A viúva do empresário Leandro Troesch, dono da pousada Paraíso Perdido, foi presa pela polícia nesta segunda-feira (9). Foragida da polícia, Shirley da Silva Figueredo estava escondida na zona rural de Iaçu.

Shirley tinha mandado de prisão em aberto por descumprir as medidas de prisão domiciliar. “A prisão dela vai ajudar a esclarecer as circunstâncias da morte do empresário. Ela também participará da reconstituição que ocorrerá na pousada”, explicou o coordenador da 4ª Coorpjn, delegado Joaquim Souza.

Ela foi detida por policiais da 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Santo Antônio de Jesus). A custodiada está sendo levada para a sede do Departamento de Polícia do Interior (Depin) em Salvador, onde será apresentada e ficará à disposição da Justiça.

No dia 19 de abril, o delegado Rafael Magalhães concluiu a investigação com base nos laudos, emitidos nos dias 5 e 11 de março, juntamente com outros exames periciais e depoimentos de testemunhas, e indiciou Shirley como autora do crime e a amiga dela, a ex-detenta Maqueila Bastos, como cúmplice. Maqueila chegou a ser presa em Aracaju (SE) e foi trazida à Bahia, onde posteriormente deixou o Presídio Feminino, após a Justiça não converter a prisão temporária em preventiva.

Entenda o caso
A pousada começou a alimentar os noticiários policiais com as prisões de seus donos, Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo, em fevereiro de 2021, após serem condenados por roubo e extorsão mediante sequestro contra uma mulher em Salvador. Um ano depois, Leandro foi encontrado morto dentro de um dos quartos - ele e Shirley estavam respondendo pelos crimes em liberdade.

Desde então, mais fatos foram surgindo, assim como novos envolvidos. Após o sumiço de Shirley, a polícia chegou até o nome de uma amiga dela, Maqueila Bastos. Elas se conheceram no presídio feminino. Os investigadores descobriram ainda que Maqueila havia sido demitida da pousada dez dias antes da morte de Leandro, que não aprovava a amizade entre a esposa e ex-presidiária.

Sem Shirley e Maqueila, a polícia contava com o depoimento de Marcel Silva, o Billy, amigo de infância de Leandro que o reencontrou no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Marcel era uma pessoa de confiança de Leandro e por isso era considerado "peça-chave" no inquérito que apura a morte do patrão, mas foi assassinado um dia antes de prestar depoimento.

Diante das novas informações, a polícia considerou importante o interrogatório de Shirley e Maqueila e, por isso, as prisões delas foram decretadas pela Justiça. Somente Maqueila foi localizada. Ela estava em Aracaju e foi trazida para Salvador, onde ficou custodiada na Delegacia Especial de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derrca). A Justiça, no entanto, não converteu a prisão temporária em preventiva, e ela foi liberada.

A pousada Paraíso Perdido, situada na Praia dos Garcez, continua funcionand

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Normalmente ligada ao turismo, a luxuosa pousada Paraíso Perdido acabou envolvida no noticiário policial nos últimos tempos. O local, onde foi encontrado o corpo do dono, Leandro Troesch, em fevereiro deste ano, acabou ligada às novas mortes da última segunda (11). Além disso, um dos seus funcionários, Marcel Silva, o Billy, foi assassinado um dia antes de prestar depoimento sobre a morte de Leandro.

Mesmo assim, a Paraíso Perdido, situada na Praia dos Garcez, continua funcionando.

"Ela está aberta. O que aconteceu ontem (segunda) não foi dentro das dependências da pousada e, sim, nas imediações, na praia", declarou o advogado da família de Leandro, Silas Coelho.

Coelho nega a informação da PM de que havia hóspedes circulando armados, o que resultou a ida dos policiais para a região. "Isso não procede. A pousada estava cheia neste final de semana e na segunda quase todo mudo tinha ido embora e ninguém relatou nada, sequer uma reclamação", garantiu.

A Paraíso Perdido é ambientada no estilo rústico e possui suítes e chalés, com a diária variando entre R$ 420 e R$ 1,2 mil na alta estação, além de restaurante e lojas. O estabelecimento já foi palco para apresentações musicais e hospedou atores globais. No réveillon de 2009, serviu de apoio para o Universo Paralello, uma das maiores festas de música eletrônica do país e que reuniu cerca de 17 mil pessoas na Praia dos Garcez.

Entenda o caso
A pousada começou a alimentar os noticiários policiais com as prisões de seus donos, Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo, em fevereiro de 2021, após serem condenados por roubo e extorsão mediante sequestro contra uma mulher em Salvador. Um ano depois, Leandro foi encontrado morto dentro de um dos quartos - ele e Shirley estavam respondendo pelos crimes em liberdade. A investigação da morte ainda segue em curso.

Shirley e Leandro
Desde então, mais fatos foram surgindo, assim como novos envolvidos. Após o sumiço de Shirley, a polícia chegou até o nome de uma amiga dela, Maqueila Bastos. Elas se conheceram no presídio feminino. Os investigadores descobriram ainda que Maqueila havia sido demitida da pousada dez dias antes da morte de Leandro, que não aprovava a amizade entre a esposa e ex-presidiária.

Sem Shirley e Maqueila, a polícia contava com o depoimento de Marcel Silva, o Billy, amigo de infância de Leandro que o reencontrou no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Marcel era uma pessoa de confiança de Leandro e por isso era considerado "peça-chave" no inquérito que apura a morte do patrão, mas foi assassinado um dia antes de prestar depoimento.

Maqueila tem nome de mulher de dono da pousada tatuado no braço

Diante das novas informações, a polícia considerou importante o interrogatório de Shirley e Maqueila e por isso as prisões delas foram decretadas pela Justiça. Até agora, só Maqueila foi localizada. Ela estava em Aracaju e foi trazida para Salvador, onde ficou custodiada na Delegacia Especial de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derrca). Atualmente, Maqueila se encontra no Presídio Feminino, onde passará por audiência de custódia nesta quarta-feira (13).

Novas mortes
A luxuosa pousada acabou ligada a novas mortes nesta segunda-feira (11), quando dois hóspedes trocaram tiros com policiais militares nas proximidades do empreendimento. Os dois homens foram baleados e morreram. Os dois mortos eram de Feira de Santana e integravam a facção Comando Vermelho (CV), segundo a polícia. Um deles era o líder da organização criminosa na cidade e tinha dois mandando de prisão em aberto.

Dois homens foram mortos em troca de tiros com a PM
Duas influenciadoras digitais, que estavam com eles no local, foram presas enquanto tentavam sair do local e a PM encontrar 1kg de cocaína em um carro. Laylla Cedraz e Adrian Grace foram soltas nesta terça (12) após audiência de custódia. Segundo o delegado Rafael Magalhães, que investiga o caso, a dupla de influenciadoras não é suspeita de nenhum crime. Inicialmente, elas haviam sido presas por que havia droga no carro que utilizaram para fugir, de acordo com a Polícia Militar. Na picape, também foram apreendidos duas pistolas, uma 9mm e outra .45, R$202 em espécie, e outros objetos.

Cronologia de fatos relacionados à Pousada Paraíso Perdido

19.02.2021 - Leandro e Shirley são presos dentro da luxuosa Pousada Paraíso Perdido. Polícia cumpre mandados de prisão: casal foi sentenciado pelos crimes de roubo extorsão mediante sequestro contra uma mulher em Salvador.

Outubro de 2021 - Shirley deixa o Presídio Feminino para responder o crime em liberdade, juntamente com Maqueila, com quem fez amizade na cela. Shirley resolve abrigar Maqueila na pousada.

Dezembro de 2021 - É a vez de Leandro deixar o Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Ele passa responder o crime em liberdade para fazer um procedimento médico. Voltar a assumir a direção da pousada e não gosta da aproximação de Shirley com Maqueila.

26.02.2022 - Leandro é encontrado morto com um tiro na cabeça em um dos quartos da pousada. Polícia diz que a morte é investigada e que não descarta as possibilidades de suicídio e homicídio. Horas depois, Shirley não foi localizada na cidade para prestar um segundo depoimento e a justiça decreta a prisão dela, a pedido do delegado Rafael Magalhães, por descumprir decisão judicial que a obrigava permanecer na pousada. Maqueila também não é localizada.

06.03.2022 - Marcel é assassinado um dia antes de prestar depoimento sobre a morte de Leandro. Ele era considerado uma pessoa de confiança do empresário e por isso a polícia diz que ele era uma peça-chave para elucidação da morte do patrão.

08.03.2022 - Polícia diz que Leandro discutiu com Shirley momentos antes de sua morte. Funcionários relataram a briga do casal no mesmo quarto onde o corpo foi encontrado. Os detalhes da discussão não foram rebelados pelo delegado Rafael Magalhães, responsável pela investigação.

10.03.2022 - Delegado Rafael Magalhães diz que já tem a localização de Shirley e Maqueila. A Polícia Interestadual (Polinter) aciona unidades policiais de outros estados. Nesse mesmo dia, a polícia baiana informa que Shirley havia determinado que três funcionários pegassem dinheiro e jóias de um cofre da pousada.

11.03.2022 - Marcel é enterrado em Salvador. A polícia já tinha identificado quatro dos cinco envolvidos diretamente no crime, entre eles um adolescente e uma mulher, que teria atraído a vítima para uma emboscada. Marcel respondia em liberdade por diversos assaltos e a sua morte estaria ligada ao tráfico de drogas, segundo as investigações.

14.03.2022 - Justiça decreta prisão temporária de Shirley e Maqueila. Polícia pediu para que ambas pudessem ser ouvidas no inquérito que apura a morte de Leandro.

24 03.2022 - Maqueila é presa em Aracaju. Ele estava em um carro de luxo que não tinha devolvido à uma locadora. Delegado Rafael Magalhães diz que Maqueila estava na casa de uma amiga que mora em Jaguaripe.

O1.04.2022 - Polícia indicia cinco pessoas pela morte de Marcel. São eles: um adolescente, uma mulher e três homens. Polícia diz que deve encerrar o inquérito ainda neste mês. Destes, apenas um está foragido.

05.04.2022 - Maqueila é transferida de Aracaju para Salvador. Ela fica custodiada na Delegacia Especial de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), porque em Salvador não há nas delegacias celas exclusivas para mulheres.

06.04.2022 - Começou na circular grupos de aplicativo de mensagens um trecho de um áudio de uma suposta conversa entre Leandro e Maqueila. Na gravação, um homem, que seria Leandro, diz que está numa "situação bem vulnerável" após descobrir um problema nas contas da pousada, e relata que está sendo medicado por transtornos emocionais.

07.04.2022 - Maqueila relata em seu depoimento nomes, lugares e circunstâncias que, segundo delegado Rafael Magalhães, ajudaram na investigação da morte de Leandro. Ainda durante o interrogatório, o delegado descobre que foi retirado do caso e se mostra insatisfeito - a transferência dele para outra cidade foi publicada no Diário Oficial junto com a nomeação do novo titular de Jaguaripe. Mas no final da noite, a Polícia Civil voltou atrás e manteve Magalhães na investigação.

08.04.2022 - Em uma foto publicada em . perfil do Instagram, Maqueila exibe no braço direito uma aliança dourada contendo a letra "S" e o nome de Shirley tatuado ao lado do desenho de um coração . O advogado João Neto dia que "existe uma relação de amizade muito próxima". "Isso é normal, um homenagem entre pessoas que são muito amigas", disse.

13.04.2022 - Tribunal de Justiça da Bahia informa que Maquila já está no Presídio Feminino e passará por audiência de custódia nesta terça-feira (13).

Perguntas que não foram respondidas

1 - Leandro Troesch foi ou não assassinado? A Polícia Civil disse que não descarta as possibilidades de um suicídio ou homicídio. Laudos dos Departamento de Polícia Técnica devem ajudar no conclusão, junto com os depoimentos já inseridos no inquérito, entre eles o interrogatório de Maqueila, que deu nomes, lugares e circunstâncias.

2 - Existe alguma ligação direta de Shirley Figueiredo com a morte de Leandro? A polícia não diz que sim, nem que não. Mas relata que muitos pontos precisam ser esclarecidos, como o porquê de ter desaparecido da cidade sem comunicar à Justiça, mesmo cumprindo prisão domiciliar. Além disso, mesmo sumida ela ordenou que funcionários pegassem de um cofre da pousada joias e dinheiro.

3 - Inicialmente, a polícia disse que a morte de Marcel seria queima de arquivo. E agora? A Polícia Civil já prendeu quatro dos cinco acusados de terem cometido o crime. Um adolescente que deu sete facadas e outros dois homens que espancaram e atiraram na vítima. Uma mulher que atraiu Marcel para a emboscada também foi presa. Todos os envolvidos na morte têm ligação com o tráfico de drogas. Apesar disso, o delegado do caso ainda não revelou a motivação do crime e nem descartou a ligação com a morte de Leandro.

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Um trecho de um áudio de uma suposta conversa entre Leandro Troesch e Maqueila Bastos aumentou ainda o mistério em torno da morte do empresário e ex-detento. O dono da pousada Paraíso Perdido foi encontrado morto com um tiro na cabeça em seu empreendimento de luxo na cidade de Jaguaribe, região do baixo sul da Bahia. Na gravação, um homem, que seria Leandro, diz que está numa "situação bem vulnerável" após descobrir um problema nas contas da pousada, e relata que está sendo medicado por transtornos emocionais.

Leandro deixou o Complexo Penitenciário da Mata Escura no ano passado para cumprir prisão domiciliar na Paraíso Perdido, onde voltou a ficar à frente do negócio que, até então, estava sob o comando de sua mãe, que também é sócia do local. A gravação teria sido realizada 15 dias antes de sua morte, ocorrida no dia 25 de fevereiro. A pessoa com quem ele estaria conversando seria Maqueila Santos, amiga da mulher dele, Shirley Silva Figueredo. Maqueila está presa em Salvador, sob suspeita de envolvimento na morte de Leandro.

Na gravação, Leandro teria respondido a um comentário de Maqueila e, na conversa, expôs que encontrou irregularidades nas contas da pousada, que ocorreram no período em que ele estava ausente. "Nega, vou lhe ser bem honesto e bem sincero no que eu tô lhe falando. Nenhuma das pessoas falou mal de você. Ninguém falou nada de você. Eu estou numa situação bem vulnerável, como eu já tinha lhe dito. Eu preciso entender melhor as coisas, o que está acontecendo, sabe? Eu estou mexendo no sistema e achei contas que não... não foi legal, sabe? Então, primeiro, eu preciso me preparar para ter qualquer tipo de conversa. Não é com você, é com várias pessoas, sabe? Várias pessoas. E eu não estou em um momento legal para isso (sic)", diz o trecho da conversa obtida pela reportagem do CORREIO.

No meio da gravação, Leandro fala que conversaria com Maqueila em um outro dia e que, inclusive, teve boas referências dela, dadas por Marcel Silva, conhecido como Billy, ex-presidiário e funcionário da pousada. Ele foi assassinado um dia antes de prestar depoimento sobre a morte do patrão. "Então eu prefiro que a gente tenha uma conversa saudável, sabe? Não tenha nenhum tipo de estresse, nenhum tipo de nada, sabe? Eu sei que você quer mostrar que você é uma pessoa diferente, sabe? Eu sei que você quer mostrar uma pessoa que precisa de uma nova oportunidade, eu sei de tudo, sabe? Sei de tudo. Isso Billy me encheu o saco a vida toda, falando que você é uma pessoa correria, que isso, que aquilo, sabe? Mas, mas não é o momento, não é o momento, sabe? Eu preciso entender muita coisa do que está acontecendo ainda, sabe? (sic)",

Leandro finaliza a conversa com Maqueila dizendo que está com problemas psicólogos. "Preciso reorganizar minha vida relacionada a muita coisa, muita coisa. E, na próxima semana aí, com fé em Deus, se der certo, minha cabeça no lugar, estou indo para a psiquiatra. Estou tomando remédio, sabe? Estou bem debilitado fisicamente, sabe? Então espero só que você entenda, só isso mesmo. E já já a gente vai sentar pra conversar, pode ter certeza (sic)", diz trecho.

Perícia
A gravação começou a circular através de mensagens em um grupo de WhatsApp logo no início da manhã desta quarta-feira (6). O advogado de Maqueila, Paulo Pires, soube da existência do arquivo de áudio por volta as 10h30, pouco depois de chegar à Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente (Dercca), onde Maqueila está custodiada provisoriamente para interrogatório. Ele disse que, diante dos problemas, o empresário pode ter tirado a própria vida.

"Eu estou tomando conhecimento deste áudio agora, de uma comunicação entre Leandro e Maqueila. Ele disse que estava com muitos problemas financeiros com a pousada, ele teria que voltar para a cadeia porque só saiu para a prisão domiciliar para fazer uma cirurgia. Quem está preso sai, depois volta novamente pra cadeia, sabendo que vai ter que cumprir uma pena alta. Isso tudo pode ter mexido com a cabeça dele. Ele estava com depressão. Eu não estou dizendo que ele (Leandro) tenha se matado, mas estou dizendo que essa linha tem que ser explorada a fundo para se saber, na realidade, o que foi que houve", declarou Paulo.

A reportagem procurou o titular da Delegacia de Jaguaripe, delegado Rafael Magalhães, para saber se tem conhecimento da gravação, se o áudio está no inquérito e foi periciado ou se será acrescentado às investigações, mas o responsável pela apuração não respondeu. A reportagem procurou também a Polícia Civil, mas também não obteve resposta.

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