O brasileiro que foi preso acusado de tentar atirar e matar a vice-presidente Cristina Kirchner, na Argentina, já vive há vários anos no país vizinho e tem antecedentes criminais. Fernando André Sabag Montiel foi preso em Buenos Aires depois de tentar disparar contra Cristina - a arma falhou.

Segundo as autoridades, Montiel é filho de um chileno e uma argentina e nasceu no Brasil, mas mora em Buenos Aires há pelo menos 20 anos. Ele tem família em São Paulo.

O homem trabalha como motorista por aplicativo e tem passagem na polícia por porte de arma.

Segundo O Globo, o documento de residência de Montiel na Argentina é dos anos 1990. O pai dele, Fernando Ernesto Montiel Araya, foi alvo de inquérito da Polícia Federal para ser expulso do Brasil.

A passagem de Montiel pela polícia é de março de 2021 quando, segundo o jornal Calrín, ele foi parado dirigindo sem placa traseira no bairro La Paternal. Ele disse que a placa teria caído dias antes em um acidente. Quando os agentes pediram para ele sair do carro, encontraram uma faca de 35 centímetros.

Montiel disse que usava a arma para se defender. Ele foi autuado por porte de arma.

Ataque
Imagens divulgadas nas redes sociais e por emissoras de TV da Argentina mostram Montiel se aproximando da vice-presidente, que chegava em casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Ela desce do carro e é saudada por apoiadores que a aguardavam.

Montiel se aproxima e puxa o gatilho de uma pistola 3.8 que estava apontada contra o rosto de Cristina. A arma falhou e não houve disparo.

O brasileiro tentou correr em seguida, mas foi seguido e capturado. A pistola foi recuperada na calçada.

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Em uma carta publicada em seu site na manhã desta quinta-feira, a presidente argentina, Cristina Kirchner, rebateu as acusações do promotor Alberto Nisman no suposto encobrimento de agentes iranianos no caso Amia. Ela afirma que, após ler a denúncia na íntegra, soube que o promotor seguiu pistas erradas. Ela acusa o ex-diretor de contrainteligência da Secretaria de Inteligência, Antonio Stiusso, de fornecer pistas erradas a Nisman, e surpreendemente muda o discurso e põe em dúvida a tese do suicídio do promotor, admitindo que ele teria sido forjado.

Com base em um relato da Interpol, Cristina nega que a organização tenha levantado seu alerta vermelho aos suspeitos iranianos do atentado mais letal da Argentina, que matou 85 pessoas na associação israelita em 1994. Ele diz que todas as acusações "são falsas" e "constituem um verdadeiro escândalo político e jurídico".
Cristina afirma que, no geral, Nisman foi vítima de um projeto que buscava atingir o governo e o inundou de pistas falsas. O principal acusado por ela de fornecer contrainformações seria Stiusso, que teria dito que supostos agentes no caso de encobrimento faziam parte da Secretaria de Inteligência.
"O promotor Nisman não sabia que os agentes de inteligência que ele denunciava na verdade não o eram. Muito menos que um deles fora denunciado pelo próprio Stiusso por tráfico de influência anteriormente", diz.

Diante de uma série de alegações, ela afirma que a suposta conspiração que teria utilizado Nisman foi responsável por matá-lo, já que ele se tornaria testemunha um "complô" que buscaria atingir o governo. Entre os pontos que a fazem declarar-se convencida de que ele teria sido morto, está o fato de que morreu com um tiro de uma arma com calibre bem menor do que a que ele possuía.

"O teor da denúncia acabou sepultado pela morte do promotor. Sob a forma de um aparente suicídio. Recurso que foi utilizado em muitos casos tristemente célebres. Por que ele iria se suicidar se não sabia que era falsa a informação que foi entregue a ele? Essas repostas seguramente só poderão dar aqueles que o convenceram de que ele tinha em suas mãos ‘a denúncia do século’ com dados falsos", escreve. "Quando um jornal afirma que ‘queriam usá-lo vivo e agora usá-lo morto’, estavam equivocados. Usaram-no vivo e precisavam dele morto."

Nesta quarta-feira, o secretário-geral da presidência, Aníbal Fernández, já havia afirmado que Stiusso "vendeu uma relação que nunca existiu", alegando que os supostos agentes Allan Bogado e Héctor Yrimia nunca haviam feito parte da Secretaria de Inteligência. Oscar Parrilli, atual titular do órgão, também apontara que os dois nunca fizeram parte — a acusação era uma das questões levantadas por Nisman.

O juiz Ariel Lijo, a quem Nisman reportaria a denúncia, ordenou a proteção de Bogado e Yrimia.

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