Jogo entre Brasil e Chile pelas Eliminatórias deixa Salvador e será no Rio de Janeiro
Salvador não será mais sede do jogo entre Brasil e Chile pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. A nova sede da partida, no dia 24 de março, às 20h30, é o Maracanã, no Rio de Janeiro.
O confronto estava previsto para ser na Arena Fonte Nova, mas as restrições de público vigentes na Bahia fizeram a CBF alterar o local. Atualmente, um decreto do governo do estado limita a capacidade dos estádios baianos ao máximo de 1.500 torcedores.
"Queremos estar cada vez mais próximos do torcedor. Ainda mais para esse jogo que será o último no Brasil antes da Copa do Mundo. Respeitamos e entendemos as restrições vigentes em Salvador, mas é nosso desejo atuar para o maior público possível dentro das normas sanitárias", disse Juninho Paulista, coordenador da seleção.
Nos bastidores, a mudança já era esperada, após o governador Rui Costa demonstrar que não pretende aumentar a capacidade dos estádios substancialmente a curto prazo, como queria a CBF.
A oficialização, no entanto, ocorreu no limite do prazo que a confederação tinha para informar à Conmebol o local da partida. O decreto atual nos estádios da Bahia é válido até 2 de março. No Rio, 100% da capacidade de público está liberada.
O Brasil não joga no Maracanã em Eliminatórias desde outubro de 2008, quando empatou sem gols contra a Colômbia. "Jogar no Maracanã também nos possibilita uma logística melhor de treinamentos e deslocamentos. Vamos utilizar a Granja Comary durante toda a preparação", afirmou o coordenador.
Classificado por antecipação para a Copa, o Brasil lidera as Eliminatórias Sul-Americanas e vai encerrar sua participação em 29 de março, contra a Bolívia, na cidade de La Paz.
Eleito no Chile, Gabriel Boric terá de unificar um país polarizado
O esquerdista Gabriel Boric venceu o direitista José Antonio Kast neste domingo, 19, tornando-se o presidente mais jovem do Chile. Com todas as urnas apuradas, Boric teve quase um milhão de votos a mais do que o seu adversário. A vitória de Boric era esperada, mas a margem de 11,7 pontos porcentuais sobre o rival surpreendeu.
Derrotado, Kast reconheceu a vitória de Boric, e ligou para parabenizá-lo assim que o resultado foi confirmado, espantando, por enquanto, os temores de que alegaria fraude.
Apesar da alta abstenção, com 45% dos 15 milhões de eleitores aptos a votar não indo às urnas, em números absolutos foi a maior participação desde a redemocratização: 8,3 milhões de chilenos votaram. No primeiro turno, em novembro, 7,1 milhões foram às urnas. Em porcentagem, 55% de eleitores, é a maior presença desde 2009.
O novo governo assumirá o comando do Chile em março e encontrará pela frente uma série de desafios: a unificação do país, após uma campanha marcada pela polarização, a inflação e a implementação das regras da nova Constituição chilena, que começou a ser elaborada este ano e pode entrar em vigor em 2022
Boric, um deputado de 35 anos - a idade mínima para se candidatar -, vinculado aos protestos em massa de 2019, defendeu em sua campanha um Estado de bem-estar com atenção especial às pautas feminista, ambientalista e regionalista. Kast, um advogado católico de 55 anos, levantava as bandeiras da redução do Estado e dos impostos, do combate à migração irregular.
Moderação
De olho em conquistar os eleitores de centro, os dois candidatos vinham buscando moderação desde o fim do primeiro turno. "Boric adotou parte do discurso de Kast sobre 'ordem social' e teve que mudar o conceito de 'refundação', com o qual trabalhava, para o de 'reforma', com uma orientação mais social-democrata", afirma o sociólogo do Centro de Estudios Publicos Aldo Mascareña. "Kast, por sua vez, foi orientado a oferecer garantias de que os direitos conquistados no Chile não recuariam, mantendo sua ênfase na segurança."
Essa moderação pode ajudar a conquistar a governabilidade e unir o país. Boric não terá apoio suficiente para garantir maioria simples na Câmara dos Deputados. A aliança Aprovo Dignidade, pela qual se elegeu, alcançou apenas 37 cadeiras, bem abaixo dos 55 deputados necessários para garantir maioria simples. O bloco Fuerza Social Cristiana, que apoiou a candidatura de Kast, conquistou apenas 15 cadeiras, e só poderia governar se construísse alianças com o Chile Podemos Más, dono de 53 cadeiras. Boric terá o desafio de conquistar o eleitorado chileno que não manifestou apoio nem à sua candidatura nem à de Kast.
Economia
A inflação será outro grande problema. O país está sob pressão há meses e o orçamento das famílias começa a ser atingido. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Chile subiu 0,5% em novembro, acumulando 6,3% neste ano e 6,7% em 12 meses, seu maior valor desde dezembro de 2008. Nesta semana, o Banco Central acelerou a retirada de estímulo monetário e elevou a taxa básica de juros em 125 pontos, maior índice desde 2014, para tentar conter a inflação. A previsão, informou o Banco Central, é de que a economia cresça entre 1,5 e 2,5% em 2022 e 0,0 e 1,0% em 2023.
A implementação da nova Constituição também pode ser um dilema. Com possibilidade de ser implementada ainda em 2022, ela irá condicionar o mandato do próximo presidente, que começara a governar com as normas atuais, mas será responsável pelas novas normas e fazer uma transição no país. Seu texto pode inclusive tornar o governo provisório ou modificar sua forma, passando do atual regime presidencial para um semipresidencialista.
A Convenção Constitucional que redige a nova Carta Magna é de maioria progressista. Embora Boric esteja mais alinhado aos valores da Convenção, ele também deve ter dificuldades para conciliar as coisas, diz Kenneth Bunker, analista político e fundador do site TresQuintos. "A Convenção está mais à esquerda que Kast, mas também está mais à esquerda que Boric", afirma. "Ela é muito semelhante ao programa de Boric no primeiro turno, mas seu novo programa, apresentado para o segundo turno e trabalhado para mostrar moderação, o posicionou mais ao centro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Covid-19: México e Chile iniciam vacinação com imunizante da Pfizer
México e Chile iniciaram nesta quinta-feira, 23, campanhas de imunização contra Covid-19. Nos dois países foram utilizadas doses da vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTech.
o primeiro país da América Latina a aplicar dose de um imunizante contra o novo coronavírus — a primeira pessoa a receber a vacina foi a enfermeira de 59 anos María Irene Ramírez, na Cidade do México.
A segunda pessoa a receber a vacina foi uma enfermeira de Querétaro e a terceira um médico de Toluca, cidades da região central do país.
No decorrer do dia serão inoculadas 2.975 mexicanos que trabalham em unidades de combate à covid-19, incluindo médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, trabalhadores de laboratório e funcionários de limpeza. A campanha começou um dia após a chegada ao país, por transporte aéreo, do primeiro lote de 3.000 vacinas vindas da Bélgica.
No Chile, a primeira pessoa a receber o imunizante foi uma auxiliar de enfermagem de 46 anos. O país tem 10.000 doses em estoque por enquanto.
Na Argentina, que autorizou a vacina da Pfizer na última quarta-feira, 23, porém, o carregamento recebido nesta quinta continha 300.000 vacinas Sputnik V, imunizante desenvolvido pelo instituto russo Gamaleya.
A vacina Sputnik V também foi aprovada “em caráter de emergência” na quarta-feira pelo ministério da Saúde, sendo a primeira autorização da vacina russa na América Latina, informou em um comunicado o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, que participou no financiamento do desenvolvimento da vacina.