Funcionários do rei Charles serão demitidos e sindicato manifesta crítica
A rainha Elizabeth II morreu na semana passada e seu filho, o rei Charles III, ficou no lugar do monarca de 96 anos. No entanto, a chegada dele no Palácio de Buckingham teve mudanças drásticas para alguns funcionários. Isso porque as pessoas que trabalharam com ele enquanto herdeiro, serão demitidos em breve.
De acordo com site Reuters, Charles, que teve o seu nome circulado na mídia devido aos 'dedos de salsicha', vai se mudar da Clarence House, sua casa em Londres por décadas, para o Palácio de Buckingham é um processo interno de demissões iniciado há alguns dias. Um porta-voz da casa britânica informou que as demissões são 'inevitáveis'.
"Nossos funcionários prestaram um serviço longo e leal e, embora algumas demissões sejam inevitáveis, estamos trabalhando com urgência para identificar funções alternativas para o maior número possível de funcionários", contou.
Até 100 funcionários perderão os seus empregos, principalmente aqueles que trabalham há décadas no palácio, segundo o jornal The Guardian. Entre os trabalhadores, há aqueles que faziam trabalhos pessoais para a monarquia e até quem sabe de informações do escritório.
A decisão de Chales chamou a atenção do Sindicato dos Serviços Públicos e Comerciais, que condenou a situação como "sem coração".
Em Salvador, Rainha Elizabeth II comeu beiju com queijo ralado e tomou suco de pitanga
Domingo, 3 de novembro de 1968, 7h da manhã. Pela primeira e única vez, a Rainha Elizabeth II pisava em Salvador. O dia da visita histórica foi marcado por inúmeros compromissos oficiais, mas também por uma simplicidade surpreendente. Na Bahia, a majestade tomou suco de pitanga, comeu beiju com queijo ralado e quebrou protocolos de segurança, recebendo cumprimentos e presentes da população, que lotou as ruas da capital para recepcionar a monarca do Reino Unido.
A cidade certamente marcou a passagem de 11 dias de Elizabeth, então com 42 anos, pelo Brasil. No roteiro, outros locais como Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas e Brasília. Em solo soteropolitano, foram pouco mais de três horas, porém suficientes para conhecer e sentir de perto o calor e a receptividade característica do povo.
Ao lado de seu marido, Príncipe Philip, a rainha desembarcou do Britannia, o iate real da Marinha Inglesa, e logo de cara visitou o Mercado Modelo. A recepção foi feita pelo prefeito da época, Antonio Carlos Magalhães, e o governador Luís Viana Filho.
“Que encantamento estar em sua terra”, disse a rainha para ACM.
No trajeto, esteiras de sisal com flores espalhadas por cima. A alteza recebeu uma penca de prata confeccionada pelo prateiro Gérson Viana. Cada barraqueiro teve o direito de levar três convidados, todos vestidos de paletó e gravata.
Cantor e compositor, Chocolate da Bahia ficou frente a frente com a rainha e tocou berimbau para ela. Ele relembra o momento. “Eu cantei uma música que fiz especialmente pra ela, e ela quebrou o protocolo. Nunca tinha se visto isso acontecer, uma rainha abraçar um tocador de berimbau. Eu era um galã, com 20 e poucos anos”, diverte-se.
A saída ficou caracterizada por dois fatos curiosos. Primeiro, o Príncipe Philip ganhou justamente um berimbau de presente. Depois disso, a rainha se dirigiu para o carro Lincoln Modelo K, de 1935, da Ford, pertencente ao governo de São Paulo, que a levaria para percorrer as ruas antes de chegar ao Palácio da Aclamação. Ao sentar no banco, um susto, como narrou a Revista Manchete da época. “A soberana sentou-se na poltrona de couro do carro, fechou a boca de repente, abriu os olhos com surpresa e se pôs de pé um pouco mais depressa do que deveria, provocando a paralisação do cortejo. O banco, exposto ao sol por horas e horas, estava muito quente”, diz o texto.
O passeio permitiu à Rainha Elizabeth II conhecer a essência da população, que a recebeu com muitos aplausos e acenos. A retribuição veio com sorrisos. As ruas estavam enfeitadas com bandeiras do Reino Unido e muitos prédios foram pintados. Algumas crianças, inclusive, conseguiram furar o bloqueio da segurança e se aproximaram do veículo oficial. Apesar do calor, a rainha veio preparada, pois estava vestida com um vestido leve de seda, de cor rosa, além de um chapéu com algumas flores, colar e brinco de pérolas.
“A cidade se preparou para receber a rainha. Pintaram o meio fio, colocaram tapumes em algumas obras para esconder o lado feio. Os baianos foram para a rua saudar a rainha, a representatividade que ela tinha”, lembra o jornalista e publicitário Nelson Cadena. “Ela veio com 18 malas e escolheu um vestido bem fininho por causa do calor”, completa.
Quando o cortejo passava pela Igreja da Conceição da Praia, os sinos tocaram o Hino da Inglaterra, o Hino do Brasil e o Hino da Bahia. A comitiva subiu a Ladeira da Montanha e chegou à Praça Castro Alves. “Dona Rainha, que o Senhor do Bonfim a proteja”, gritou um homem, de acordo com a Revista Manchete.
Cardápio simples
A passagem contou com a presença ilustre em diversos pontos de Salvador, entre eles o Clube Inglês, a Igreja de São Francisco, no Terreiro de Jesus, o Museu de Arte Sacra, além do mais importante, o Palácio da Aclamação. Neste último, a rainha e o Duque de Edimburgo foram apresentados a outros membros do governo e a 120 casais da sociedade baiana.
Elizabeth teve a oportunidade de fazer um lanche simples, com direito a suco de pitanga e beiju com queijo ralado, servidos em uma bandeja de prata do século XVIII. A fruta foi escolhida graças ao elogio feito por ela em sua passagem por Recife, dois dias antes, onde também bebeu o refresco.
Personalidades, intelectuais e artistas também se fizeram presentes na cerimônia que durou aproximadamente 35 minutos. Entre eles estavam Jorge Amado, Carybé e o arcebispo D. Eugênio Sales.
Curiosa foi a pergunta feita por Solange Viana, filha do governador, para a monarca. Ela questionou sobre a ausência dos filhos da rainha na viagem e recebeu a justificativa do motivo para eles terem ficado na Inglaterra.
“Estamos em pleno período escolar. As crianças perderiam muitas aulas se viessem”, teria respondido de acordo com os jornalistas presentes.
A despedida foi discreta, porém não menos importante. De volta ao iate real, Rainha Elizabeth II partiu rumo ao Rio de Janeiro, sua próxima parada. No mar da Baía de Todos os Santos, o Britannia foi ‘escoltado’ por alguns saveiros, numa espécie de procissão. Em diversos pontos da orla, os baianos acompanharam a partida, bem narrada em versos musicais pelo sambista soteropolitano Riachão, falecido em 2020 aos 98 anos. “Da Inglaterra veio direto ao Brasil/ Sei que você também viu/ (...) Seguiu para a Marinha/ A Bahia assistia/ Seu adeus final”.
Operação 'London Bridge': o que acontece após a morte da rainha Elizabeth II
A Inglaterra já tem um plano há anos que determinará o que acontece após a morte da rainha Elizabeth II.
A rainha morreu nesta quinta-feira aos 96 anos.
O roteiro detalha ações a serem tomadas em minutos, horas e dias após o falecimento. Em 2007, o jornal “The Guardian” publicou alguns trechos —provavelmente houve mudanças, porque esse plano foi revisto duas a três vezes por ano por funcionários do governo e do palácio, pela polícia, pelo exército e pelas emissoras de TV.
O plano é conhecido como “Ponte de Londres”. De acordo com o que se sabe desse roteiro, o que ocorrerá será o seguinte:
O primeiro-ministro será alertado sobre a morte da rainha, que vão dizer “a Ponte de Londres está inoperante”;
Será colocado um aviso nos portões da residência oficial da monarca, o Palácio de Buckingham, e logo em seguida o mesmo texto será publicado no site da família real e nas contas de redes sociais.
No plano, a data da morte representa o "Dia D", os seguintes são D+1, D+2, e assim por diante.
Dia D
O Centro de Resposta Global (FCDO) enviará a notícia para os 15 governos fora do Reino Unido onde a rainha é Chefe de Estado, e para os outros 38 países da Commonwealth, onde ela é respeitada.
Os ministros são imediatamente informados por e-mail do falecimento da rainha. Após isso, as bandeiras em Whitehall são abaixadas a meio mastro (em 10 minutos a partir do momento do anúncio)
Primeira-ministra Liz Truss fará pronunciamento oficial e programará evento com o novo Rei.
Dia D+1
O Conselho de Adesão deve se reunir com Charles para proclamá-lo rei;
Todos os trabalhos parlamentares serão suspensos por 10 dias;
Reunião entre a primeira-ministra, governo e o novo rei.
Dia D+2
O caixão da rainha retornará ao Palácio de Buckingham pelo trem real ou de avião.
Dia D+3
O rei Charles receberá a moção de condolências no Westminster Hall;
Em seguida, embarcará numa viagem de luto pelo Reino Unido, começando pela Escócia. Ele receberá uma moção de condolências no Parlamento escocês e participará de um serviço na Catedral de St Giles, em Edimburgo.
Dia D+4
Charles chegará à Irlanda do Norte, onde receberá outra moção de condolências no Castelo de Hillsborough e participará de um serviço na Catedral de St Anne em Belfast;
Haverá um ensaio para o transporte do caixão entre o Palácio de Buckingham e o Palácio de Westminster
Dia D+5
O caixão da rainha será transferido do Palácio de Buckingham para o Palácio de Westminster através de uma rota cerimonial por Londres. Quando chegar, haverá um serviço memorial no Westminster Hall.
Dia D+6
O corpo da rainha ficará no Palácio de Westminster por 3 dias recebendo visitas. Os ingressos começarão a ser comercializados;
Será realizado um ensaio para o cortejo do funeral de Estado.
Dia D+7
Charles viajará para o País de Gales, para receber uma moção do Parlamento galês e assistir a um serviço na Catedral de Liandaff em Cardiff.
Dia D+8 e +9
Milhares de pessoas devem prestar suas homagens à monarca mais longeva da história do Reino Unido
Dia D+10
Este dia será proclamado Dia de Luto Nacional;
Funeral de Estado será realizado na Abadia de Westminster;
Haverá 2 minutos de silêncio ao meio-dia em todo o país;
Serão 2 procissões, em Londres e Windsor;
A Rainha será sepultada no Castelo de Windsor, na Capela Memorial do Rei George VI (ao lado de seu pai).
Depois deste processo, o retrato da rainha ficará pendurado com uma fita preta em todas as prefeituras por um mês (o período de luto), até de ser transferido para um “local adequado” e trocado por um retrato do novo rei.
Rainha Elizabeth II tem piora na saúde e está sob supervisão médica, diz Palácio
A saúde da Rainha Elizabeth II teve uma piora e ela está sob supervisão médica, segundo comunicado do Palácio de Buckingham. Os médicos expressaram preocupação com a situação da monarca, que está com 96 anos.
Elizabeth II está no Castelo de Balmoral, na Escócia. Na quarta, ela cancelou uma reunião virtual após conselho dos médicos para descansar. O cancelamento repentino gerou comentários sobre o estado de saúde da rainha.
"Seguindo mais avaliações essa manhã, os médicos da rainha estão preocupados com a saúde de Sua Majestada e recomendaram que ela permaneça sob supervisão médica", diz o comunicado.
A rainha se reuniu na terça com a nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, e aparentava fragilidade.
Truss usou as redes sociais para desejar melhoras. "Todo país ficará profundamente preocupado com as notícias do Palácio de Buckingham", escreveu. "Meus pensamentos, e das pessoas por todo Reino Unido, estão com Sua Majestade e família nesse momento", acrescentou.
Morre o Príncipe Philip, marido da Rainha Elizabeth II, aos 99 anos
Foi anunciada, na manhã desta sexta-feira (9), a morte do Príncipe Philip, da Inglaterra, marido da rainha Elizabeth II. A causa da morte ainda não foi revelada. Phillip tinha 99 anos e completaria 100 em junho.
"É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anunciou a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo. Sua Alteza Real faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor", escreveu o perfil oficial da família real britânica no Twitter.
Em fevereiro, Philip foi internado na Inglaterra após um mal estar. Ele passou por uma cirurgia cardíaca e ficou um mês internado, recebendo alta no dia 16 de março.
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Philip e Elizabeth se casaram em 1947, cinco anos antes dela se tornar rainha. Eles tiveram quatro filhos, oito netos e 10 bisnetos.
Saúde frágil
A saúde do príncipe Philip vinha se deteriorando lentamente há alguns anos. Em maio de 2017, ele anunciou que estava renunciando dos compromissos reais. Na oportunidade, o membro da realeza brincou que não consegua mais se levantar.
A última aparição oficial dele foi no final daquele ano, durante um desfile da Marinha Real no pátio do Palácio de Buckingham.
Desde então, o príncipe raramente foi visto em público, passando a maior parte de seu tempo dentro de casa.
Em 2019, o duque passou quatro noites em um hospital de Londres para observação e tratamento de uma "condição pré-existente".
Apesar de viver em silêncio, longe dos olhos do público, ele ganhou as manchetes quando se envolveu em um acidente de carro em janeiro de 2019.