Após queda recorde em 2020, produção automobilística deve ir a ‘quase zero’ sem a Ford
A decisão de encerramento das atividades da Ford em território brasileiro promete piorar a queda da produção da indústria de automóveis, que bateu recordes ao cair 41,6% em relação ao ano de 2019. Segundo especialistas, o fim da produção da montadora, que foi anunciado em janeiro e decretou o cessamento imediato da produção das suas fábricas, sendo uma delas em Camaçari, vai intensificar ainda mais o processo de queda de produção de veículos em território baiano.
O agravamento da queda do setor, que, segundo o IBGE, representa hoje 12 % do lucro oriundo de atividade industrial na Bahia, acontece devido ao fato da Ford ser a única montadora em atividade no estado. É isso que afirma Luiz Pimenta, economista e especialista em mercado automotivo. “Em 2021, teremos forte redução porque só tem a Ford aqui. A redução que foi de 41,6% vai passar a ser de quase 100%. Porque já acabou a fabricação, não existe mais produção de veículos aqui”, garante.
Quem também garante o impacto mais forte do que nunca nesse tipo de produção é a economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Para ela, no momento, não há possibilidade de que esse impacto seja evitado. “A Ford anunciou a sua saída do mercado baiano junto com o aviso imediato da interrupção das atividades produtivas lá em janeiro. Ou seja, toda a produção que teremos de veículos aqui será oriunda de janeiro, fazendo da queda do setor algo inevitável”, informa.
A Ford decidiu fechar as fábricas que tem no Brasil, incluindo a de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, em 11 de janeiro deste ano. A pandemia de covid-19 ampliou o sub uso da capacidade manufatureira da empresa, no entendimento da Ford. No país, serão mantidos apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo.