Resumo das Olimpíadas: baile de prata de Rebeca e bronze de Mayra fazem história
Nada melhor do que acordar com uma medalha olímpica brasileira e horas depois comemorar outra. Esta foi a manhã de quinta-feira dos brasileiros, que levantaram da cama já celebrando o bronze de Mayra Aguiar, no judô, e depois uniram forças na torcida por Rebeca Andrade na ginástica, que levou a prata. Conquistas históricas para o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio.
Com a prata no individual geral feminino, Rebeca Andrade tornou-se a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos. E com seu bronze, Mayra Aguiar é a primeira brasileira a somar três medalhas individuais em Olimpíadas - levou outros dois bronzes em Londres-2012 e Rio-2016.
A manhã de quinta também teve outras alegrias: com vitórias das duplas masculina e feminina no vôlei de praia e do feminino no vôlei de quadra (com susto de lesão). E algumas tristezas, como a eliminação de brasileiros na natação e derrota de Stefani e Pigossi nas semifinais do tênis em duplas - mas elas ainda disputam bronze.
Baile de favela... e de prata!
Rebeca Andrade deu o que falar em Tóquio com sua apresentação solo Baile de Favela. Mas ela mostrou que é uma ginasta completa ao ter boas apresentações no individual geral, que renderam prata com 57,298 pontos - perdendo apenas para a americana Sunisa Lee (57,433).
A medalha foi de prata graças ao VAR. Ela tinha recebido 13,566 pontos na trave, mas a comissão brasileira pediu revisão, os árbitros acataram, e a nota subiu um décimo - a diferença entre Rebeca e a russa Angelina Melnikova, a terceira colocada, foi de apenas 0,099.
E a torcida por Rebeca - que contou até com carinho de Simone Biles nesta quinta - não para. Ela ainda tem mais duas chances de pódio.
Brasil acorda MAYARIZADO
Por volta de 6h30 (de Brasília), quando grande parte do país ainda estava despertando, a judoca Mayra Aguiar venceu a sul-coreana Hyunji Yoon na categoria até 78kg e conquistou a medalha de bronze. Foi o melhor despertar possível para os brasileiros, como deixaram claro nas redes sociais.
Mayra entra para a galeria de maiores medalhistas do país na história das Olimpíadas. Além dela, apenas Fofão, do vôlei, soma três pódios em Olimpíadas. Robert Scheidt, com duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze, é o maior medalhista do Brasil nos Jogos.
Uma grande conquista após muito sofrimento. Mayra teve que correr contra o tempo para se recuperar fisicamente. Com o bronze garantido, desabafou: "Não aguentava mais fazer cirurgia".
Vitórias na quadra e na areia
O time feminino do Brasil não teve problemas para bater o Japão por 3 sets a 0, parciais de 25/16, 25/18 e 26/24, e conquistar a terceira vitória nas Olimpíadas. Mas o jogo deixou uma preocupação para a sequência: a lesão da levantadora Macris, que torceu o tornozelo direito na aterrissagem depois de um bloqueio.
Ainda não há informações mais precisas sobre Macris, mas você pode acompanhar as atualizações em ge.globo/olimpiadas. Com a vitória, o Brasil continua em segundo no grupo, atrás da Sérvia - ambos os países têm três vitórias, mas as brasileiras têm dois sets perdidos que contam no desempate.
Na praia, duas duplas brasileiras conseguiram se garantir nas oitavas de final. Ágatha e Duda entraram pressionadas, precisando de uma vitória. E ela veio. A dupla triunfou diante das canadenses Heather Bansley e Brandie Wilkerson por 2 sets a 0, com parciais de 21/18 e 21/18.
No masculino, Alison e Álvaro Filho também espantaram a zebra e bateram os holandeses Robert Meeuwsen e Alexander Brouwer por 2 sets a 0, com parciais de 21/14 e 21/19, passando para o mata-mata. Os adversários das duplas brasileiras ainda não foram definidos.
Agora é tentar o bronze
O sonho da medalha de ouro para Luisa Stefani e Laura Pigossi ficou para a próxima Olimpíada. As brasileiras tiveram ótimo início, mas foram derrotadas pelas suíças Belinda Bencic e Viktorija Golubic por 2 sets a 0, parciais de 7/5 e 6/3.
As brasileiras, no mínimo, já igualaram a melhor campanha do país na modalidade - o quarto lugar de Fernando Meligeni em Atlanta 1996. Mas ainda pode ser melhor: já que lutam pelo bronze, em partida contra as russas Elena Vesnina e Veronica Kudermetova.
Eliminações e desabafo
A manhã não trouxe bons resultados para os brasileiros na natação. Matheus Gonche e Vinícius Lanza, nos 100m borboleta, e Viviane Jungblut, nos 800m livre, não passaram para as semifinais. Assim como o revezamento 4x100m medley misto, formado por Guilheme Baceto, Felipe Lima, Giovanna Diamante e Stephanie Balduccini.
Chamou a atenção o desabafo de Matheus Gonche durante entrevista:
- Vi muitos comentários nas redes sociais, maldosos, uns dias atrás. Falando muito mal, que o pessoal (atletas) está fazendo por fazer. Não é assim. Olimpíadas é um outro jogo, outro esporte. Tem que ter paciência, entender o que está falando pra fazer comentário nas redes sociais sem saber o que está por trás disso. Pessoal, cuidado com o que falam, pesquisem um pouco.
Adeus no tiro com arco
No tiro com arco, a brasileira Ane Marcelle dos Santos bateu a mexicana Ana Vasquez na estreia, mas depois caiu para a sul-coreana An San na segunda rodada - uma das favoritas ao ouro. Assim, finalizou sua participação em Tóquio.
Eliminação no boxe
Após a vitória de Hebert Souza na madrugada, a brasileira Graziele Sousa não conseguiu repertir o feito e perdeu para a japonesa Tsukimi Namiki no boxe, na categoria até 51kg. A derrota foi por decisão unânime, placar de 5 a 0. Ela dá adeus às Olimpíadas.
Rebeca Andrade conquista prata nas Olimpíadas — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG