome Thailan Macedo, que teria se apresentado como engenheiro da obra.

O homem explicou ainda que a operação aconteceu no domingo, pois a equipe não queria parar as obras. “Como iríamos levar uma equipe de 15 homens com caminhão, retroescavadeira, fechar uma rua e tudo isso para um roubo? A gente fez a retirada do material no local exato que eles passaram para gente. Caso contrário, como a gente iria imaginar que tinha esse material ali?”, questionou. Ainda segundo ele, foram levados cerca de 45 kg de cobre e 60 kg de chumbo.

O CORREIO localizou um rapaz de nome Thailan, que foi identificado como estagiário da Pejota. Ele disse que essa informação não procede. A Pejota foi questionada sobre isso, mas não retornou.

Na nota, a construtora informou que as imagens divulgadas pela imprensa mostram que o fardamento dos criminosos não possui nenhuma identificação da Pejota. “O maquinário utilizado também não pertence à empresa e todo material usado fica mantido no canteiro de obras, que tem vigilância privada 24 horas”.

Segundo funcionários que não quiseram se identificar, o canteiro fica no Largo do Santo Antônio, a cerca de 400 metros da ocorrência. Cerca de 30 operários fazem parte da obra. “Os vigias poderiam estar no canteiro no momento do crime, não sei dizer se eles viram a movimentação”, disse um dos funcionários.

No domingo, cerca de 20 pessoas sem máscara, vestidas com uniformes azuis e com maquinários de grande porte, como retroescavadeiras, destruíram 60 metros de extensão de um lado da rua para levar fios de cobre que estavam enterrados no local. A ação se iniciou por volta das 8h30, durou cerca de quatro horas e danificou a rede de tubulação de água - já substituída.

A Coelba confirmou que os cabos furtados pertencem a uma linha de transmissão desativada. Os cabos permaneceram no local para uma eventual necessidade. Para evitar roubos, a Coelba disse que prioriza a utilização de cabos de alumínio e trabalha com um percentual muito baixo de material de cobre na rede da distribuidora.

O CORREIO também conversou com guardadores de carro do Largo do Santo Antônio e eles se disseram vítimas. “Nós fomos ajudar a retirar os carros da pista como sempre fazemos. A empresa já tem o costume de pedir o nosso auxílio, pois a gente conhece bem a área e os moradores. Mas a gente não ganhou nada por isso. Estamos nos sentindo enganados”, disse um deles.

Desrespeito
Para o ator Fabrício Boliveira, que vive na Rua Direita do Santo Antônio Além do Carmo, a situação gerou um sentimento de desrespeito à população. “Os operários também trabalhavam aos domingos. Pra gente, parecia ser só mais um dia irresponsável e errado de trabalho dos funcionários da obra. Eu fui uma das pessoas que retirei o meu carro da pista para que eles atuassem na rua, como sempre fiz durante a obra inteira”, afirmou.

Fabrício atuou na novela Segundo Sol, que era ambientada no bairro soteropolitano do Santo Antônio, local onde hoje ele vive. “Eu acho que a polícia tem que investigar mesmo esse crime e a obra. Eles precisam saber quem é essa empresa contratada, quem é a pessoa que está à frente disso e apurar de forma precisa”, afirmou.

O crime foi considerado como um “furto cinematográfico” pela forma como aconteceu. Questionado sobre a possibilidade de retratar no cinema o episódio, Fabricio desconversou. “Eu acho que temos coisas muito sérias e delicadas para lidar com esse furto, como o fato de ser uma obra mal feita, dinheiro público estar sendo perdido... é importante solucionar primeiro esse crime para só depois a gente pensar em trazer para a arte”, afirmou.

Uma líder comunitária do Santo Antônio, que não quis ser identificada, disse que os moradores estão se mobilizando para que o furto não fique por isso mesmo e que a realidade da obra seja melhorada. “A obra fica sem vigilância e com material exposto, que é levado por bandidos. A gente tem uma sensação de insegurança e vamos cobrar das autoridades competentes que melhorem isso”, afirmou.

Confira a nota completa emitida pela construtora Pejota:

Na tarde desta terça, 29/09, a Pejota Construções e a CONDER se reuniram para adoção de medidas em relação ao fato ocorrido no dia 27/09.

A primeira medida foi o registro de boletim de ocorrência feito pela Pejota, na Delegacia dos Barris. A ação aconteceu após pedido da CONDER feito a empresa nesta reunião.

As imagens amplamente divulgadas pela imprensa mostram que o fardamento usado pelos criminosos não possui nenhuma identificação da empresa. Além disso, o maquinário utilizado também não pertence a empresa e todo material usado na obra fica mantido no canteiro de obras, que tem vigilância privada 24 horas.

Estamos colaborando com imagens, informações e documentos a fim de apoiar as autoridades competentes na resolução do caso. A partir desse momento, as informações sobre o caso serão dadas pelas autoridades competentes que conduzirão a investigação.

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Em operação para desarticular uma organização que utiliza o Porto de Salvador para escoar drogas para a Europa, a Polícia Federal prendeu preventivamente dois motoristas de caminhão suspeitos de tráfico internacional de entorpecentes e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na capital, em ação iniciada na última semana. Um terceiro mandado de prisão preventiva ainda está em aberto.

Os mandados são relacionados com a apreensão de 3 toneladas de cocaína no Porto de Salvador desde 2018. O primeiro suspeito foi preso na última quinta-feira (17), já o segundo foi detido na sexta (18). Os detidos são motoristas que transportavam a droga para o porto e serão indiciados pelos crimes de tráfico internacional de entorpecentes. O suspeito que ainda não foi encontrado cooptava novos condutores para o esquema. Nesta semana, foram realizadas as buscas e apreensões em Salvador.

As investigações são fruto de apreensões de drogas realizadas por meio de ações conjuntas de fiscalização da Polícia Federal com a Receita Federal no Porto de Salvador. Anteriormente, outros mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram cumpridos no âmbito da operação, que continua atuante mesmo após as últimas detenções. Segundo o órgão que trata do controle aduaneiro, já foram apreendidas mais de 6 toneladas de cocaína no porto da capital neste ano. Na Bahia, a quantidade já passa das 10 toneladas só em 2020.

“Já cumprimos outros mandados antes desses. É uma ação contínua para identificar os envolvidos e descapitalizar a organização criminosa. Não estamos focados apenas na apreensão da droga. Desejamos identificar o patrimônio, de recursos e a rede existente, dos traficantes para poder coibir o tráfico e reduzir o poder do grupo”, explica o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Mota, que chefia a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal na Bahia.

No Brasil, foram apreendidas 32,4 toneladas de cocaína nos portos até julho de 2020, segundo a PF. A quantidade já ultrapassou o total de 2018, que fechou o ano com 32,3 toneladas interceptadas. Em 2019, o total do entorpecente apreendido nos portos brasileiros foi de 66,8 toneladas.

Esquema
O esquema montado para enviar a cocaína para a Europa conta com o apoio de motoristas de caminhões que levam produtos de exportação para o porto. Primeiramente, relata o delegado da PF, os condutores são cooptados pela organização, em seguida, eles passam a informar o grupo sobre as cargas que serão transportadas. Com base no material e seu destino, é enviada a ordem para que a motorista desvie do seu caminho antes de chegar no porto para colocar a droga junto com o material legal de exportação. Em uma viagem, o motorista ganha entre R$ 50 mil e R$ 70 mil.

Em caso de êxito do esquema, a cocaína é enviada para a Europa, principalmente, para os portos de Roterdã, na Holanda, e Antuérpia, na Bélgica. De acordo com o auditor-fiscal Marconi Andrade, da Receita Federal, que é responsável por fiscalizar as importações e exportação portuárias, pelo menos, um navio sai semanalmente de Salvador em rota direta à Europa.

“Os navios que saem de Salvador seguem diretamente para algum porto da Europa ou do Marrocos, com cerca de 600 contêineres.Também existe a rota para a América do Norte, mas nesta não é encontrada muita droga. Enviar a cocaína pelo mar é uma forma de conseguir mandar uma grande remessa do entorpecente de uma só vez”, afirma o auditor-fiscal. Segundo ele, até hoje, não foi encontrada nenhum outro tipo de droga no porto de Salvador.


Parte da droga foi encontrada em caixas de frutas qeu seriam enviadas para a Europa (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Procurada, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) afirma investir na segurança portuária com “ações que envolvem atividades de inteligência, capacitação da Guarda Portuária, instalação de barreiras físicas e modernização do sistema de controle de acesso dos Portos administrados pela Companhia”. De acordo com a empresa, em média, 60 navios partem, mensalmente, do Porto de Salvador com destino a Europa.

A ação não é exclusividade soteropolitana, mas a capital está entre os três portos do Brasil na ocorrência de crimes do tipo, junto com o de Santos e de Paranaguá, informa o delegado da PF. O auditor-fiscal complementa que as organizações criminosas atuam em vários locais para escapar da fiscalização mais pesada.

“Quando aperta em um porto, eles migram para outro. Essa é uma atividade muito rentável. A organização criminosa não busca apenas a vulnerabilidade do porto, mas também a logística dele, como ele funciona e quais rotas atende”, explica Andrade.

Fiscalização
O trabalho de fiscalização no Porto de Salvador vem se intensificando nos últimos dois anos, garante o delegado da PF. O aumento na fiscalização permitiu que mais cocaína pudesse ser apreendida na capital, mas a maior quantidade de droga interceptada também é consequência do crescimento da atuação dos traficantes.

Em 2017, segundo a receita federal, foram interceptadas 2 toneladas da droga no Porto de Salvador, a quantidade caiu para 1,5 tonelada em 2018, subindo para 2,1 em 2019, até chegar às mais de 6 toneladas neste ano.

Mesmo com toda a fiscalização, parte da droga acaba chegando na Europa, por isso, não é possível precisar a quantidade que é exportada. A Polícia Federal e a Receita Federal mantém contato direto com os agentes fiscalizadores dos portos europeus já que parte do entorpecente é interceptada ao chegar no continente.

Tecnologia
Os órgãos possuem um esquema tecnológico para conseguir impedir o envio de drogas para o exterior por meio do porto. Segundo o auditor-fiscal, um cruzamento de dados aponta quais containers possuem maior chance de carregarem as mercadorias ilegais. As cargas suspeitas passam por uma fiscalização manual. Além disso, todos os produtos enviados para a Europa e o Marrocos passam por um scanner e toda mercadoria que entra no porto é registrada. O trabalho é árduo já que 25 mil contêineres passam pelo Porto de Salvador por mês, estima a Receita Federal.

“Temos que usar um trabalho de inteligência com o apoio da tecnologia, que é a área que mais temos investido atualmente. Com isso, buscamos conseguir achar o alvo correto nesse universo gigante de containers”, afirma Andrade.

Após a apreensão da droga, as investigação ficam apenas por parte da Polícia Federal. Todas as informações sobre a carga são compartilhadas com o órgão para que seja possível identificar os suspeitos de cometer o crime.

Rota da cocaína
O Brasil não produz a cocaína, mas é principal responsável por escoar a droga para a Europa, afinal, o uso do oceano atlântico reduz as distâncias que o entorpecente deve percorrer para chegar ao velho continente. Segundo o delegado da PF, Bolívia, Peru e Colômbia são os produtores da substância, que tem na Europa seu grande mercado consumidor.

A PF acredita que se trata de vários grupos que atuam de forma separada em prol do tráfico internacional da cocaína. Ou seja, uma organização é responsável por cada passo do processo, desde a produção da droga até a distribuição para os consumidores do outro lado do Atlântico.

Além de ser um grande mercado consumidor, o envio da cocaína para a Europa permite que a droga escoe para outros continentes, como a Ásia, ressalta o auditor-fiscal. Os Estados Unidos recebem o entorpecente por outras rotas.

Apreensões de cocaína no Porto de Salvador em 2020

31 de janeiro: uma carga de mais de 1.2 toneladas de cocaína foi apreendida em meio a uma remessa de celulose com destino ao Porto de le Havre, na França.
25 de fevereiro: foram apreendidos 650 kg da droga em uma carga de limão com destino ao Porto de Roterdam, na Holanda.
20 de abril: foram interceptados 800 kg do entorpecente em um carregamento de manga, com destino ao Porto de Roterdã.
27 de abril: uma carga de 1,13 toneladas da droga foi apreendida em meio a uma remessa de manga para o Porto de Roterdã
11 de maio: uma remessa de 550 kg de cocaína foi apreendida em uma carga de uva, com destino ao porto de Roterdã
15 de junho: um carregamento de 673 kg foi apreendido em uma carga de coquinhos secos, com parada no porto de Roterdã e destino ao Egito
14 de agosto: foram apreendidos 915 kg da droga em meio a uma carga de fumo, com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica
Recentemente, um carregamento de 340 kg de cocaína foi apreendida, mas a data não foi divulgada devido às investigações do caso

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Uma criança de 5 anos vítima de disparo de arma de fogo, no município de Conde, foi transportada para Salvador em aeronave do Grupamento Aéreo (Graer) da Polícia Militar nesta quinta-feira (24).

Por volta das 12h, a Central do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Camaçari realizou contato com a Central de Operações do Graer da PM solicitando o resgate aeromédico da criança.

Durante a coleta de dados realizada pelo tripulante operacional do Graer, uma equipe do Hospital Municipal do Conde, por iniciativa própria, deslocou com a criança a bordo de uma ambulância básica para Salvador.

Diante do cenário, a aeronave decolou para interceptação da ambulância, o que aconteceu nas imediações de Barra de Pojuca, sendo necessário o pouso na rodovia. A criança foi transferida para a aeronave. A ambulância só chegaria em Salvador em 2h, na aeronave o trajeto durou 15 minutos até o pouso no heliponto do Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde prepostos do Samu aguardava para realizar a condução da vítima para o Hospital Geral do Estado.

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Três toneladas de drogas apreendidas em Salvador e Região Metropolitana foram incineradas nesta quarta-feira (23). Foram queimados crack, maconha e cocaína.

Com apoio da COE, equipes da Coordenação de Narcóticos do Draco levaram os 3.000 kg de entorpecentes até um município da RMS, onde foi realizada a destruição. Integrantes do Ministério Público Estadual e da Vigilância Sanitária acompanharam o procedimento.

“Solicitamos autorização da Justiça para ir destruindo todo o montante de entorpecentes apreendido ao longo do ano. Sempre depois dos materiais passarem por perícias no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Essa é mais uma etapa do trabalho de combate ao tráfico de drogas”, declarou a titular da Coordenação de Narcóticos do Draco, delegada Andréa Ribeiro.

Em Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia, a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) também promoveu destruição de drogas. Cerca de 300 kg de maconha, cocaína e crack foram incinerados.

Os entorpecentes foram apreendidos nos meses de agosto e setembro deste ano. "Também convidamos o Ministério Público para acompanhar todo o processo. Seguiremos firmes investigando e capturando aqueles que comercializam drogas", afirmou o titular da DTE de Vitória da Conquista, delegado Neuberto Costa Souza.

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