Bolsonaro cumprimenta Biden e divulga carta enviada ao novo presidente
O presidente Jair Bolsonaro cumprimentou Joe Biden pela posse como novo presidente dos Estados Unidos (EUA) em publicação postada nas redes sociais na tarde desta quarta-feira (20). Horas mais cedo, Biden foi empossado no cargo em uma cerimônia ocorrida em Washington, capital norte-americana, tornando-se o 46º presidente do país, sucedendo Donald Trump.
"Cumprimento Joe Biden como 46º Presidente dos EUA. A relação Brasil e Estados Unidos é longa, sólida e baseada em valores elevados, como a defesa da democracia e das liberdades individuais. Sigo empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade de nossas nações e o bem-estar de nossos cidadãos", postou Bolsonaro, que também divulgou, na publicação seguinte, uma carta enviada ao novo presidente dos EUA, na qual o líder brasileiro fala em aprofundar as relações entre os países.
"É minha convicção que, juntos, temos todas as condições para seguir aprofundando nossos vínculos e agenda de trabalho, em favor da prosperidade e do bem-estar de nossas nações", diz Bolsonaro em um trecho da carta. "Ao desejar a vossa excelência pleno êxito no exercício de seu mandato, pelo que aceite, senhor presidente, os votos de minha mais alta estima e admiração", acrescentou.
Comércio, meio ambiente e segurança
Na carta a Biden, Bolsonaro cita sua admiração pelos Estados Unidos e enumera temas que ele considera prioritários na atual agenda bilateral.
"No campo econômico, o Brasil, assim como empresários de nossos países, tem interesse em um abrangente acordo de livre comércio, que gere mais empregos e investimentos e aumente a competitividade global de nossas empresas. Já temos como base os recentes protocolos de facilitação de comércio, boas práticas regulatórias e combate à corrupção, que certamente contribuirão para a recuperação de nossas economias no contexto pós-pandemia".
Sobre a questão ambiental, Bolsonaro mencionou, na carta, a renovação das metas do país no Acordo de Paris e pediu diálogo, especialmente na questão energética.
"Estamos prontos, ademais, a continuar nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia, com base em nosso Diálogo Ambiental, recém-inaugurado. Noto, a propósito, que o Brasil demonstrou seu compromisso com o Acordo de Paris com a apresentação de suas novas metas nacionais. Para o êxito do combate à mudança do clima, será fundamental aprofundar o diálogo na área energética".
Outro ponto tratado por Bolsonaro no documento enviado a Biden foi sobre segurança e combate ao crime organizado.
"Brasil e Estados Unidos coincidem na defesa da democracia e da segurança em nosso hemisfério, atuando juntos contra ameaças que ponham em risco conquistas democráticas em nossa região. Adicionalmente, temos cooperado para impedir a expansão das redes criminosas e do terrorismo, que tantos males causam a nossos países e aos demais países da América Latina e do Caribe".
Chanceler
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também postou nas redes sociais sobre a posse de Joe Biden. Araújo escreveu que, com Bolsonaro, o Brasil retomou a vocação de uma parceria profunda com os EUA.
"Esperamos, agora com o Presidente Biden, aprofundar essa parceria, diante dos novos desafios que se deparam aos nossos ideais comuns", escreveu.
Joe Biden toma posse como novo presidente dos EUA
O democrata Joe Biden tomou posse nesta quarta-feira (20) como novo presidente dos EUA, após vencer as eleições em novembro, derrotando o então presidente Donald Trump. Tanto Biden como a vice, Kamala Harris, fizeram o juramento em cerimônia no Capitólio, em Washington. "Juro solenemente que vou desempenhar com fidelidade o cargo de presidente dos Estados Unidos. Farei tudo que estiver ao meu alcance para preservar, proteger e defender a Constituição", disse o agora líder da Casa Branca, com uma das mãos sobre uma Bíblia.
Depois da invasão do Capitólio por apoiadores de Trump no último dia 6, a cerimônia não foi aberta ao público e contou somente com convidados. Trump não compareceu à posse, quebrando com uma tradição secular do país. Outros ex-presidentes estiveram presentes, como os democratas Barack Obama e Bill Clinton e o republicano George W. Bush. O vice-presidente de Trump, Mike Pence, também estava na posse.
A cantora Lady Gaga, apoiadora que fez campanha para Biden no ano passado, cantou o hino dos EUA na cerimônia. Outros artistas também se apresentaram, como Jennifer Lopez.
A ex-senadora Kamala, 55 anos, teve o juramento da posse conduzido pela juíza da Suprema Corte SOnia Sotomayor, se tornando a primeira mulher a ocupar o cargo na história do país. Já o juramento de Biden foi conduzido pelo presidente da Suprema Corte, John G. Roberts Jr.
Segurança
A cerimônia contou com proteção de 25 mil homens e mulheres da Guarda Nacional, além de aparato de defesa que incluia caminhões militares, blindados, barreiras e grades impedindo acesso ao local. A invasão dos apoiadores de Trump ao Capitólio aconteceu durante a certificação da vitória de Biden pelo Congresso, em contestação ao resultado da eleição.
Também por motivos de segurança, o tradicional desfile de carro aberto pela Pennsylvania Avenua após a posse, até a Casa Branca, foi cancelado. Normalmente, a população fica pelo caminho cumprimentando o presidente. No lugar das pessoas, 200 mil bandeiras americanas foram cravadas no gramado do local, para representar o povo.
Biden foi eleito ao garantir 306 votos no Colégio Eleitoral, frente a 232 de Trump, nas eleições realizadas em novembro de 2020. O republicano demorou para aceitar a derrota, contestando o resultado em diversas cortes, mas todos os pedidos foram rejeitados por falta de indício das fraudes alegadas.