Bares e restaurantes da Bahia serão obrigados a exigir comprovante de vacinação
Os bares e restaurantes de toda a Bahia serão obrigados a exigir comprovante de vacinação dos clientes. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (10) pelo governador Rui Costa.
"No caso dos bares e restaurantes nós não limitamos a quantidade de pessoas, mas será obrigatório a exigência do passaporte da vacina. Isso vale para todos os ambientes onde as pessoas precisam tirar as máscaras. A entrada (nesses espaços) será permitida apenas para pessoas vacinadas".
A medida é válida para todo o estado e será divulgada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (10).
Segundo Rui Costa, hoje a Bahia tem 4.400 casos ativos de covid-19. "Em dezembro, eram 2 mil casos ativos. Considerando que temos muita subnotificação porque os municípios reduziram de forma expressiva a testagem, esse número com certeza ainda está subnotifcado. O decreto vale por 15 dias, podendo ser alterado para um prazo menor a depender desse número", explicou em entrevista à TV Bahia.
Além disso, Rui anunciou que todos os espaços fechados como teatros e cinemas poderão receber apenas 50% do seu público. Já os shows e estádios terão público máximo estabelecido em 3 mil pessoas. Antes do novo decreto, eram permitidas até 5 mil pessoas.
A decisão é divulgada no dia em que o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) detectou 12 pessoas infectadas com a variante Ômicron no estado. Além da identificação da Ômicron, foram detectadas 81 amostras da variante delta.
Prefeitura de Salvador amplia horário de bares e libera eventos com até 300 pessoas
Salvador avança nas flexibilizações de estabelecimentos. Agora, bares e restaurantes vão poder funcionar até as 2h, mantendo os protocolos sanitários. As mudanças foram anunciadas pelo prefeito Bruno Reis, nesta sexta-feira (6).
A prefeitura também liberou a ampliação da capacidade de público dos eventos sociais, que agora podem ter até 300 pessoas. Além disso, também está permitida a apresentação de bandas com todos os integrantes, usando máscara. Antes, era permitida apenas a apresentação com voz e violão.
As feiras, congressos e eventos científicos também já podem ser realizados sem limitação de público.
"Estamos avançando por etapas. Vamos avaliando a cada semana e vendo as flexibilizações que podemos fazer", explicou o prefeito Bruno Reis.
Ele disse ainda que a prefeitura vai realizar o evento-teste para estabelecer os protocolos para a retomada de shows na cidade.
"Assim que a gente tiver uma segurança sobre a variante delta, que ela não atingiu nossa cidade, pretendemos realizar o evento-teste em parceria com as entiddes. Vamos ter o exame PCR, distanciamento, e todos os protocolos", explicou o prefeito.
Toque de recolher
As flexibilizações em Salvador estão em consonância com o decreto do governo estadual, que suspendeu o toque de recolher e ampliou a capacidade dos eventos em todo o estado.
No entanto, shows e festas, independente do número de participantes, continuam proibidos em toda a Bahia.
O decreto passa a vigorar já a partir desta sexta. Com isso, ficam autorizados, até 17 de agosto de 2021, os eventos e atividades com a presença de público de até 300 pessoas, como cerimônias de casamento, eventos urbanos e rurais em espaços públicos ou privados, circos, festas públicas ou privadas, parques de exposições, solenidades de formatura, passeatas e afins, funcionamento de zoológicos, museus, teatros e afins. O Governo ressalta que essa liberação não inclui a realização de shows e festas.
Nos municípios integrantes de Região de Saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid se mantenha, por cinco dias consecutivos, superior a 60%, eventos e atividades poderão acontecer com público de até 100 pessoas. Eventos esportivos em todo o estado continuam a acontecer, porém sem a presença de público.
Os espaços culturais como cinemas e teatros devem funcionar obedecendo a limitação de 50% da capacidade do local. Já a lotação permitida em estabelecimentos comerciais, de serviços e financeiro, como mercados e afins, deverá ser definida em ato editado por cada Município, considerado o tamanho do espaço físico, com o objetivo de evitar aglomerações.
O decreto manteve a orientação em relação às aulas. As atividades letivas, nas unidades de ensino, públicas e particulares, poderão ocorrer de forma semipresencial nos Municípios integrantes de Região de Saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid se mantenha, por cinco dias consecutivos, igual ou inferior a 75%, obedecendo a ocupação de 50% da capacidade das salas de aula.
Pandemia: até 74% dos bares e restaurantes vão fechar ou já fecharam
A pandemia do coronavírus provocou uma onda de prejuízos para bares e restaurantes em 2020, mas, neste ano, as perdas podem ser ainda maiores. Agora, os estabelecimentos acumulam dívidas e, com limitações impostas pelo lockdown e toque de recolher, a conta não fecha. A saída, para muitos, é fechar as portas definitivamente.
De acordo com uma pesquisa realizada este mês pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seção Bahia (Abrasel-ba), por causa do lockdown, 69% dos estabelecimentos do segmento podem fechar de vez ou já foram à falência. Já por conta do toque de recolher, o número aumenta para 74,2%, sendo que 17,4% dos entrevistados disseram que não vão mais abrir e 43,2% não sabem como vão funcionar. O levantamento foi realizado com 513 proprietários baianos.
Os dados também apontam que 77% dos estabelecimentos não estão com as contas em dia ou até conseguiram se manter até aqui, mas não terão dinheiro para pagar os boletos do próximo mês. Cerca de 67% deles têm ou vão passar a ter em abril dívidas com os bancos.
Para o presidente da Abrasel Bahia, Luiz Henrique Amaral, o cenário é caótico. “Contabilizando de março do ano passado até agora, sem dúvidas, esse quadro atual é muito mais agudo do que toda a fase que a gente já passou. Estamos com a projeção de um pico ainda pior do que o de 2020 e agora temos muitas outras variáveis, como as dívidas bancárias e os impostos, que sozinhos chegam a até 40% das despesas, por exemplo”, aponta ele.
Evaristo Castineira, sócio do Armazém Paulistano, acumula dívidas e se diz preocupado. “A gente pegou Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte]e não temos como pagar porque estamos fechados. O governo deu uma ajuda mas puxou o tapete. Mesmo fechados, temos custos de água, luz e impostos, e ainda os empréstimos que nos foram dados com juros. Se estamos fechados, a conta disso tudo não bate”, diz Castineira.
O empresário ainda afirma que, caso não haja mudança, o restaurante não terá como se sustentar já no próximo mês. “Agora, em 2021, com as novas restrições, estamos com grandes problemas financeiros, à beira do abismo mesmo. Se as restrições continuarem sem a gente receber nenhuma ajuda financeira do governo, com certeza, em cerca de um mês a gente vai ter que fechar as portas”, projeta ele.
O proprietário da Pizzaria e Pastelaria Pastelburg, Thiago Prado, já precisou demitir oito funcionários desde o início da pandemia e há meses vem fechando no vermelho. “Acumulamos dívidas de impostos, fornecedores, empresas de água e energia. E temos parcelamento de dívidas com juros, o que é um absurdo porque fomos obrigados a fechar e deixar de vender. O empréstimo ajudou, mas não chegou a cobrir nem 10% das pendências que ficaram pelo caminho e ainda tem a dificuldade de pagar isso agora”, pontua ele.
Prado ainda acrescenta que não vê uma saída e se preocupa com o futuro. “O cenário é muito ruim porque não sabemos o que nos espera e ainda estamos muito longe de uma vacinação em massa. Estamos em meio aos caos e não vemos luz no fim do túnel”, lamenta.
Falta verba
De acordo com a Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade (FeTUR - Ba), até o início de março, mais de 80 mil colaboradores perderam o emprego desde o início da epidemia. Mesmo assim, ainda será preciso demitir mais. A pesquisa da Abrasel aponta que 90,7% das empresas irão realizar novas demissões, sendo que 71% delas terão que demitir de 10% a 50% do quadro atual.
Mas, ainda de acordo com a pesquisa, 37,6% das empresas não possuem caixa para essas demissões. Até para a redução de custos, é preciso primeiro desembolsar um dinheiro que, em alguns casos, não existe. O sócio do Armazém Paulistano explica: “Quanto aos funcionários, não tem dinheiro nem para pagar o salário e nem para mandar embora. A gente não tem mais de onde tirar dinheiro”, afirma Castineira.
E se não há recursos financeiros para a rescisão, não há nem mesmo para encerrar o negócio. O levantamento aponta que 5,2% dos estabelecimentos não possuem condições sequer de arcar com os custos do fechamento.
“O fechamento significa você zerar todo o seu passivo para poder fechar as portas. Para isso, é preciso ter reserva de caixa e é exatamente isso que alguns não têm”, diz o presidente da Abrasel. Luiz Henrique Amaral afirma que, por conta disso e também da burocracia para fechar as portas, os números podem estar por trás de uma situação ainda pior. Amaral ainda completa que enxerga saída na vacina. "A alternativa real de tudo é vacina. Sem a vacinação, todo mundo grita e ninguém tem razão", finaliza.
Delivery
Segundo o presidente da Abrasel, “os estabelecimentos que trabalham com delivery faturam cerca de 30% do que costumavam faturar normalmente”. Com isso, o modelo alternativo, sozinho, não consegue sustentar o negócio. Amaral ainda alerta que adotar o delivery pode, até mesmo, ser um mau negócio.
“A gente alerta muito nesse sentido para que os estabelecimentos tenham as contas muito bem gerenciadas porque o delivery ou a abertura somente durante o dia podem não estar compensando e dando mais prejuízo do que lucro, já que o funcionamento traz gastos”, ressalta.
Esse foi o caso de Fábio Araújo, um dos sócios da Petiscaria Quintal de Casa. Ele, então, preferiu não adotar o modelo de entrega. “Delivery não compensa porque a quantidade de pedidos é muito baixa. Eu pagaria mais do que ganharia para ter os funcionários no delivery. Para restaurantes, isso funciona, mas, para barzinho, não tem o que fazer”, explica.
Segundo ele, foi preciso demitir funcionários e segurar os preços do cardápio, mas, mesmo assim, a quantia de dinheiro que entra não consegue ser maior do que a que sai. “Reduzimos o quadro de funcionários em mais de 50%. A minha sócia faz o papel de uma auxiliar de cozinha, eu faço papel de garçom, tudo para economizar. E não estamos dando lucro. A palavra ‘lucro’ não está no nosso vocabulário desde fevereiro de 2020. Os preços são os mesmos desde novembro do ano passado, não tivemos condições de reajustar nada porque, quem tem os menores preços, ainda atrai mais clientes. A carne teve reajuste de 35% e eu não aumentei nem um centavo nos pratos”, conta Araújo.
Antes da pandemia, ele tirava o seu sustento do bar, mas, com a crise, precisou se desdobrar para conseguir pagar as contas. “Fui buscar outras coisas. Fui motorista de uber, voltei a fazer trabalho de design gráfico, voltei a dar aulas à distância; fiz de tudo”, desabafa ele.
Restrições
O governador Rui Costa confirmou, na noite deste domingo (14), a prorrogação do lockdown parcial em Salvador e na maior parte dos municípios da Região Metropolitana. Com isso, até 22 de março, nessas localidades, o funcionamento de estabelecimentos comerciais como restaurantes e bares só fica permitido em regime de delivery (operação que pode ocorrer até meia-noite), ou sistema de retirada de produtos no local (que pode ocorrer até 18h), desde que mantidas as portas fechadas ao público.
Já em todos os 417 municípios da Bahia, segue em vigor o toque de recolher das 20h às 5h, determinado pelo Governo estadual em toda a Bahia até o dia 1º de abril. Restaurantes, bares e congêneres devem encerrar o atendimento presencial às 18h e serviços de delivery serão permitidos até à meia-noite.
Itapuã e Rio Vermelho: beber em local público está proibido nas noites de fim de semana
Os bares do Rio Vermelho e Itapuã, que tiveram horário de abertura restrito pela Prefeitura desde a semana passada, vão poder voltar a funcionar de sexta a domingo, sob novo protocolo. O anúncio foi feito pelo prefeito ACM Neto nesta quinta-feira (17), durante apresentação do Plano de Marketing Turístico e dos selos de segurança para os estabelecimentos turísticos, ocorrido no Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande.
De acordo com o novo decreto, o bares e restaurantes nesses dois bairros poderão voltar a funcionar até a meia-noite. No entanto, será proibido o comércio e consumo de bebidas em espaços públicos, das 17h às 7h do dia seguinte.
Além disso, está proibida a venda de comidas e bebidas para pessoas em pé - apenas clientes sentados à mesa serão servidos. Os bares e restaurantes com mesas em área externa deverão delimitar o espaço físico de atuação.
O prefeito anunciou que as novas medidas, já com validade a partir desta sexta-feira (18), serão adoradas em caráter de teste para evitar as constantes aglomerações nestes locais. As novas determinações foram fruto de reunião entre a Prefeitura e a Abrasel-BA, realizada esta semana.
"No entanto, ressaltamos que o descumprimento de qualquer dessas medidas levará à suspensão do alvará de funcionamento por tempo indeterminado", alertou ACM Neto.
Salões e barbearias - Na mesma ocasião, o prefeito anunciou a ampliação do horário de funcionamento de salões, barbearias e similares, até o próximo dia 31. Nesse período, estes estabelecimentos podem funcionar das 9h às 20h, de segunda a domingo.
Transporte - Foi anunciado, ainda, que a frota do transporte público está sendo ajustada para atender à demanda devido à ampliação do horário de funcionamento dos shoppings, centros comerciais, comércio de rua e similares.
Rio Vermelho e Itapuã: bares terão que fechar às 17h na sexta, sábado e domingo
Os bares e restaurantes no Rio Vermelho e em Itapuã serão fechados de sexta a domingo a partir das 17h, anunciou nesta segunda-feira (7) o prefeito ACM Neto, em coletiva de imprensa. Também foram suspensos teatro, cinema, casas de espetáculo, atividades sociais em clubes. Só podem acontecer atividades recreativas e esportivas. As medidas começam a valer em 48h e têm validade de 15 dias. Depois desser período, serão reavaliadas.
O prefeito disse que as medidas são de "baixo impacto econômico". "Estamos vivendo o fim de ano, momento que o comércio se aquece. Fechar shoppings ou lojas não seria razoável, então não estamos cogitando ainda ações desse nível. Mas, como disse, nada está descartado. Em primeiro lugar virá o cuidado com a saúde pública", destacou. "Vocês estão vendo o derespeito que está acontecendo nas noites do Rio Vermelho e em Itapuã. Aglomeração, muita gente, mesmo quando o bar fecha, o que acontece? As pessoas vão pra rua e fazem aglomeração com isopor de cerveja", criticou o prefeito.
"Essas medidas não valem para o período diurno. De sexta a domingo, das 17h até 6h, 7h, vai estar tudo proibido em termos de funcionamento de bar e restaurante no Rio Vermelho e Itapuã", disse.
Salvador também vai acelerar a criação de novos leitos de UTI para pacientes com covid-19, disse o prefeito. Até 20 de dezembro, serão abertos mais 10 leitos no Hospital Municipal, 10 no Hospital Salvador e 20 no Hospital Sagrada Família. A ideia é chegar ao mesmo número de leitos disponível no pico da pandemia. "Nosso objetivo é que até o fim do ano a gente volte a ter o mesmo número de leitos que tivemos no auge da pandemia. Os que foram desmobilizados ou convertidos para outras comorbidades", disse, afirmando que o diálogo tem sido mantido com o governo do estado, que também fará o mesmo esforço. Nesse momento, explicou, os hospitais de campanha não voltarão, mas os leitos serão abertos em outras unidades.
Neto afirmou que a situação da pandemia tem piorado na capital baiana. O número de casos por dia, que tinha caído para 160, agora chega a 400. A taxa de ocupação dos leitos de UTI aumentou 11% na comparação com a última semana epidemiologica. Hoje está em 77% a UTI e 81% a de leitos clínicos. Hoje, Salvador tem 27 pacientes nas UPAS aguardando regulação para um hospital.
"Chegamos a patamares altamente elevados", avaliou Neto. "O final de semana foi tenso", continuou, dizendo que acompanhou a regulação de perto, ao lado do secretário de saúde Leo Prates.
O prefeito lembrou também que muitos pacientes vêm do interior da Bahia e que a abertura de leitos não pode ser a única estratégia. "Vai ter que ser também a estratégia de segurar a velocidade de transmissão, de segurar o ritmo do contágio da doença em Salvador", afirmou.
Bares apostam em espaços ao ar livre, novo cardápio e rígido protocolo
Já se vão dois meses que os bares de Salvador estão autorizados pela prefeitura a funcionar, depois de quase cinco meses fechados por conta da pandemia. Mesmo com rígidos protocolos sanitários, a frequência nestes estabelecimentos ainda está em torno de 30%, segundo o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Fehba), Silvio Pessoa.
A aposta número um dos donos de bares, entretanto, ainda é assegurar que as medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus estão sendo cumpridas. “A prioridade são os cuidados sanitários, disponibilizando álcool em gel, medição da temperatura na entrada e os EPI’s dos garçons, e o cuidado do desembarque dos clientes. Ele tem que chegar usando máscara”, reforçou o diretor de marketing da rede de bares Boteco do Caranguejo, Wagner Miau.
Outras medidas usadas pelo Boteco foram investir em um novo item no cardápio (agora digitalizado), o quibe de siri, músicas ao vivo todos os dias, e uma campanha que se a cerveja não chegar à mesa gelada, com o famoso “véu de noiva”, o cliente não paga. As músicas ao vivo - somente voz e violão - foram liberadas pelo prefeito ACM Neto a partir desta segunda-feira (5). Neto ampliou ainda o horário de funcionamento até 00h - antes até às 23h - e o número máximo de clientes na mesma mesa passou a ser oito e não 6 pessoas. A capacidade máxima continua em 50%.
O Bar Ulisses, no bairro Santo Antônio Além do Carmo, reabriu no dia 13 de agosto e também apostou na reformulação do cardápio, com novos drinks e novos pratos. “Como não pode fazer promoção, criamos novos drinks e novos pratos para adequar aos clientes e estamos fazendo todo o protocolo exigido”, destacou o proprietário Jorge Ulisses. Apesar da capacidade reduzida, a movimentação tem aumentado nas últimas semanas desde a reabertura e todo os funcionários, afastados durante a pandemia, já voltaram a trabalhar no local. “Está em uma crescente muito boa”, avaliou Ulisses.
Porém, muita gente ainda prefere ficar em casa, como a estudante Isabelle Carvalho, que mora no Imbuí. “A maioria dos bares que frequento, que atraem jovens, prezam mais por ter cliente e não pelo cuidado com as medidas de higiene. Não me sinto segura porque sempre vejo aglomeração”, explicou Carvalho. Já o bacharel em humanidades Bruno Barreto voltou a frequentar os barzinhos perto de casa, na Barra. “A maioria dos meus amigos já está indo. A única chateação foi a limitação de pessoas e o horário. Acho que é uma medida besta, só para mostrar que estão fazendo algo”, opinou.
O empresário Bruno Boscolo, novo proprietário da EcoSquare, primeira Vila de Contêineres de Salvador, no bairro do Rio Vermelho, fez mudanças no paisagismo do espaço e na iluminação para deixar o ambiente mais aconchegante. Além disso, ele fez uma consulta com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) para evitar que aglomerações aconteçam no entorno, algo frequente por ali, pela presença de ambulantes.
“Nosso desafio é deixar o espaço mais agradável e que esteja no roteiro de qualquer turista e soteropolitano. Todo mundo está receoso, mas ela Eco ser um espaço aberto, facilita a circulação do ar e o espaçamento entre as mesas”, afirmou Boscolo. O empresário também aposta em música ao vivo às sextas e sábados de artistas que dialoguem com o cenário soteropolitano e reforçou a equipe de segurança para endurecer a fiscalização dos protocolos sanitários.
O presidente da Fehba, Silvio Pessoa, estima que 40 a 50% dos bares e restaurantes de Salvador não voltem a operar após a pandemia por conta dos prejuízos financeiros durante esse período. Contudo, ele espera que o movimento aumente nos próximos meses. "O movimento está bem abaixo do normal, as pessoas ainda estão com muito medo de sair de casa. Mas acredito que a partir de 15 de novembro, após as eleições, se a gente não tiver uma segunda onda, as coisas vão começar a melhorar", previu Pessoa.
Cuidados a serem tomados
O infectologista Claudilson Bastos alerta que um dos principais cuidados a serem tomados para evitar riscos de contágio da covid-19 em bares é usar e manipular as máscaras de forma correta. “Antes e depois da manipulação do uso das máscaras deve higienizar as mãos e pegá-las sempre pelas alças. Se for comer, deve-se colocar as máscaras sobre o guardanapo, mas a alça deve ficar de fora”, orientou o infectologista. Bastos ainda relembrou que é recomendado manter o distanciamento mínimo de 1,5 metro.
Iniciativas Ambev
Duas iniciativas da Ambev que surgiram durante a pandemia para incentivar os clientes a voltarem a frequentar os bares preferidos foram a "Voltadeira" e a Academia do Garçom. Em parceria com o aplicativo iti, do Itaú, Bohemia lança a “Voltadeira Bohemia”, campanha que banca a primeira garrafa de Bohemia dos consumidores nos bares.
Os interessados devem ter mais de 18 anos, fazer o cadastro no site www.voltadeira.com.br e convidar dois amigos. Depois, basta baixar o iti no celular e criar uma conta. Em até sete dias úteis o valor da cerveja (R$ 7,50) será creditado no saldo do aplicativo. O resgate da cerveja não tem data limite, mas o cadastro no site pode ser feito até 31 de dezembro. A ação é válida para qualquer bar que tenha máquina da Rede, GetNet ou Cielo.
Já o Academia do Garçom foi criada em parceria com a Abrasel para capacitar os funcionários de bares e restaurantes que ficaram desempregados durante a pandemia. A plataforma digital serve para que donos de estabelecimentos identifiquem essas pessoas e selecione o candidato que mais se aproxima do perfil da empresa. O acesso é gratuito, basta acessar o site https://academiadogarcom.bohemiapuromalte.com.br e se cadastrar. O site ainda oferece treinamento, com aulas 100% online, de técnicas de atendimento, segurança, higienização, vendas e conhecimento cervejeiro.
Interdições Sedur
Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), entre 10 de agosto e 7 de outubro, foram interditados 178 bares na capital baiana por descumprirem o protocolo sanitário decretado pela prefeitura. Os bairros que registram o maior número de irregularidades são São Marcos, Barra e Ribeira. Os principais motivos para as interdições são a ultrapassagem do horário limite de funcionamento, aglomerações e falta do uso de máscara.
A Sedur também autorizou 86 bares e restaurantes da capital baiana a utilizarem calçadas, a fim de ampliarem seus espaços e a capacidade de recepção de clientes. A medida foi permitida no final de julho pela prefeitura.