Tragédia da Fonte Nova completa 14 anos nesta quinta-feira
Foi em 25 de novembro de 2007 que o episódio mais trágico do futebol baiano acontece. Há exatos 14 anos, uma parte do anel superior da antiga Fonte Nova desabou e queda acabou matando sete torcedores do Bahia, que estavam no estádio para o jogo contra o Vila Nova, pela Série C. A partida decidiria o acesso do time à segunda divisão após dois anos no escalão mais baixo do futebol brasileiro - na época não existia a Série D.
Márcia Santos Cruz, Jadson Celestino Araújo Silva, Milena Vasquez Palmeira, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto, Midiã Andrade Santos e Joselito Lima Júnior perderam a vida na tragédia.
Na época, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou por homicídio culposo e lesão corporal de natureza culposa o ex-jogador e ídolo do Bahia Raimundo Nonato Tavares, o Bobô, além do engenheiro Nilo dos Santos Júnior, então diretor-geral e diretor de Operações da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), respectivamente. De acordo com o promotor responsável pelo caso, Nivaldo Aquino, eles foram qualificados como co-autores da tragédia.
Em 14 de agosto de 2009, o juiz substituto da 10ª Vara Crime de Salvador, José Reginaldo Nogueira, decidiu absolver os réus. O magistrado entendeu, na ocasião, que as provas apresentadas pelo MP-BA eram insuficientes. No entanto, o promotor de Justiça Maurício Cerqueira recorreu da decisão três dias depois. Em julgamento realizado em julho de 2010, a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia julgou improcedente o recurso e manteve a decisão do juízo de primeiro grau, que decidiu não culpar ninguém.
Mais de 60 mil pessoas festejaram o acesso do time após o jogo e só tomaram conhecimento da tragédia horas depois. O duelo entre Bahia e Vila Nova foi o último na antiga Fonte Nova. O estádio foi demolido em 29 de agosto de 2010 para a construção da Arena Fonte Nova para a Copa do Mundo de 2014.
Brasil fecha rodada tripla contra Uruguai e com volta da torcida
O Brasil passará nesta quinta-feira (14) pelo seu último desafio da rodada tripla das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. A equipe do técnico Tite enfrenta o Uruguai, às 21h30, na Arena da Amazônia, em Manaus, pela 12ª rodada da competição. E, se o empate sem gols com a Colômbia, no último domingo (10), acabou com o 100% de aproveitamento após a sequência de nove vitórias seguidas, a partida de hoje tem um lado muito bom.
Será a primeira vez que o Brasil jogará como anfitrião com público pagante desde o início da pandemia do novo coronavírus. Todos os 10 mil ingressos colocados à venda - com valores entre R$ 125 e R$ 500 - foram esgotados em menos de dois dias. No total, 14 mil pessoas poderão assistir ao jogo. Ou seja, dentro do permitido, será casa cheia.
Para entrar no estádio, o torcedor terá que cumprir um protocolo. Só poderá acessar o local quem tenha completado o esquema vacinal da covid-19 com duas doses ou dose única. Haverá ainda a aferição de temperatura e não será permitida a entrada com alimentos e bebidas em geral. O uso de máscara também será obrigatório, além da manutenção do distanciamento social.
“Vamos jogar com o apoio da nossa torcida, importante isso para nós contra um adversário como o Uruguai. Vou continuar dando o meu melhor, tentando jogar bem para ajudar a Seleção Brasileira”, disse o volante Fabinho.
A partida, vale lembrar, acontece em meio a uma preocupação com Neymar. Nesta semana, o craque falou sobre a possibilidade da Copa do Mundo de 2022 ser a última da sua carreira. Aos 29 anos - em fevereiro, completa 30 -, ele estará com 34 no Mundial de 2026, que será realizado em conjunto por EUA, Canadá e México.
“Acho que é minha última Copa do Mundo (2022). Eu encaro como a minha última porque não sei se terei mais condições, de cabeça, de aguentar mais futebol. Então vou fazer de tudo para chegar muito bem, fazer de tudo para ganhar com meu país. Para realizar o meu sonho desde pequeno e espero poder conseguir”, afirmou o astro.
Após o desabafo, vários jogadores saíram em defesa do craque. “A gente torce que ele fique por muito tempo na Seleção, pela qualidade do futebol, pelo grande jogador que é. Torcemos para que fique muitos anos com a gente. Difícil falar mentalmente de outra pessoa. O cara às vezes tem pressão muito forte”, comentou o volante Fred.
Tite e a comissão técnica também estão se mostrando preocupados com o lado emocional dos atletas. Após o empate em 0x0 com a Colômbia, o treinador saiu em defesa de Neymar e atribuiu a atuação ruim do camisa 10 à boa marcação adversária.
“Talvez as expectativas em cima dele sejam que faça toda hora excepcionalidades e toda hora faça a diferença. É um jogador excepcional, porque faz jogadas excepcionais, excepcionalmente. E não corriqueiramente. É sim um jogador diferenciado, sabemos dessa condição. Foi muito bem marcado também, por vezes dobrada a marcação em cima dele, num contexto geral”, explicou.
Escalação
Por enquanto, Neymar segue como titular absoluto da Seleção Brasileira e será um dos 11 primeiros diante do Uruguai. A equipe, porém, não contará com o zagueiro Éder Militão, que teve lesão no músculo posterior da coxa direita confirmada pela CBF, após exames de imagem.
Assim, Tite montará a dupla de zaga com Thiago Silva e Lucas Veríssimo, deixando Marquinhos na reserva. Mas essa não será a única alteração. Ainda na defesa, Emerson Royal ficará com a vaga de Danilo na lateral direita, enquanto o goleiro Alisson dará espaço para Ederson. No ataque, Raphinha entra no lugar de Gabigol.
A escalação para o clássico tem: Ederson, Emerson Royal, Lucas Veríssimo, Thiago Silva e Alex Sandro; Fabinho, Fred e Lucas Paquetá; Raphinha, Gabriel Jesus e Neymar.
Uruguai
Adversário do Brasil desta quinta-feira (14), o Uruguai passa por um momento turbulento e rondado por questionamentos. Principalmente após a decepcionante derrota por 3x0 para a Argentina, fora de casa, no último domingo. Foi o segundo jogo seguido que a Celeste não fez um gol sequer.
Pressionado por melhores resultados, o técnico Óscar Tabarez deve fazer mudanças no time titular. Edinson Cavani, que ficou no banco nos últimos dois jogos, pode voltar a formar a dupla de ataque com Luis Suárez. Os dois, aliás, não marcam nas Eliminatórias há oito jogos.
Além disso, o lateral-esquerdo Piquerez deve ganhar chance, no lugar de Matías Viña. Bentancur, que cumpriu suspensão diante da Argentina, também deve começar jogando. Já o zagueiro Ronald Araujo, machucado, será desfalque.
A provável escalação do Uruguai tem: Muslera, Nández, Coates, Godín, Piquerez; Valverde, Vecino, Bentancur, Nicolás De la Cruz; Suárez e Cavani.
“Não vamos nos apoiar na ideia de que o Brasil está mal, porque não acredito nisso. Foram os primeiros pontos que eles perderam. Vamos nos preparar dentro do que podemos fazer em tão pouco tempo, pensando que vamos dar tudo de nós, sem que nos encontrem descuidados”, disse Tabarez.
Atualmente, a Celeste é a quarta colocada das Eliminatórias, com 16 pontos. São 12 a menos que o Brasil, líder com 28.
Bahia terá argentino e uruguaio pelo caminho na Sula; veja grupo
O caminho do Bahia na Copa Sul-Americana está traçado. Nesta sexta-feira (9), o tricolor conheceu os adversários da fase de grupos da competição internacional. A formação das chaves foi realizada através de sorteio que aconteceu na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai.
Nesta fase da competição, o Bahia vai enfrentar: Independiente (ARG), Guabirá (BOL) e Torque City ou Fénix, do Uruguai, que ainda vão fazer o segundo jogo da primeira fase (na ida, 0x0). As partidas vão acontecer no sistema de ida e volta e apenas o primeiro colocado do grupo avança para as oitavas de final. A tabela ainda não foi divulgada. No entanto, a primeira rodada está programada para o dia 20 de abril.
Para a realização do sorteio, a Conmebol dividiu os 32 times classificados para a fase de grupos em quatro potes com oito equipes cada. A divisão levou em consideração o ranking da entidade. Os melhores ranqueados foram colocados nos potes 1, 2 e 3, seguindo a ordem decrescente. No pote 4 ficaram Red Bull Bragantino e Metropolitanos, da Venezuela, que não possuem pontuação no ranking, além dos quatro eliminados da Libertadores e os dois representantes do Uruguai. Como a terceira fase da Libertadores e a disputa entre os uruguaios ainda estão em andamento, os classificados só serão conhecidos na próxima semana.
Como ocupa a posição 67 do ranking, o Bahia ficou no pote 2. No sorteio, os oito grupos da Sul-Americana foram formados por um time de cada pote. Equipes do mesmo país não podem ficar na mesma chave. A exceção são as eliminadas da fase preliminar da Libertadores.
O formato de grupos na Copa Sul-Americana será disputado pela primeira vez. Com a mudança, a competição ficou mais longa e mais difícil. Na primeira fase, equipes de Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela se enfrentaram entre si para indicar dois representantes de cada país. Os classificados se juntam aos seis representantes do Brasil, seis da Argentina e quatro eliminados da pré-Libertadores.
Nas oitavas de final, os clubes classificados da fase de grupos vão ter a companhia de oito times eliminados na fase de grupos da Libertadores. A partir daí a competição segue no formato mata-mata, com jogos de ida e volta até a semifinal. A decisão será disputada em jogo único, no dia 6 de novembro, em sede que ainda será anunciada pela Conmebol.
O novo modelo do torneio gera também mais renda para os clubes. Como entra na fase de grupos, o Bahia garante uma cota de participação de 900 mil dólares (aproximadamente R$ 5 milhões). Essa será a oitava vez que o tricolor vai disputar o torneio, a quarta seguida. Até aqui, o melhor desempenho do time baiano foi a fase quartas de final, em 2018 e 2020.
Confira os grupos da Sul-Americana:
Grupo A
Rosário Central (ARG)
Huachipato (CHI)
12 de Outubro (PAR)
San Lorenzo (ARG) ou Santos
Grupo B
Independiente (ARG)
Bahia
Guabirá (BOL)
Torque City ou Fénix (URU)
Grupo C
Jorge Wilstermann (BOL)
Arsenal de Sarandí (ARG)
Ceará
Bolívar (BOL) ou Junior de Barranquilla (COL)
Grupo D
Athletico-PR
Melgar (PER)
Aucas (EQU)
Metropolitanos (VEN)
Grupo E
Corinthians
Sport Huancayo (PER)
River Plate (PAR)
Peñarol ou Cerro Largo (URU)
Grupo F
Newell's Old Boys (ARG)
Palestino (CHI)
Atlético-GO
Libertad (PAR) ou Nacional (COL)
Grupo G
Emelec (EQU)
Tolima (COL)
Talleres (ARG)
Red Bull Bragantino
Grupo H
Lanús (ARG)
La Equidad (COL)
Aragua (VEN)
Del Valle (EQU) ou Grêmio
Brasil para na defesa adversária e no VAR, e apenas empata com a Venezuela
O Brasil não conseguiu sair do zero contra uma consistente seleção venezuelana na noite desta terça-feira. O ataque brasileiro teve muita dificuldade para incomodar o goleiro Fariñez e, quando conseguiu romper a linha de defesa adversária, teve o grito de gol reprimido três vezes pela arbitragem do chileno Julio Bascuñán — duas das vezes após checagem pelo VAR, o famigerado árbitro de vídeo. Com o resultado, a seleção brasileira divide com o Peru a liderança do Grupo A da Copa América 2019, com quatro pontos, mas com vantagem de um gol de saldo.
A seleção brasileira começou o jogo pressionando os adversários, e dava a impressão de que venceria o jogo com facilidade até a Venezuela encaixar seu primeiro contra-ataque e mostrar que, apesar de se encolher na defesa, não pretendia passar o jogo todo se defendendo. David Neres e Richarlison foram os jogadores mais efetivos do ataque brasileiro no primeiro tempo, quando a seleção conseguiu fazer apenas um arremate para testar Fariñez. O goleiro peruano espalmou chute de Richarlison para fora. Roberto Firmino ainda colou uma bola para dentro no primeiro tempo, mas o juiz viu falta do atacante antes do arremate.
Os brasileiros voltariam a balançar duas as redes no segundo tempo, e ambos os gols foram anulados após verificação do VAR. No primeiro deles, Firmino dominou uma bola que sobrou dentro da área após desviar na defesa adversária e tocou para Gabriel Jesus (que entrara no lugar de Richarlison) empurrar para as redes. Mas Firmino estava em impedimento, e o gol foi anulado após verificação do árbitro de vídeo. O VAR voltou a apontar impedimento de Firmino quando Philippe Coutinho pegou rebote do goleiro Fariñez após cruzamento de Everton 'Cebolinha', que entrou nem no lugar de David Neres.
Já a Venezuela fez jus aos elogios que tem recebido pela evolução de seu futebol, pelo menos no que diz respeito à organização de sua defesa. Villanueva e Osorio praticamente dispensaram o goleiro Fariñez de praticar defesas. Além disso, os alas Murillo e Machís puxaram contra-ataques rápidos e ao menos uma vez conseguiram deixar o artilheiro Rondón em condição de abrir o placar — na melhor chance venezuelana, no primeiro tempo, o avançado cabeceou bola perigosa ao lado do gol de Alisson, que praticamente não precisou trabalhar ao longo do jogo.
Brasil e Peru se enfrentam no próximo sábado em São Paulo e garantem classificação para a próxima fase no grupo A com um empate se a Venezuela não ganhar da Bolívia.
Fonte: El País
Gabriel Medina posta foto de praia onde passará a virada: "Amarradão"
De férias em Santa Catarina, o surfista Gabriel Medina aproveita a paisagem para descansar após o título mundial conquistado na semana passada em Pipeline, no Havaí. Na tarde deste sábado, o atleta postou uma foto do local onde passara a virada do ano, em uma festa na Praia do Rosa, em Imbituba (SC).
- Amarradão por estar aqui na Praia do Rosa. Em poucos dias a comemoração vai ser na Virada Mágica - escreveu.
No início da tarde de sexta, Medina chegou a Florianópolis e foi recebido por dezenas de fãs no aeroporto Hercílio Luz. Após o desembarque, o surfista não quis dar entrevista, mas foi atencioso com as pessoas que o esperavam. Posou para fotos e distribuiu autógrafos. Em seguida, entrou num carro para seguir a viagem.
Pouco antes de embarcar a Florianópolis, o atleta postou uma foto em seu Instagram. Apesar da feição de sono, ele deixou transparecer a alegria de estar saindo de férias após um ano de muito trabalho e pressão para a conquista do WCT, no dia 19 de dezembro.
Medina foi campeão do Circuito Mundial de Surfe (WCT) após ficar em segundo lugar na etapa de Pipeline, no Havaí. A comemoração pelo título, que aconteceria em São Sebastião, no litoral de São Paulo, acabou sendo cancelada por causa das fortes chuvas que caíram na cidade nos últimos dias.
Medina avança, tira Slater da briga e fica ainda mais perto do título
Gabriel Medina está cada vez mais perto do primeiro título brasileiro da história do surfe mundial. Nesta sexta-feira, o paulista de apenas 20 anos passou pelo terceiro round ao levar a melhor sobre o havaiano Dusty Payne e avançou para a quarta etapa. Com este resultado, Kelly Slater (dono de 11 Mundiais) deu adeus à briga pelo título.
Agora, a disputa está apenas entre Gabriel Medina e Mick Fanning, que entra na água por volta das 17h45 (de Brasília). O australiano faz parte da nona bateria, contra o francês Jeremy Flores. Caso seja derrotado, o brasileiro confirma o título mundial.
Medina voltou com tudo na etapa do Havaí. Logo em sua primeira onda pegou um belo tubo e arrancou nota 8,83 dos juízes - a onda foi comemorada como um gol pelos brasileiros que enchem a praia.
Logo depois, tirou um 5,83, mas já no fim da bateria pegou uma direita (Backdoor) e conseguiu repetir a nota 8,83, somando 17,66 contra apenas 11,84 do havaiano.
"Espero que continue andando e passando de fase. Como sempre digo, fiquei focado no meu trabalho, no meu plano, encontrei duas ondas divertidas e estou muito contagiado com as vibrações da torcida. Nunca imaginei que teria tanta gente aqui na torcida. Mas não ganhei nada, tenho que passar algumas baterias para me tornar campeão mundial", disse Medina após a bateria.
Agora, no quarto round, Gabriel Medina terá pela frente o australiano Josh Kerr e o também brasileiro Filipe Toledo na segunda bateria. Mesmo se não vencer, irá para a repescagem no quinto round e seguirá com chances de avançar para as quartas de final.
A etapa do Havaí voltou a ser realizada depois de cinco dias de adiamentos por conta do mar sem ondas. Nesta sexta, porém, o swell chegou a Pipeline e boas ondas foram surfadas pelos atletas.
Slater dá show, mas condições ruins adiam bateria de Medina em Pipeline
Americano vence havaiano Reef Mcintosh na repescagem, avança à terceira fase e segue na luta por 12º título mundial. Pupo, Filipinho e Jadson também se classificam
Após perder na estreia para o australiano Adam Melling, com uma virada nos últimos segundos, Kelly Slater deu um show na repescagem para a terceira fase e continua vivo na luta pelo 12º título mundial, no Havaí. No entanto, se Gabriel Medina avançar para a quarta fase, acaba com as chances do americano. O vento forte atrapalhou os surfistas na última etapa do Circuito Mundial de Surfe (WCT), em Pipeline, e a organização optou por paralisar as disputas após a segunda fase, em um dia ensolarado de ondas pesadas, de 5 a 6 metros. Slater foi um dos que reclamaram das condições ruins e contou que preferia não ter competido. Alguns atletas se machucaram na bancada havaiana nas inúmeras "vacas" (caldos) do dia, marcado por muitas pranchas quebradas. A organização do evento fará uma nova chamada às 21h15 (de Brasília).
Kelly Slater deu show nos tubos de Pipeline, no Havaí os brasileiros Miguel Pupo, Filipe Toledo e Jadson André venceram suas baterias pela repescagem e também asseguraram a vaga na terceira fase, enquanto Raoni Monteiro se despediu da elite do surfe após uma temporada ruim, sem vencer uma bateria sequer.
Em busca do histórico título mundial para o Brasil no surfe, Medina volta à agua na sexta bateria da terceira fase em uma prova de fogo contra o local Dusty Payne. O havaiano, campeão da primeira joia da Tríplice Coroa Havaiana, em Haleiwa, é muito perigoso nos tubos de Pipeline. Slater e Mick Fanning também disputam o caneco. O australiano mede forças com o francês Jeremy Flores, enquanto o americano ainda aguarda a definição de seu adversário.
Atual campeão do Pipe Masters e dono de sete vitórias na “Meca” do surfe, Slater entrou nervoso e demorou a se encontrar na bateria. Foram algumas “vacas” (caldos) até achar uma onda. O local Reef Mcintosh, que entrou na disputa pela triagem, vencia por 5,27 a 2,63. Demorou, mas o mito acordou. Após entubar uma onda com muita velocidade e equilíbrio, arrancou um 7,43 dos juízes e entrou para o jogo. Em seguida, encontrou outro belo tubo com profundidade e desapareceu atrás da onda. Saiu com estilo e finalizou com um aéreo, levando o público ao delírio. Com um 9,57 na melhor ondas, o americano somou 17,00, contra 7,00 do havaiano.
kelly slater surfe pipeline repescagem
Slater desapareceu em um dos tubos em bateria da repescagem,estava ventando muito, eu preferia que não tivesse competição hoje, porque está muito difícil de surfar. Mas eu fiz de tudo para conseguir pegar boas ondas. Faltavam cinco minutos e eu precisava tomar as decisões certas. Por sorte, eu consegui. No fim da bateria, tínhamos as mesmas opções e tivemos que tomar as mesmas decisões. Foi desafiador Tive que controlar os ânimos, continuei tentando e acabei conseguindo encontrar boas ondas. Reef não estava pressionado por resultados, estava apenas procurando boas ondas. É um grande surfista de ondas grandes - disse Slater.
As ondas perfeitas de Pipeline são o sonho todos os surfistas profissionais, porém, podem ser perigosas. Nem mesmo os mais experientes são capazes de fugir da força do mar. Em uma das "vacas" que levou, Slater sentiu a costela, mas, nada que o atrapalhasse em seu caminho. Já o sul-africano Jordy Smith deslocou o ombro ao ser engolido por uma onda, abandonou e foi para um hospital da região. Quem se deu bem com isso foi Dusty Payne, que ficou livre, melhorou a sua pontuação, somou 4,30 e superou Jordy no critério de desempate (melhor nota da bateria, um 3,03 contra um 3,00 do sul-africano).
Filipe Toledo foi um dos brasileiros a avançar à 3ª fase, assim como Jadson e Pupo.
O melhor brasileiro do dia foi Jadson André. O atleta da vila de Ponta Negra pegou um tubo e agradou os juízes e o público, que bateu palmas e comemorou a principal manobra do surfe. Apenas com a nota 9,37 que tirou, ele venceria oito das nove baterias já encerradas na repescagem. Ele só não teve um somatório maior do que Slater. Com 12,70, Jadson despachou o português Tiago Pires, que não conseguiu se encontrar e foi eliminado, com 2,73.
Ema uma bateria verde-amarela, Miguel Pupo levou a melhor sobre Raoni Monteiro: 7,17 a 4,13. Filipe Toledo, o Filipinho, que terminou o ano como líder do WQS (Divisão de Acesso), precisou de 7,64 para derrotar o irlandês Glenn Hall.
- As ondas estavam difíceis, com muito vento. Fiquei feliz que consegui acertar um aéreo, essa é uma onda tubular. O mar está perigoso - disse Filipinho.
BATERIAS DA SEGUNDA RODADA
1: Kelly Slater (EUA) 17,00 x Reef McIntosh (HAV) 7,00
2: Michel Bourez (TAH) 5,00 x Makai McNamara (HAV) 3,17
3: Jordy Smith (AFS) 4,30 x Dusty Payne (HAV) 4,30
4: Nat Young (EUA) 8,50 x Mitch Coleborn (AUS) 4,77
5: Miguel Pupo (BRA) 7,17 x Raoni Monteiro (BRA) 4,13
6: Filipe Toledo (BRA) 7,64 x Glenn Hall (IRL) 7,07
7: Adrian Buchan (AUS) 3,47 x Travis Logie (AFS) 1,43
8: Kai Otton (AUS) 7,16 x Brett Simpson (EUA) 6,83
9: Fredrick Patacchia (HAV) 6,90 x Mitch Crews (AUS) 1,57
10: Jadson André (BRA) 12,70 x Tiago Pires (PRT) 2,73
11: Julian Wilson (AUS) x Dion Atkinson (AUS)
12: Matt Wilkinson (AUS) x Aritz Aranburu (ESP)
O QUE MEDINA PRECISA PARA SER CAMPEÃO
- se for eliminado até a terceira fase => precisa que Kelly Slater não vença a etapa e que Mick Fanning não chegue às semifinais. Se Fanning for eliminado nas quartas, decide o título da temporada numa bateria homem a homem com o brasileiro.
- se for eliminado na quinta fase => Mick Fanning não pode chegar à final;
- se for eliminado nas quartas ou nas semifinais => Mick Fanning não pode vencer a etapa;
- se chegar à final => conquista o título, independentemente da campanha de seus rivais
É hoje? "Rei", Medina pode ser campeão mundial neste sábado
O pontinho amarelo na areia estava quase imperceptível, nesta sexta-feira, na praia de Pipeline. no Havaí. Depois de vencer a primeira bateria da última etapa do Mundial de Surfe, Gabriel Medina foi cercado por um mar, não de água, mas de fãs. Brasileiros de todos os cantos do país se empurravam para conseguir uma selfie com o ídolo. Alguns fizeram sacrifícios até maiores: "Gabriel, eu gastei toda a minha poupança para estar aqui!", gritou uma senhora, arrancando um sorriso do surfista.
Tanta fama assim não é nada comum para atletas que vivem do mar. Mas Gabriel Medina teve que se acostumar rapidamente. Aliás, caiu na graça do público desde que se tornou o mais forte candidato ao título mundial deste ano. A taça inédita para o Brasil, aliás, já pode ser conquistada neste sábado. Basta que Kelly Slater e Mick Fanning sejam eliminados. O americano disputará a repescagem e, se passar, surfará a terceira rodada, enquanto o australiano só entrará no mar pela terceira rodada.
Padrasto e treinador de Gabriel, Charles é o principal responsável pela concentração e foco do filho. Os dois têm ficado blindados em casa, sem acesso a imprensa e até aos familiares. "A gente não ganhou nada ainda, só passou uma fase que o resultado ainda não muda. A partir de agora começa a troca, e conforme a gente vai passando, é a mesma blindagem. A gente só vai se dar por satisfeito a hora que anunciar o título", declarou o "mentor" de Medina.
De fato, o jogo ainda não está ganho, já que Mick Fanning e a lenda do surf, Kelly Slater, ainda podem alcançar o brasileiro. O australiano também venceu a bateria no primeiro round e se garantiu direto no terceiro. Já Kelly sofreu uma virada dolorida no finzinho da bateria e foi para a repescagem.
Se, assim que saiu do mar, o americano tirou, melancolicamente, a lycra do campeonato, Medina mal conseguiu ir para o vestiário, já que posava para inúmeras selfies com um sorriso de orelha a orelha. Para alguns ali, a assinatura do novato na camisa já ocupou até o lugar do careca do espaço. "Desse tamainho Medina? Você é o maior, seu autógrafo tem de ser gigante!", disse ele ao som de uma gargalhada de Gabriel.