O PDT confirmou nesta sexta-feira (5) a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, como candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes. Hoje é o último dia para definição das chapas para essas eleições.

O nome de Ana Paula já era aventado e foi decidido em reunião da Executiva do partido na manhã de hoje, na sede do partido em Brasília. O partido acredita que o nome de Ana Paula traz mais representatividade à chapa. Ela também é vista como alguém com linguagem mais direta com o público, o que pode fazer um bom contraponto com Ciro, segundo O Globo.

"Escolhemos uma mulher negra, de origem humilde, fez de sua luta contra todos os estigmas um ato de vitórias sucessivas. Em uma sociedade que descrimina, ela é uma vencedora. Ela é muito admirada e respeitada nas periferias de Salvador, onde a vi sendo chamada de Ana dos Pobres", disse o candidato.

Sem apoio de outros partidos na chapa, Ciro voltou a optar por uma mulher pedetista, como aconteceu em 2018, quando a escolhida foi a senadora Kátia Abreu, hoje no PP.

É a quarta vez que Ciro disputa a Presidência da República. Ele já foi candidato em 1998, 2002 e 2018, sem nunca chegar ao segundo turno. Na última pesquisa Datafolha, ele aparecia em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Lula (PT), que tem 47%, e de Jair Bolsonaro (PL), que tem 29%.

O pedetista afirmou que se não for eleito esse ano não tem mais intenção de ser candidato à presidência. "Claro que, desta vez, chega. Porque, se eu não ganho agora, vou botar a viola no saco porque eu virei o bico falante, o chato, o destemperado", disse, em julho.

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O PDT oficializou, na tarde desta quarta-feira (20), a candidatura de Ciro Gomes para a Presidência da República. Essa será a quarta vez que Ciro tentará assumir o posto de presidente. Nas últimas eleições, em 2018, ele ficou em terceiro lugar, com pouco mais de 13 milhões de votos, 12,47% do eleitorado. Ciro também concorreu à Presidência nas eleições de 1998 e 2002.

“Eu quero unir o país em torno de um novo projeto”, disse Ciro, em seu discurso na convenção do partido, citando seu livro, que funciona como um documento do seu projeto de governo. “Tenho trabalhado nesse projeto há anos. Com o projeto nacional de desenvolvimento, nós vamos vencer inúmeros desafios”. Ele propôs uma reforma tributária que corrigiria desigualdades, para que os mais ricos paguem, proporcionalmente, mais impostos que os pobres.

Ciro Gomes também criticou as propostas de privatização da Petrobras e defendeu o fim da atual política de preços da estatal, que atrela ao valor do dólar o preço do combustível vendido no país. Ele defendeu ainda o fim do teto de gastos, um limite incluído na Constituição para as despesas da União. “Vai ser revogado nas primeiras horas do nosso possível governo”, disse. Para Ciro, o teto de gastos é uma medida “arbitrária e elitista” por “cortar apenas os investimentos na vida do povo e deixar intactos os juros pagos aos banqueiros”.

O PDT ainda não definiu o candidato a vice-presidente. Essa escolha ficará a cargo da Executiva Nacional do partido, conforme decidido na convenção nacional de hoje. O partido tem até o dia 15 de agosto para registrar a candidatura. Como não tem alianças formais com outros partidos, o PDT pode ter que fazer como em 2018 e lançar uma “chapa puro-sangue”. Na ocasião, a candidata a vice foi a senadora Kátia Abreu, na época no PDT.

Perfil
Natural de Pindamonhangaba (SP), Ciro Gomes construiu a carreira política no Ceará, onde foi prefeito de Fortaleza, eleito em 1988, e governador do estado, eleito em 1990. Renunciou ao cargo de governador, em 1994, para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-1994), por indicação do PSDB, seu partido na época. Ciro foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer a deputado federal e foi eleito. Também exerceu dois mandatos de deputado estadual no Ceará. Tem 64 anos e quatro filhos.

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Ciro Gomes resolveu suspender a sua pré-candidatura à Presidência da República após a bancada do seu partido, o PDT, ter votado a favor pela PEC dos Precatórios, aprovada em primeiro turno pela Câmara. A decisão de Ciro foi publicada em suas redes sociais, na manhã desta quinta-feira (4).

"A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição.
Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo", escreveu.

Ele disse ainda que se surpreendeu com a decisão do partido. "Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios", disse.

Ciro disse ainda que o PDT não pode compactuar com "a farsa e os erros bolsonaristas". "Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional", concluiu.

Votação da PEC
Por 312 votos a favor e 144 contra, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (4), em primeiro turno, o texto-base do relator Hugo Motta (Republicanos-PB), da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 23/21. Conhecida como PEC dos Precatórios, ela limita o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela Taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos.

Para concluir a votação da matéria, os deputados precisam analisar e votar os destaques apresentados pelos partidos, que podem ainda mudar trechos da proposta. A sessão poderá ocorrer ainda hoje.

De acordo com o texto-base aprovado, os precatórios para o pagamento de dívidas da União relativas ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), atual Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), deverão ser pagos em três anos, sendo 40% no primeiro ano, 30% no segundo e 30% no terceiro ano.

Precatórios são dívidas do governo com sentença judicial definitiva, podendo ser em relação a questões tributárias, salariais ou qualquer outra causa em que o poder público seja o derrotado.

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