Após confirmar que a Bahia vive uma segunda onda do novo coronavírus, o governador Rui Costa participou, nesta terça-feira (8), junto com gestores de outros estados, de uma reunião virtual com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A principal reivindicação dos governadores é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove e registre as vacinas com a maior rapidez possível.

Rui contou que o ministro confirmou que o Brasil fará a aquisição das vacinas, à medida que elas forem aprovadas e registradas pela Anvisa. "Por isso, nosso principal pleito é que esse registro seja feito com celeridade, assim que os laboratórios solicitarem, já que o Brasil, assim como outras nações, deve utilizar mais de uma vacina para imunizar a população. A Pfizer, por exemplo, acenou com a disponibilização de 70 milhões de doses para o Brasil, em um primeiro momento, sendo que cada indivíduo precisa de duas doses, e essa quantidade não cobre todos os brasileiros", explicou o governador.

Rui também comentou que há atualmente 11 mil pessoas com vírus ativos na Bahia. "A taxa de transmissão segue crescendo e a elevação, ainda que pequena, no número de mortes, nos preocupa. A doença já está em todos os 417 municípios e uma contaminação desenfreada pode levar os serviços de saúde a um colapso. Em função disso, determinei que a Secretaria de Segurança Pública monitore propostas e convites para a realização de aglomerações, em ambientes fechados ou públicos, a fim de impedir a realização desses eventos. Além do que, também instruí o órgão a abrir processos criminais, na medida em que os responsáveis por essas aglomerações sejam identificados, não importando se são pousadas, boates ou até mesmo um cidadão com o som do carro alto ligado", conclui.

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A segunda onda da pandemia do coronavírus já é uma realidade. Nesta quinta-feira (3), o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas falou que os números preocupam no estado.

"Nós já estamos completando três semanas sucessivas de crescimento progressivo e contínuo do número de casos. Portanto, é possível falar que já estamos entrando numa segunda onda, que vem num cenário mais grave do que o que enfrentamos o início da pandemia", alertou o titular da pasta em entrevista à TV Bahia.

Há dois dias, a Bahia vem registrando números de novos casos da covid-19 superiores a 3 mil infectados. Diante do cenário, Vilas-Boas garantiu que leitos de UTI já começam a ser reabertos, já que o estado já está com 72% de ocupação total.

Segundo o secretário, já foram reabertos 20 leitos no Instituto Couto Maia e outros 20 no Hospital Espanhol, que devem progredir até que cheguem a 80 vagas para doentes. Em Juazeiro, também já acontece ampliação.

"Temos hoje um número de casos ativos, novos, que equivale aproximadamente ao mês de junho. Só que naquela época tínhamos um revezamento de surto. Uma onda que começou na capital e foi avançando pelo interior. Ou seja, quando uma região nova ia apresentando novos casos, outra ia diminuindo. Nesse momento, temos um surto geral, um aumento geral de todas as regiões da Bahia, de forma simultânea, com taxas de internação muito superiores ao que observamos no começo do ano".

Fábio Vilas-Boas garantiu ainda que o governo já estuda adotar medidas para controlar o avanço da doença, como a atuação mais rigorosa em festas e eventos que gerem aglomeração, como é o caso dos paredões, citados pelo titular da pasta. Segundo ele, será necessário o uso da força do uso da Polícia Militar , caso a população não se conscientize.

"Não é hora de folgar. Estamos bem próximos da vacina, em mais três, quatro meses, vamos ter a cura, a prevenção da doença. Não é hora de abandonar as medidas, porque aí vamos jogar fora boa parte do esforço que fizemos nesses nove meses de pandemia".

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