Bolsonaro defende 'tratamento precoce' e ataca lockdown em discurso na ONU
O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta terça-feira (21), em discurso na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o uso do chamado tratamento precoce contra a covid-19, que utiliza medicamentos que são comprovadamente ineficazes contra a doença.
Bolsonaro disse que seu governo sempre apoio a autonomia do médico "na busca do tratamento precoce" contra a covid-19, "seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina". E usou a si mesmo como exemplo. "Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label", disse.
Ele criticou quem ataca o tratamento ineficaz. "Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial", diz. "A história e a ciência saberão responsabilizar a todos".
O presidente disse ainda que o lockdown deixou um legado negativo. "Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo", afirmou.
Sobre a vacinação, Bolsonaro destacou os números do Brasil, mas fez questão de se mostrar contra a exigência da imunização. "Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina".
O presidente iniciou o discurso prometendo que iria mostrar um Brasil diferente do publicado em jornais e transmitido pela TV. "O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos governo", afirmou, acrescentando que, desde então, não há nenhum caso de corrupção no País. Tradicionalmente, o Brasil é o responsável pelo pronunciamento de abertura do evento.
Bolsonaro disse que, quando assumiu o Poder, o Brasil estava "à beira do socialismo". Ele já havia feito essa afirmação durante sua primeira participação nesse evento há dois anos. Comentou também que as estatais davam prejuízo e hoje, sob sua administração, passaram a ser companhias lucrativas.
O brasileiro é o único entre os chefes dos países do grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20) a recusar publicamente a imunização, um dos principais tópicos do encontro. A posição do presidente vai na direção oposta à estratégia do Itamaraty de vender uma agenda positiva no evento e melhorar a imagem do País no exterior. Por não estar vacinado, Bolsonaro ficou com circulação restrita em Nova York, já que a cidade exige imunização para uma série de atividades - a própria ONU orientou que as delegações estivessem imunizadas ao desembarcar nos EUA.
Bolsonaro está acompanhado pelos ministros Carlos Alberto França (Relações Exteriores), Marcelo Queiroga (Saúde), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Augusto Heleno (GSI), Luiz Eduardo Ramos (Segov), Anderson Torres (Justiça) e Gilson Machado (Turismo). O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e a primeira-dama, Michelle, também viajaram a Nova York. A comitiva é composta ainda pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e pelo secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, Flávio Rocha.
O voo de volta para Brasília está marcado para as 21 horas (EUA), 22 horas de Brasília.
Leia a íntegra do discurso
Senhor Presidente da Assembleia-Geral, Abdullah Shahid,
Senhor Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres,
Senhores Chefes de Estado e de Governo e demais chefes de delegação,
Senhoras e senhores,
É uma honra abrir novamente a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões.
O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019.
Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção.
O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo.
Isso é muito, é uma sólida base, se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo.
Nossas estatais davam prejuízos de bilhões de dólares, hoje são lucrativas.
Nosso Banco de Desenvolvimento era usado para financiar obras em países comunistas, sem garantias. Quem honra esses compromissos é o próprio povo brasileiro.
Tudo isso mudou. Apresento agora um novo Brasil com sua credibilidade já recuperada.
O Brasil possui o maior programa de parceria de investimentos com a iniciativa privada de sua história. Programa que já é uma realidade e está em franca execução.
Até aqui, foram contratados US$ 100 bilhões de novos investimentos e arrecadados US$ 23 bilhões em outorgas.
Na área de infraestrutura, leiloamos, para a iniciativa privada, 34 aeroportos e 29 terminais portuários.
Já são mais de US$ 6 bilhões em contratos privados para novas ferrovias. Introduzimos o sistema de autorizações ferroviárias, o que aproxima nosso modelo ao americano. Em poucos dias, recebemos 14 requerimentos de autorizações para novas ferrovias com quase US$ 15 bilhões de investimentos privados.
Em nosso governo, promovemos o ressurgimento do modal ferroviário.
Como reflexo, menor consumo de combustíveis fósseis e redução do custo Brasil, em especial no barateamento da produção de alimentos.
Grande avanço vem acontecendo na área do saneamento básico. O maior leilão da história no setor foi realizado em abril, com concessão ao setor privado dos serviços de distribuição de água e esgoto no Rio de Janeiro.
Temos tudo o que investidor procura: um grande mercado consumidor, excelentes ativos, tradição de respeito a contratos e confiança no nosso governo.
Também anuncio que nos próximos dias, realizaremos o leilão para implementação da tecnologia 5G no Brasil.
Nossa moderna e sustentável agricultura de baixo carbono alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e utiliza apenas 8% do território nacional.
Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa.
Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países.
O Brasil é um país com dimensões continentais, com grandes desafios ambientais.
São 8,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento, em 1500.
Somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Lembro que a região amazônica equivale à área de toda a Europa Ocidental.
Antecipamos, de 2060 para 2050, o objetivo de alcançar a neutralidade climática. Os recursos humanos e financeiros, destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais, foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal.
E os resultados desta importante ação já começaram a aparecer!
Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior.
QUAL PAÍS DO MUNDO TEM UMA POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL COMO A NOSSA?
Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia!
O Brasil já é um exemplo na geração de energia com 83% advinda de fontes renováveis.
Por ocasião da COP-26, buscaremos consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono global. Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes.
O futuro do emprego verde está no Brasil: energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo.
Ratificamos a Convenção Interamericana contra o Racismo e Formas Correlatas de Intolerância.
Temos a família tradicional como fundamento da civilização. E a liberdade do ser humano só se completa com a liberdade de culto e expressão.
14% do território nacional, ou seja, mais de 110 milhões de hectares, uma área equivalente a Alemanha e França juntas, é destinada às reservas indígenas. Nessas regiões, 600.000 índios vivem em liberdade e cada vez mais desejam utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades.
O Brasil sempre participou em Missões de Paz da ONU. De Suez até o Congo, passando pelo Haiti e Líbano.
Nosso país sempre acolheu refugiados. Em nossa fronteira com a vizinha Venezuela, a Operação Acolhida, do Governo Federal, já recebeu 400 mil venezuelanos deslocados devido à grave crise político-econômica gerada pela ditadura bolivariana.
O futuro do Afeganistão também nos causa profunda apreensão. Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos.
Nesses 20 anos dos atentados contra os Estados Unidos da América, em 11 de setembro de 2001, reitero nosso repúdio ao terrorismo em todas suas formas.
Em 2022, voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos 181 países, em um universo de 190, que confiaram no Brasil. Reflexo de uma política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de Relações Exteriores.
Apoiamos uma Reforma do Conselho de Segurança ONU, onde buscamos um assento permanente.
A pandemia pegou a todos de surpresa em 2020. Lamentamos todas as mortes ocorridas no Brasil e no mundo.
Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo.
No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020.
Lembro que terminamos 2020, ano da pandemia, com mais empregos formais do que em dezembro de 2019, graças às ações do nosso governo com programas de manutenção de emprego e renda que nos custaram cerca de US$ 40 bilhões.
Somente nos primeiros 7 meses desse ano, criamos aproximadamente 1 milhão e 800 mil novos empregos. Lembro ainda que o nosso crescimento para 2021 está estimado em 5%.
Até o momento, o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% da população adulta. 80% da população indígena também já foi totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil, serão atendidos.
Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina.
Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina.
Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label.
Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial.
A história e a ciência saberão responsabilizar a todos.
No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo.
Como demonstrado, o Brasil vive novos tempos. Na economia, temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes.
Meu governo recuperou a credibilidade externa e, hoje, se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos.
É aqui, nesta Assembleia Geral, que, vislumbramos um mundo de mais liberdade, democracia, prosperidade e paz.
Deus abençoe a todos.
Governo anuncia lockdown parcial nas regiões de Senhor do Bonfim e Juazeiro
O Governo do Estado anunciou novas medidas de restrição para municípios baianos. Desta vez, apenas os serviços essenciais poderão funcionar em 22 municípios das regiões de Juazeiro e Senhor do Bonfim a partir da próxima segunda-feira (22).
Haverá ainda restrição na locomoção noturna, das 19h às 5h. A ampliação das medidas restritivas nas duas regiões foi definida pelo Governo do Estado e prefeituras na tentativa de frear a disseminação da Covid-19.
As medidas valem até o dia 29 de março, nos municípios de Andorinha, Antônio Gonçalves, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso, Cansanção, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Filadélfia, Itiúba, Jaguarari, Juazeiro, Nordestina, Pilão Arcado, Pindobaçu, Ponto Novo, Queimadas, Remanso, Senhor do Bonfim, Sento Sé, Sobradinho e Uauá. O decreto com as restrições será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (19).
Até as 5h do dia 29 de março somente o funcionamento de atividades relacionadas à saúde e ao enfrentamento da pandemia será permitido. Entre essas medidas estão a comercialização de gêneros alimentícios e feiras livres. Já estabelecimentos comerciais como restaurantes, bares e congêneres devem funcionar com portas fechadas, sendo permitida apenas a entrega em domicílio (delivery) até às 24h.
Nos 22 municípios estará proibida a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por delivery, das 18h de 26 de março até as 5h de 29 de março. Os estabelecimentos que funcionem como mercados poderão comercializar somente gêneros alimentícios e produtos de limpeza e higiene.
Também ficam suspensos, de 22 a 29 março, as atividades presenciais nos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual não enquadrados como serviços públicos essenciais e os atendimentos presenciais do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).
De acordo com o Governo do Estado, a Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio das polícias Militar e Civil, apoiará as gestões municipais para garantir o cumprimento das medidas restritivas adotadas.
Medidas válidas para toda a Bahia
Além das medidas anunciadas para os municípios da região norte, todo estado terá lockdown parcial neste final de semana. A medida foi anunciada no último domingo (14). Com exceção de deslocamentos por motivos de saúde ou em situações em que fique comprovada a urgência, segue proibida a circulação de pessoas entre 20h e 5h, até o dia 1º de abril, em todos os 417 municípios baianos. O funcionamento dos serviços não essenciais está proibido em toda a Bahia das 18h de 19 de março, próxima sexta, até as 5h de 22 de março.
A restrição da venda de bebidas alcoólicas seguirá valendo, em todo o estado, a partir das 18h de 19 de março até 5h de 22 de março, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery).
Novo ministro da Saúde descarta lockdown como política contra Covid
O novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, afirmou em sua primeira entrevista no cargo que lockdowns não serão utilizados como uma política de governo no enfrentamento da Covid-19.De acordo com o novo gestor, aspectos econômicos precisam ser avaliados antes de se tomar medidas extremas e a retomada da economia é uma das prioridades.
“Esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, afirmou.
Quatro ministro da pasta na gestão Bolsonaro, sucedendo Mandetta, Teich e Pazuello, o cardiologista afirmou ainda que os médicos “possuem autonomia” para prescrever tratamentos, mesmo sem comprovação de eficácia, contra a doença.
Em entrevista para a Folha no domingo, 14, Queiroga havia afirmado que a cloroquina não faria parte da sua estratégia e das políticas oficiais de governo no enfrentamento da pandemia, como deseja o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
“A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomendou o uso dela nos pacientes, e nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica”, disse Queiroga.
Novo presidente da UPB defende vacinação e lockdown parcial na Bahia
O novo presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá (PP), tomou posse do cargo, nesta quarta-feira (10). Pelos próximos dois anos ele será o responsável por articular ações coletivas das 417 cidades baianas junto aos Governos do Estado e Federal. Zenildo Brandão tem 44 anos, e foi eleito em chapa única.
A pandemia dominou a pauta na cerimônia de posse. Zé Cocá informou que esse será o principal desafio de 2021, e já marcou uma reunião com representantes dos 417 municípios para discutir o tema. Ele afirmou que é favorável à vacinação e ao lockdown parcial no estado, e que as ações de combate à disseminação do novo coronavírus precisam ser as mesmas para todos os baianos, mas respeitando as particularidades de cada região.
“É preciso manter as medidas como o uso de máscara e o distanciamento social, criar regras para o funcionamento do comércio, como limite de público etc, e ter medidas rígidas à noite e aos fins de semana que é quando mais a população se junta. Não podemos fazer um lockdown total porque não temos condições, vamos quebrar, mas temos que pensar ações para não aglomerar”, afirmou.
Ele contou que em Jequié, depois que essas ações foram tomadas, na semana passada, a taxa de ocupação dos leitos caiu de 100% para 90%, mas que cada caso é um caso. “No município de Cravolância, por exemplo, não há caso ativo, então não há razão tratar essa cidade como tratamos Salvador. Municípios de pequeno porte têm que ter outra realidade, desde que cobrando o uso de máscaras, proibição de festas etc”, disse.
Acelerar a vacinação da população é outra preocupação do novo presidente. Ele contou que vai se esforçar para que os consórcios criados para a compra da vacina possam incluir o maior número de municípios, e possam comprar o quanto antes os imunizantes.
“Precisamos juntar todos os consórcios para pensar um modelo consorciário para a aquisição dessa vacina para todos os consórcios, e fortalecer isso junto ao Governo do Estado. Além disso, buscar a parceria com o Governo Federal”, disse. Outra questão levantada foi o repasse do ICMS. O novo presidente se queixou que os municípios da Região Metropolitana têm ficado com a maior parte do recurso e que vai trabalhar para aumentar o montante destinado às cidades interioranas.
Zé Cocá é natural de Itiruçu, no Centro-Sul da Bahia, e atualmente é prefeito de Jequié, na mesma região. Ele trabalhou como agricultor antes de entrar para o serviço público, e começou a carreira política na cidade de Lafaiete Coutinho, onde foi prefeito por dois mandatos, entre 2008 e 2016. Ele também foi eleito deputado federal (2018), e fez parte da diretoria executiva da UPB no biênio 2013/2014.
Mudança
A UPB existe desde 1964 e foi criada para defender os interesses das cidades baianas junto a outras esferas do poder. O último presidente da instituição, Eures Ribeiro (PSD), prefeito de Bom Jesus da Lapa, disse que, além da pandemia, o colega terá outro desafio que é o parcelamento do INSS.
“Essa questão do INSS precisa ser discutida urgentemente. Pegar essa dívida e parcelar em 60 vezes, as parcelas ficam impagáveis. Muitos municípios estão vivendo em grandes dificuldades, por isso, acredito que essa tem que ser uma das principais bandeiras, dividir em 240 parcelas, como foi a primeira proposta da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) para socorrer os municípios”, afirmou.
Eures contou que 2020 foi um ano complicado, mas que houve avanços em algumas áreas. Ele destacou que quando assumiu a instituição existia um débito trabalhista de cerca R$ 1 milhão. “Essa dívida foi paga e estamos deixando quase R$ 500 mil em caixa para o novo presidente”, disse.
Críticas
Por conta da pandemia, a cerimônia de posse aconteceu de forma virtual. O governador Rui Costa (PT) participou do encontro e se colocou à disposição para trabalhar com os municípios. Ele também não poupou críticas ao Governo Federal por conta da forma como está conduzindo o país na pandemia.
“Após as eleições, eu disse aos prefeitos que esse seria um ano mais difícil do que foi o ano de 2020. Mais do que nunca precisamos dos governadores e dos prefeitos do Brasil, porque o país está à deriva, em uma absoluta falta de iniciativa, de planejamento, e incompetência completa do Governo Federal. Portanto, o povo brasileiro depende mais do que nunca das ações dos prefeitos para minimizar a dor e o sofrimento nesse momento de pandemia”, afirmou o governador.
Rui Costa disse que o Brasil não precisava estar passando por esse momento crítico, lembrou que a gestão federal recusou a comprar de doses da Pfizer, em setembro do ano passado, e da Sputnik, solicitada pelo governo da Bahia. “Zé Cocá assume o desafio de assumir a UPB em um momento difícil. Quero me colocar ao lado da UPB para junto com os prefeitos superarmos esse momento de dificuldade”, disse.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), também participou da cerimônia e disse que os municípios terão muitos desafios em 2021 por conta da pandemia.
“Todos nós sabemos que nessa relação entre os outros entes da nação, seja governos estaduais ou federal, nós é que temos maiores responsabilidades e atribuições, e que nós é que estamos na ponta sofrendo no dia a dia com os problemas nas nossas portas. E cada vez mais vamos tendo limitações orçamentárias e financeiras para levar soluções para essas questões”, disse.
Ele apresentou algumas pautas como a flexibilização da obrigatoriedade de aplicação 25% dos recursos públicos na pasta da Educação. Como as aulas estão suspensas, o prefeito defende que parte desse montante seja usado no enfrentamento à pandemia. Bruno disse também que é preciso cobrar mais recursos do Governo Federal, e existir subsídio para aliviar as despesas dos municípios com o transporte público.
Tomaram posse também os outros integrantes da diretoria, além de diversos conselheiros e suplentes que vão atuar no biênio 2021/ 2022.
Confira a nova diretoria:
Presidente: Zé Cocá (PP), prefeito de Jequié;
Vice-presidente: José Henrique Silva Tigre (PSD), prefeito de Belo Campo;
Vice-presidente administrativo: José Ricardo Leal Requião (PT), prefeito de Miguel Calmon;
1º Secretário: Ricardo dos Anjos Mascarenhas (PP), prefeito de Itaberaba;
2º Secretário: Mario Alexandre de Souza (PSD), prefeito de Ilhéus;
1º Tesoureiro: Marco Aurélio dos santos Cardoso (PP), prefeito de Santana;
2ª Tesouriera: Suzana Alexandre de Carvalho Ramos (PSDB), prefeita de Juazeiro;
Comércio de Feira de Santana vai funcionar em escalonamento a partir dessa quarta
O comércio de Feira de Santana vai funcionar em escalonamento a partir dessa quarta-feira (10). O esquema vai funcionar desta forma até sexta-feira (12), quando começa o lockdown na cidade e se estende durante o final de semana.
Além disso, a cidade também continua com o toque de recolher em vigor, que começa às 20h. A proposta de fazer um escalonamento é reduzir o número de passageiros nos ônibus nos horários de pico.
Veja a divisão:
Grupo A - das 8h às 17h
Auto peças e Oficinas,
Locadoras e Consorssionárias
Oticas e Relojolherias e Bijouterias
Eletrodomesticos, Móveis, Colchões
Artigo de festas e Bomboniere
Cosmético e Perfumaria
Artigo Eletrônico e Informática
Embalagens e Limpezas
loja Conveniência e Floristas
Feiraguay Box nº PAR
Grupo B - das 9h às 18h
Material de Construção
Armarinho e Utilidade do lar
Cama e Mesa e Tecidos
Vestuário, Moda e Artigo Esportivo
Calçados e Bolsas e Acessórios
Artigo Escritórios e Papelaria
Despachantes e Corretoras
Barbearia e Salão de beleza
Feiraguay Box nº IMPAR
Grupo C
Shopping das 11h às 19h
Centro Abactecimento das 4h às 15h
Shopping Cidade das Compras das 8 h às 16h
Galerias e MAP e Galpão Arte das 9h às 16h
Grupo D - Horário Normal
Industrias Geral/ Construção Civil
Açougue, abatedouros e peixarias
Transportadoras, Segurança e TI
Bancos, lotéricas
Clínicas e laboratórios
Fertilizantes e Produtos Veterinária
Grupo E - Horário Normal
Padarias e Supermercados e Farmácia
Postos Gasolina e Borracharias
Ração Animal e Distribuidora Água e Gás
Comércio não essencial abrirá de forma escalonada quando taxa de ocupação chegar a 80%
Uma grande preocupação quando se fala do fechamento total do comércio e lockdown rígido como o visto em países europeus e asiáticos é relacionada à economia: prefeitos e governador da Bahia assumem que a economia local é frágil, extremamente dependente do comércio informal e um fechamento total significaria um total colapso na vida de muitas pessoas.
A decisão, portanto, é chegar a um meio termo. O comércio não essencial segue fechado em Salvador e Região Metropolitana até o próximo dia 15 de março. O decreto pode ser prorrogado e é isso que deve acontecer, pelo menos até as taxas de ocupação nos leitos de UTI chegarem a 80%. Salvador fechou esta terça-feira com 85% de ocupação, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Prefeito da cidade, Bruno Reis afirmou que essa reabertura será escalonada para evitar aglomerações nas ruas e, principalmente, no transporte público. À TV Bahia, Bruno explicou que um plano de retomada está sendo elaborado e prevê que cada atividade econômica funcione em um horário diferente.
"Estamos planejando um cronograma de retomada com horários alternados. Construção civil funciona num horário, comércio de rua num outro horário, shoppings e estabelecimentos em outro horário", afirmou.
Governador da Bahia, Rui Costa afirmou que essa é uma medida paliativa, que tenta compreender ao máximo o momento do Estado e dos municípios. "Essa é uma medida paliativa porque nós temos uma economia frágil, um país que vem em recessão há cinco anos e uma região que tem um grau de informalidade no emprego muito alta. É um parâmetro que dá opção de oferecer dignidade a quem precisa de um leito e também evita que se chegue a um colapso no sistema de saúde", afirmou.
Medidas
Ainda nesta semana, a Prefeitura vai abrir um outro hospital de campanha, o quinto de Salvador. O hospital terminou de ser montado no bairro de Itapuã e agora parte para as fases de instalação de equipamentos, contratação e treinamento de pessoal. Todo esse processo deve ser finalizado na sexta-feira, quando o hospital deve iniciar a receber os primeiros pacientes.
Bruno Reis alerta que uma hora o poder público ficará sem alternativa e sem condições financeiras de abrir mais vagas. Uma outra preocupação é quanto à montagem de equipe para atuar na linha de frente, já que muitos profissionais já estão exaustos ou com toda a sua carga horária comprometida.
""Só o isolamento social vai diminuir a taxa de aceleração, a taxa de transmissão do vírus. E vai permitir que o sistema que nós montamos tenha condições de suprir", afirmou o prefeito.
O número de leitos na cidade cresceu na segunda onda do coronavírus. Durante a primeira, em seu auge, a cidade chegou a 228 leitos de UTI e 271 de enfermaria. Hoje, já são 256 de UTI e 309 de enfermaria. O hospital de campanha em Itapuã acrescenterá mais 10 leitos de UTI e 40 de enfermaria.
Veja o que abre e o que fecha com a prorrogação do 'lockdown parcial'
A prorrogação do Toque de Recolher na Bahia até o próximo dia 1º de abril e a ampliação do prazo das medidas mais rígidas - 'lockdown parcial' - em Salvador e Região Metropolitana até a próxima segunda-feira (08) algeram o funcionamento de alguns serviços. O CORREIO checou todas essas informações e atualizou o já tradicional guia do abre e fecha neste período de pandemia. Confira o funcionamento das atividades logo abaixo:
Locomoção de pessoas nas ruas - restrita em todo território da Bahia das 20h às 5h, até às 5h do dia 1º de abril. Permitida locomoção em casos de urgência, ida a serviços de saúde ou farmácias;
Ônibus metropolitanos - circulação suspensa das 20h30 às 5h até 1º de abril;
SAC - atendimento presencial retorna a partir de quarta (3) no interior do Estado. Salvador e RMS são exceções e só retornam na segunda (08).
Metrô - encerram as operações das 20h30 às 5h, até 1º de abril;
Aeroporto de Salvador - Pousos e decolagens ocorrem normalmente, sem limite de horário;
Ônibus intermunicipais - circulação normal;
Praias e parques - fechados em Salvador;
Delivery - permitido até às 23h59, mas caberá ao dono oferecer transporte aos funcionários que ficarem além do horário do transporte público;
Padarias e mercados - Funcionam até às19h. Desta sexta, 05, o domingo, 07, fica proibido o comércio de bebidas alcoólicas;
Rede Mix - funciona até às 19h na sexta e no sábado. No domingo (07), ficam abertas as unidades de atacado, que fecharão normalmente às 13h, com exceção da loja do Imbuí, que fechará às 19h.
Assaí - Na sexta, 05, e sábado, 06, todas as unidades no estado funcionarão das 6h às 19h30. Domingo, 07: As unidades abrem às 7h, e fecharão às 18h (Salvador Calçada e Salvador Paripe) ou 19h30 (Lauro de Freitas, Camaçari, Salvador Golf Club e Salvador Mussurunga).
Na segunda, 08, todas as unidades no estado funcionarão das 6h às 19h30.
Extra - De sexta a domingo: Extra Paralela abre 6h e fecha 19h e Extra Vasco abre 7h fecha 19h
Pão de Açucar - Sexta e sábado: Unidade Costa azul funciona das 7h às 18h30; Unidade Shopping da Bahia funciona das 10h às 19h (No sábado, acesso exclusivo pelo estacionamento C). No domingo: Unidade Costa azul funciona das 7h às 18h30; Unidade Shopping da Bahia funciona das 13 às 19 (Acesso exclusivo pelo estacionamento C)
Venda de bebida alcoólica - proibida durante todo o fim de semana, de 05 a 07/03, mas pode voltar a ser comercializada na segunda-feira (08).
Atividades esportivas coletivas amadoras - proibida durante o decreto;
Eventos e atividades com aglomeração - proibidos até segunda, 08;
Ferry-boat e lanchinhas - funcionam até às 20h30 desta sexta, 05, e têm atividade suspensa entre sábado, 06, e domingo, 07
Comércio de rua - Fechado até às 5h de segunda (08) em Salvador e na RMS, com exceção das feiras livres porque são consideradas comércio essencial e podem funcionar até às 19h, com distância entre as barracas e protocolos anticovid-19;
Bares e restaurantes - Fechados até às 5h de segunda (08), funcionando apenas por delivery. Após este período, o decreto institui que deverão encerrar o atendimento presencial às 18h, permitido o delivery de alimentação até 0h.
Shoppings e Centros Comerciais - Regra determina o fechamento até às 5h de segunda (8), com atendimento por Drive Thru:
*Shopping Piedade - Atividades presenciais suspensas até o dia 07 de março, com exceção das essenciais, a exemplo da Caixa Econômica, que funciona das 8h às 13h, e da Clínica Seta, das 7h30 às 19h. As operações de alimentação e medicamentos que estão funcionando exclusivamente com Delivery são: Burger King, McDonald's, Subway, Bob's , Vivaçai, Açaí no Kilo, Cacau Show e Doce Fatia, além da Farmácia de Manipulação Pólen. O Drive Thru segue funcionando com todas as modalidades, das 10h às 19h, na garagem G1.
*Shopping Paralela - Todos os lojistas podem operar delivery das 10h às 23h e drive thru das 10h às 19h, no estacionamento externo, com acesso pela Avenida Luís Viana Filho (Paralela).
*HiperIdeal: sábado 10h às 19h e domingo 12h às 19h
*Delivery de alimentação e drive thru: das 07h às 23h59, durante o período do decreto.
*Banco do Brasil: segunda a sexta-feira: 10h às 15h;
*Caixa Econômica: segunda a sexta-feira: 12h às 16h;
*Clivale: segunda a sexta-feira: 7h às 19h; sábado: 7h às 16h; domingo: fechada;
*Correios: segunda a sexta-feira: 10h às 19h; sábado e domingo: fechado;
*Hemoba: segunda a sexta-feira: 11h às 16h; sábado e domingo: fechado;
*Immune Vacinas: segunda a sexta-feira: 10h às 19h; sábado e domingo: fechada;
*Labchecap: segunda a sexta-feira: 6h30 às 19h; sábado: 6h30 às 12h; domingo: fechado;
*Lotérica: segunda a sexta-feira: 10h às 19h; sábado e domingo: fechada;
*Salvador Shopping e Salvador Norte Shopping: seguirão a determinação dos órgãos públicos mantendo o fechamento dos empreendimentos até domingo, 07/03. No entanto, seguirão atuando com os serviços de Drive Thru, vendas nas plataformas online (www.salvadorshoppingonline.com.br e www.salvadornorteonline.com.br) e outras opções de delivery.
*Shopping Itaigara - O Bompreço funcionará das 7h às 19h durante o decreto;
*Shopping Paseo - retoma atividades na segunda às 10h;
*Shopping da Bahia:
- Delivery de Alimentação: funciona das 10h às 22h
- Supermercado Pão de Açúcar: segunda e terça das 10h às 18h30 – Acesso exclusivo pelo estacionamento C
- Clínica Clivale Mais: funciona das 7h às 19h - Acesso exclusivo pelo estacionamento D (pedestres) e D4 (veículos)
- Clivale Ressonância: funciona das 7h às 19h. – Acesso exclusivo pelo estacionamento C
*Shopping Bela Vista - Funcionamento do drive-thru das 10h às 19h.
- Venda de bebida alcoólica: encerrada às 18h de sexta, 05
- Delivery de alimentação: funciona até meia-noite na sexta, no sábado e no domingo
- GBarbosa: sábado das 09h às 19h e domingo das 11h às 19h
*Shopping Barra - Delivery de alimentação: funciona todos os dias até 23h
*Boulevard Shopping Camaçari - oferece o serviço 'retire aqui', com o drive thru, das 10h às 19h
Lockdown será prorrogado em Salvador e RMS até a próxima segunda-feira (8)
O decreto que prevê o lockdown em Salvador e cidades da Região Metropolitana de Salvador será estendido até as 5h da da manhã de segunda-feira (8).
A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (2), após reunião entre o prefeito de Salvador, Bruno Reis (ver vídeo abaixo), com gestores municipais de Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D'Ávila, Mata de São João e Simões Filho. O anúncio oficial deve ser feito pelo governador Rui Costa ainda hoje.
A informação do resultado da reunião foi confirmada pela prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, que participou do encontro. "O prefeito da capital também participou conosco da reunião e tanto ele quanto os outros prefeitos da RMS, todos foram unânimes em concordar com a manuteção desse decreto até segunda-feira. Estamos sofrendo com a proliferação dessa doença", disse em entrevista à TV Bahia.
Moema informou ainda que a suspensão da venda de bebidas alcoólicas voltará a ocorrer às 17h da próxima sexta (5). Há ainda a possibilidade do serviço de delivery ser prolongado de 23h para 23h59. O detalhamento das medidas será informado oficialmente nas próximas horas, provavelmente na live promovida por Rui Costa às 18h30.
A prefeita disse ainda que o toque de recolher das 20h às 5h também será renovado. "Há uma grande possibilidade do toque de recolher permanecer para todo o estado, mas será mantido na RMS. A cada semana vamos fazer uma avaliação do que avançou, do que podemos fazer e o que será renovado. Vamos dar as decisões com antecedência para que todos se programem", completou Moema.
58 pacientes aguardam leitos de UTI em Salvador
Em uma postagem nas redes sociais, às 16h, Reis comentou a decisão de prorrogar o lockdown e justificou dizendo que a situação nas unidades de saúde da capital é de pré-colapso.
"Infelizmente os números não cedem. Acabamos agora uma reunião com o governador e prefeitos da Região Metropolitana e, à unanimidade, decidimos prorrogar todas as medidas que estão em vigor. Portanto, estamos suspendendo todos os servidos não essenciais. Só irão continuar funcionando os serviços de natureza alimentícia e da área da saúde. Essas medidas valem até segunda-feira, 5 horas da manhã", iniciou ele. Assista.
"Tomamos essa decisão com base no que estamos vendo: a dura realidade que nós, prefeitos, estamos enfrentando para gerenciar o nosso sistema de saúde. Hoje mesmo, em Salvador, acordamos com 96 pacientes aguardando leitos de UTI e de enfermaria, sendo que de UTI são 58. As nossas UPAs já estão lotadas, com pacientes nos corredores e nas macas, e nós tivemos que adotar essas medidas para evitar que um mal pior acontecesse em Salvador", relatou o prefeito da capital, que terminou sua mensagem pedindo compreensão e apoio da população.
"Pelo amor de Deus, que respeitem as nossas medidas. Vamos utilizar máscaras. Só sair de casa se for necessário. Vamos fazer a higienização, ter todos os cuidados. Mais do que nunca, a cidade precisa do empenho de todos pra a gente vencer essa guerra", concluiu.
Fechou tudo: prefeito de Jacobina decreta lockdown total na cidade
Tiago Manoel Dias Ferreira, prefeito de Jacobina, cidade a 340 km de Salvador, decretou lockdown total no município. A medida, que começou a valer nesta terça-feira (2) e vale até às 5 da manhã de quarta (3), permite apenas o funcionamento de postos de combustíveis, hospitais e funerárias.
Além deles, o decreto também garante a atividades dos seguintes serviços: abastecimento de água, luz e telecomunizações; Defesa Civi; limpeza urbana; órgãos de segurança; e Samu.
Fármacias, restaurantes e supermercados poderão funcionar apenas na modalidade delivery.
A decisão do lockdown total de 24 horas foi tomada após uma reunião na sede da prefeitura da cidade nesta segunda-feira (1).
Covid: Secretários de Saúde pedem toque de recolher em todo o país de 20h às 6h e 'lockdown' em cidades com UTIs lotadas
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) defendeu, nesta segunda-feira, que haja endurecimento de medidas de restrição, com toque de recolher nacional das 20h às 6h, incluindo finais de semana. Em nota, os gestores pedem ainda o fechamento de praias e bares, e que as autoridades instituam barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerando inclusive "fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual". Eles defendem ainda o nível máximo de restrição, ou seja lockdown, em regiões com mais de 85% de ocupação de leitos.
Nesta segunda-feira, levantamento do GLOBO mostrou que mais da metade dos estados estão com seus sistemas de saúde em colapso, com ocupação de leitos superior a 80%. O aumento no número de casos e mortes alarmou gestores, que consideram esse o momento mais grave da pandemia no país desde seu início há um ano. No comunicado, os secretários criticam a "ausência de uma condução nacional unificada e coerente".
Na nota, os secretários estaduais defendem o endurecimento das medidas de restrição levando em conta "a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos". No caso de regiões com mais de 85% de ocupação de leitos, o Conass afirma que é preciso nível máximo de restrição.
Para conter o cenário de agravamento da doença, os gestores defendem que haja suspensão de atividades educacionais presenciais e sejam proibidos eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas em todo território nacional. Os secretários argumentam que é preciso haver um pacto entre os poderes e haja determinação legislativa do Congresso.
"Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um “Pacto Nacional pela Vida” que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional."
Os secretários citam ainda a necessidade de que haja trabalho remoto sempre que possível e que as autoridades apliquem medidas de redução do fluxo no transporte coletivo. A nota pede que haja retorno imediato do auxílio emergencial e que haja recursos extraordinários para o Sistema único de Saúde (SUS).
O Conass pede ainda a adequação da legislação para compra de todas as vacinas disponíveis e defende a implementação imediata de um plano de comunicação para informar medidas de prevenção e informar a população.
"A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais que se intensificaram no período eleitoral, nos encontros e festividades de final de ano, do veraneio e do carnaval", diz o comunicado, acrescentando:
"O relaxamento das medidas de proteção e a circulação de novas cepas do vírus propiciaram o agravamento da crise sanitária e social, esta última intensificada pela suspensão do auxílio emergencial."
Governadores acusam Bolsonaro de distorcer informações
Ao GLOBO, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que concorda com a posição dos secretários de saúde e que é preciso uma diretriz nacional para evitar "furos" nas medidas impostas pelos estados.
— Esse comunicado está em alinhamento com o que os governadores tinham pedido que é a unificação das ações nacionalmente. Nenhum país do mundo fez atrocidade que o Brasil está fazendo de o governo federal confrontar ações de combate à Covid-19 tomadas pelos estados e municípios — disse. — Algumas ações precisam ser feitas em vias federais. Estamos com lockdown desde sexta-feira, mas se todos os estados e o governo federal não aderem, continua tendo circulação em vias federais, aeroportos, ou seja, continua tendo um furo no modelo.
Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro divulgar nas redes sociais valores de repasses feitos pelo governo federal aos estados, governadores de 17 unidades da federação reagiram e divulgaram uma nota na qual acusam o presidente, em nota, o presidente de distorcer informações para atacar governos locais.
Os governadores destacaram ainda que o Planalto deveria focar em políticas naconais para conter aglomerações em momento crítico da pandemia de Covid-19 no país ao invés de adotar estratégia de confronto.
No domingo, o presidente divulgou em suas redes sociais o valor dos repasses feitos pelo governo federal para cada estado. Os valores, entretanto, são em sua maioria repasses obrigatórios previstos na Constituição e não uma decisão política do Palácio do Planalto.
O Planalto não se manifestou sobre essa carta dos governadores.
Fonte: O Globo